quinta-feira, 26 de março de 2009
Tempos difíceis para se ser neoliberal
via Arrastão
Resultados esmagadores em todos os sectores, menos na banca onde, mesmo assim, existe uma maioria em favor do público. Estes resultados mostram bem o desfasamento entre o que querem as pessoas e o que têm feito os últimos governos. Mostram também como a prioridade à luta por serviços públicos de qualidade é um desígnio estratégico para a esquerda de hoje. Querem perceber a desilusão dos cidadãos com os "políticos"? Olhem para a política do centro à luz destes gráficos.
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23 comentários:
José Guilherme,
Uma pergunta genuinamente sincera e ingénua : quem é que vai gerir estas empresas quando elas forem serviço público? de onde vêm e como são nomeados os gestores ou os responsáveis destes serviços públicos? é um acto político ou um acto técnico de gestão?
...é que eu tenho uma dificuldade (garantidamente uma falha minha) em conseguir encontrar Líderes, Técnicos ou Gestores á altura das expectativas destes futuros serviços públicos, disponíveis para colocarem a hipótese de interromperem a sua carreira no sector privado e virem para organizações/empresas públicas sem se confrontarem inevitavelmente com acusações de estarem a ganhar balúrdios, comparativamente com os restantes funcionários públicos...nestes últimos... eu também tenho dificuldade (garantidamente outra falha minha) em conseguir encontrar experiências e/ou competências adequadas!
É uma falha minha ou vês algum fundamento nestas minhas ideias ?
Abraço,
Miguel
Apetece-me dizer que o "povão" não sabe o que quer. Porque nos últimos trinta anos tem votado sempre naqueles que defendem o desmantelar do sector público.
Quanto a mim, entendo a provisão de serviços publicos por parte do Estado como um contrato entre a sociedade para se sentir segura. Desde as reformas até ao serviço de saúde passando pelo subsidio de desemprego, temos sempre uma forma extraordinaria do ser humano ser seguro pela sociedade, face ao risco.
A grande questão da direita prende-se com a crença no mérito, ou seja, quase uma selecção natural, dos mais aptos, o desempregado só é desempregado porque não é apto, e por isso não merece protecção. O idoso, se não poupou enquanto trabalhava foi porque não teve mérito suficiente para poupar, ou ter um bom ordenado. Quem tem um acidente é porque não teve o mérito de ter cuidado. O que está implicito nisto é a ideia de que todos somos os ÚNICOS responsáveis por tudo o que nos acontece e por tudo o que fazemos. Ou seja, o ser humano vive sozinho, como um eremita, não dependendo em nada de toda a sociedade que o envolve.
Corrijam-me se estiver enganado nesta minha análise...Mas penso que a entrada do Estado na economia deve ser entendida como um contrato de toda a sociedade como forma de se proteger a ela própria e a todos os seus membros, pelo reconhecimento da inter-dependência entre eles. A crítica a este nível surge com a ideia de que o estado está ao serviço de interesses, daí que, quanto a mim, sejam então necessários dois passos, como define Boaventura de Sousa Santos: "O Estado deverá ser parte da solução, mas só depois de profundamente democratizado e livre dos lóbis e da corrupção que hoje o controlam." Ou seja, tornar a democracia verdadeiramente participativa e verdadeiramente representativa de todos os cidadãos, para tornar a intervenção do Estado verdadeira intervenção da sociedade com vista ao bem comum.
Tudo isto só para pedir a quem souber mais que eu (todos) que corrija a minha análise e me ajude melhor a perceber o que está em jogo...
Um abraço
tpsantos
Fábula de Manhattan
Bernie Madoff e a vingança das lagostas
por Woddy Allen
Sobre as reacções a estas sondagens, vale a pena talvez ler este artigo já com um par de anos:
http://www.inthesetimes.com/article/3185/whos_afraid_of_democracy/
"Believing that “people are rational as consumers and irrational as voters,” many conservatives would favor free markets without democracy"
Caro José Gusmão,
Concordo com a importância de um estado social forte. No entanto, considero que o estado não deve deter o monopólio sobre a área social. Julgo que se deverá acolher a ideia de Muhammad Yunus de canalizar o poder do mercado livre para resolver problemas sociais, através de negócios (sociais) com potencial para gerar receitas suficientes para pagar os custos das suas operações e possibilitar o seu crescimento.
