segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Holanda: combater os offshores, mas só lá fora?

Na Holanda, propôs-se recentemente a criação de uma taxa sobre empresas que decidam mudar-se para regimes fiscais mais favoráveis para travar a "corrida para o fundo na tributação empresarial". A ideia é acertada, mas não deixa de ser curioso que venha de um dos principais promotores desta tendência.

Um estudo do FMI e da Universidade de Copenhaga estimou que a Holanda e o Luxemburgo são os principais recetores de "investimento fantasma", captando quase metade do total de fluxos movidos por engenharia financeira das empresas. Os investigadores concluíram que, ao todo, mais de 1/3 dos fluxos de Investimento Direto Estrangeiro a nível global (cerca de 15 biliões de dólares) “passam por empresas fantasma vazias” sem “atividade empresarial real”.

As multinacionais responsáveis por estes movimentos têm um objetivo claro: pagar o mínimo possível em impostos. E fazem-no de forma legal, aproveitando os regimes fiscais de países como a Holanda: de acordo com a Oxfam, só em 2016, empresas como a Google, Uber, Pfizer e Nike utilizaram o regime holandês para escapar ao pagamento de mais de 100 mil milhões de dólares em impostos sobre lucros obtidos noutras paragens. É por isso que é indispensável alterar as regras de tributação e garantir que as empresas pagam impostos onde exercem atividade. É mesmo uma questão de justiça social.

12 comentários:

Anónimo disse...

Excelente post

Jose disse...

'garantir que as empresas pagam impostos onde exercem atividade'

Ainda não vi definida a 'medida de actividade exercida'.

Vicente Ferreira disse...

Aqui fica um comunicado recente da OCDE sobre a estratégia para tributar as multinacionais nos locais em que exercem atividade, baseado no plano de ação BEPS 2.0 (Base Erosion and Profit Shifting): https://www.oecd.org/tax/beps/statement-by-the-oecd-g20-inclusive-framework-on-beps-january-2020.pdf

Anónimo disse...

As abetardas fofinhas da UE andam há 20 anos a pensar em tributar as multinacionais da mega-evasão fiscal.
Nunca passou das intenções e continua a não passar das intenções.
Agora, supostamente temos todos um dilema: ou aceitamos o extremismo do centro, ou então temos os venturas deste mundo à "perna".
Um pouco como o dilema que se coloca aos americanos: ou aceitam tudo o que o par neoliberal biden/harris têm para lhes "oferecer" ou então ficam com a "coisa".

Gancia disse...

Interessante artigo apesar da redundância.
Não percebo como se pode dar crédito a estes senhores holandeses que no passado sempre viveram da guerra de corso (pirataria), sobre os países do sul, especialmente Portugal e Espanha? Enquanto a cobiça o negocio e a fé, levaram os portugueses e espanhóis mar adentro, perdendo-se nas tragédias marítimas, estes "corsários" do norte limitavam-se a esperar pelas presas nas enseadas para fazer o massacre e saque respectivos, sem custos maiores. Actualmente este "hábil" povo parece fazer mais do mesmo, mas claro está, com as ferramentas actuais. Paladinos da poupança e austeridade desde que não toquem nos seus umbigos. Europa coesa? Com gente desta? Convêm apagar a historia, pois assim os mais novos não vos levam a sério!... Apregoar a água e beber o vinho, nunca convenceu ninguém, quem não vos conhece que vos compre.

Para a Posteridade e mais Além disse...

difícil de realizar para as multinacionais onde o facebook exerce actividade mesmo

Anónimo disse...

Esta coisa do “extremismo do centro” é um rematado disparate

Não há qualquer extremismo do centro. É neoliberalismo puro e duro, apresentado assim desta forma como um TINA mal disfarçado

O resto é conversa da treta para ver se assim passa

Anónimo disse...

Há também um evidente esforço de • gancia” apresentar a “ coisa” segundo as leituras históricas de um “ Rui Ramos” Estão lá algumas das cenas operáticas dos piratas ao jeito das estórias do citado. Chega a ser ridículo a tentativa de branquear os actos de pirataria de “nuestros hermanos” para ver se o pastiche em torno dos holandeses passa

A histórias dos “ paladinos da poupança e da austeridade” ê de facto o mito que se que fazer passar. O que está em causa são outras coisas , aqui denunciadas no post

Pelo que o vinho apresentado como se fosse água não passa. É apenas uma mistela fraudulenta

Anónimo disse...

Temos assim que para o “ Gancia” este artigo ê “ interessante”
Apesar da redundância

E sendo redundante, é interessante

Donde, para o Gancia, o interessante ê redundante.

Só pode mesmo ser do outro que nos impinge o in vino veritas como se fosse água. Afinal não passa de líquido putrefacto

Anónimo disse...

Isto que eles fazem é pirataria.
Desde finais do século XV que são uns piratas.

Anónimo disse...

Tal como na Bíblia e nos demais maniqueísmos humanos, só há paraísos porque há infernos. Vivemos num inferno fiscal, e quem pode, paga por um paraíso.

JE disse...

Para a posteridade confirma-se que joão pimentel ferreira está em roda livre

Um "anónimo" repete as tretas de Gancia. Pensa que acertou no rumo da fraude a passar pelos filmes correspondentes

A questão não são os piratas. A questão é mesmo a sordidez duma sociedade neoliberal. Assim a modos da defendida por João pimentel ferreira

Que volta,citando a Bíblia de forma tão maniqueísta que até dói

Inferno fiscal? A treta repetida pelos trumps dos vários sítios. Para que este esbulho enorme denunciado no post possa passar despercebido e esta cambada possa continuar no paraíso