Apresentam-se como «o primeiro partido Europeu presente em Portugal, que quer mudar a forma de fazer política». Defendem um «Estado inteligente», «renascimento económico», «igualdade social», «equilíbrio global» e a «reforma da UE». Querem «dar voz aos cidadãos», capacitando «as pessoas a participar na política além da eleição». Nada de novo.
Assumem a União Europeia como o seu «projeto comum», reconhecendo que a mesma «tem os seus problemas». É por isso que querem «reformar e fortalecer a governação e as [suas] instituições», para ter «uma Europa mais democrática, mais transparente e mais forte: uma Europa federal».
É um legítimo projeto politico, claro. Com visão, estatutos, declaração de princípios, programa, moção estratégica global e candidatos para ir a eleições. Que tem uma página e faz campanha, como qualquer partido. E que por isso tem já cartazes nas ruas, para as autárquicas. Cartazes que dizem que tudo isto, o Volt, «não é política» (a porca da política), «é futuro made in Europe» (que isto cá é uma choldra). Como quem quer pescar mas não quer ser confundido com um pescador. Como quem diz que fuma, mas sem inalar, que isso é feio. Como se renegando a política, por puro oportunismo, merecessem o voto dos eleitores. E assim conseguem, sem se dar ao respeito, encontrar uma boa forma de começar mal.
sexta-feira, 30 de julho de 2021
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5 comentários:
Quem, já conhecido na sua área política, publica opinião, a favor ou contra, sobre algo aparentemente novo, em política, decididamente ajuda a perceber o quem é o neófito e ao que vem.... Obrigado.
O Volt é tão original…
Porque não chamaram a este o novo partido “Partido Europeu Por Mais Europa” ou “Partido Socialista 2.0”?
Claro que nunca se chamaria “Socialista”, o Volt está para lá da política como os slogans do partido indicam.
Aliás, muitos “socialistas” do Partido “Socialista” estão arrependidos do nome, vejam só o que fizeram esconderam o Socialismo na gaveta, ataram essa gaveta a uma grande pedra e depois a lançaram para o abismo. O que os “socialistas” fazem para servir o Europeísmo...
O Volt é aquilo que o Partido “Socialista” quer ser, um partido completamente oco de políticas que deem resposta aos problemas concretos da população como é a habitação, o desemprego, a precariedade, a saúde, a educação…
Em vez de slogans gastos como “reformar a União Europeia” apresentem de uma vez por todas essa reforma da União Europeia, como é que vão pôr a UE a servir os povos?
Como é que vão criar a Europa federal sem a vontade dos povos?
O Volt não apresenta nada para além dos slogans porque o Volt só tem slogans!
O Volt, tal como o Partido “Socialista”, existe para combater quem diz as verdades sobre o projecto anti-democrático, regressivo, e distópico União Europeia/ Euro.
Podem embrulhar o Volt em slogans chiques e cosmopolistas mas ficam avisados, aquilo que o Volt oferece ao eleitorado já outros oferecem, não prevejo grande futuro para este partido...
Dar-lhe presença é sempre uma forma de publicidade.
Já Fernando Namora ficava neura, um dia que fosse que os jornais não escrevessem o seu nome, ainda que para dizer mal.
No site do Volt está escrito isto:
"O primeiro partido Europeu presente em Portugal, que quer mudar a forma de fazer política!"
No cartaz do Volt está escrito isto:
"Não é política, é Futuro!"
Querem ou não fazer política?
Enfim, é o que dá ser-se "europeísta", não se luta por nada que contribua para a resolução de problemas e para o bem-estar generalizado...
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