Miguel,
Sobre a ideia de que só se atrai gente competente com rendimentos pornográficos, convido-o a consultar as conclusões de um projecto em que participei com vários outros ladrões, (NORMEC - A dimensão normativa da Acção Económica). Para já, basta ler os jornais para saber que os gestores sobre-pagos do sector privado não tem tido um desempenho particularmente invejável e o meu post anterior para saber que existem bons gestores públicos. Aliás, muitas das empresas que foram privatizadas, já davam lucro quando eram públicas. A diferença é que revertia para o Estado.
Ricardo,
Todos os países que têm os melhores índices na área social, prestam-nos através da provisão pública. Por exemplo, na área da saúde, o João Rodrigues já aqui postou muita evidência empírica sobre os resultados desastrosos do modelo norte-americano, tanto no plano do acesso, como da qualidade, como da despesa para o Estado. Desse ponto de vista, a defesa da consagração desses serviços como uma área de negócio é pouco mais do que um artigo de fé. Toda a evidência empírica desmente que seja uma boa opção.
Eu até acho que deveríamos voltar aos tempos mais antigos e ser tudo ESTADO.
Talvez ao modelo de planeamento central(ex. URSS) que tão belos resultados teve, pelos exemplos de países desenvolvidos que nos deixou.
Por muito que tentem dizer o contrario, este modelo é sem duvida o melhor.
Churchill disse um dia . " Não há pior sistema que a democracia, mas ainda assim é o melhor que temos".
O mesmo se aplica ao capitalismo.
www.zapeador.blogspot.com
José Guilherme,
"a ideia de que só se atrai gente competente com rendimentos pornográficos" não é, pelo menos, uma ideia minha, nem algo que eu defenda ou aceite! Eu que sempre trabalhei no sector privado e contactei com muitos gestores do sector público, encontrei sempre (deve ser mais outra falha minha) muito mais exigência política, no perfil desses "gestores" do que capacidade ou competência técnica, ou experiência adequada: muitos deles eu nem os queria para porteiros dos meus escritórios!
Não estou a tomar a floresta pelas poucas árvores que conheço; estou a relatar a minha experiência, má ou boa...é a minha!
"os gestores sobre-pagos do sector privado não tem tido um desempenho particularmente invejável" é tão válido como "os gestores mal pagos do sector privado têm tido um desempenho particularmente invejável" - Não percebi!
Gostava de perceber qual a tua opinião sobre: quem é que vai gerir estas empresas quando elas forem serviço público? de onde vêm e como são nomeados os gestores ou os responsáveis destes serviços públicos? é um acto político ou um acto técnico de gestão?
Abraço,
Miguel
PS: é agora que vale a pena fazer estas perguntas e é agora que vale a pena arriscar TODAS as respostas!...é agora!!!
José Guilherme,
Bingo. É hoje que eles se enterram de vez. Agora até mostram que percebem menos que nós do que diziam perceber: mercado. Eu só me ri de tão fácil que foi: venha daí, e traga um amigo:))
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/o-enterro-das-teses-economicas.html
Provavelmente ter-se-à de começar por ensinar, desde o básico ao uiversitário, que o dever público é um dever MAIOR!! Ouvi recentemente uma entrevista da Simoneta Luz Afonso que é um exemplo desse dever MAIOR!! ... outra(o)s haverão, concerteza!!!
Penso que Primeiro é um acto Politico; em Segundo, rodeado de bons técnicos!
O "HE" e outros confundem sistematicamente "planeamento" com URSS.
Para além do planeamento imperativo, vinculativo de toda a economia, característico da Ex-União Soviética, o planeamento, nomeadamente o planeamento indicativo, foi um instrumento largamente utilizado pelas economias mistas ocidentais, nomeadamente a França, pelos vistos com bons resultados após o desastre da IIGG. Já agora, estes conceitos são transmitidos logo no ensino secundário. Portanto deixem-se do papão da URSS, que já não pega!
José Sousa,
...é a velha argumentação "reductio ad communismum" demonstrativa de falta de... argumentos sérios !
Não percebo esta treta do "Planeamento Centralizado" versus "Mão Invisível do Mercado"...como se não houvesse mais nenhuma outra alternativa!
O Problema não é existirem este tipo de raciocínios na vox populi, o problema é haver quem tenha capacidade de pensar mais "longe" e mais "largo" e continue a querer demonstrar que o "Planeamento Centralizado" continua a ser a única alternativa à "Mão Invisível"...mesmo quando já ninguém o deseje (ao planeamento centralizado) nem o defende.
