domingo, 16 de outubro de 2016

Meia dúzia de notas e um lembrete


1. No contexto da discussão Orçamento de Estado de 2016, António Costa fez uma declaração simples, mas realista: o OE ficou pior depois de ter ido a Bruxelas. No fundo, Costa reconhecia que a tal Europa já não estava connosco.

2. Uma das principais traduções deste facto está presente no relatório do OE de 2017: a reconhecida quebra do investimento público, que atinge este ano o valor mais baixo, em percentagem do PIB, da história democrática (1,9%), sendo responsável parcial pelo corte do crescimento previsto (e logo pelo menor crescimento da receita fiscal, ou não estivessem as finanças públicas dependentes do andamento do resto da economia por estas influenciada, facto ainda há dias sublinhado por Jorge Bateira neste blogue).

3. Este ano, o governo quer evitar que o OE venha pior de Bruxelas e isso nota-se já. Nota-se, por exemplo, no contributo negativo que o consumo público (quebra real prevista de 1,2%) dará para o crescimento económico: OE “restritivo”, de facto. O investimento público previsto recupera um pouco da queda deste ano, mas o seu peso previsto no PIB (2,2%) será ainda inferior ao de 2015 (2,3%).

4. As escolhas progressistas, no quadro dos pesados constrangimentos europeus, numa semicolónia, na realidade, são limitadas, por falta de instrumentos de política económica: veja-se o quadro 3 da página 37 do relatório do OE. Este quadro indica de forma transparente como a política orçamental que muda as relações sociais num sentido igualitário está limitada a umas curtas décimas e centésimas na política de despesa e na política fiscal. É por isto que a futilidade sempre me pareceu o melhor dispositivo no arsenal retórico reaccionário, sendo a UE o dispositivo material que melhor o pode confirmar. Entretanto, um dos muitos problemas estruturais aí está: o baixo investimento público e a quebra do emprego público, já há muito abaixo da média da OCDE, acentuam o risco de degradação dos serviços públicos.

5. É claro que mesmo o que é reduzido, em percentagem do PIB, pode fazer uma pequena, embora relevante, diferença para a vida de muitos pensionistas, trabalhadores ou beneficiários de prestações sociais, que deixarão de ver o seu poder de compra reduzido, como nos anos das direitas e da sua troika, podendo também fazer uma modesta diferença na redução das desigualdades e de hábitos com externalidades negativas, com custos sociais. Sem complacência, a esperança e a confiança populares dependem de resultados, por muito que estes estejam abaixo das necessidades.

6. Este orçamento procura ganhar tempo, como bem conclui Ricardo Cabral. Para quê? Para que alguma coisa mude na UE, dirá também um economista euro-liberal, como o deputado Paulo Trigo Pereira, no principal blogue da direita, reconhecendo de forma parcial a natureza do constrangimento. Nada mudará, já que tudo está trancado do ponto de vista institucional. Assinalaremos mesmo duas décadas de estagnação, acompanhadas de uma continuada punção de rendimentos canalizados para o exterior por via de uma dívida externa colossal, verdadeira expressão da euro-dependência. Só quando enfrentarmos os constrangimentos europeus é que poderemos vir a conhecer alguma mudança nesta trajetória. O tempo tem de ser usado para fazer com que mais ganhem consciência política deste facto com valor.

Relembremos: o comboio que rumava em direcção ao abismo foi travado, travando-se a lógica explicitamente privatizadora (um OE sem privatizações, assinale-se) e mesmo de desvalorização interna. No entanto, e na ausência de instrumentos para construir outra linha, o comboio não fica parado muito tempo, ainda para mais quando, a partir de dentro e de fora, nunca se desiste de retomar a marcha, eventualmente através da possibilidade de um golpe financeiro, assinalada recentemente por Carlos Carvalhas, seja indirecto, por via da agência canadiana controlada pelo BCE, fazendo mexer as forças espontâneas da especulação, seja directo, através de tantos instrumentos de política furtados a esta democracia.

25 comentários:

Jose disse...

1. Ficou pior? Ou o falhanço seria maior e a dívida em maior crise? Que ‘a tal Europa já não estava’ nem está para bodos é prudente conclusão.

2. Que o investimento público se faz com dinheiro dos contribuintes e que este vem da economia (ou da poupança) é de rara clarividência.
Também poderá vir dos credores ou dos dadores, mas estes tendem a não se deixar empolgar pelo crescimento do consumo como mola da economia dos devedores e beneficiários.

