É pouco provável que, até ao momento, os cosmocratas que reúnem em Davos, os Bilderbergers, a Comissão Trilateral, o G8 e quejandos, tenham decidido o que quer que seja que vá ao encontro dos anseios daqueles que procuram soluções para a crise e clamam por justiça e transparência nas democracias. Parece bastante mais plausível admitir que os objectivos imediatos dos donos do mundo visam apenas medidas correctivas do funcionamento do sistema financeiro global, de forma a impedir que os seus lucros venham a sofrer novos reveses e a sua hegemonia seja ameaçada. As justificações para a intervenção dos Estados nacionais nos processos de falência dos bancos, ou a ideia de que é preciso criar regras para o funcionamento dos offshores em vez de, pura e simplesmente, os desmantelar, constituem indícios preocupantes de que o parasitismo do capital sobre o trabalho está longe de morrer com esta crise.
Depois de todas as cimeiras e reuniões de emergência ocorridas desde o agravamento da crise em Outubro do ano passado, segue-se agora uma reunião do G20 na qual muitos depositam as suas esperanças para o surgimento de iniciativas capazes de sanar o sistema financeiro. Mas parece claro que as mudanças necessárias não se poderão resumir ao mero saneamento de activos tóxicos do sistema e a sucessivas injecções de liquidez – mais transfusões de sangue oferecidas aos vampiros, quando se percebeu já que o poço não tem fundo. Para mais, parece também consensual nos vários quadrantes de análise que a crise é, igualmente, uma crise de valores. Mas se o extermínio do parasitismo é possível com medidas concretas, ainda que possamos interrogar-nos sobre a coragem dos políticos para o fazer – e, pelo que se vê na liderança (?) europeia, permanecermos cépticos – , o altruísmo, a bondade, a honestidade, a solidariedade e a decência não se criam por decreto nem, muito menos, com os consensos minimalistas patrocinados por Durão Barroso.
Um modelo de desenvolvimento orientado para o "crescimento" com base na irracionalidade competitiva dos mercados é, sem dúvida, um cancro difícil de extirpar. Mas com ou sem inversão radical de valores, o agravamento das tensões parece inevitável e, a par com o aumento incontrolável da pobreza e do desemprego, é bastante preocupante o teor da missiva dirigida pelo Director de Estudos do LEAP/E2020 aos dirigentes do G20. Não nos esqueçamos que, tal como escreveu Daniel Bell na sua análise das contradições culturais do capitalismo, em meados da década de 70, «os indivíduos não suportam muita incerteza nas suas vidas», pelo que parece ser, precisamente, em circunstâncias como as que se vivem presentemente que «as instituições tradicionais e as instâncias democráticas de uma sociedade colapsam e que transbordam o irracional, as emoções de raiva e o desejo de um salvador político».
Depois de todas as cimeiras e reuniões de emergência ocorridas desde o agravamento da crise em Outubro do ano passado, segue-se agora uma reunião do G20 na qual muitos depositam as suas esperanças para o surgimento de iniciativas capazes de sanar o sistema financeiro. Mas parece claro que as mudanças necessárias não se poderão resumir ao mero saneamento de activos tóxicos do sistema e a sucessivas injecções de liquidez – mais transfusões de sangue oferecidas aos vampiros, quando se percebeu já que o poço não tem fundo. Para mais, parece também consensual nos vários quadrantes de análise que a crise é, igualmente, uma crise de valores. Mas se o extermínio do parasitismo é possível com medidas concretas, ainda que possamos interrogar-nos sobre a coragem dos políticos para o fazer – e, pelo que se vê na liderança (?) europeia, permanecermos cépticos – , o altruísmo, a bondade, a honestidade, a solidariedade e a decência não se criam por decreto nem, muito menos, com os consensos minimalistas patrocinados por Durão Barroso.