Camarada Maria Povo,
Mais do que "o dever público" ser "um dever MAIOR" eu acrescentaria que o DEVIR (D-E-V-I-R) Público é um Devir MAIOR, na acepção Nietzscheriana do "torna-te quem tu és", ie não há nada que seja intrinsecamente ou exclusivamente privado! Tudo o que nasce no plano social (indivíduos, comunidades, organizações, empresas...) deve permanecer no plano social, ie não pode ter uma existência "egoísta". Por exemplo, a responsabilidade Social de uma empresa não ser reduzida à responsabilidade assumida pelos e para os respectivos stakeholders ou "partes interessadas" (esta última faz-me urticária!).
Abraço,
Miguel
Caro Tiago Santos,
A sua análise é clarividente e certeira.
A diferença essencial entre a Esquerda e a Direita reside na maneira como o mérito é entendido.
Para a Direita há pessoas com mais mérito do que outras, e consequentemente as primeiras devem ter mais Poder (político, económico ou social) do que as segundas. Isto aplica-se a todas as ideologias de Direita: para o neoliberalismo a avaliação do mérito é feita pelo mercado; para o conservadorismo o mérito resulta da submissão à tradição (social, religiosa); para o fascismo o mérito advém da obediência ao mais forte, ao líder. E assim por diante.
Para a Esquerda todo o ser humano tem igual mérito à partida, independentemente das condições em que nasce. E defende que o Poder (político, social, económico) que cada um tem deve ser largamente independente das acções (ou mérito por exercício) de cada um. A igualdade está no centro da política de Esquerda.
Por aqui se percebe que a Democracia, em particular a Directa ou Participativa, é intrinsecamente um ideal da Esquerda, que a Direita profundamente despreza. O grande erro dos antigos países, ditos socialistas, foi exactamente o não terem implementado princípios democráticos de controlo (do Estado). De tal modo, que efectivamente se pode facilmente defender que o regime em tais países era efectivamente um regime de Direita, onde uma minoria era considerada mais meritória (porque mais obediente ao Partido) e como tal tinha acesso a mais Poder (político - eram quem decidia; económico-social - tinham previlégios no acesso a bens e exigiam deferência aos seus conterrâneos).
José M. Sousa
Convém esclarecer que o sistema que hoje temos, a nível mundial, nasceu no final da 2ª Guerra Mundial, e que as opções eram duas:
a) O modelo que hoje vigora(claro que não neste grau de desenvolvimento, foi evoluindo até chegar ao que hoje é);
b) ou o modelo alternativo, da Ex URSS, de planificação central.
Eram estas as duas opções que existiam na altura. Nos anos 60/70 tentou-se uma terceira via, que levou à formação do movimento dos não alinhados, mas que não teve sucesso.
Perante as alternativas que existiam, a maioria dos países optou pelo modelo actual. E na minha singela opinião, optou bem.
Chamem-lhe o que lhe quiserem chamar, (planeamento indicativo, também há quem considere ainda uma terceira categoria, planeamento activo) as opções eram entre, o modelo que hoje vigora, ou o modelo da ex união soviética.
ja agora, o planemento indicativo em França, acontece com a execução do IV plano, dito de "desenvolvimento económico e social" e respeitante ao período de 1962-65. a II guerra terminou em 1945. A escolha da França em 1945, aquando dos acordos Bretton Woods, foi pelo sistema actual.
É claro que não ha modelos puros,nem acredito em modelos puros. os modelos sofrem alterações de acordo com os países e as situações específicas de cada um, aliás, mesmo os países capitalistas, nem todos são identicos. Uns são mais liberais outros menos liberais, isto é, uns aceitam IDE de maneira totalmente liberal, outros mediante certas condições etc, etc.
A URSS, para mim, nunca foi um papão, nem deito mão desses argumentos. Apenas me limitei a constatar factos, historicamente comprovados.
Pelos vistos, o Capitalismo é que é um PAPÂO, para certas pessoas.
Caro HE,
O Capitalismo não é um PAPÂO, para certas pessoas! O Capitalismo papou-se a ele mesmo e "certas pessoas" tiveram que sofrer as consequências de algo que não paparam nem queriam papar: o "pensamento único" que converge para o mesmo ponto intelectual e para o mesmo ponto da acção..."O Capitalismo é a única alternativa ou uma alternativa única, porque não há mais nenhuma outra" ou "o Capitalismo em Democracia é o melhor dos sistemas porque a alternativa é o planeamento central e/ou a ditadura do estado".
