Vítor Bento deveria defender, neste contexto, uma nova arquitectura económica na U.E., onde haja efectiva coordenação entre os diferentes países e um real orçamento europeu que corrija assimetrias e possibilite uma rede de protecção social a todos os europeus (nada de muito diferente do papel que os orçamentos de cada país têm na coesão nacional).
sexta-feira, 13 de março de 2009
O problema não está nos salários III – O simplismo
O facto do problema de competitividade estar situado na inflação e não nos salários reais não nega que haja um problema na divergência dos custos unitários de trabalho. Ele existe, mas a exposição de Vítor Bento, não é só manipuladora, como simplista. Ignora-se por completo a raiz do problema: a falta de coordenação de política económica dos países da moeda única. Até à chegada do Euro, um dos critérios de adesão era a convergência das diferentes taxas de inflação europeias. De facto, nos anos que precederam o euro assistiu-se a uma convergência das diferentes taxas de inflação. No entanto, tal critério foi abandonado no pacto de estabilidade, devido ao estreito entendimento de considerar que com a moeda única a única variável que poderia afectar a inflação seria o défice orçamental. Estavam enganados. A partir da criação do euro as taxas de inflação começaram a divergir nos países aderentes. O resultado foi, por um lado, a existência de taxas de juro reais próximas do zero ou mesmo negativas para os países com maiores taxas de inflação, uma vantagem competitiva face aos países, como a Alemanha, com taxas de inflação menores. Por outro lado, os seus custos unitários de trabalho nominais aumentaram face a estes países, perdendo competitividade.
Vítor Bento deveria defender, neste contexto, uma nova arquitectura económica na U.E., onde haja efectiva coordenação entre os diferentes países e um real orçamento europeu que corrija assimetrias e possibilite uma rede de protecção social a todos os europeus (nada de muito diferente do papel que os orçamentos de cada país têm na coesão nacional).
Vítor Bento deveria defender, neste contexto, uma nova arquitectura económica na U.E., onde haja efectiva coordenação entre os diferentes países e um real orçamento europeu que corrija assimetrias e possibilite uma rede de protecção social a todos os europeus (nada de muito diferente do papel que os orçamentos de cada país têm na coesão nacional).
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2 comentários:
Essa arquitectura é o âmago da questão. Mas o BCE que bem reflecte na imagem, não admitiu ainda que estamos como se prova aqui (http://tinyurl.com/d5sh38) em cenário de efectiva deflação. O que pode bem implicar o colapso do modelo actual de uma UEM a 16.
CSantos
O Bento é um pateta. Devia limitar-se ao ensino.
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