Um modelo de desenvolvimento orientado para o "crescimento" com base na irracionalidade competitiva dos mercados é, sem dúvida, um cancro difícil de extirpar. Mas com ou sem inversão radical de valores, o agravamento das tensões parece inevitável e, a par com o aumento incontrolável da pobreza e do desemprego, é bastante preocupante o teor da missiva dirigida pelo Director de Estudos do LEAP/E2020 aos dirigentes do G20. Não nos esqueçamos que, tal como escreveu Daniel Bell na sua análise das contradições culturais do capitalismo, em meados da década de 70, «os indivíduos não suportam muita incerteza nas suas vidas», pelo que parece ser, precisamente, em circunstâncias como as que se vivem presentemente que «as instituições tradicionais e as instâncias democráticas de uma sociedade colapsam e que transbordam o irracional, as emoções de raiva e o desejo de um salvador político».
25 comentários:
Caro Francisco,
O problema é que parece que as decisões do G20 já estão tomadas. Pelo menos em rascunho. E garanto-lhe que são uma desilusão:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/g20-vi-o-draft-da-declaracao-final.html
Caros,
Há aqui alguma reflexão que merece 'outra' abordagem.
"Parece bastante mais plausível admitir que os objectivos imediatos dos donos do mundo visam apenas medidas correctivas do funcionamento do sistema financeiro global, de forma a impedir que os seus lucros venham a sofrer novos reveses e a sua hegemonia seja ameaçada"
"... donos do mundo...", "...a sua hegemonia seja ameaçada" é assim que nós, Homens e Mulheres de esquerda vemos o neoliberais e todos os outros cães de guarda do Capitalismo Selvagem?!? eu não os vejo assim!!! Andamos a lutar contra algo que depois os qualificamos como os "... donos do mundo..." e esperam que 'eles' se comportem como?!? então a atitude não gera atitude?!? Bloqueamos a nós mesmos a NOSSA capacidade de intervenção quando assumimos perante nós mesmos este tipo de posicionamento mental (ficamos impotentes perante os "... donos do mundo..."!!!...quem não fica?!?!) - já não sei quem escreveu, mas concordo e defendo que "Cuide de seus pensamentos, porque se tornam palavras, escolha suas palavras, porque se tornam ações, entenda suas ações, porque se tornam hábitos, estude seus hábitos, porque se tornam seu caráter, desenvolva seu caráter, porque ele se torna o seu destino."
A Revolução já está em marcha e a Luta, agora, faz-se na rua e com ACÇÃO e estes cavalheiros não merecem ser tratados como os "donos do mundo" - DE FACTO 'eles' precisam mais de nós do que o contrário! 'Eles' fazem EXACTAMENTE tudo aquilo que NÓS deixamos 'eles' fazerem!!!...nem mais!!! O Pensamento crítico sem acção, é um desperdício de energia e de tempo!!! DE FACTO os nossos valores impulsionam-nos para a tolerância intelectual, mas o NOSSO PROBLEMA é que não temos AGIDO em função e com o mesmo peso dos nossos valores! MEA CULPA: cedemos muito facilmente perante a invocação, por parte 'deles', dos NOSSOS valores de Tolerância e de Liberdade, para 'eles' os usarem/manipularem apenas em proveito próprio e exclusivo: ESTÁ NA HORA DE AGIR FIRMEMENTE SEM CEDER E NA MESMA MEDIDA E PESO DAQUILO EM QUE ACREDITAMOS, ie, sem andarmos à procura de quem são os "donos do mundo"...senão estamos a empurra-los para que 'eles' assumam esse papel ou...para que alguém o assuma: não é a questão do PODER que proponho a reflexão , mas antes a questão da Acção como consequência e resultado do Pensamento!
Os que controlam o Capital, têm métodos próprios e não hesitam em usa-los! Assumamos-nos como Cidadãos e não como Consumidores ou como Agentes de mercado...ou as m3rd4as que inventam para andarmos de coleira ao pescoço!!! Não podemos deixar que coisifiquem o Homem e a Mulher, Cidadãos e não outra 'coisa' qualquer!!!
NÓS, temos os nossos métodos e...apenas os usamos conforme as regras 'deles'...mas nem isso fazemos: continuamos a chama-los de "donos do mundo" !
