segunda-feira, 28 de junho de 2010

Gzero

Vinte, noves fora nada, foi o resultado do G20. Nem taxa sobre as transacções financeiras nem imposto especial sobre os bancos. Neste aspecto a senhora Merkel (com a Europa a reboque) parece não ter sido nada persuasiva.

O mesmo parece já não se poder dizer da prioridade ao défice e à dívida. Aqui contra (quase) todos a senhora Merkel diz ter marcado pontos.

No entanto, vejamos bem o que é que o G20 concluiu quanto ao défice: reduzir para metade até 2013 sem dizer como. E o importante era dizer como, coordenar a estratégia, escolher entre a via Merkel da sangria desatada ou a via Obama da redução faseada pelo crescimento. O G20 não disse como. Afinal até quanto ao défice o G20 decidiu zero.

3 comentários:

Anónimo disse...

O que mais nos vai acontecer…

ICH BIN KEIN BERLINER!

DIE EUROPAEISCHE VÖLKER SIND AUCH NICHT BERLINER!

NIE WIEDER, NIE MEHR!

ANGELA, DAS IST GENUG!

rui fonseca disse...

" O G20 não disse como. Afinal até quanto ao défice o G20 decidiu zero. "

Está a falar a sério?

Pensa mesmo que um grupo como o G20deveria dizer como é que deveriam proceder todos os seus membros para atingir o objectivo fixado?

A mesma receita para todos?
Não quero acreditar.

Devo ter entendido mal.

João Aleluia disse...

Não existe a via Merkel e a via Obama, existem as vias possíveis.

Os EUA, devido à sua dimensão económica e devido ao dollar ser a moeda de reserva mundial, têm alguma, ainda que pouca, margem de manobra em relação ao timing do controlo do défice.

A Alemanha têm um stock de divida alto, mas não explosivo, e também tem alguma margem de manobra. No entanto uma vez que a economia alemã está já em recuperação e mais ainda em breve quando as exportações voltarem a disparar para a Ásia e para os EUA, não existe grande necessidade de prolongar a inevitável consolidação. Para mais, como a economia alemã não é tão dependente do estado como as economias dos PIIGS, a consolidação não tem impactos sociais tão negativos.

No caso de alguns PIIGS, como a Espanha e a Itália, a escolha é entre a consolidação hoje ou o default amanhã, portanto não há margem de manobra.

Para outros PIIGS, como Portugal e a Grécia, a escolha é ainda mais simples, é default hoje ou default amanhã.

Para os restantes países europeus, as situações variam, mas antes de pensar em qualquer plano de consolidação é preciso avaliar a capacidade de manobra que se têm. No caso de Portugal a capacidade de manobra é zero.