quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Desconstruir os mitos do CHEGA em 17 pontos: guião de conversa com um apoiante da extrema-direita (Parte 1)


A marca de contraste da sabedoria convencional é a aceitabilidade. Tem a aprovação daqueles a quem se dirige. Há muitas razões pelas quais as pessoas gostam de ouvir em palavras aquilo que aprovam. Serve o seu ego: o indivíduo tem a satisfação de saber que outras pessoas mais famosas compartilham as suas conclusões. Ouvir o que se acredita é também fonte de confiança renovada. O indivíduo sabe que é apoiado nos seus pensamentos – que não o deixaram para trás sozinho. Além disso, ouvir o que uma pessoa aprova satisfaz o instinto evangelizador. Significa que os outros também estão a ouvir e por isso estão sob o processo de persuasão.

John K. Galbraith, A Sociedade da Abundância (The Aflluent Society), 3ª ed, 1976 

Portugal testemunha a ascensão da agenda e do discurso da extrema-direita. Aos democratas, exige-se a defesa ativa dos seus valores. Essa tarefa implica a adoção de equilíbrios difíceis. Por um lado, não é eficaz a hostilização imediata dos que se dizem apoiantes da extrema-direita. Entre esses, há uma massa heterogénea de pessoas: desde apolitizados que não entendem a real gravidade da sua escolha até fascistas convictos. Impedir o alastramento e normalização do fascismo exige, num primeiro momento, argumentação assertiva e serena. Sabemos que não é fácil: a extrema-direita constrói o seu discurso sobre mitos implantados na sociedade e utiliza o ódio e a mesquinhez como catalisadores da sua influência. É isso que atribui vantagem inicial a quem partilha o seu discurso. Só a frieza analítica na desconstrução dos seus argumentos garante uma estratégia vitoriosa. É para isso que serve este guia, que explora ponto a ponto cada um dos mais comuns argumentos da extrema-direita. Depois de os ler ou ouvir, o seu amigo ou familiar até pode manter a sua posição. Mas não pode reclamar inocência ou desconhecimento. Não poderá vir dizer-lhe que não sabia. Transpõe a linha da dignidade da convivência democrática e deve entender que isso tem consequências. O convívio com fascistas é um exercício de normalização a que os democratas não se devem prestar.

1) O CHEGA não é de extrema-direita. É de uma nova direita e não é composto por fascistas.  Parte da tentativa de normalizar o CHEGA passa por negar o seu rótulo de extrema-direita e de partido fascista. O partido diz-se da “nova direita” ou da “direita moderna”. Mas o que há ali de novo? Tudo cheira ao bafio das ideias antigas. O “chefe redentor” a quem é preciso dar poder incontestado para pôr ordem nisto (André Ventura, quem mais?), a ideia de que a democracia é um antro de corruptos que apenas se querem servir a si mesmos (ignorando que sempre os sistemas repressivos tiveram mais corrupção e nepotismo do que as democracias e que a aparência do contrário só se deve à censura), a ausência de qualquer proposta para além de declarar que o sistema está podre, o cultivar a ideia de que o sentimento de insegurança é constante (quando Portugal é considerado um dos países mais seguros do mundo), apontar a culpa de todos os males a um grupo em relação ao qual existe um ressentimento social prévio e enraizado (em função do contexto histórico, podem ser os judeus, os comunistas, os negros, os ciganos ou uma combinação destes grupos) e fazer uma apologia acrítica dos setores que detêm a função repressiva no contexto democrático (militares e forças de segurança), na esperança de conquistar o seu apoio e o daqueles que veem nesses elementos o garante do restabelecimento da ordem. O que há de novo na nova direita? Nada. A receita é a mesma de sempre, com as pequenas variações que o contexto e o momento histórico impõem. “Ah, mas eles dizem que não são fascistas”. Se um animal tiver quatro patas e miar, mas insistir que é uma galinha, no lugar de um gato, considere desconfiar. Abundam os exemplos de fascistas nas suas fileiras. Diogo Pacheco de Amorim, fascista confesso, será o substituto de André Ventura no parlamento. Foi um membro do MDLP, grupo de extrema-direita responsável por vários atentados no pós-25 de Abril. É um terrorista que tem responsabilidade moral em vários homicídios. Sim, é neles que vota quando vota CHEGA. De igual modo, abundam nas fileiras do CHEGA ex-membros do PNR e de organizações neo-nazis, como a organização de Mário Machado e a Nova Ordem Social. Muitos destas organizações estiveram envolvidas em crimes de sangue. Não, eles não são novos e inofensivos. São a velha e violenta extrema-direita de sempre sob outra roupagem.

