terça-feira, 15 de setembro de 2020

Duplicidades mediáticas


«Não há comparação entre o que aconteceu na Festa do Avante, onde as pessoas assistiram aos concertos em lugares sentados e distantes e foram definidas regras; e as imagens que vimos no Santuário de Fátima. No entanto, todos os títulos de jornais tiveram um sentido quase inverso ao que foi dito sobre a Festa do Avante: que o Santuário, cuidadoso, bloqueou o acesso mal se chegou a um terço da sua capacidade. A medida de emergência e improvisada teve um tratamento mais simpático do que todas as medidas preventivas do PCP, tratadas com desconfiança ou desdém. Com uma área quatro vezes superior, a Quinta da Atalaia propôs-se receber um terço (a DGS aconselhou um sexto) das pessoas que estiveram no Santuário de Fátima. Ninguém fez perguntas no Parlamento. Os jornais que fizeram do PCP o bombo da festa não pediram esclarecimentos. Não houve petições, cartazes, marchas lentas de carro. Não se trata de justificar um “erro" com outro, até porque o erro é incomensuravelmente mais evidente em Fátima do que na Atalaia. Fica é claro que a motivação contra a Festa do Avante nada teve a ver com saúde pública. Se assim fosse, a indignação seria muitíssimo sonora neste momento. A motivação era política. E sendo política, quer dizer que há quem use a pandemia para tentar limitar a liberdade política dos seus opositores. E isso é um ataque à democracia. Por mim, a Festa do Avante e as peregrinações a Fátima devem acontecer, desde que se acordem condições mínimas para que se façam em segurança. Cada um assumirá o preço político de assim o fazer. Assim como espero que os que antes gritaram e agora se calam assumam as suas verdadeiras motivações»

Daniel Oliveira, As reações a Fátima provam que o objetivo era calar o PCP

11 comentários:

Jose disse...

Os peregrinos, além de serem candidatos à vida eterna, acreditam em milagres.
Razões bastantes para um modelo de marcação de distâncias bem rigoroso.

Anónimo disse...

Já repararam que o país onde menos se fala de covid-19 é a China?

A.R.A disse...

Talvez se o Padre Rui Leal Pedras tiver a humildade de pedir aos comunistas da Geringonca que ajudem a montar a receção aos peregrinos de 13 de Outubro (já que o 13 de Setembro foi uma desgraça) talvez venha a ser ouvido.
Talvez Rui Rio que tantas calúnias vociferou contra o Avante tenha a coerência de demonstrar a mesma verve para com Fátima já que foi aflitivo ouvi -lo de tao preocupado com a saúde sanitária dos comunistas.
Talvez tenhamos a brigada do caqui Cds PP a montar cartazes a começarem assim: Hey ... peregrino! Sim tu!...
Talvez ouçamos as mesmas notícias caluniosas a que até o NY Times foi metido ao barulho ou fazerem contas às contas da Festa oh! Perdão, ao Santuario etc e tal.
Talvez se venha ver a mesma publicidade gratuita e voluntariosa ao Santuário e que no final haja alguém que diga o mesmo que o Tim:
"Se não se consegue no Avante não se consegue em mais lado nenhum"

Jaime Santos disse...

Todo e qualquer ajuntamento deve ser evitado, seja por causa da fé na Senhora de Fátima ou da crença da inevitabilidade do colapso do Capitalismo e na sua substituição pelo Comunismo.

Daniel Oliveira não tem razão. E a ICAR merece exactamente a mesma crítica que o PCP, porventura maior porque deixou a situação descambar, algo que os comunistas não deixaram (mas será que a polémica não incentivou a PCP a ser mais prudente, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém).

Mas e a Feira do Livro? E o Algarve? Convenhamos, a dimensão das multidões é distinta e depois, se os fiéis rezassem à Senhora de Fátima em casa e os concertos da Festa do Avante não se tivessem realizado, e houvesse apenas um comício, morria alguém? A Liberdade de Crença ou de Expressão não morreria certamente...

Já os livreiros e os donos dos restaurantes precisam de ganhar dinheiro, sem Economia o País não sobrevive...

