quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Missão cumprida

O jornal de Negócios traz hoje esta notícia: Entre 2001 e 2016 foram desviados 50 mil milhões pelas famílias mais ricas. Entretanto, salários e pensões já pagam 90% da receita de IRS.

Unindo estes pontos, só se pode resumir uma coisa: Grande sucesso da liberalização dos movimentos de capitais!

Colocar os pobres, assalariados e pensionistas a pagar a redistribuição entre si da relativamente pouca riqueza que ganham, enquanto os mais ricos se queixam da carga fiscal, para contribuírem ainda com menos.

Faz sentido.

8 comentários:

Anónimo disse...

Os pobres, assalariados e pensionistas estão de acordo com este modelo de distribuição ou não fazem nada para o alterar, decidiram refugiar-se no seu egocentrismo, no seu ignorante e bárbaro egocentrismo, preferem a pretensão do poder relativo.

Geringonço disse...

Como é que ricas famílias vão ser empreendedoras com apenas 50 mil milhões?!

O Estado devia abolir qualquer imposto às ricas famílias!

O Ministério das Finanças devia abrir um balcão para atender o desejo das ricas famílias em transferir o capital para os paraísos fiscais!

O Estado devia subsidiar os negócios das ricas famíl... Oh, wait...

Anónimo disse...

O artigo do Jornal de Negócios é baseado num estudo, conduzido pelo "staff" da Comissão Europeia, agora divulgado com os habituais avisos de que se trata de "preliminary work" e de que "The views expressed (...) are solely those of the authors and do not necessarily reflect the views of the European Commission":

https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/2019-taxation-papers-76.pdf

Entre 2001 e 2016, fugiram de Portugal 50.000 milhões de euros por ano, em média. Em 2016, a fuga foi ligeiramente inferior a este valor médio anual: 47.000 milhões.

Em termos absolutos, Portugal ficou em 7º lugar, no que diz respeito ao período entre 2001 e 2016; e em 9º lugar, no que diz respeito a 2016. Em ambos os casos, o pódio é naturalmente ocupado pela Alemanha (1º), a França (2º) e o Reino Unido (3º).

Em termos relativos, Portugal ficou em 3º lugar, com a fuga média anual de 26% do PIB, entre 2001 e 2016; e em 5º lugar, com a fuga de 24% do PIB, em 2016. Em ambos os casos, Chipre e Malta ocuparam (com toda a naturalidade) os dois lugares cimeiros.


A. Correia

Anónimo disse...

Ê assim mesmo.

Esta combatividade faz falta para fazer face à pulhice neoliberal

Há que dizer basta. E todos juntos faremos tombar a trampa deste modelo de sociedade

António disse...

Mas há quem ache reprovável a intenção de aumentar os impostos sobre as fortunas em Portugal, argumentando que essa taxação é a causa da fuga de capitais. Claro que é muito mais conveniente e cómodo recorrer aos paraísos fiscais do que investir no País...

Anónimo disse...

Caro A. Correia, leia com mais atenção sobre o assunto, é impossível saírem por ano 50 biliões de euros. Julgo que essa será a quantia total guardada nos offshores.

Luis Alves

Anónimo disse...

Obrigado pelo comentário das 16:18.

O artigo do Jornal de Negócios é baseado num estudo, conduzido pelo "staff" da Comissão Europeia, agora divulgado com os habituais avisos de que se trata de "preliminary work" e de que "The views expressed (...) are solely those of the authors and do not necessarily reflect the views of the European Commission":

https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/2019-taxation-papers-76.pdf

De acordo com os gráficos de barras referentes a "estimated offshore wealth", entre 2001 e 2016, estavam "em fuga" de Portugal 50.000 milhões de euros por ano, em média; em 2016, estavam "em fuga" de Portugal 47.000 milhões. A quantia "em fuga" em cada ano não é, obviamente, a quantia que "fugiu" nesse ano: as quantias que fugiram em anos anteriores (e as que entretanto regressaram) também contribuem para os valores apresentados nos gráficos.

Em termos absolutos, Portugal ficou em 7º lugar, no que diz respeito ao período entre 2001 e 2016; e em 9º lugar, no que diz respeito a 2016. Em ambos os casos, o pódio é naturalmente ocupado pela Alemanha (1º), a França (2º) e o Reino Unido (3º).

Em termos relativos, Portugal ficou em 3º lugar, com a média anual de 26% do PIB em fuga, entre 2001 e 2016; e em 5º lugar, com 24% do PIB em fuga, em 2016. Em ambos os casos, Chipre e Malta ocuparam (com toda a naturalidade) os dois lugares cimeiros.


A. Correia

Anónimo disse...

O que fazer perante esta notícia que é um autêntico escândalo?

O neoliberalismo é este espectáculo degradante e abjecto.