2) Se vivemos numa democracia, cada um pode ter a sua opinião e ninguém tem nada a ver com isso. A ideia de que a democracia é um espaço que acolhe qualquer movimento político organizado é um mito. Todas as democracias passam por momentos constituintes em que definem o espectro de ideias e posições que estão dispostas a acolher. No caso português, esse momento constitucional foi o 25 de Abril e os termos do nosso acordo democrático ficaram estabelecidos na constituição de 1976. A constituição é muito clara na rejeição de organizações de raiz fascista O CHEGA está, por isso, fora do arco constitucional e do acordo democrático em que a nossa sociedade assenta. Que o partido tenha sido legalizado pelo tribunal constitucional é parco contra-argumento. Como nenhum partido se declara fascista à partida, a sua não legalização com esse fundamento é pouco eficaz. De igual modo, agir a posteriori, recorrendo à ilegalização, seria um ato complexo e possivelmente contraproducente. Com efeito, a denúncia de que o CHEGA está fora do nosso acordo democrático deve partir de cada um de nós.

3) Se a sociedade tolera a extrema-esquerda, também deve tolerar a extrema-direita. Para aumentar a aceitabilidade de ser e/ou se relacionar com alguém de extrema-direita, o artifício usado passa por estabelecer uma equivalência entre extremos. Há dois problemas com este argumento. O primeiro é de substância: não há nada de semelhante nas propostas das duas áreas políticas. A esquerda é favor da igualdade entre pessoas de todas as raças etnias e credos. A extrema-direita é a favor da discriminação desses grupos. A esquerda bateu-se historicamente pela liberdade e pela democracia em Portugal durante o fascismo, tendo inúmeros dos seus membros sido perseguidos, torturados e presos. A extrema-direita foi apoiante do regime que perseguiu, torturou e prendeu. A esquerda bate-se pela defesa dos serviços públicos universais, ancorada no princípio de que a educação e a saúde são direitos vitais, que não devem estar condicionados pela discriminação do preço e do mercado. O CHEGA defende no seu programa que a Saúde e a Educação devem ser privatizadas, o que se traduzira na negação do acesso desses bens a milhões de portugueses. Votar na esquerda é votar pela não discriminação, pela tolerância, pelos valores da liberdade e pela ideia de que o cuidado médico e a educação são direitos básicos em democracia. Votar na extrema-direita é votar na intolerância associada à cor de pele, à orientação sexual ou à nacionalidade e é contribuir para uma sociedade mais desigual. Sendo mais claro: votar no CHEGA é votar naqueles que impuseram a repressão fascista, a ti, aos teus pais ou aos teus avós. É ser cúmplice de um lado negro da história de Portugal. Votar na esquerda é votar em que combateu ativamente a repressão e se bateu pelo estado democrático em que passaste a viver ou em que nasceste. Aquele onde tu e os teus filhos são livres de pensar, escrever e falar. Há uma diferença, não há? A sociedade aceita a esquerda (e a direita democrática) porque os seus princípios assentam na dignidade e liberdade democráticas, a extrema-direita não. E isto leva-nos ao truque da forma: chamar extrema-esquerda à esquerda que está à esquerda do centro é um artifício semântico para sugerir que as suas propostas também estão na periferia da normalidade democrática. Mas não estão: achar que o Estado deveria ser mais presente na economia, que a precariedade laboral deveria ser menor ou que a saúde e a educação deveriam ser públicas não as coloca de fora da democracia. Discriminar com base na cor de pele, na etnia ou na orientação sexual, sim. Não se pode comparar o incomparável.