Papões?!?!?...neste momento?!?!?! AGORA!?!?!
Caro HE, só mais um detalhe: um dos que anda a pagar pelo que foi papado pelos "papões" do BPN, BPP...entre MUITOS outros cartolas, sou eu e outras "certas pessoas"...get it?!?
Sr. Pedro Viana;
A sua análise é profundamente e totalmente errada.
Q o q escreve seja o q pensa, td bem. Está enganado, e ninguém o leva mal por isso. Todos erramos e nos enganamos, num ou noutro momento da nossa vida.
Agora vender isso como alguma análise filosófica sobre Direita/Esquerda já vai um passo, visivelmente maior q a sua perna..
Demoraria mt tempo (q n tenho) a explicar e argumentar o seu erro.
Mas n posso deixar de lhe dizer q a relação q faz entre o mérito e a igualdade é de uma desonestidade intelectual enorme, e q só por aí msm (por esse erro) poderia xegar à conclusão q a democracia é algo "que a Direita profundamente despreza"..
É desonesto porque confunde o mérito (sim, caro à direita, pq caro a todos nós) com a noção q que esse mérito é definido à nascença! (não diz por estas palavras, mas é o q se depreende pela sua caracterização da esquerda"Para a Esquerda todo o ser humano tem igual mérito à partida")..
Onde está a relação da importância do mérito e a sua definição à partida!?
Onde está a relação entre a importância da equidade Vs igualdade e o "desprezo" pela democracia!?
bem..todos erramos, não é!?
....o que eu já me fartei de rir!!!
Notícia do Jornal de Negócios: "Joe Berardo culpa os executivos bancários e os operadores do mercado de derivados pela actual crise financeira dizendo que eles deveriam estar todos presos . O empresário aponta também o dedo ao investidor George Soros pelo falta de controlo no mercado financeiro."
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=360958
...quantos dentes partiu o boçal do J.Berardo a morder esta quantidade de gente ao mesmo tempo!
Caro HE!
Sugiro que leia um autor largamente referenciado neste blogue: Ha-Joon Chang, nomeadamente o seu livro "Bad Samaritans".
Mas está a esquecer-se logo à partida do PLANO Marshall, que, como o nome indica, era um plano, ainda por cima orientado pelo americanos.
Se houve um IV Plano em França é porque houve um I Plano.
É interessante como tantos à Direita, ou seja que apoiam políticas de Direita, recusam-se a aceitar como seus os princípios básicos que sustentam as ideologias de Direita. Existem várias possíveis razões, mas não sei qual será a mais prevalecente: (1) se a sua recusa fôr verdadeira, isso pode indicar que o ideal de Esquerda penetrou de tal maneira o imaginário social, que alguém "acusado" de o não perfilar instintivamente nega tal, com receio do estigma social; (2) se a recusa fôr falsa, de certo modo a razão é a mesma, e alguém nessa situação vê-se na contingência de negar que se opõe ao ideal de Esquerda (a igualdade) não vá à partida colocar-se numa posição de inferioridade argumentativa perante o interlocutor aos olhos de quem (real ou imaginariamente) assiste. Uma questão interessante do ponto de vista da psicologia social.
Mas vamos lá responder ao PMA:
"É desonesto porque confunde o mérito (sim, caro à direita, pq caro a todos nós) com a noção q que esse mérito é definido à nascença! (não diz por estas palavras, mas é o q se depreende pela sua caracterização da esquerda"Para a Esquerda todo o ser humano tem igual mérito à partida").."
Depreende mal. Existem várias ideologias de Direita e de Esquerda. Todas as de Direita enaltecem o mérito. Quase todas aceitam que quem nasce tem efectivamente mérito diferente (abstractamente poderá haver alguma que seja diferente neste ponto, e apenas considere aceitável como factor de diferenciação o mérito por acção, mas na realidade não conheço tal ideologia...). Acha que não?... Diga-me que ideologia de Direita não defende que por A nascer de pais ricos tem direito (por mérito de nascença) a que estes usem o seu poder económico-social para o beneficiar? Dito de outra maneira, por A nascer de pais com Poder económico-social, a Direita defende que automaticamente isso lhe dá direito a ter efectivamente mais Poder económico-social: a criança A merece mais do que outras, ie. é mais meritória, porque nasceu de pais com mérito. Porque é que o direito à herança é central à Direita, enquanto que a Esquerda sempre o combateu?... No entanto, a não ser em certas implementações extremas, as ideologias de Direita aceitam que o mérito de alguém evolua como resultado das suas acções. Resumindo, para a Direita as pessoas nascem efectivamente com diferente mérito, há quem tenha direito a mais do que outros, mas isso não quer dizer que para uma grande parte da Direita o que alguém mereça num dado momento da sua vida não seja também resultado das suas acções (apesar de haver sempre uma componente de mérito ligada à nascença, derivada do direito a herança, que em nenhum momento desaparece ao longo da vida).
