sábado, 5 de dezembro de 2009

Salário mínimo e combatividade sindical

Respeitar os acordos é uma coisa muito bonita: o governo vai propor a passagem do salário mínimo de 450 para 475 euros em 2010. O objectivo é chegarmos a 2011 com um salário mínimo de 500 euros. Infelizmente, o governo, para não deixar de promover a indolência empresarial, decidiu mexer nos encargos patronais para a segurança social. Enfim, o melhor é dar a palavra a Manuel Carvalho da Silva. Afinal de contas, foi a CGTP que colocou a questão do aumento do poder de compra do salário mínimo na agenda. É por estas e por muitas outras que uma central sindical combativa é uma das coisas mais preciosas que um país pode ter. Felizmente, os jornais já só escrevem “alguns economistas estão contra”, e não “os economistas estão contra”, o salário mínimo e o seu aumento. Vale a pena relembrar os argumentos económicos, aqui expostos, a favor do salário mínimo e da recuperação do seu poder de compra. Como se pode ler no editorial do Público, “a economia não pode ser considerada uma ilha.” Não pode mesmo, embora alguns economistas se tenham especializado em vender a ilusão de que pode...

Adenda: vale a pena ler esta posta de Pedro Lains.

2 comentários:

Bruno Silva disse...

Podem-me responder a uma pergunta?
Se o problema dos salários baixos de uma economia se pode resolver por "Decretos-Lei" porque não aumentar já para 1000€?

Isto é tudo muito bonito.. mas é muito fácil para os burocratas que escrevem este blog vir para aqui mandar bitaites.. mas muito provavelmente não sabem quanto realmente custo o salário mínimo do ponto de vista do empregador.. cerca de 750€... não é muito.. é um facto.. mas para uma economia com excesso de mão-de-obra pouco qualificada resulta numa taxa de desemprego superior aos 10%. É muito fácil, do conforto da vossa secretária e dos vossos perpétuos empregos públicos, vir exigir salários mínimos mais elevados em sem uma compensação pela via da taxa social, mas como economistas, respondam-me sinceramente: No mundo real, não na economia perfeita das vossas cabecinhas, não gerará isso maior desemprego? Não atrasará a retoma do emprego? Que dizem vocês às vítimas dessas medidas?

Eu sei o que dizem, dizem “Não se preocupem, alguém vos continuará a pagar subsídios de desemprego”….até ao dia…

Vêm para aqui, com um ar de superioridade intelectual, queixarem-se de tudo e de todos, mas pergunto eu: fazem melhor? Criam empregos melhor remunerados na esfera privada para pessoas sem qualificações? Não pois não? então tenham mais cuidado na hora de barafustar..

Bruno Silva disse...

Bem me parecia que ia ficar sem resposta...