4) Então a Coreia do Norte e a Venezuela? Antes do conteúdo, é importante de novo olhar para a estratégia do argumento. Esta é uma pergunta que os apoiantes de extrema-direita gostam de lançar quando são confrontados com as atrocidades que o fascismo perpetrou ao longo da história, designadamente em Portugal. O truque está em não responder diretamente ao problema – “como é possível apoiares uma área política que é herdeira dessas atrocidades?” – mas em criar uma manobra de diversão, sugerindo que o interlocutor sofre do mesmo tipo de fraqueza moral. É uma não resposta, que em nada anula o problema de base. Mas podemos responder diretamente à insinuação de que o socialismo/comunismo e a extrema-direita partilham das mesmas fragilidades históricas e morais. Em primeiro lugar, há uma enorme diferença entre apoiar um posicionamento político cuja substância assenta na perseguição de grupos e em sentimentos anti-democráticos ou, por oposição, apoiar um posicionamento político que inspirou modelos que, em determinados momentos históricos, distorceram os seus princípios. O socialismo/comunismo é um posicionamento político fundado na ideia de que o desigual acesso a meios de produção numa sociedade capitalista determina relações de poder assimétricas, com profundas ramificações sociais, e que essa desigualdade deve ser combatida em nome de mais equitativas e fraternas relações entre os membros de uma sociedade. Em nada se relaciona com o fascismo que, na sua génese, desde o primeiro minuto, tem como objetivo a subjugação de toda a dissensão ao pensamento do chefe e a perseguição de minorias étnicas e políticas como um passo necessário de depuração social. Isto não significa que atos políticos condenáveis não tenham sido praticados por regimes políticos que se declaravam socialistas. Mas isso foi resultado de uma deturpação política, não de uma aplicação bem-sucedida de um projeto. No que se refere ao hipotético apoio dos partidos de esquerda a esses regimes, importa esclarecer que o BE, desde a sua fundação, sempre rejeitou dar apoio presente ou de memória histórica a qualquer país socialista assente no partido único. De igual modo, foi crítico da viragem autoritária que se operou na Venezuela nos últimos anos, organizando mesmo um dossier sobre o assunto no seu portal de notícias. O PCP, por contingências particulares do seu percurso histórico, tem mantido uma posição de alguma ambiguidade neste domínio. Mas o que importa reter é que, no contexto português e no seu programa, o património do PCP é de luta da liberdade e pela democracia, não se lhe podendo apontar nenhuma tentativa de supressão da democracia ao longo da sua história. Ao sacrifício de muitos dos seus militantes devemos a liberdade que temos hoje. Com efeito, fazer esta pergunta apenas serve para os elementos de extrema-direita lançarem a confusão e se escusarem a responder pelos crimes que a sua área política perpetrou.


21 comentários:

João Monteiro disse...

Boa noite. Acho excelente o texto, na forma e no conteúdo. No entanto, e tenho-me batido por isso em diversas frentes, é inaceitável a publicação de uma foto, do "coiso" (nome que lhe atribuí para não participar na sua popularização). Essa publicação (da foto), contraria a essência do próprio texto, contribuindo para a divulgação e promoção da imagem e mensagem (?), dos "coisos", Ficaria feliz se a removessem e substituíssem por uma foto de um "coiso". O mesmo é válido para o nome da infeção fascista que estão a ajudar a promover, que deveria nos textos ser substituída por "COISOS" Democracia SEMPRE, "COISOS" nunca mais.

Anónimo disse...

O chega é apenas o cds sem a gravata.

Jose disse...

«... a linha da dignidade da convivência democrática. O convívio com fascistas é um exercício de normalização a que os democratas não se devem prestar.»

Esperava encontrar em seguida uma definição de fascismo que seguramente identificasse os factores que são limites da convivência democrática, mas enganei-me.
Um mau começo.

