terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Diário

2 de Fevereiro de 2012,
em plena troika, dizia Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro da coligação PSD/CDS: 
“No programa eleitoral que apresentámos no ano passado e no nosso programa de Governo não há uma dessintonia muito grande daquilo que é o memorando.” Por isso, a execução do programa não é “uma espécie de obrigação pesada”. “Não fazemos a concretização daquela programa obrigados, como quem carrega uma cruz às costas. Nós cumprimos, porque acreditamos que, no essencial, o que ele prescreve é necessário fazer em Portugal.”
Um programa de ajustamento que cortou abruptamente a despesa pública em Saúde, Educação, apoios sociais, etc. José Junqueiro, vice-presidente da bancada do PS, considerou que o primeiro-ministro 
 
...“está a confessar, pela primeira vez, que quer fazer estas políticas; que quer mudar a Educação, a Saúde e a Segurança Social; que este é o momento oportuno para a captura de empresas como a TAP e as Águas de Portugal”.“Toda a gente já compreendeu que o executivo aproveitou o memorando para colocar em prática a sua política ultraliberal, de esmagamento da classe média e de captura dos poucos rendimentos dos mais pobres”.
 
Na verdade, como assinalaram nesse mesmo dia, o comunista João Oliveira e o bloquista João Semedo, o programa eleitoral nada dizia sobre isso. Se fosse esse o caso,  
 
...“o PSD e o CDS não tinham ganho as legislativas. As medidas não eram conhecidas e por isso os portugueses sentem-se enganados” (João Oliveira). “É verdade que já tínhamos percebido que as políticas do Governo cumprem as políticas da troika (...) convicta e alegremente” (João Semedo).

Aliás, no mesmo jornal Público, referia-se declarações do então ministro da Saúde e actual presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo:
 
A Lei dos Compromissos, o diploma que, entre outras matérias, impede os hospitais de comprarem medicamentos e outro material, se não tiverem dinheiro em caixa, “coloca graves questões à gestão e planeamento dos hospitais”. Falando na Comissão parlamentar de Saúde, o ministro reconheceu, pela primeira vez, que “vai ser muitíssimo difícil aos hospitais responderem” ao que está previsto nesta lei no que toca à impossibilidade de as unidades contraírem novas dívidas junto dos fornecedores, e que actualmente atingem cerca de três mil milhões de euros.

Uma declaração comentada por João Semedo do BE: 

O ministro “até pode chegar ao fim do mandato sem dívidas”, mas também “sem Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.   

14 comentários:

Anónimo disse...

Muitíssimo oportuno

JE disse...

A memória é um exercício revolucionário.

Não é por nada que tantos vira-casacas, oportunistas, camaleões, toupeiras, pseudo-arrependidos e outras coisas mais, pugnam pelo apagamento da História

Anónimo disse...

Enquanto os Portugueses eram entretidos com o êxito da paf, "além da troika", o rapaz núncio fechava os olhos à saída de 50 biliões para as offshores.

Jose disse...


Nada mudou substancialmente a não ser regalias para a função pública e criar emprego público para mal suprir uma quebra de 12,5% na força de trabalho no SNS.
Tudo regado a estímulos ao consumo e ao turismo para arrecadar impostos.

Os orçamentos passaram a farsas de orçamentar para não gastar ou para desviar destinos sem rectificaçoes - a balda e o engano como grandes opções do Plano.

Investimento, poucochinho!

Anónimo disse...

Êxito da PAF? Isso dizia a propaganda deles E parece que as contas não são bem essas

Anónimo disse...

Um comentário poucochinho de José
Falou-se da memória e José volta aos seus discursos de Pafista bem regado. Da força de Passos para acabar com o SNS sabemos todos. Ele também andou a mexer nos bolsos alheios mas os ladrões são assim. Embora este também andasse a encher os bolsos dos fugitivos aos impostos.

Anónimo disse...

Oh JE, êxito no sentido de música popular. Tipo pimba ou malhoa. Dahhhh

Anónimo disse...

Dahhh?
O anónimo parece que se sentiu atingido. Um pouco mais de decência, que isto aqui não é o gabinete do ministro holandês

Nádia F

Jose disse...

O SNS como bandeira de esquerda são um ridículo que o SNS não merece.

Os principais hospitais e institutos públicos de saúde existentes no país começam por ser obra do Estado Novo.
O que é bandeira de esquerda é o alargamento do serviço gratuito a quem pode pagar.
Suspeita-se que o fizeram na antecipação de que de todos fariam pobres necessitados.
Os serviços privados de saúde estão aí a provar que não o alcançaram, a bem dos necessitados do SNS.

Anónimo disse...

José e o Estado novo

João Ramos de Almeida disse...

Caro José,
Deve ter vivido noutro país antes do 25 de Abril. Dizer que "a principal bandeira da esquerda é o alargamento do serviço gratuito a quem" - aqui deve terse enganado - "a quem NÃO pode pagar" parece um objectivo e tanto, a não desprezar. olhe, basta ler as sessões parlamentares para se perceber a situação sanitária nacional.

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2019/02/1979-quando-marcelo-se-marimbava-para-o.html

os serviços privados estão a provar a opção política de colocar o Estado a financiar um serviço privado. OPor alguma razão sempre se esteve contra a exclusividade do pessoal médico, por alguma razão se fez aprovar uma Lei de Bases em que se colocou o Estado a incentivar o sector privado e por alguma razão nunca se fez crescer e articular o SNS de modo de albergar os cuidados do funcionalismo público.

Anónimo disse...

Jose e o estado fascista
Alguns dados:
Morriam 7740 crianças antes de terem completado o primeiro ano de vida que correspondia à taxa de mortalidade infantil de 45 por mil nascimentos vivos (14 vezes superior à actual) e a esperança de viver ao nascimento era 13 anos inferior à de hoje.
Em 1973, 18% dos portugueses que morreram não tinham chegado aos 50 anos de idade, facto que, por si só, traduz a prematuridade do final da vida devido a causas evitáveis que não eram evitadas.
As saudades dos mafiosos, da miséria e da decadência do país. Vamos fornecendo os números a pedido dos saudosistas do estado fascista

Trinta e três disse...

O José pura e simplesmente não conhecia, nem conhece o país.

Anónimo disse...

Conhece o país conhece. Conhece o país que quer, impinge-nos o que quer como país.
Tal como o trinta e três de resto.