segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não há alternativa

Em Janeiro de 2011, o Jorge Bateira fez aqui umas contas sobre a bola de neve da dívida pública portuguesa e chegou à conclusão que “a ‘ajuda’ da UE/FMI não trava a dinâmica da dívida em que estamos lançados (…) no actual quadro institucional, o Estado Português já é insolvente.” Passado um ano, a dívida pública portuguesa atinge os 110% do PIB (68,9% em 2008), graças sobretudo às múltiplas crises e à incapacidade europeia em lhes dar outra resposta que não seja uma austeridade contraproducente. Nada de garantir, por exemplo, financiamento a taxas de juro idênticas às que são garantidas aos bancos pela acção de um verdadeiro Banco Central, emissão de euro-obrigações e reforço do BEI, passos para uma recuperação económica, condição necessária para diminuir o fardo da dívida. Sabemos a resposta à questão que se pode colocar neste contexto: por que é que o governo não usa a dívida e a sua inevitável reestruturação, desde já, como arma negocial em Bruxelas? Até porque Merkozy, falando na Grécia, afirmou que “deixar que um país com 9 milhões de pessoas entre em bancarrota não é uma opção”, o que só que dizer que o centro não tem interesse num incumprimento. Expulsar alguém do euro nem se fala. Está tudo demasiado interligado pela finança. Por isso, as ameaças do centro parecem pouco credíveis. Surge logo outra questão: quando é que um país será capaz de dizer ponham-se finos?

8 comentários:

68,9% em 2008 adonde? disse...

só os ilhé ús tinham dívida escondida em empresas em 2004?

pois...não há alternativa mesmo..
vai ser cá uma maratona nas impressoras

que se calhar até a inflação de 77 a 83 vai parecer um período áureo da economia portuguesa

Anónimo disse...

essa é a moral meninas meninos

se nós não pagarmos eles põem-se finos

stop and go economy since 1970?

portuguese economy?

já agora da próxima vez o FMI ainda virá...ou estará falido?

é que os amerikander's a afundarem 1,tAl triliões ao ano

Anónimo disse...

A grécia tinha 11 milhões e picos em 2010 mesmo que tenham emigrado uns centos de milhares, ainda não chegaram a 9 milhões.

Por falar em coisas tristes, um dos primeiros putos luso-ucranianos
morreu hoje (ou ontem)congelado no Prypiet e nem sequer deu notícia na televisão (se fosse em cruzeiro de luxo dava), a economia política e a política em economia são umas coisas atrozes né?

De mão estendida, mas ao menos com Carnaval

Carlos Sério disse...

Quem dispõe da capacidade de criar dinheiro possui também a capacidade de saldar as suas dívidas públicas, contraídas para saldar défices ocasionais. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem uma dívida pública astronómica, mas jamais se tornarão insolventes uma vez que a reserva federal criará todo o dinheiro indispensável aos pagamentos dessa dívida.
De algum modo, essa incapacidade dos países da união monetária de criarem moeda poderia ser atenuada se, o novo organismo supranacional criado, o BCE, se substituísse aos países na emissão de moeda e pagamento das dívidas soberanas de cada país. Não foi esta contudo a arquitectura engendrada pela UE ao proibir a emissão de moeda para o financiamento das dívidas públicas ou garantir os seus pagamentos, mesmo em caso de emergência. Os países ficaram assim totalmente desprotegidos, de mãos atadas, ao sabor da especulação dos mercados financeiros. É este o actual papel do BCE, favorecer e incitar objectivamente as instituições financeiras, as oligarquias financeiras, a especular com as dívidas soberanas dos países da união monetária que deriva da imposição do financiamento do BCE, incluindo o realizado com a criação de nova moeda, só poder ser destinado à banca privada, a juros de 1%, para que esta por sua vez, através dos mercados, compre dívidas soberanas a juros muitíssimo superiores.

Anónimo disse...

No dia em que a esquerda conseguir ser ela a estar no poder e não na oposição. Porque a questão não é apenas quando é que um país será capaz de dizer "ponham-se finos", é principalmente, quando é que um governo ou um país quererá dizer de facto "ponham-se finos". É também ou principalmente de quem representa o quê e de quem representa quem.

PP disse...

O que será?

- O autor do post é totalmente irresponsável.

- O autor do post não sabe o que é fazer bluff.

- O autor do post tem muito a ganhar com a saída do país do Euro.

- As duas primeiras.

- Todas.

Eu voto em: Todas e principalmente na 3ª!

pois pois Amerika the fallen ... disse...

Quem dispõe da capacidade de criar dinheiro possui também a capacidade de saldar as suas dívidas públicas, contraídas para saldar défices ocasionais. Os Estados Unidos, por exemplo, dependem da aceitação do seu papel por centos de milhões de pessoas que o acham tão sólido como o ouro a prata ou o níquel em barra de 50 kg...o problema é quando alguém começa a vender quando começa a achar que aquilo é capaz de valer muito menos

uma dívida de trilião e tal por ano são uma itália e uma grécia juntas/ao ano...

é capaz de a 3ªcrise deste século estar ali ao virar da esquina com a prosperidade deste Neo-Hoover Obamóide ou outro tanto faz..

e a fracturação hidráulica para a produção de gás consome muitos meios e energia e não resolve o déficit americano energético

(nem o eurropeu)

e pelo último comment disse...

o extremismo cresce..

felizmente aqui no burgo abriram um buraco ao lado da praça nova para abater a praça provisória e já há previsões de mais obras de renovação/reconstrução na nova velha nova mercado de capitais via construção civil

é um microcosmos dos buracos financeiros em que nos metemos
(poupar para quê se daqui a uns anos já podemos imprimir papel e cimento a rodos..

o fundamentalismo de vistas curtas vai aumentar de todos os lados..portugal pode não ser a grécia mas é bem capaz de ser a itália