Paulo Félix disse...

"Diogo Pacheco de Amorim, fascista confesso...", ilustre membro de uma família de fascistas confessos e monárquicos ressabiados, moldados (e moldando) a salazarenta universidade coimbrã. Tudo muito boa gente, da mais fina flor que o Portugal profundo é capaz de produzir

Jaime Santos disse...

O Nuno Serra tem toda a razão, de facto o BE é até o único Partido do arco constitucional (onde não se incluí o Chega) que nunca se pôs de cocaras em relação ao poder corrupto de Eduardo dos Santos em Angola. Tem igualmente denunciado ditaduras de Esquerda ou de Direita.

Já o PCP, pelo contrário, tem defendido, por afinidade ideológica, regimes de Partido Único em toda a parte e ainda hoje canta loas à URSS e à personalidade de Lenine, porventura um dos maiores criminosos do sec. XX.

De notar que quer a URSS quer regimes como a China foram ou são useiros e vezeiros na violação da soberania de inúmeras nações (RDA, Hungria, Checoslováquia, Tibete), sem que isso preocupe o PCP, que anda sempre com a nossa soberania nacional na boca, quando esta é partilhada com a UE, mal ou bem, graças ao voto da maioria dos Portugueses.

E isso, lamento dizê-lo, assim como a falência dos projetos socialistas em praticamente todos os lugares onde foram tentados, enfraquece e de que maneira, qualquer tentativa de afirmar a diferença entre a prática do PCP e a do Chega (que obviamente existe como bem notou).

Os 'desvios ' não são a exceção, são a regra...

Defender a saída de Portugal da UE ou o nacionalismo económico não é anti-democrático, pode quando muito ser irrealista e demagógico porque nunca é apresentado um programa político que alerte o eleitorado que tal opção acarretaria sérios sacrifícios. Aliás, essa crítica coloca-se também em relação a inúmeras propostas do BE.

Mas defender a democracia aqui e defender a ditadura no estrangeiro é, lamento dizê-lo, de uma enorme hipocrisia.

Não vale por isso a pena dizer que o 'PCP, por contingências particulares do seu percurso histórico, tem mantido uma posição de alguma ambiguidade neste domínio'. Qualquer comentador de Direita desfaz a sua língua de pau num instante.

Ou se aplicam exatamente os mesmos critérios à Esquerda e à Direita, independentemente da diferença abissal existente, ou o seu argumento sairá sempre frouxo...

JE disse...

Lastimo contrariar mas o Chega não é o CDS sem a gravata.

Como também não se justifica esse pastiche sobre o coiso, a macaquear algo sobre o coiso que já foi aqui escrito. Os copianços mal feitos revelam tanto de quem copia como o ministro holandês revela o pulsar da extrema-direita holandesa.
São coisos.

Deixemos então os coisos a fazerem-se passar por democratas e passemos a coisas mais sérias

O jose parece que tem dúvidas sobre os limites da convivência democrática.

Se lesse este artigo que tem alguns excertos muito bons veria que os fascistas estão fora de tal convivência. Higiene pública e ideológica e salvaguarda dessa mesma convivência. Salvaguarda do que é humano, contra a besta fascista
"Não, eles não são novos e inofensivos. São a velha e violenta extrema-direita de sempre sob outra roupagem"

Jose disse...

