sábado, 20 de dezembro de 2008

O debate não pode parar

O artigo «imperialista» de Nuno Garoupa (NG) sobre o ensino da economia mereceu mais dois interessantes comentários da autoria de Vítor Neves (VN) e de João Pinto e Castro (JPC). O «mercado» e as «preferências» são duas metáforas desadequadas neste contexto. A ciência e o ensino devem orientar-se por argumentos razoáveis sujeitos a escrutínio publico e pelo espírito crítico que só pode florescer no quadro de um ensino e de um debate plurais.

«E aqui reside uma das questões fundamentais em jogo – a questão do Poder e do condicionamento social da produção e difusão do conhecimento, que os economistas ortodoxos não querem ver. A situação actual no ensino da Economia em Portugal não decorre do "êxito das escolas convertidas ao modelo neoclássico em termos de recrutamento de alunos de qualidade, mercado de trabalho, investigação, captação de fundos próprios e projecção internacional" ou com a "concorrência aberta entre as escolas", como pretende NG. Esta é uma visão redutora, auto-convencida, mitificadora do mercado. O êxito de que fala NG, designadamente em termos de capacidade de captação de fundos e projecção internacional, é, em grande medida, um resultado da inserção dessas escolas num quadro institucional que, por ser favorável às abordagens de raiz neoclássica no ensino e sobretudo na investigação, levou a que, umas mais cedo, outras mais tarde, todas as escolas se viessem a ajustar e a responder aos incentivos de ordem institucional existentes» (VN).

«Trata-se, no fundo, de um argumento circular. A teoria dominante é boa porque triunfou no mercado e o mercado selecciona necessariamente as melhores teorias tal como selecciona os melhores produtos. Seria muito curioso perguntar-se que "mercado" é este, que papel têm os supostos "clientes" na escolha do que compram, que racionalidade existe nessa "escolha", e por aí fora. Este tipo de argumento é, como convém, impermeável a qualquer espécie de verificação empírica. Quer-me parecer que o dogmatismo ajuda a torná-los mais atraentes, na medida em que o simulacro de "ciência" persuade muita boa gente. "Tudo o que é real é racional." Onde é que eu já ouvi isto?» (JPC).

4 comentários:

Anónimo disse...

Bom , se não quiserem que o debate pare , chamem a ele trabalhadores e empresários. Pensam mesmo que a economia se define para além dos intervenientes e se conforme a teorias ? doidos , só podem ser. Passem bem e reduzam-se à sua utilidade. Nenhuma , tudo se passa além e apesar de vocês.

Anónimo disse...

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