quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Uma justificação ilustrada para a requisição civil

Como sabemos, não há direitos absolutos. Neste caso, o direito à greve foi subordinado ao direito de passear de iate. Isto, depois de ponderada avaliação política. Ou não?


Lá está, isto obviamente não passa de uma bem orquestrada conspiração da Direita.

20 comentários:

Jose disse...

Esta é a esquerda que sempre me emociona!
Esta é a esquerda que sempre vê a Direita à vela e a motor.
Esta é a esquerda que sempre sabe onde está a Direita.
Esta é a esquerda que sempre sabe onde está a Razão.
Esta é a esquerda de sempre!

JE disse...

Este é o jose de sempre

Comove-se até às lágrimas sempre que põem em causa as mordomias dos coitadinhos que apenas querem gasolina para os seus iates

Anónimo disse...

O Joaquim Coimbra está em condições de nos assegurar que esse abastecimento em concreto se enquadra nos serviços minimos/ requisição civil ?

Cump.

MRocha

Jaime Santos disse...

Ou este abastecimento se enquadra na alínea b) do número 1 do Despacho 63/2019 que fixa os serviços mínimos:

'b) Abastecimento de combustíveis líquidos, gasosos, a granel ou embalado, destinado a todos os postos de abastecimento do território nacional, e de combustíveis e matérias perigosas a clientes finais, tendo por referência 50% dos trabalhadores afetos a este tipo de serviços por cada empresa, nas mesmas condições em que o devem assegurar em dias úteis, de feriado e/ou descanso semanal, em período homólogo'

em cujo caso a Marina de Vilamoura é um posto de abastecimento como outro qualquer, a não ser que o Paulo Coimbra defenda que as leis se façam não 'ad hominem' mas 'ad locum', ou o abastecimento foi feito por alguém que não aderiu à greve, o que é um direito constitucional de qualquer trabalhador, por muito que isso chateie quem a faz.

Mais valia ir ler os despachos antes de fazer insinuações, sim?

Paulo Coimbra disse...

Caro MRocha,

O Paulo Coimbra está em condições de assegurar que, o tempo de trabalho usado para abastecer a marina podia ter sido usado para garantir o combustível a serviços de facto essenciais ao país. E que, assim sendo, o total das horas trabalhadas sob requisição civil contém um período de tempo, aquele usado para abastecer a marina, para o qual não há justificação legal.

Pergunte sempre.

Anónimo disse...

Caro Paulo Coimbra,

Peço desculpa pelo lapso na troca do seu nome.
Quanto à matéria em apreço, devo acrescentar que a minha questão não pretendeu ser retórica e que a sua resposta não me parece que a esclareça. Com efeito nada do que foi veiculado nos permite afirmar que o abastecimento da marina tenha sido incluida nos serviços minimos. A ser assim, e até prova em contrário, posso sentir-me legitimado para imaginar que o "desvio" de um abastecimento para esta oportuna "fotografia" é um excelente argumento para quem estiver predisposto a atacar a actuação do governo nesta matéria. Tão bom que até me pode passar pela cabeça que não tenha acontecido por acaso. E dai a importancia que dou à contextualização que não tenho e que o PCoimbra pelos vistos tb não tem. Não acha ?

Cump.

MRocha

Paulo Coimbra disse...

MRocha,

Tem razão, de facto não tenho. Mas lá que é uma fotografia tramada, lá isso é, quando uma requisição civil com uma amplitude sem precedentes (e que objectivamente inviabiliza o direito constitucional à greve) é defendida com o argumento que a paralisação dos motoristas põe em causa actividades e serviços imprescindíveis ao normal funcionamento do país. Não acha?

Anónimo disse...

Paulo Coimbra,

Tem razão, é uma fotografia tramada. Tão tramada que me deixou cheio de perplexidades várias que não têm nada a ver com a minha opinião pessoal quanto à justeza da greve nem a oportunidade da resposta do governo. Uma dessas perplexidades é esta: então os senhores motoristas em legitima greve, que, na defesa das suas reivindicações vão ao ponto de recusar a requisição civil para abastecer os postos da rede de emergência, não tiveram problemas em ir atestar os iates ?! E ainda por cima com a SIC logo ali ao lado por mero acaso ?! Não acha extraodinário, Paulo Coimbra ? Ou, pelo menos: não acha que valia a pena sabermos mais sobre o que se passou ali antes de saltar para ilacções de qualquer espécie ?



Cump.

MRocha

Anónimo disse...

