quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

As manobras de quem não se conforma com a geringonça

O site do Público dá hoje destaque a um artigo que tem como título "Gestão das áreas protegidas também divide a esquerda".

Este título é sintomático da agenda actual das direcções dos jornais do regime: tentar fragilizar a solução governativa que temos, enfatizando sempre que possível as divergências entre os partidos que a apoiam.

Note-se bem: nunca faltaram temas em que PS, PCP e BE discordassem. Nem os acordos que suportam a actual maioria pressupunham que elas desaparecessem. Pela minha parte, prezo muito as diferenças e espero que elas sejam assumidas, dentro de um espírito de lealdade. Valorizo a procura de entendimentos sempre que possível, não dramatizando o que não precisa de ser dramatizado.

O que os jornais do regime estão a querer enfatizar não são divergências de fundo - são quaisquer diferenças detectáveis de tom ou de opinião, qualquer intenção de assumir uma posição própria, enfim qualquer coisa que ajude a fomentar a ideia de que a maioria parlamentar está sempre por um fio. A verdade é que não está, por mais que desagrade a muita gente. E o recurso ao tema das áreas protegidas para tentar fomentar a ideia contrária diz bastante sobre o empenho de quem não se conforma com a existência da geringonça.

8 comentários:

Anónimo disse...


Em abono da verdade eu também discordo desta Geringonça. Mas não deixo de aceitar uma possibilidade quase Única de ver a esquerda unida no essencial. Desejo uma Geringonça mais atrevida na defesa da democracia, em que seja privilegiado o Trabalho.
A comunicação social, nas mãos das forças dominantes, sempre estiveram contra qualquer unidade de esquerda, exemplo – Chile de Salvador Allende – Ela para conseguir os seus fins chega a ir ate´ ao incitamento a´ violência, ate´ às últimas consequências (golpe fascista) como se viu nesse país e povo mártir. De Adelino Silva

Anónimo disse...

Nem mais

Duas notas breves:
-"O que os jornais do regime estão a tentar fazer". E a esmagadora maioria são mesmo jornais do regime

"O empenho de quem não se conforma com a existência da geringonça." E este empenho é observado quotidianamente. Nos tais meios de comunicação do regime - quase todos -, nas redes sociais e até por aqui.


Anónimo disse...


Bem observado, caro RPMamede.

João Pedro

Jaime Santos disse...

A comunicação social precisa de arranjar alguma coisa para reportar. Costa resumiu bem a natureza da Geringonça: numa coligação formal os Partidos que nela participam fazem de conta que estão de acordo (e de vez em quando nem por isso, como naquela novela da 'demissão irrevogável'), aqui assumem as diferenças. O importante é que a vontade (legítima) de afirmar princípios programáticos não leve a que se marquem golos na própria baliza e a que se façam (involuntariamente) fretes à Direita e à sua narrativa. Quanto à Imprensa, 'os cães ladram e a caravana passa'...

Anónimo disse...

Um frete à direita foi a cena da TSU.

Felizmente que corrigido e com sucesso.

Vale mesmo a pena lutar

Anónimo disse...

Também gostei muito da expressão: "jornais do Regime"

CCz disse...

Reflicta sobre isto e veja se aprende alguma coisa com a economia real em vez de repetir sebentas http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/empresarios-do-calcado-sem-portugal-em-vista?ref=HP_Destaquestr%C3%AAsnot%C3%ADcias

Anónimo disse...

Como?

Aprender alguma coisa sobre a economia real?
Repetir sebentas?

Mas ó ccz o que quer exactamente dizer com isso? Para além de ser malcriado e pedante claro.

Lê-se que é adepto e promotor da concorrência imperfeita e dos monopólios informais. Logo aqui ficamos a saber muito. E o que ficamos a saber cheira mal. É que não gosto nem de monopólios ( os "informais" quererão dizer os que se apresentam por debaixo da mesa? Mas monopólios é coisa do Capital predador) nem de "concorrências" imperfeitas paridas por gestores do Capital em busca de escapes legais.

Pelo que se ajusta o seu comportamento malcriado ao posicionamento económico-ideológico. Um beto a tentar espaço para promover o neoliberalismo no geral e as suas negociatas em particular. Um que saiu da Tecnoforma governou Portugal há bem pouco tempo com os resultados que se viram