1) Tudo resulta de ser pressuposto tratar-se de um partido anti-democrático, que abriga extremistas dos tons mais carregados da direita e criminosos confessos.
Nem programa nem palavras dos seus dirigentes são invocadas.
Se as militâncias são da responsabilidade dos partidos, as adesões ou apoios escapam ao seu controlo, e por todo o lado haverá extremistas.
O MDLP abrigou bons patriotas que se opuseram a sovietes e quejandos pela acção.
2) A liberdade individual de rejeitar o Chega, é uma evidência. A sua raíz fascista não o é.
3) Quanto aos extremos:
- A igualdade é em si uma indefinição e uma impossibilidade. A igualdade perante a lei, sendo princípio fundador da democracia, no caso português logo diferencia dois reconhecidos totalitarismos: comunismo e fascismo.
- A extrema-esquerda foi e é apoiante de regimes que perseguem, torturam e prendem. O regime do Estado Novo foi sempre, e progressivamente mais, um pálido exemplo dessas barbaridades.
- O demais são atoardas e querer ignorar a inexistência de limites ao extremo da esquerda em termos de associação e propaganda.
4) Invocar ‘as relações de poder assimétricas’ - uma constante que só a liberdade cívica pode conter em limites toleráveis – é proclamação de boas intenções que garantidamente povoam os infernos da extrema-esquerda. Proclamar a igualdade e a fraternidade, sem reconhecer a liberdade como o factor estruturante do que isso possa ser, é uma proclamação vazia – todo o totalitarismo pressupõe o fim da liberdade individual.

JE disse...

Jose sai à liça

A 10 de junho jose exprimia assim a sua competência técnico-ideológica sobre o chega:

"O Chega não me interessa para discussão; desconheço-lhe conteúdo ideológico fundamentalmente diferente do que se vê as espaços em outras áreas partidárias; reconheço-lhe a utilidade de sair deste não convencionado mas omnipresente consenso nessa ficção que é a originalidade de uns difusos valores de Abril"

Disfarçava mal, confessemos

Mas reconhecia utilidade à coisa

Agora jose desfaz-se em tremores sentidos e comovidos perante a coisa. Começou a interessar-se pela coisa quando viu que estavam a desmascarar a coisa. E aí, aflito pela utilidade da coisa poder ser posta em causa, sai em defesa da coisa, desafiando as suas palavras sobre o seu desinteresse pela coisa.


Basta arranhar um pouco o verniz...e o que aparece é um treteiro a fazer pela vida. Da coisa

JE disse...

Temos assim o que é a coisa: um partido anti-democrático, que abriga extremistas dos tons mais carregados da direita e criminosos confessos.

Perfeitamente de acordo.Jose parece afinal conhecer bem a coisa

Claro que jose negava o seu interesse pela coisa. Agora quer invocar o programa da coisa e as palavras dos dirigentes da coisa

Se jose procurasse e se se deixasse destas tretas que o consomem e o ridicularizam, veria que o texto de Diogo Martins fala no programa da coisa e expõe palavras dos dirigentes da coisa.

Jose prefere expor-se ao ridículo da coisa, na esperança vã que façam mais propaganda da coisa...das palavras dos coisos e dos dirigentes da coisa

Mas há todavia uma coisa surpreendente. Jose, que está sempre a atirar sobre os "coitadinhos", manifesta aqui uma peculiar ternura pela coitadinha da coisa. Diz ele: "Se as militâncias são da responsabilidade dos partidos, as adesões ou apoios escapam ao seu controlo, e por todo o lado haverá extremistas"

Será que nos anos 30 do século passado também tentavam fazer passar por coitadinhos estas coisas sinistras e tão abjectas?

JE disse...

Jose dixit:

"O MDLP abrigou bons patriotas que se opuseram a sovietes e quejandos pela acção."

Jose gosta do MDLP, "grupo de extrema-direita responsável por vários atentados no pós-25 de Abril".

Jose também gostava da Pide. Segundo as suas próprias palavras "agentes da PIDE prestaram grandes serviços à Pátria "

Os gostos de jose são assim: antes do 25 de Abril, os patriotas da Pide. Depois de 25 de Abril, os patriotas terroristas. Patriotas assim ao jeito de homens de mão dos chulos e dos canalhas que foram derrubados em Abril. Escória que jose tenta reabilitar. Como tentou reabilitar as balls de Salazar.

Este tipo não passa de um branqueador. Disso mesmo que estão a pensar.

(Entretanto até na wikipedia: "O Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), formalmente constituído em 5 de maio de 1975] foi um movimento terrorista de extrema-direita. Jose gosta destes fdp)

JE disse...