A citação do D.Bell "«as instituições tradicionais e as instâncias democráticas de uma sociedade colapsam e que transbordam o irracional, as emoções de raiva e o desejo de um salvador político»" ilustra o que existe neste momento: emoções de raiva e o desejo de...MUDAR O MUNDO!!!
Aos fracos e pobres de espírito resta acreditar nas figuras paternalistas de eventuais "Salvadores" que se dizem "donos do mundo" !
"modelo de desenvolvimento orientado para o "crescimento" com base na irracionalidade competitiva dos mercados é, sem dúvida, um cancro difícil de extirpar" mas não será a "educar" os neoliberais nem será "com inversão radical de valores" que esse "cancro" acaba HOJE. Não há que temer "o agravamento das tensões" porque já assistimos ao "aumento incontrolável da pobreza e do desemprego" - QUEM RECEIA A ACÇÃO?!?! eles não receiam...estão a forçar onde acreditam haver menos resistência: naqueles que acreditam, defendem e praticam a Tolerância e a Liberdade, como valores fundamentais da Humanidade! Nós, Homens e Mulheres de Esquerda!!!
QUEM RECEIA A ACÇÃO?!?!
O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas sim por aquelas que permitem a maldade (A. Einstein).
Abraço,
Miguel
E mais uma vez (até quando?!?!?) as decisões do Mundo são contra os interesses da Maioria das Pessoas, como se gosta muito de se dizer agora, dos Cidadãos!!!
O grande perigo serao os serviços repressivos voltarem-se contra estes mesmos Cidadãos!!!... se vissem o aparato policial que estava à frente da AR aquando da manifestação dos agricultores...
Em frança, hoje, um grupo de trabalhadores da caterpiler(?) "sequestraram", dentro da fábrica, os administradores!!! querem negociar os "restantes" postos de trabalho!! advinhem que se houver policia a "proteger", quem irão "proteger"???!!!
G20, 21 ou 22, com estas alternativas não vamos lá!!! esperam-se milhares (que representam MILHÕES!!)de pessoas em representação dos Cidadãos do Mundo a manifestar-se nas ruas de Londres!!! espero que se consiga passar a mensagem alternativa e que nos oiçam!!! e que não mostrem "só" os desacatos, que muitas vezes "só" servem para encobrir o essencial....a Força dos Cidadãos que RECUSAM este modelo paasita!!!
abraços
Miguel,
... não diria melhor!!!
mas à pergunta: quem tem receio da acção?? só me fez lembrar uma palavra de ordem da época do Glorioso PREC: quem tem medo do comunismo?? e a resposta continua a ser a mesma: a Burguesia!!!
bora lá!!! o 1º de Maio está à porta!!!!
abraços
camarada maria
A tradução da carta do director do LEAP/E2020 está em resistir.info, a não perder!!!
abraços
Camaradas,
A "Secção" dos comentaristas dos "Ladrões de Bicicletas" (obrigado por nos inspirarem) está firme, resoluta e pronta para converter a "tensão" em ACÇÃO!!!
"No tenemos miedo" e não há "...donos do mundo...", nem à esquerda nem à direita !!!
Abraço,
Miguel
Caro Miguel,
Onde está o pensamento por detrás da Accção que propões?
Melhores Cumprimentos,
Stran
Camarada Stran,
Em qualidade e quantidade, podes (não só, mas também) encontrar parte desse Pensamento nos posts do "Ladrões de Bicicletas" e no "O Valor das Ideias". Se procurares a antítese desse pensamento, sempre podes dar um salto ao "Insurgente" (não só, mas também), mas recomendo sais e medicamentação para a azia.
Resumindo, o pluralismo da Esquerda Portuguesa tem pensamento de sobra para alavancar a acção que precisamos concretizar - não precisamos de fazer "Benchmarking" com outras esquerdas...
Respondi à tua pergunta?
Grande Abraço,
Miguel
Oi Miguel,
Mais ou menos. No mais diria que já percebi que tipo de pensamento falavas e não posso deixar de concordar contigo. (embora não concorde totalmente com o "pensamento" mas é por isso que sou a favor do pluralismo).