A questão é simplesmente esta. Será que somos capazes de, numa situação excepcional e espera-se, transitória, sacrificar as nossas aspirações legítimas a um bem maior, o da saúde pública? Ou não?

A imagem bela e gelada do Papa a atravessar sozinho a Praça de São Pedro deveria manter-se na mente de todos por bastante tempo...

JE disse...

Jose e os peregrinos.

Conversa da treta a tentar justificar o injustificável. Assim com o cheiro de naftalina à Cardeal Cerejeira, levado ao colo pelo outro treteiro, ou vice-versa


Claro que há quem faça afirmações manifestamente dúbias, como essa de saber o que se fala na China...ainda por cima em termos relativos. Manifestamente fora do contexto, em termos absolutos

Porquê?

Anónimo disse...

Não tem razão Daniel Oliveira

Quem o diz é Jaime Santos, aquele artífice das farsas em modo de catequista evangélico

Nem tem vergonha até da demagogia em usar a figura do papa.

JE disse...

JS nem sequer tem a dignidade de assumir o que andou a dizer sobre a festa do avante

O que admirar mais? A sua falta de coragem ou a sua tentativa de esconder os seus amores e os seus adversários?

A hipocrisia a dar as mãos à demagogia.

José Encarnaç disse...

A "Frente" e o Verso.
A pandemia trouxe à tona algumas vozes mal contidas e muitos ranger de dentes. Não sei se por efeito do SARS 2 ou se por outra razão a verdade é que se ergueu uma "Frente" anticomunista à qual se juntaram vozes inesperadas. Algumas até mais "institucionais".
O comportamento de uma boa parte da comunicação social demonstrou que tudo serve para prestar "vassalagem" aos tiques, discursos e personalidades autoritárias. Tenham elas raízes nas escolas "alemãs" ou nas praias e rios deste país.
"Ainda bem" que os peregrinos se puderam juntar ,aos magotes, no santuário de Fátima e que podem retomar os seus rituais. Quem acredita vai, quem não acredita não vai.
É assim a democracia que só se constrói e defende com democratas.
José Encarnação

A.R.A disse...

Jaime Santos
Humildade não é aquela coisa que cresce nas paredes!
Humildade em destacar o trabalho e a dedicação de gente que se volunteriou e que através de uma organização e disciplina ímpares mostraram ao país que é possível continuar a viver em pandemia, é possível a vida continuar sob a égide de um novo normal.
Mas ... á falta de um elogio a única coisa que lhe ocorreu foi:
" mas será que a polémica não incentivou a PCP a ser mais prudente, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém)."
Mas que pobre espírito o seu cheio de dogmas e sectarismos primário.
Não satisfeito da sua ignorante postura ainda assinala uma ressalva:
"Já os livreiros e os donos dos restaurantes precisam de ganhar dinheiro, sem Economia o País não sobrevive..."
Pois é exactamente isso que encontra (não só mas também) na Festa do Avante!, um modelo urbano pleno de serviços que compõem o tecido económico das nossas cidades e daí advém a superior necessidade de percebermos se ao respeitar mos todos as devidas regras sanitárias é possível existir uma economia.
HUMILDADE em entendermos que erramos é um sinal de inteligência sabia? Insistir no erro presente para justificar uma opinião do passado só para não perder a face não é propriamente a postura de alguém que se diz democrata.
Prefiro mil vezes um qualquer José que diz ao que vêm do que um lobo sonso vestido com pele de cordeiro.

Anónimo disse...

A pandemia não trouxe à tona vozes mal contidas e rangeres de dentes. Umas e outros já existiam. Tal como as frentes e as vozes, institucionais ou não.
As escolas alemãs não podem servir de pretexto para esconder as escolas holandesas. Nem a benção aos magotes de peregrinos pode esconder o que aqui se fala ou o desnorte de quem diz que "quem acredita vai" e "quem não acredita não vai".

José Encarnação disse...

Sou fã da polémica saudável mas com quem dá a cara. Os anónimos fazem-me lembrar os tempos do bafio da PIDE/DGS.
Quem não dá a cara e se acoberta no anonimato não merece respeito.