segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Pensamento mágico

Cavaco Silva defendeu ontem a austeridade e uma “agenda de crescimento económico e de emprego”, ou seja, defendeu a recessão e o crescimento, uma coisa e o seu contrário, bem ao estilo do pensamento económico mágico, o das duas economias estanques, que domina Belém e não só. Um pensamento que se destina a conciliar o que Cavaco ainda não esqueceu sobre macroeconomia keynesiana e os interesses das forças sociais que sempre o apoiaram e que apostam hoje na eliminação total das sobrevivências da economia política do 25 de Abril. De resto, quem assinou Maastricht, quem aderiu à convergência nominal, sabe bem que este euro foi desenhado para fazer do “factor trabalho”, expressão de Cavaco, do salário directo e indirecto, a medíocre, porque lenta, destrutiva e regressiva, variável de ajustamento face aos desequilíbrios externos produzidos por uma aberração monetária.

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