sábado, 24 de janeiro de 2015

Ainda um dia dirá que sempre foi favorável a que Portugal saísse do euro


(Dimas Pestana, via Câmara Corporativa)

«Pedro Passos Coelho recusou ter caído em contradição, ao comentar as críticas do líder do PS, António Costa. "Aproveitei para revisitar as declarações que tenho feito sobre esta matéria e elas são particularmente coerentes". (...) O primeiro-ministro disse esta sexta-feira, que a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar dívida pública é "bem-vinda" e que espera que ela "seja tão eficaz quanto se deseja". Trata-se de uma contradição em relação ao que afirmou em 2011, quando Cavaco Silva defendeu uma solução parecida com aquela que agora foi adoptada: seria um "péssimo sinal" se para resolver o problemas dos países indisciplinados o BCE imprimisse "mais euros", afirmou então o primeiro-ministro.»

Revista Sábado

«Em Junho de 2012, no Parlamento, em resposta ao então líder do PS António José Seguro, Passos Coelho opôs-se à compra de dívida por parte do BCE e explicava porquê. "Se o senhor deputado entende que o BCE deve actuar em mercado secundário com programas mais intensos de compra de títulos de dívida soberana dos diversos países; se é isto que o senhor deputado entende deixe-me dizer-lhe: não concordo e não preciso de pedir licença a ninguém - nem em Portugal, nem na Europa – para lhe dizer aquilo que penso. Não aceito essa visão porque em primeiro lugar não cabe ao BCE em circunstância nenhuma exercer um papel de monetização dos défices europeus".»

Rádio Renascença

«Na realidade, PPC nunca disse nada daquilo que disse, porque faz sempre o que a sua pulsão ideológica lhe dita e diz seja o que for que lhe pareça conveniente no momento. Passos Coelho é o político que "jurava" ser contra o aumento dos impostos, que antes de ser governo afirmava que o país não precisava de mais austeridade, que criticava o governo anterior porque estava a atacar o Estado social (!), que dizia (com razão!) que apertar o cinto demasiado podia matar o doente (que descaramento!), que se queixava de termos desempregados sem subsídio, que acusava o governo anterior de estar a atacar a classe média, que afirmava ser preciso defender os reformados e pensionistas. Quando estava na oposição, Passos Coelho até se pronunciava contra a alienação de participações do Estado, dizendo que isso era vender os anéis.»

Porfírio Silva, Um P.M. muuuuuito esquecido

«Alguém avise Luís Montenegro que a razão pela qual Portugal pode beneficiar das medidas ontem anunciadas pelo BCE não é a conclusão do programa de ajustamento, não são as reformas estruturais, não é o seu empenho austeritário, nem a sua submissão face aos alemães. A razão pela qual Portugal pode beneficiar do Quantitative Easing é a manutenção de um rating acima de lixo por parte da agência de rating canadiana DBRS [a única que segura Portugal neste critério de elegibilidade do BCE]. Pequeno pormenor (delicioso): este rating precede o programa de ajustamento e é anterior ao governo PSD-CDS.»

João Galamba (facebook)

10 comentários:

Mário Estevam disse...

Dentro da mesma temática: Liar - Sex Pistols.

Anónimo disse...

Válido para tantos outros ferverosos da paróquia

Anónimo disse...

A falta de oposição da nestas coisas. Estamos a perder centralidade das decisões politicas em relação a toda a Europa, a isto juntemos um PS em Portugal que entrou num estado de paralisia cerebral.

António Pedro Pereira disse...

Anónimo de 24 de Janeiro, às 11:26,
Causa azia?
Alka-Seltzer é a solução.
Afinal, mau era o outro (e para mim era), mentiroso era o outro (e para mim era), diferente, melhor, tudo ao contrário ia este Pinóquio fazer.
Está-se a ver, a começar pelas declarações.
E o Anónimo o que tem a dizer é apontar o dedo aos outros.
Afinal, o meu ladrão não é ladrão porque os outros também são.
Boa!
É assim que iremos longe!

Anónimo disse...

Manuel Silva, não consigo desencriptar a sua mensagem. Se quiser realmente perder algum do seu tempo e perceber onde quis chegar com o post que publiquei aconselho-o vivamente a dar uma olhadela nestas mais de 600 paginas de conteudo politico interessante construido pelo PSOE no final de 2013 aqui:

http://conferenciapolitica.psoe.es/publicaciones/resoluciones

Talvez muito do futuro da Europa nos proximos tempos comecem aqui dentro destas paginas e talvez mesmo ja amanha.

O mesmo PSOE organizou uma conferencia com Piketty onde são feitas analises interessantissimas do ponto de vista politico aos estados que estão sob resgate, e o PS ficou completamente alheio a este evento, pode constatar isto mesmo que lhe digo aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=nhmOrzvklgA&feature=youtu.be

Saudações e boas leituras




Jose disse...

Com acordos de resgate formulados e garantidos qualquer medida monetarista é substancialmente diferente em natureza política dessa mesma medida em momento precedente.

No entanto, para os prestidigitadores políticos é um momento irrecusável de êxito fácil.
Junte-se-lhe a desonestidade intelectual e está garantida a aparição Galamba

Rick disse...

Bem vistas as coisas não temos nem socialistas(falo daqueles sérios)nem liberais(dos sérios)nem nada,temos é oportunistas e corruptos a rodos,daí que andamos sempre a reboque das decisões estrangeiras(agora o BCE)boas ou más(mais destas)ou então os partidos do arco do poder(os que tomaram de assalto o poder nos pós abril)ignoram ou fazem-se de parvos por estratégia e interesse próprio.E ainda não vi o video linkado pelo anónimo que decerto vai ao encontro do estou a dizer.

Anónimo disse...

Trata-se de facto dum exercício de prestidigitação ou simplesmente du mero exercício de manipulação?

Leia-se o que passos coelho disse antes e o que diz agora. Por exemplo esta pérola tão taxativa, como de submissão germânica:
"Não aceito essa visão porque em primeiro lugar não cabe ao BCE em circunstância nenhuma exercer um papel de monetização dos défices europeus".»
His Master's Voice
Gosto sobretudo do "em circunstância nenhuma"
E dos esforços patéticos para " o substancialmente diferente" e outras tretas por arrasto

A ânsia de defesa dos trastes ( também dos ricos,também dos corruptores) é tão grande que assistimos a estas manobras de desculpabilização. Como se compreeende a desonestidade intelectual está de facto presente aqui.

De

Jose disse...

És um treteiro sem vergonha, DE.
Ora atreve-te a justificar porque com ou sem acordos de resgate formulados e garantidos qualquer medida monetarista tem igual significado político.

Anónimo disse...

Há aqui de certeza algum equívoco.

Este tom coloquial é revelador dum certo carácter agastado ou mostra outra coisa?

O que está em causa não é o "significado político" igual ou desigual das "medidas monetaristas"

O que está em causa e vou repetir lentamente para jose cair em si e conseguir perceber, é que quem diz isto:
"Não aceito essa visão porque em primeiro lugar não cabe ao BCE em circunstância nenhuma exercer um papel de monetização dos défices europeus"
quer dizer que em CIRCUNSTâNCIA NENHUMA aceita este papel para o BCE.

Ou seja nas variáveis apresentadas pelo jose ,todas elas foram excluídas à partida pelo passos, naquele seu estarrecedor "em circunstância nenhuma".
É simples.

Repito:

"A ânsia de defesa dos trastes ( também dos ricos,também dos corruptores) é tão grande que assistimos a estas manobras de desculpabilização. Como se compreeende a desonestidade intelectual está de facto presente aqui".

De