3. OE é restritivo de facto, mas não esquece nem esquecerá as clientelas que levaram a geringonça ao poder. O investimento público espera que haja fundos da ‘tal Europa’ que o possa multiplicar por acção da iniciativa privada!

4. O emprego público abaixo da média da OCDE, está em linha (expressão que resolve quase tudo) com os muitos outros ‘abaixos’ a que as políticas progressistas nos têm conduzido. E é da maior futilidade concluir que dependentes de credores e dadores, as políticas de distribuição de riqueza que não se cria sofrem a reacção de todo aquele que não se assume como sendo o Pai Natal.

5. É claro que sempre que se conclui que faltam uns milhões, importa convertê-los em percentagem do PIB para dar relevo à sua insignificância. Acumularam-se tantas insignificâncias que o partido suposto líder da geringonça teve, no seu precedente arranque progressista, que chamar ‘a sua troika’, e nem esperou que ela chegasse para começar a tirar o que tinha dado para ganhar eleições.

6. Este orçamento procura perder tempo para chegar a eleições com a treta de que está para chegar o bom tempo, quando tudo na Europa indica que de treta nada de bom virá. « Assinalaremos mesmo duas décadas de estagnação, acompanhadas de uma continuada punção de rendimentos canalizados para o exterior por via de uma dívida externa colossal, verdadeira expressão da euro-dependência». Só quando nos deixarmos de tretas e em vez de falar em distribuir se falar em produzir, fazer contas e, a par de acudir a quem esteja na merda, mandar fazerem-se à vida os treteiros que esperam que a prosperidade lhes seja servida, nem se sabe bem donde.

O comboio que rumava em direcção ao abismo através das privatizações está substituído pelo desempenho das empresas públicas salvas dessa desgraça e pujantes de novos investimentos e auspiciosos futuros.
Mas há grande esperança de que haja mais China.

Anónimo disse...

o ponto 3 do josé é enternecedor. bem sabemos que o josé prefere as clientelas PaFientas, muito mais sinistras.

Anónimo disse...

"a política orçamental que muda as relações sociais num sentido igualitário está limitada a umas curtas décimas e centésimas na política de despesa e na política fiscal"

E no entanto, toda a discussão política, todo o debate público se centra nas medidas por trás das "curtas décimas e centésimas na política de despesa e na política fiscal" deixando de fora o grande elefante na sala: este Orçamento prevê uma autorização para Portugal se endividar em 9,35 mil milhões de euros.

Todos (PSD, CDS, PS, PCP e BE) abandonaram a discussão do médio/longo prazo para se concentrarem na chicana política do curto prazo: "décimas e centésimas" ("taxas e taxinhas", acrescento eu).
Onde está a discussão sobre o que fazer com esta dívida? Porque é que o PCP e o BE aceitam esta discussão sobre "décimas e centésimas" e esquecem a saída do Euro e a renegociação da dívida? Qual é, afinal, a estratégia de longo prazo do PS? Andam todos a empurrar com a barriga, a "ganhar tempo", à espera de um milagre que não vai acontecer. E nós lá vamos ficando contentes com "décimas e centésimas". Com o regresso à normalidade, como afirmam PS, PCP e BE.

Anónimo disse...

Bem, estas coisas do BCE e CE dão que pensar e fazem-nos lembrar aqueles que nos torpedearam com a perda da “Soberania Económica” a capacidade de fazer moeda, a capacidade de fazer política social e etc. e tal.
Ao deixarmos de ser um Estado Independente passamos a colonia, quer dizer, estado quase pária.
Ao contrário do que se afirmava em tempos idos, não somos uma pátria de brandos costumes, somos uma pátria de maus costumes, para não dizer outra coisa.
A meu ver a preparação do golpe de que fala Carlos Carvalhas, começou fronteiras adentro. Sem aderentes internos nunca teríamos tal situação como hipótese…
O que o dinheiro e´ capaz de fazer senhores?
A esquerda, toda ela, tem de levar esta hipótese golpista em conta!
Há muito que vejo este país a resvalar para o abismo.
Não façam das ações eleiçoeiras o “Canto do Cisne”.
Já e´ tempo de caminharmos com os nossos próprios pés! de Adelino Silva


Anónimo disse...

