sexta-feira, 14 de março de 2014

O Ritz foi mesmo todo um programa

A história de como o ‘manifesto anti-70’ pôs o Ritz a aplaudir o primeiro-ministro. Apetece-me voltar ao Ritz, sendo que o Pedro Santos já disse o essencial sobre a irresponsabilidade de uma linha editorial que, sejamos optimistas, transformou temporariamente o Negócios num instrumento de combate ideológico. Mas mais importante do que o alinhamento de grande parte da imprensa é a enésima confirmação de que parte da força deste governo ao serviço das fracções mais financeirizadas do capital está hoje lá fora, nos representantes políticos dos credores, os que não querem ouvir falar de reestruturação por iniciativa dos países devedores. É por esta e por outras que a desobediência nacional é essencial. O resto é a tropa-fandanga de sempre – de Teodora Cardoso do grupo do façam força que eu gemo, agora num Conselho das Finanças Públicas absolutamente desnecessário, estando para lá de toda a realidade dos efeitos recessivos da austeridade e dos efeitos positivos pelo menos da sua contenção, “Portugal precisa de fazer mais do que a Europa pede”, a Catroga, à sua sinecura na EDP e às suas boçalidades económicas. As forças sociais e ideológicas, com várias escalas, que suportam o governo são transparentes e têm ainda demasiada força política. É preciso insistir: esta alquimia entre força interna e dependência externa é o melhor que esta gente alguma vez arranjou.

1 comentário:

Anónimo disse...

Reestruturar uma divida de 130%... Boa, mas agora a pergunta, porque não a quiseram reestruturar quando eram 90% ?!
Agora queres legitimar as PPP'S, e os dislates da BANCA?!
Reestruturar o que devo, e não o que os outros me colocaram a dever... E não é disso que se trata, reestruturar o que nem conheces... E assim se legitima a falacia! FALA SÈRIO!