O problema é exatamente este abastecimento estar contemplado nos serviços mínimos! Penso que qualquer pessoa de bom senso perante este exemplo por demais evidente pode constatar que os serviços mínimos definidos por este governo (que tem apoio parlamentar do BE e do PCP) foram extremamente exagerados atacando o legítimo direito à greve dos trabalhadores.

Anónimo disse...

Caro MRocha um comentário do Jaime Santos faz o enquadramento do abastecimento à Marina na alínea b do número 1 do despacho dos serviços mínimos. Não tenho conhecimentos jurídicos para averiguar se efetivamente se verifica esse enquadramento ou não.

estevesayres disse...

Este governo de "esquerda", com o apoio das suas muletas incluído o Marcelo, não passam de uns traidores aos trabalhadores e ao povo em geral. Só não vê quem tem interesses!!!

Anónimo disse...

O sr Ayres diz que só não vê quem tem interesses.
A que interesses se refere ele? Ou que interesses ele não vê?
E as muletas que aponta, quais serão? As do Marcelo? As dele?
E os traidores aos trabalhadores quem serão? Os dele? Ele?
E o que será o povo em geral? Uma geral do povo? Género rodada em geral?

Anónimo disse...

Caro das 14:19,

Está a dizer-me que a alinea b do numero 1 tb despachou uma equipa da sic para o local do evento ?
No mais não me parece que valha a pena entrar nas questõs ditas juridicas antes de esclarecer o básico. E o básico, a meu ver, seriam coisas deste tipo:
- aquele posto está a ser abastecido por motoristas afectos aos sindicatos em greve ?
- se sim, pq não viram qq inconveninete em reabastecer aquele em detrimentos dos da rede de emergencia ou do aeroporto ?

Haverá quem lhe pareça tudo normal. Admito que o seja. A normalidade tem essa rara capacidade de produzir absurdos com a maior naturalidade. Mas o minimo de honestidade intelectual deveria ajudar a que não se saltasse directamente para ilacções sem se conhecerem os exactos contornos do contexto. Voilá !

MRocha

Anónimo disse...

"os serviços mínimos definidos por este governo (que tem apoio parlamentar do BE e do PCP)"

Parece que este já teve uma resposta aí num post ao lado. Que com a devida vénia se transcreve:

"Todos sabem ( ou quase todos) que o governo é um governo do PS viabilizado pelo PC, BE e . PEV. E resultou duma necessidade imperiosa de colocar um ponto final na governação criminosa de Passos e Portas

Não há um apoio parlamentar no sentido referido

O acordo foi e está escrito.

A prática e os factos demonstram que qualquer dos partidos à esquerda do PS já votou contra medidas emblemáticas do governo

E que o PS já votou ao lado da direita pura e dura durante esta governação

Pelo que a afirmação que "perante esta situação PCP e BE mantêm o apoio parlamentar ao governo" é uma aldrabice dura e pura"


Andam com uma sede que se atiram desta forma idiota ao pote


Lowlander disse...

Caro MRocha,
Acompanho-o no seu cepticismo da noticia trazido ao corpo deste blog por Paulo Coimbra. E concordo com a sua critica ao "confirmation bias" em que Paulo Coimbra possivelmente caiu.
Possivelmente um tiro ao alvo.
Mas atencao, os argumentos de base que Paulo Coimbra suscitou, e bem, noutros textos mais felizes nao sao anulaveis por este. Se e isso que tenta argumentar entao nada mais faz tambem do que criar uma falacia de espantalho.

Lowlander disse...

*um tiro ao lado

Anónimo disse...

Caro Lowlander,

O meu alvo é única e simplesmente o comentário à noticia da sic feito sem contexto, que tb não conheço. Nada mais.

Cump.

MRocha

Anónimo disse...

Entretanto, segundo o SulInformação, a descarga de 4ª feira em Vilamoura teria sido abastecida por empresas espanholas. A confirmar-se, acabamos de assistir a um episódio de ejaculação precoce, eventualmente motivado por excesso de vontade de foder socialistas. Acontece! Mas a questão de base mantem-se: num primeiro tempo, o que motivou a sic a difundir este acontecimento sem o contextualizar ?

MRocha

Anónimo disse...

Obviamente que foi o sensacionalismo que leva a SIC a não contextualizar. E também porque contextualizar dá trabalho. Mas isso é algo normalissimo nos dias de hoje. Basta ver as notícias regularmente. Nem a imprensa escrita do contextualiza as notícias. Obviamente que se pode ir por uma teoria de uma grande conspiração mas não me parece ser a opção mais provável

Lowlander disse...

Caro MRocha,
Ainda bem. Assim sendo subscrevo em absoluto o que escreve aqui.