A par das "curtas décimas e centésimas na política de despesa e na política fiscal", os Orçamentos de Estado começam a ter uma outra característica preocupante: deixaram de conter medidas anuais (com início em 1/1/2017 e com total aplicação até 31/12/2017) e passaram a ter medidas faseadas de uma complexidade atroz. Veja-se o caso do aumento extraordinário de pensões (http://rr.sapo.pt/noticia/66184/pensoes_afinal_o_aumento_nao_vai_ser_de_10_euros?utm_source=rss) ou do fim da sobretaxa de IRS.
Não está em causa as medidas em si, mas a forma extremamente complexa (e, no fundo, opaca) como são aplicadas. Em vez de dizer "as pensões são aumentadas a 1/1/2017 em 10 euros" e a sobretaxa acaba em 1/1/2017, inventam-se formas complexas de implementação faseada ao longo do ano. Não tarda ninguém saberá ao certo afinal se o que recebe é o que devia receber.
Ou seja, os Orçamentos de Estado estão progressivamente a deixar de ser anuais para passar a ser (quase) mensais. Será que o "ganho" financeiro do desfasamento da implementação é de tal forma significativo que justifica toda esta complexidade? Mais valia assumir que uma das medidas não era implementada de todo este ano e que a outra se iniciava logo a 1 de janeiro.

Anónimo disse...

Vivemos a “Era das Sanções”
O que se passa na Europa Connosco sobre o incumprimento das regras estabelecidas ou impostas pelos países mais ricos e´ uma forma sancionatória contra os mais desfavorecidos contra o mundo do trabalho e não contra os (des)governantes, as Elites que vão “malbaratando” a seu bel-prazer.
E como poderia ser de outra maneira, se são essas mesmas elites que fazem essas mesmas regras, essas mesmas imposições?
E por muito que o governo PS-António Costa apoiado a´ esquerda, atenue alguma coisinha, não passa da mesma realidade.
O viver no limiar ou abaixo do limiar da pobreza e´ precisamente o resultado das sanções – dívidas, resgates, ilusionismo e gamanço perpetrado por elas, as elites! De Adelino Silva

Pedro de Souza disse...

O que eu lhes digo por experiência recente vivida no Brasil é que nenhuma democracia hoje se aguenta com a oposição sistemática dos media. Aqui, enquanto a coligação PSD/CDS estava no poder ainda enganavam, mas as reações a este orçamento, extremamente moderado, é avassaladora. O Público (será a nova direção?) publica agora todos os dias artigos assinados por empresas de auditoria. É preciso que todas os recursos da esquerda portuguesa se unam para montar um projeto de jornal mesmo se apenas digital, que possa de alguma forma obstar a que a direita ganhe a cabeça dos eleitores, estabeleça a agenda e as aspirações dos portugueses, vença a chamada batalha da cultura que é onde tudo começa e termina.

Anónimo disse...

O anónimo das 10 e 44, que já tinha postado várias vezes no post anterior, faz um grande estardalhaço com o "elefante".

o sabujo do "publico" já tinha anunciado uma "bomba".

Um outro qualquer tinha falado no "orçamento do chumbo"

São uns queridos. Mas no fundo só lhes sai isto. A cotejar com o que diz o jose, conhecido "perito" das relações laborais em serviço ao patronato

Anónimo disse...

Herr jose:

Adivinha-se o seu desconsolo por não haver mais privatizações? Não

É que herr jose defendeu até ao caricato as privatizações. Não se lembra?
E agora finalmente confessa que tal caminho conduzia em direcção ao abismo

Mais vale tarde do que nunca, herr jose

Anónimo disse...

Mas herr jose acerta com outra coisa pela qual andou a desbaratinar há basto tempo.

" tudo na Europa indica que de treta nada de bom virá".

De treta e da treta. Como muito bem diz João Rodrigues desta Europa pós-democrática nada de bom virá.

E todos sabemos disso. Menos os que servem agora os interesses alheios a Portugal

Não é mesmo Herr jose?

Jaime Santos disse...

