terça-feira, 30 de julho de 2013

Projecto Ulisses: propostas até 15 de Setembro


Os denominados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) são os países da zona euro mais atingidos pelos choques assimétricos da crise económica e sistémica do euro, tendo sido já forçados a abdicar de décadas de investimentos e a cortar despesas em áreas vitais para o seu desenvolvimento. Se persistirem neste caminho de depreciação, estes países ficarão inevitavelmente para trás, agravando-se desse modo as assimetrias na área do euro.
Face aos actuais constrangimentos da zona euro, uma política orçamental expansionista só poderá ser implementada ao nível da União Europeia, uma vez que a essa escala não existem os mesmos problemas de dívida e défice que se registam à escala destes países. Por outro lado, é também à escala europeia que existem os meios institucionais para canalizar investimentos para as regiões e sectores que mais dele precisam. Ou seja, nas actuais circunstâncias, apenas a nível europeu se pode quebrar o ciclo vicioso entre soberanos debilitados e bancos descapitalizados.

(Adaptação do texto de apelo à apresentação de propostas no âmbito do «Projecto Ulisses - Salvar a Europa a partir do Sul», que podem ser submetidas até 15 de Setembro de 2013. O montante a atribuir é de 10 mil euros e os termos e condições do concurso podem ser consultados aqui).

4 comentários:

Zekk disse...

Ou seja, querem dar um prémio a um paper que diga o que já se diz há anos sobre as soluções para a crise das dívidas soberanas, continuando a ignorar que o verdadeiro problema é um bloqueio político para as implementar. Assim não chegamos a parte nenhuma.

Anónimo disse...

O europeísmo de esquerda ingénuo (ou talvez nem tanto...) em todo o seu esplendor!

E ainda por cima arrogante, com a exclusão serventuária das alternativas (monetárias, financeiras, orçamentais) que não passem pelo afunilamento na manutenção do euro e na submissão aos interesses e à vontade (além de que à diponibilidade e capacidade, que também têm limites) dos grandes monopólios europeus e do diretório de países hegemonizado e comandado pela Alemanha.

Desculpe-se a indelicadeza, mas o Rui Tavares bem pode pode pagar nos 10 mil euros e ir limpar com eles o cu do grande capital europeu. Não queira é para o nosso povo, o triste papel a que se presta.

Aires da Costa disse...

Sou leitor assíduo do vosso blog, e não estando muitas vezes de acordo com análises publicadas, nem com algumas posições dos autores, não posso deixar de me surpreender negativamente com a vossa divulgação deste concurso sem nenhuma observação.

Aires da Costa disse...

...plano de "recuperação e desenvolvimento...

Como diria o meu irmão Menezes, esta é fácil:

Canalização de todos os fundos estruturais, financiamentos do BEI e outros instrumentos existentes e a criar para o apoio a:

1 - Investimento em bens transacionáveis acima de um determinado montante.
2 - Formação de mão de obra especializada, com particular relevo para engenheiros e gestores

3 -Criação das condições de contexto favoráveis a saber:

a) Mercado de trabalho real, onde o trabalhador e a empresa tenham a liberdade de fazer os contractos que acordarem: ordenado; horário, férias, indeminização por rescisão, etc.
b) Sistema fiscal competitivo: IRC nulo para as SPGS e para os investimentos acima de um determinado montante
c) Mercado imobiliário efetivo de modo a libertar os centros históricos e torna-los disponíveis para o grande investimento
d) Colocação no mercado dos bens de domínio público ainda existentes e que são um travão ao desenvolvimento, por exemplo em Portugal as praias.

Esta das praias, diz o meu irmão Meneses, talvez não seja bem aceite pela tal europa que ainda não se apercebeu do potencial desta privatização; Outra vezes diz que não porque esta área não ia atrair muito investimento em euros; outras porque isso ia aumentar muito os custos das férias dos camones. Não sei bem mas ele acha que esta não cai bem, já os portos é outra conversa, diz.

PS O que ele diz também, já me ia esquecendo, é que é necessário um clima de consenso. Não sei é como é que ele metia isto num plano de recuperação e desenvolvimento: são coisas que é melhor eu não saber