No menos tenho dizer logo à partida o conselho de ir aos insurgentes (embora apreciei muito a dica que deste), honestamente tenho estomago fraco para esse blogue. Outra parte que eu acho que ficou em falta no "pensamento" antes da acção (e daí incluir no menos) é o pensamento estratégico para executar a acção.
Isto é, como é que se vão aplicar as decisões desse pensamento, no cenário e instituições actuais?
Stran
Meus caros amigos, depois de ler mais uma peça do ataque da direita neoliberal a Jorge Sampaio, confesso que apelo a todos à indignação. http://tinyurl.com/dgwwfz
Chamar o homem de anti-democrata é inadmissível.
Carlos
Camarada Stran,
"o pensamento estratégico para executar a acção" é útil quando podemos investir tempo nele e neste momento receio que não hajam recursos temporais para muitos pensamentos estratégicos - proponho a acção imediata, haja ou não pensamento estratégico construído previamente.
Como é que se deveriam aplicar as decisões no cenário e instituições actuais: através da acção imediata, começando por deixar para trás as ideias de "donos do mundo" incluindo a vontade de educar o "povo neoliberal" ou provocar uma inversão radical dos valores neoliberais.
Não tarda nada, por inacção e por nossa responsabilidade, estamos a explicar à geração seguinte, porque tardámos a agir quando do "outro lado" da barricada só havia histéricos, "feridos" e "mortos" !
Abraço,
Miguel
Camarada Miguel,
"...começando por deixar para trás as ideias de "donos do mundo" incluindo a vontade de educar o "povo neoliberal" ou provocar uma inversão radical dos valores neoliberais."
Concordo totalmente.
Obrigado por me "aturares"
Obrigado pelos comentários. Confesso-me surpreendido pela urticária causada por uma metáfora cujo tom é de manifesto desdém pelos opulentes e poderosos deste mundo. Quanto ao apelo do Miguel à luta na rua, suponho que decorra igualmente do exercício da metáfora...
Francisco Oneto
Francisco Oneto,
Relembro que o Pensamento crítico sem acção, é um desperdício de energia e de tempo!
Se não temos o controlo do capital, nem mecanismos para cortar os seus fluxos especulativos e fazer dor onde ela é mais sentida no outro lado da barricada, resta-nos o "bom senso" e ... a "calma" e ... a fé?!?
Sempre ouvi dizer que a única forma de ganhar experiência é Experimentar ! Dado que do nosso lado da barricada ainda insistimos em panaceias baseadas em "...donos do mundo..." (fantasias mitómanas) e "...inversão de valores neoliberais..." (pseudo-moralismos) está na altura de partir para a acção do tipo "tentativa-erro" visto que a Revolução já desceu às ruas e já está em marcha!
Podemos ignorar a revolta dos MUITO PROVÁVEIS 50 Milhões de novos desempregados (previstos para 2009 no Ocidente...fora China) e fazer a fuga para a frente, ignorando as "escaramuças" dos Trabalhadores em todo o mundo e ter Fé que se tomarmos uns sedativos temos um sono feliz e descansado...e que quando acordarmos a balbúrdia já passou !
Deixo-te uma metáfora do Bertold Brecht (1898-1956):
Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista
Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei
Agora levaram-me a mim
Mas já era tarde.
As minhas perguntas são (desculpem a minha informalidade): durante quanto tempo ou quanto mais é que nós, Trabalhadores, Homens e Mulheres de Esquerda, temos que abrir as pernas para 'eles' ? Quando é que "sentimos" que finalmente chegou a nossa vez (de assumirmos a responsabilidade dos nossos Valores, Pensamentos e...Acções) ? Quais as opções e mecanismos/ferramentas que temos à nossa disposição para não 'os' ofendermos com as nossas ideias e em simultâneo conseguirmos sobreviver (não sermos tratados como coisas nem sermos obrigados a desistirmos dos nossos desejos e sonhos como Cidadãos, Homens e Mulheres do Mundo) no mundo irracional e "tóxico" que 'eles' criaram ?