A consciência política existe, João Rodrigues. O que não existem são armas para lutar contra a situação presente. O reforço do sector bancário é o primeiro passo num caminho que tanto pode levar a uma mudança na Europa como à saída do País do Euro, mas com reais possibilidades de que essa saída se faça com sacrifícios é certo (porque ninguém sério irá afirmar o contrário), mas sem que destrua por completo a nossa Economia. Sabe quem é o Economista mais radical da Esquerda? O Prof. Centeno, que sabe fazer contas. A Esquerda desguarneceu a Tecnocracia e está hoje condenada a fazer arengadas em tom moralista às imposições de Bruxelas. E se, como dizia recentemente Daniel Cohen, a Economia não deve cair na ilusão de um cientismo que é capaz de tudo prever, o estudo de modelos é essencial porque permite determinar quais os maiores riscos que as Economias enfrentam. Olhe apenas para o que se passa no RU, onde a libra já perdeu 20% depois do Brexit. Para um País com um défice da balança comercial de 7%, isto para já não é mau, mas espere só até que os negócios locais tenham que passar as perdas aos consumidores... A Esquerda também perdeu o debate intelectual porque não foi capaz de sustentar cientificamente a Social-Democracia, depois do seu falhanço dos anos 70, que levou à stagflation... (https://www.socialeurope.eu/2016/10/nobel-economics-versus-social-democracy/).

Anónimo disse...

O orçamento de 2016 ficou meso pior depois de vindo de Bruxelas. Tal não merece qualquer dúvida.

A chantagem da europa foi patente. Os berros histéricos da nossa direita e da direita-extrema também. Ou seja, de herr jose igualmente.
Não se lembrará herr jose de tal facto?

De como ele saído há mais de quatro dezenas de anos do alegre elogio ao nacionalismo patrioteiro, com o elogio suspeito da movidade portuguesa e da pide, se converteu posteriormente no mais eloquente defensor da traição ao país?

Anónimo disse...

Rara clarividência, dirá herr jose a propósito da economia e dos contribuintes.

Mas herr jose? Não se lembra que defendia a fuga ao fisco de gente importante e graúda? Não se lembra da sua defesa boçal e criminosa da utilização dos paraísos fiscais para se escapar ao fisco?

Herr jose, quer que lhe traga de novo as suas próprias palavras ou é de rara clarividência tal facto?

Donde se conclui que tudo isto não passa de serviço cívico, como herr jose já confessou, por entre manifestações de gozo , não foi mesmo herr jose?

Quanto aos credores ( dadores????) sabe-se como foram criados e alimentados, não é mesmo herr jose?
E há até por aí alguns vendilhões da pátria que salivam perante estes, prestando continência e querendo mais.

E até houve por aí tipos que queriam mais. Até defendiam as rendas de meia duzia de colégios privados pagos com o erário público, não era mesmo herr jose?

Anónimo disse...

Clientelas fala também o jose

Que clientelas?

Herr jose sabe do que se fala porque tem contas a prestar a quem lhe paga. Donde as clientelas de que fala devem ter como referência a sua função de "perito de relações laborais do patronato", ele próprio patrão assumido.

E para defender a sua clientela, fala nas clientelas alheias.

Percebe-se porquê, não é mesmo?

Anónimo disse...

A esquerda perdeu o debate intelectual porque não soube sustentar cientificamente a social democracia?

Jaime Santos francamente.Isso é paleio para tentar esconder uma coisa. A traição dessa dita esquerda. O render-se às benesses e aos cargos e à chantagem do neoliberalismo. Em nome dum acesso ao poder e duma permuta de privilégios para os seus dirigentes ,traindo quem visavam representar.
Os múltiplos exemplos estão à vista de todos. E nem a fuga para os "tecnocratas" ,como fizeram coisas tão abjectas como Blair ou sequelas, o conseguiram esconder.

Já agora lembram-se de quem foi o defensor mais acerrimo da dita tecnocracia? Esse mesmo, cavaco Silva, ele próprio sempre se assumindo como...tecnocrata!

Anónimo disse...

E acha mesmo que a esquerda está limitada a fazer arengadas em tom moralista às imposições de Bruxelas?

Para começar mais vale isto do que abaixar a espinha e rastejar feito lambe-botas inevitável ao poder de Bruxelas. Está a ver o quadro não está Jaime Santos? Fazer negócios com coisas sem honra nem dignidade como Schauble, pior do que todos os piores taxistas de que há memória

E dwpoia... olhe para o panorama europeu. Já viu que agora é a Itália? E olhe para o Brexit? Já viu os seus cuidados com a Grã-Bretanha? Mas ainda não viu que já não consegue vender esta UE chantagista e anti-democrática?
Ao Brexit da UE segue-se a Escócia... mais um problema para a direita e extrema-direita...

Anónimo disse...



João Rodrigues: "a política orçamental que muda as relações sociais num sentido igualitário está limitada a umas curtas décimas e centésimas na política de despesa e na política fiscal."