Jose no seu processo de branqueador da pide e de terroristas afirma que a coisa ( aquela coisa que não lhe interessava para discussão) não tem uma raiz fascista.

Assim de cátedra, com aquele tom peremptório dum que também afirmava as idiotices tremendas sobre as balls de Salazar.

Afirmações idiotas em jeito de revelação divina e abençoada pela extrema-direita têm o destino que merecem. As balls do outro,segundo o seu próprio credo, são ainda hoje motivo de galhofa. O detergente publicitário experimentado hoje,será de gozo.

O lixo ao lixo.

JE disse...

Jose tenta alicerçar a sua ideologia.

Repetindo o seu alvar esgar sobre a"igualdade". Uma "indefinição" dirá. Uma impossibilidade repetirá

Uma indefinição o tanas.Uma impossibilidade o tanas. Estas coisas querem contestar a igualdade para justificar as castas, as nobrezas, as mordomias, os saques, os porno-ricos, o direito dos ministros de salazar e correspondentes grandes e anafados patrões, aos seus Baletts rose, cuja trampa salazar tapou pessoalmente com todo o seu fedor.

Igualdade? Isso é um crime de lesa-majestade para qualquer eugenista que se preze. Então os "bem-nascidos" são iguais aos demais? E os patrões aos empregados?

Ranço...e algo mais

E jose continua na tentativa de dar suporte consistente à trampa da coisa.

A igualdade perante a lei. Pobre jose. Vem chorar uma igualdade perante a lei entre quem quer abafar a lei e quem a quer respeitar. A democracia não é um regime neutro. Não pode ser subvertida pelos que a querem sufocar. Hitler subiu ao poder por eleições e com o apoio de colaboracionistas e de traidores. O mundo já padeceu suficientes horrores para se dar ao luxo de permitir que a hidra levante de novo a cabeça e se repita a tragédia da segunda grande guerra. Para azar de jose foi o nazi-fascimo que foi derrotado na segunda grande guerra.Para azar de jose foi o fascismo que foi derrotado a 25 de Abril. Um algoz não pode armar-se em virgem pudica. O crápula de Salazar não pode colocar-se ao mesmo nível de Humberto Delgado, a quem mandou assassinar


JE disse...

E jose continua na sua tentativa de branqueamento.

"A extrema-esquerda foi e é muito má... O regime do Estado Novo foi sempre, e progressivamente mais, um pálido exemplo dessas barbaridades".

Repare-se nesta preciosidade. Sem o querer ( lapsus linguae tramado) jose admite que o regime do Estado novo era de extrema-direita.

E essa extrema-direita, embora de extrema-direita foi sempre um pálido exemplo das barbaridades.E ainda por cima, cada vez mais pálido...

Jose gosta mais da palidez da extrema-direita. Encosta-se à extrema-direita. Abençoa a extrema-direita. São apenas uns rapazotes pálidos, que saquearam, o país trauteando os hinos fascistas e que nos mandaram matar e morrer em África

A conivência e a cumplicidade com o "estado novo" aqui tão declaradamente declarado. Fugindo da definição do estado novo como um estado fascista, em que salazar compartilhava o mesmo gosto de Hitler e de Franco pela mão levantada


Jose, nos tempos dos anos de chumbo do consulado troikisto-passista assumia-se cada vez mais com a pesporrência de quem esperava que a hora da vingança sobre Abril tivesse chegado. Os exemplos são numerosos. Verão de novo a luz do dia se tal for necessário.

Depois jose assumiu um tom mais moderado. Após a queda de Passos do cavalo do diabo, jose teve que fazer pela sua vida. Tinha negócios a tratar, não interessava revelar tudo o que lhe ia na alma.

Até cavaqueava.

Curiosamente jose agora assume a palidez da extrema-direita . Enquanto se vai mostrando um pouco mais, à medida que aquela coisa que não lhe interessa mas que acha como útil, vai assumindo o aspecto da verdadeira coisa que de facto é

JE disse...

Jose foge depois

Dirá : O demais são atoardas.

