quarta-feira, 13 de julho de 2016

Do Brexit ao Italexit?


Hoje à tarde participo, com Isabel Moreira e Álvaro Vasconcelos, num debate sobre o Brexit: andarei algures entre a repetição dos agradecimentos ao povo britânico e, como isto anda tudo ligado, a próxima crise, a da banca italiana, a enésima ilustração da inanidade, na melhor das hipóteses, da integração realmente existente: segundo a insuspeita The Economist, só será possível fazer aí alguma coisa de jeito, em matéria de capitalização bancária com dinheiros públicos, claro, suspendendo as regras da aberrante união bancária, o que diz tudo sobre tudo que importa nesta economia política. E talvez nem assim, direi eu: é que, cá como lá, não há banca que sobreviva a uma economia estagnada há duas décadas, que sobreviva ao crédito malparado que aí já atinge 18% do total, que sobreviva ao Euro. A banca acaba também por pagar, ironia, a austeridade inscrita num Euro que apoiou. E é preciso não esquecer que na Itália a dívida é sobretudo interna, detida por aforradores italianos, o que faz dos lesados do BES e do Banif uma brincadeira de crianças quando os credores forem chamados a pagar no contexto de resoluções na nossa senda. O bufão Renzi terá de fazer qualquer coisa para sobreviver a um referendo sobre política interna, mas com impactos externos. Bom, estou a divagar. Lá pelo meio, conto visitar uns becos intelectuais sem sardinheiras, onde vivem muitos intelectuais europeístas, incluindo alguns ditos de esquerda, os que confundem género humano com Manuel Germano.

6 comentários:

Jose disse...

O debate sobre o Brexit está verdadeiramente transformado no debate sobre o regresso ao passado.

Onde está o plano regenerador?
Tudo são soberanias com sus moedinha, tudo é a vertigem do 'cá dentro nos amanharemos' e com alguma sorte nos virá o poder.
Como se nas crises não fosse o conhecido o destino de refúgio.

Anónimo disse...

O regreso ao passado?

Qual passado? Ao do fascismo?

Nem pensar

Anónimo disse...

"moedinha, vertigem, amanharmos, sorte, destino e refúgio"

Eis a mediocridade escrita dum tipo que se manifesta desta forma impotente para defender o indefensável. A vilania dos vende-pátrias que as vendem a quem der mais.

Anónimo disse...

Sobra uma questão

Qual foi o refúgio dos saudosos do fascismo nos idos tempos de Abril?

Jaime Santos disse...

Desejo-lhe felicidades para o debate, esperando no entanto que não acabe a defender o sacrifício dos filhos do Manuel Germano ao género humano, a lembrar aquela frase em que se dizia de alguém, penso que de Sartre, que se amava a humanidade, parecia que não gostava muito de pessoas...

Anónimo disse...

O sistema bancário italiano encontra-se numa situação muito grave.Muito pior que o português.Em face disto o que tencionam fazer o Ministro das Finanças alemão , o chefe do BCE e os seus corifeus?
Ainda temos a situação do Deutche Bank cuja relação activo / passivo mostra estar-mos em presença de uma instituição em alto risco. Perante estas situações o que se pretende fazer ? Estarão as personalidades citadas apostadas em fazer pagar os custos das suas políticas ultra reaccionárias e desatrosas aos povos da Europa do Sul , como mostra haver indicadores seguros que é essa a intenção.Perante esta situação muito grave é lícito podermos começar a pensar que o Euro só poder´ter viabilidade se colocar-mos a Alemanha fora do Euro ou talvez mesmo já seja tarde para o salvar .
Podemos observar por outro lado o aumento em exponencial das despesas militares alemãs , qual o snificado disto? Nunca nos devemos esquecer que este país já foi o responsável por duas guerras mundiais.Outra interrogação ,quem pagou os custos da unificação das duas alemanhas?