Se há algo que não vale a pena é QUERER que as nossas ideias ENTREM e FIQUEM nas cabeças daqueles que não pensam como nós! Não me obriguem ao mesmo e não me obriguem a ser politicamente correcto com quem se está a c4g4r para aquilo que eu penso e fundamentalmente para aquilo que é a minha dor ! A minha dor e a dor de muitos milhões de Cidadãos do Mundo inteiro que estão a sofrer por causa da irresponsabilidade Intelectual e Material da pseudo-liberdade do Capitalismo e da visão neoliberal desse Capitalismo.
A Coisa morreu, acabou! o Capitalismo foi autofagico e bárbaro com ... ele próprio e com todos os "agentes de mercado" incluindo os Consumidores! Seremos Cidadãos quando agirmos como Cidadãos e não apenas quando pensarmos e reflectirmos a nossa Cidadania!
Chegou a vez da Acção ! Quem é que receia Agir?
Abraço,
Miguel
A mim parece-me que as pessoas que têm vontade de lutar contra o sistema estão a lutar contra o inimigo errado. O capitalismo e o mercado livre são vistos como um "cancro" que de alguma forma retira prosperidade ao cidadãos. Nada podia estar mais errado. O capitalismo e o mercado livre permitem afectar os recursos disponiveis da forma mais eficiente e eficaz. Quando se metem demasiados regulamentos á mistura e se deixa os bancos centrais e governos intervirem no preço do dinheiro (taxas de juros), para além de subsidiar tudo e mais alguma coisa é que surgem os problemas. Intervenção do Estado é desejavel em certas áreas e até certo ponto. Demasiado Estado só pode prejudicar a economia pois introduz no sistema desiquilibrios e incentivos perversos. Quem acha que a culpa da crise deve-se ao capitalismo e mercado livre tem que rever as suas assumpções. Aconselho-vos a ver o brilhante discuros de Peter Schiff, que podem encontrar no link seguinte :http://www.youtube.com/watch?v=EgMclXX5msc
Pois...eu andava desconfiado que essa história de a crise ter origem no "excesso" de regulação e que apenas o mercado livre de bancos centrais e regulações estatais poderia ter evitado a "crise", haveria de chegar à parvónia !
Carlos, há-de-me dizer, sff e se for oportuno, qual é a sua "prosperidade" actual obtida por essa cena que não é um cancro!
"O capitalismo e o mercado livre permitem afectar os recursos disponiveis da forma mais eficiente e eficaz"
Carlos, há-de-me dizer também, sff e se for oportuno, quais são os seus "recursos disponiveis" obtidos por essa cena que não é um cancro!
O que vale é que os "donos" desse discurso, são todos milionários, incluindo o Carlos!
Miguel
Veja primeiro o link que deixei antes de dizer palhaçadas. Procure ainda na intenet ouvir as palavras de pessoas como Ron Paul, Lew Rockwell... Pessoas que vêm alertando ha anos para a crise actual. Se puder leia também algumas coisas sobre von Mises e outros seguidores da Austrian School of Economics. O capitalismos e o mercado livre( aquele que temos agora é tudo menos isso), sem os bancos centrais e os governos a determinar o preço do dinheiro , e com isso induzir perigosos desiquilibrios no sistema, são a unica solução que funciona, é um facto historico. Por fim, engana-se redondamente quanto á minha pessoa, sou estudante universitário e infelizmente não sou milionário.
Os recusos económicos são o capital e o trabalho. Se voçê acha que o Estado, com os seus burocratas é a melhor forma de afectar esses recursos de forma produtiva e efeciente, então vai me explicar porque é que o sistema socialista teve os resultados que teve em todos os paises em que foi implementado.
Aqui ficam mais uns links para aqueles que acham que a intervenção dos Estados resolve alguma coisa:
http://www.youtube.com/watch?v=kYLNP5KAbq0
http://www.youtube.com/watch?v=3AlD6U7O1pE&feature=related
e já agora vejam o Crash Course em www.chrismartenson.com para ficarem com uma ideia do que os Bancos Centrais, nomeadamente a Fed fizeram á economia americana e mundial
Caro Carlos,
Compreendo a sua dor e a paixão com que a descreve, mas não sou eu o mais avisado para aliviar ambas.