Centeno: “Este é um orçamento de esquerda” (http://expresso.sapo.pt/politica/2016-10-14-Centeno-Este-e-um-orcamento-de-esquerda)

Catarina Martins: "Este não é um Orçamento de esquerda" (http://www.tsf.pt/politica/interior/catarina-martins-este-nao-e-um-orcamento-de-esquerda-5446926.html)

Jose disse...

Uma maioria, um governo, um presidente afectuoso!

E tão pouca confiança, tão mitigado entusiasmo, tão desesperançada mobilização!

Jose disse...

Cuco, não sei se é a dislexia ou a total ausência de sentido de humor que te leva a não ver que o comboio está sem fornecimento de bilhetes, sem investimento e com um acionista falido.
Só não há alarido porque o Jerónimo topa qualquer merda desde que seja estatal!

Anónimo disse...

Tudo bate certo csro anónimo das 16 e 24. Um orçamento possivel dentro dos condicionalismos fa chantagem europeia.

Pelo que não sendo um orçamento de esquerda é um orçamento claramente superior aos da governança. Um orçamento que é o possível. Mas que até o anônimo considera certamente que continua o corte com o susteritarismo nescio e criminoso de Passos e Cristas.

E como não poderia deixar de ser que poe à beira da histeria os saudosos pafistas como certamente saberá.

Fez muito bem em colocar estas 3 frases que mostram bem o quadro em que nos mexemos. E Joao Ridrigues tem razao. Só mesmo um corte com Bruxelas para nos libertarmos das algemas e para assumirmos um outro rumo.

Csro anônimo vamos continuar s desmascarar a corja dos elefantes e do chumbo e da bomba.

Anónimo disse...

Herr jose dirá:
"E tão pouca confiança, tão mitigado entusiasmo, tão desesperançada mobilização"

Coitado de herr jose. Pobre herr jose. A preocupação a vincar o rosto adunco de herr jose.

Herr jose não se preocupe com a pouca, o mitigado e a desesperança.
Não são nada comparados com os seus urros e berros pela derrota de Passos e de Cristas nas eleições últimas.E o seu praguejar ácido e pesporrento contra António Costa e contra o Jerónimo e contra a Catarina.

Herr jose, quer mesmo que lhe esfregue na cara a demonstração da sua desesperança, da sua pouca e da sua mitigada?

Anónimo disse...

A confirmação da desesperança, da pouca e da mitigada ode de herr jose vem logo a seguir naquele roncar contra Jerónimo de Sousa.
Está bravo o "perito" como se torna patente.

Mas para além do pormenor que o cuco lhe ficou encalhado na garganta ( abençoado cuco) parece que herr jose fala num comboio que está sem fornecimento de bilhetes ( o comboio fornece bilhetes, pois) sem investimento ( no comboio, pois) e com um acionista falido ( isso são outros sonhos de privatização? Mas herr jose já tinha concordado que isso era uma catástrofe).

É natural que herr jose pense e aja assim. Ele prefere o comboio conduzido pela governança neoliberal. Ele pulava de alegria pelo fim dos direitos adquiridos , como ele dizia enquanto ameaçava os demais de "cacetada ", fornecida ao som do apito do seu comboio particular. Íamos no ano de chumbo de 2012

Que saudades dos tempos em que os comboios iam para Auschwitz, não era mesmo herr José? Com bilhete pré-pago, com investimento a partir do saque perpetrado pelos nazis e com o grande capital como acionista

Anónimo disse...

Excelente João.
Enquanto é tempo as pessoas tem de se organizar, enquanto é tempo! para "obrigar" os decisores políticos a que nos ouçam e mudem!
Mais Europa é caminhar para trabalho mais barato, a baixo custo, sem direitos e sem segurança social, para gerar lucros para poucos. Responsabilizar políticos e banqueiros e pensar em negar a centralização e o controlo do país pela austeridade é urgente. Ter controlo sobre o nosso próprio futuro é demasiado importante para a nossa vida e para a democracia.
Estancou-se o sangramento dos de baixo, mas com a esta pressão euro-liberal a situação não é sustentável nos próximos tempos.
Preocupa haver tanta gente que ainda não viu o que nos entra pelas entranhas...

Anónimo disse...

Muito bom João Rodrigues sempre, e pormenor delicioso da gatunagem DDT, os amigos do patético piegas apanhado com as calças na mão em 25 de Abril/74, a dar de frosques com o saque.

Anónimo disse...

Perfeitamente de acordo, caro anónimo das 22 e 29