terça-feira, 13 de setembro de 2016

Estado Social e Liberdade



«O que mais custa à oposição é que o atual executivo e maioria parlamentar estejam a mostrar ao país que era possível governar com sucesso, sem esmagar os salários e as pensões e sem comprimir o emprego e os direitos sociais. (...) Enquanto a direita tem como projeto o desmantelamento progressivo do Estado Social, nós defendemo-lo como instrumento essencial para construir um país de cidadãos livres e iguais. É para assegurar a liberdade de todos que devemos defender e aprofundar o Estado Social. Sim, a liberdade. A liberdade de um trabalhador projetar a sua vida no futuro sem depender da arbitrariedade dos seus patrões. A liberdade para na doença um trabalhador não ficar privado de tratamento ou de rendimento. A liberdade para na velhice não depender da caridade ou da estabilidade dos mercados financeiros. A liberdade para no desemprego não cair na pobreza. A liberdade para, com a formação garantida pela escola pública, poder optar na construção da sua vida profissional. Liberdade. Conseguida sem rendas nem favores pagos a negócios privados. Sem Estado Social só alguns, poucos, conseguiriam ser verdadeiramente livres.»

Da declaração política de Pedro Nuno Santos na sessão da Comissão Permanente da Assembleia da República, no final da semana passada. A ver na íntegra.

4 comentários:

Filipe Martins disse...

Eh! isto é lume para as pazes da malta às direitas. Mais depressa assimilam a Teoria das Cordas do que compreendem que não há Liberdade sem Igualdade e Fraternidade.

L. disse...

o problema, é que se recuarmos uns anitos, para 90% do eleitorado do psd e para 90% das pessoas que lideravam o psd, isto era evidente. está na matgriz fundadora do psd. social-democracia.

e hoje, a verdade é esta: o única partido em portugal que pretende social-democracia é o ps. até o be e pcp são mais social-democratas que o actual psd (e o seu querido cds).

Jaime Santos disse...

De facto, sem Igualdade e Fraternidade não há Liberdade. E a Social-Democracia continua a ser o modo mais Justo de governar Mulheres e Homens. Pode não ser um sistema ideal, mas aceita que a ideia de um governo limitado nos seus poderes por um compromisso constitucional forte é a que mais se coaduna com a natureza dos seres humanos. Compromisso esse que limita igualmente o poder dos capitalistas, seja diretamente através de adequada legislação laboral, seja indiretamente através de medidas de proteção social. Quer isto dizer que nos devemos contentar com ela para todo o sempre? Não, mas dados os tristes exemplos históricos que rapidamente transformaram revolucionários em torcionários como já previa Bakunine, a primeira tarefa de um progressista é, antes de tudo, e como dizia o falecido Tony Judt, a de evitar mundos piores...

Jaime Santos disse...

Pena que hoje os partidos políticos twnham subvertido os ideais e auaa filosofias às clientelas partidárias, eurocratas e bloomberguianas afins. Que a liberdade e o estado social não morram e que o discurso citado não se deixe levar na corrente oportunista