Lamento mas tenho alguma dificuldade em ler "outros seguidores" seja de quem for! Eu próprio não sou nem nunca fui "seguidor" de ninguém nem de cousa nenhuma...falta-me experiência disso, para poder compreende-lo e para compreender esses "outros seguidores".
Como é óbvio, não vou comentar as "palhaçadas" que conseguiu descobrir nas minhas palavras, se isso é algo que só o Carlos vê, garantidamente não é algo que eu me deva preocupar - sendo garantidamente ingénuo tornou-se inócuo quando o li; sem stresses!
Se "infelizmente não" é "milionário" como disse e felizmente é um "estudante universitário" e isso pode ser uma oportunidade tremenda para FINALMENTE começar a aprender alguma coisa, em vez de andar a tentar ensinar os outros. Já está na idade para começar...a aprender!
Eu infelizmente, quando era estudante universitário (antes de Bolonha, no IST), só conseguia aprender e não tinha muito tempo nem vontade de ensinar gajos velhos como eu que aos 41 anos já trabalham há 19 anos! tempos modernos...
Por outro lado, percebendo pela sua eventual juventude (estudante universitário) que ainda não teve a oportunidade (o tempo garantidamente fará o favor de lhe dar essa oportunidade) de materializar a sua sapiência eminente, em riqueza acumulada e "prosperidade" ("infelizmente não sou milionário"), não se preocupe que pelo seu discurso, a minha experiência de vida diz-me que o Carlos vai longe...muito longe...em "prosperidade" e em "recursos disponiveis" que o "capitalismo e o mercado livre... afectará da forma mais eficiente e eficaz" - o Carlos tem futuro e queda para a coisa; tem é que arranjar espaço ...para cair com souplesse e um pouco mais de salero!
Por fim, não me engano redondamente quanto á sua pessoa: reconheço que demonstrou capacidade de ofender e insultar todo e qualquer um, sem qualquer tipo de pudor e isso, lá para as bandas do "capitalismo e o mercado livre" é bastante apreciado e tido em conta! Eles gostam de jovens arrogantes e agressivos como o sapiente "estudante universitário" aqui demonstrou!
Por outro lado, eu gostava de ter paciência para lhe poder explicar algumas "coisas" que o sapiente "estudante universitário" aqui questiona, mas o meu tempo e vontade (confesso) só me chegam para isto:
A lógica "reductio ad communismum" é sinónimo de alguma fraqueza, não só de espírito, mas também dos conhecimentos. O mundo não é só "preto e branco" ou "verdade e mentira", caro "estudante universitário"!
Se ninguém tiver a paciência de lhe explicar o que isto quer dizer, dê algum tempo a si mesmo e vai ver que a paciência é um recurso que nos permite crescer e ver o mundo em toda a sua plenitude.
Estou consigo, Carlos, o youtube sempre foi uma enorme e frutuosa fonte de conhecimento...vá enviando que eu, se tiver tempo e oportunidade, vou ver.
Fique bem e deite-se cedo!
Miguel
Infelizmente é preciso recorrer ao youtube, porque as universidades e os media teimam em mostrar uma visão parcial dos factos. Talvez se vir realmente os links que postei e ler alguns dos autores que sugeri, pode ser que mude de ideias quanto ao suposto "bicho-papão" do capitalismo e dos mercados livres. e não use a idade como argumento, pois é o pior que pode arranjar.
Carlos,
Eu sou um velho jarreta xéxé, pah !
A minha idade já não me dá nada de bom, porque cada dia que passa tenho mais e melhor consciência de que nada sei sobre cousa nenhuma!
Eu vou ver realmente os links que postou e se tiver tempo e oportunidade vou ler alguns dos autores que sugeriu e... pode ser que mude de ideias! Quem sabe?!? Os tempos são de oportunidade e tudo pode acontecer!!!
