Marcelo, o moralista, fez um apelo às grandes empresas com lucros (extra)ordinários: “devem tomar iniciativa de sacrificar distribuição de dividendos”.
O dever destas empresas, com estas regras e com esta relação de forças, é o de distribuir o máximo de lucros para os seus acionistas no mais curto espaço de tempo, mesmo que isso macroeconomicamente implique um sacrifício do investimento, padrão há muito já identificado. A moralidade neste campo, a antítese do moralismo, tem de estar em primeiro lugar inscrita na fiscalidade e em outras obrigações sociais associadas à propriedade.
A discussão sobre política económica em Portugal é tão dominada por pressupostos neoliberais que até uma modesta proposta fiscal de taxação soa radical por cá, embora esteja a ser adoptada lá fora, da Espanha à Hungria, passando pela Itália. O Governo já rejeitou tais radicalismos. Talvez a pressão o leve a nomear uma comissão, mas só depois de um Verão que não será azul. Depois mete-se o Natal, sem esquecer a maioria absoluta de um P sem S.
Sem comentários:
Enviar um comentário