"(...)(sim, caro à direita, pq caro a todos nós)(...)"
Não, o seu conceito de mérito não é caro a todos nós. Genericamente, para a Esquerda ninguém se torna mais "meritório", mais merecedor (de Poder, político, económico ou social), mesmo que se diferencie ("positivamente") dos outros (pela acção). Claro que existem variantes à Esquerda, que tanto se diferenciam quanto às políticas necessárias para se atingir um certo grau de igualdade como se diferenciam quanto ao grau de igualdade (ou de desvalorização do mérito) que pretendem atingir. E obviamente há um contínuo entre a Esquerda e a Direita, havendo um zona de transição onde se encontra talvez uma parte significativa das pessoas.
"Onde está a relação entre a importância da equidade Vs igualdade e o "desprezo" pela democracia!?"
O desprezo pela Democracia à Direita advém da possibilidade que esta abre de, através do acto de decisão colectiva, o mérito, ou a recompensa do mérito ser abolida. Dito de outra forma, a Democracia permite a implementação da Igualdade. Para a Direita é literalmente injusto e imoral que a Democracia permita a (uma maioria de) pessoas de "mérito (económico-social) inferior" sobrepôr a sua vontade a (uma minoria de) pessoas de "mérito (económico-social) superior" (por exemplo num dado momento tornando colectiva a propriedade antes privada). Note-se que também há à Esquerda quem olhe para a Democracia com muita desconfiança, porque esta não resulta necessariamente na decisão (colectiva, pela maioria) de abolição da desigualdade (económico-social).
Indique-me um só autor, livro, blogue, assumidamente de Direita onde seja defendida a Democracia Directa ou Participativa, em que o poder de decisão colectiva seja ilimitado. À Esquerda encontra inúmeros. A Direita simplesmente não aceita como válido o princípio democrático da decisão pela maioria, tentando continuamente restringi-lo.
José M. Sousa
Ha-Joon Chang, não precisa de me recomendar, porque conheço. Poderá ler dele " reinvindicar o desenvolvimento - um manual de política alternativa". Como não sou um dogmático, tenho por hábito ler todas as correntes de opinão, para assim estar devidamente esclarecido em relação aos assuntos.
Quanto ao Plano Marshall,bastará analisar os resultados que teve e verá que foi graças a ele que a Europa recuperou da 2ª guerra mundial.Bem sei que também foi ele que impediu que a europa caísse para o lado Soviético. com o primeiro pacote financeiro de 400 milhoes de dolares para a Grécia e turquia( se a memoria não me atraiçoa) e depois expandido ao resto da europa. Quanto ao facto de ter sido orintado pelos Americanos, nada me move contra americanos, ou qualquer outro povo, todos têm coisas boas e coisas más.
Quanto ao facto de afirmar "Se houve um IV Plano em França é porque houve um I Plano." apenas digo duas coisas: 1 - certamente houve um II e um III, pela lógica racional dos números.
2- Ao ler essa afirmação, não pude deixar nos SILOGISMOS Gregos: " tudo o que tem pernas anda, a cadeira tem pernas, logo a cadeira anda."
è que o facto de ter existido um I, II e III, não significa que tenham utilizado o planemaneto indicativo.
Termino com uma sugestão de leitura, já que todos nós devemos ter uma função pedagógica: " Mario Murteira - o IV plano francês - uma experiência de planeamento indicativo"
Hey, this is great:
Financial Times, 2020
" We Live in Financial Crimes" :-)
"You Get the Market Forces,
We Get The State Welfare"
"Tony Blair, the former prime minister, received a ritual scourging outside Notre Dame Cathedral yesterday as he continued on his expiatory pilgrimage to Rome.
Dressed in bright orange sackcloth, and wearing the ashes of British parliamentary democracy on his head, the penitent was beaten about the face and body by personal envoys of Pope Jeanne I, costumed as apes and eating Camembert." :-)
On the 1st of April I'll be there. History cannot be stopped, whatever the legal systems designed to slow it down.
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