segunda-feira, 6 de março de 2017

Fazer distinções

Em 2014, Juncker, candidato da direita europeia até então conhecido pela sua defesa do paraíso fiscal luxemburguês, tornou-se presidente da Comissão graças ao apoio de uma maioria dos parlamentares socialistas europeus. «Não sei o que nos distingue», confessava na altura o seu concorrente social-democrata Martin Schulz. «Schulz adere em grande parte às minhas ideias», admite, em resposta, Juncker. Uma mesma proximidade ideológica explica o voto, a 15 de Fevereiro último, do tratado de comércio livre com o Canadá: a maioria dos eurodeputados sociais-democratas formou bloco com os liberais.

Serge Halimi, Obstinações europeias.

Controlo de danos, reabilitação da austeridade, pressões sobre a fiscalidade para obter supostos efeitos concorrenciais (que privam os Estados de preciosa receita fiscal) é o que a direita neoliberal tem feito desde que foi revelado o caso das transferências offshores. Combater este projecto passa por fazer críticas que correspondem às expectativas da base social e política que rejeita a austeridade e apoia o actual governo. Mas passa também por não descurar, a pensar num tempo mais longo, a capacidade de influir na formação dessas mesmas expectativas, actuando sobre o campo dos futuros possíveis.

Sandra Monteiro, Offshores, defeitos e feitios.

7 comentários:

Jose disse...

Uma só obstinação: os camaradas dirigentes sabem como governar o rebanho.
Quem não a tem, tem necessariamente que apostar em liberdades, ainda que reguladas; os mercados não são mais do que a confluência de tais liberdades.
Os mercados internacionais só têm uma adicional exigência: garantir que os camaradas dirigentes não viciem a competição e se assegure à partida a compatibilidade das regras.

Jose disse...

Louva-se a clareza da associação do apoio ao governo à rejeição da austeridade, com a advertência que há que conduzir uma tal expectativa para futuros possíveis: a maravilhosa austeridade de esquerda!

Anónimo disse...

Talvez herr jose se tenha enganado no post a responder. Acontece-lhe com alguma frequência. Ou então é o paleio que se repete ad nauseam, tal a necessidade de replicar as missas de defuntos da camarilha do regime.

O camarada dirigente jose está muito inquieto.
A sua maravilhosa austeridade de que foi arauto, de modo pimpão e caceteiro, conhecida como de sentido único, implacável e irrecusável, está-lhe a sair pelos fundilhos.

Os seus berros sobre o TINA ecoam ainda por aí e estão bastamente documentados. E os mercados assumem em pleno o direito às suas liberdades, às quais se prosta venerando e obrigado .

Reservará a linguagem grosseira para outras oportunidades em que se assumirá por inteiro aquele que nunca foi inteiro

Anónimo disse...

As tretas são o que são. Ontem este jose apresentava-nos uma definição de populismo do género: " sempre e tão só" , replicando assim a missa de noviço em jeito de bula definitiva.

Hoje, perante a denúncia da promiscuidade dos eurodeputados sociais-democratas com os liberais, foge obstinado para os braços dos seus amados mercados.

Ainda fugirá mais depressa quando confrontado com a denúncia dos bordéis tributários (perdão, dos offshores), pelos quais anda por aí a cantar hossanas, típicas de proprietário

Pelo meio as figuras tristes que fez, através do insulto soez e gratuito, de vero proprietário (perdão, de offshore) a quem não aparou os golpes do Núncio e da camnarilha.

O resto foi uma dança apatetada e inquieta, mutante e colorida, em que disse tudo e o seu contrário. Tal aliás como Paulo Núncio

Álvaro disse...

Hoje o publico titula o relançamento (ou melhor, aprofundamento) da UE de geometria variavel patrocinado pelos 4 grandes. Ja ha vozes a insistir no "pelotao da frente" como se isso fosse a opçao natural para um periferico. Face as propostas que vao aparecendo para esta reconfiguracao da UE, era importante estimular um debate que fosse mais detalhado do que a mera saida dos tratados.

Anónimo disse...

Ao fim destes anos todos, ainda ninguém compreendeu o que se esta a passar!
O que têm andado a fazer os investigadores/académicos, os que tem ligações às ciências politicas e às relações internacionais. Eu já não falo da maioria dos jornalistas, porque esses, é uma classe em vias de extensão...

Anónimo disse...

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