Até lá se quiser continuar a passar por aqui e trocar umas ideias, sugiro que dê a si mesmo uma oportunidade para aprender, porque afinal "nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que brilha é prata" e pode ser que descubra aqui um complemento interessante ao youtube para consolidar e testar as suas ideias - mas recomendo que não diga a mais ninguém aquela cena das "palhaçadas" ...pode haver quem se ofenda! 'tás a ver a cena man?!? ;-)
Agora é que é: fique bem !
Miguel
Peço desculpa pela cena da "palhaçada". Foi realmente inapropriado e assumo o erro. Eu por norma estou sempre aberto a novas ideias e sugestões. Qualquer espaço (este blog incluido) onde se possa discutir abertamente estes temas é positivo para o bem comum. A minha preocupação é de que a maioria da população esteja a ser enganada pelo politicos, banqueiros e media acerca das verdadeiras razões da crise e das falhas do capitalismo. E com isso, passarem ao lado das questoes essenciais. o principal problema, tal como referi, é o enorme poder que é dado aos bancos centrais de intervir em algo tão essencial para o funcionamente de uma economia saúdavel, como é o preço e quantidade de dinheiro em circulação (o chamado quantitative easing, ou impressão de dinheiro que agora está na moda).A raíz do problema está precisamente aí, no entanto as pessoas culpam o capitalismo e o mercado livre, como se a liberdade individual e a meritocracia (2 principios do capitalismo) fossem coisas más.
Carlos,
"discutir abertamente estes temas é positivo para o bem comum"
1) discutir abertamente;
2) positivo para o bem comum.
OUTSTANDING !!!
"a maioria da população esteja a ser enganada pelo politicos, banqueiros e media acerca das verdadeiras razões da crise e das falhas do capitalismo"
1) "maioria da população" pressupõem que há uma minoria que...?
2) "verdadeiras razões da crise" - uiiii... o que não falta por aí são iluminados que não tendo previsto a "crise" AGORA têm explicação para 'ela' ou até dizem que a 'coisa' é meramente sistémica;
3) "das falhas do capitalismo" - uiiiii... é melhor reservar esse tipo de opiniões para quem tem uma grande confiança pessoal, porque hoje em dia, sendo politicamente incorrecto dize-lo, não ajuda na procura de "bons" empregos! Principalmente quando se está rodeado por "seguidores" da Escola Austríaca!...é melhor falar (em público) em "crise do capitalismo"...e dizer que os neoclássicos SÓ falharam no racionalismo e na matemática (diga que eles não conseguiram modelar, matematicamente, as "bolhas" ou as...bolas).
Quando sentir que é o momento de atirar com "enorme poder que é dado aos bancos centrais", prepare-se para poder justificar e fundamentar a Moeda; se quiser temos um doutoramento feito por um Português (da UCP, claro!!) em que a conclusão é "a Moeda é necessária"...lá pode encontrar algumas ideias geniais e originais (pena é que onde é genial não é original e quando consegue ser original não é genial).
"as pessoas culpam o capitalismo e o mercado livre, como se a liberdade individual e a meritocracia (2 principios do capitalismo) fossem coisas más"
1) se "as pessoas culpam" alguma coisa eu explico-lhe um "truque": quem culpa, normalmente, tem dificuldades próprias com outro tema mais abrangente do que a "culpa": a responsabilidade, ie, deve ser um indivíduo com dificuldades em integrar o conceito de "responsabilidade" nele próprio - por isso, normalmente, essas "pessoas" e as respectivas opiniões são inócuas;
2) Proponho uma abordagem mais pragmática e menos idealista sobre o "capitalismo e o mercado livre". A Liberdade de Pensamento (uma questão de relacionamento do Indivíduo com ele mesmo) mais do que uma questão de Liberdade de Expressão.
3) "liberdade individual e a meritocracia"...uiiiiiiii... proponho (em vez de me repetir ou de transcrever) que pesquise esses temas aqui neste blog; vai encontrar ideias e debates muy interessantes...MESMO!
4) "coisas más" - desculpe a minha repetição, mas "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas sim por aquelas que permitem a maldade" (A. Einstein).
Não era necessário pedir desculpa e a assunção de eventuais erros é sinal de integridade: Bem Vindo !!!
Um Abraço,
Miguel
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