São atoardas o tanas. E para ser mais explícito e para revelar como jose monta na pileca em processo de fuga ao que de denuncia, retomemos o texto de Diogo Martins

"Para aumentar a aceitabilidade de ser e/ou se relacionar com alguém de extrema-direita, o artifício usado passa por estabelecer uma equivalência entre extremos. Há dois problemas com este argumento. O primeiro é de substância: não há nada de semelhante nas propostas das duas áreas políticas. A esquerda é favor da igualdade entre pessoas de todas as raças etnias e credos. A extrema-direita é a favor da discriminação desses grupos. A esquerda bateu-se historicamente pela liberdade e pela democracia em Portugal durante o fascismo, tendo inúmeros dos seus membros sido perseguidos, torturados e presos. A extrema-direita foi apoiante do regime que perseguiu, torturou e prendeu. A esquerda bate-se pela defesa dos serviços públicos universais, ancorada no princípio de que a educação e a saúde são direitos vitais, que não devem estar condicionados pela discriminação do preço e do mercado. O CHEGA defende no seu programa que a Saúde e a Educação devem ser privatizadas, o que se traduzira na negação do acesso desses bens a milhões de portugueses. Votar na esquerda é votar pela não discriminação, pela tolerância, pelos valores da liberdade e pela ideia de que o cuidado médico e a educação são direitos básicos em democracia. Votar na extrema-direita é votar na intolerância associada à cor de pele, à orientação sexual ou à nacionalidade e é contribuir para uma sociedade mais desigual. Sendo mais claro: votar no CHEGA é votar naqueles que impuseram a repressão fascista, a ti, aos teus pais ou aos teus avós. É ser cúmplice de um lado negro da história de Portugal. Votar na esquerda é votar em que combateu ativamente a repressão e se bateu pelo estado democrático em que passaste a viver ou em que nasceste. Aquele onde tu e os teus filhos são livres de pensar, escrever e falar. Há uma diferença, não há? A sociedade aceita a esquerda (e a direita democrática) porque os seus princípios assentam na dignidade e liberdade democráticas, a extrema-direita não. E isto leva-nos ao truque da forma: chamar extrema-esquerda à esquerda que está à esquerda do centro é um artifício semântico para sugerir que as suas propostas também estão na periferia da normalidade democrática. Mas não estão: achar que o Estado deveria ser mais presente na economia, que a precariedade laboral deveria ser menor ou que a saúde e a educação deveriam ser públicas não as coloca de fora da democracia. Discriminar com base na cor de pele, na etnia ou na orientação sexual, sim. Não se pode comparar o incomparável"

Adivinhe-se onde jose está. E compreender-se-á o motivo pelo qual ele diz naquele tom com que conclamava pelas balls do outro: "O demais são atoardas"

As fugas são sempre tristes. E muitas vezes cobardes

JE disse...

"O socialismo/comunismo é um posicionamento político fundado na ideia de que o desigual acesso a meios de produção numa sociedade capitalista determina relações de poder assimétricas, com profundas ramificações sociais, e que essa desigualdade deve ser combatida em nome de mais equitativas e fraternas relações entre os membros de uma sociedade. Em nada se relaciona com o fascismo que, na sua génese, desde o primeiro minuto, tem como objetivo a subjugação de toda a dissensão ao pensamento do chefe e a perseguição de minorias étnicas e políticas como um passo necessário de depuração social"

Jose não gosta. Não gosta que se aponte que o fascismo persegue minorias étnicas e políticas, como um passo necessário de depuração social. Quanto a isto,cala-se.

Mas não gosta que se "invoquem as relações assimétricas"

Mais uma vez o caminho aberto. Que diacho há os bem nascidos e os outros.Os de sangue azul e os outros. Os que herdaram o produto do saque do papá e os outros.Há o rei de Espanha e os outros.

Porque dizer o contrário garantidamente ( admire-se este vocabulário de seminarista) está nos infernos da extrema-esquerda

Bom, estas idiotices valem o que valem. É apenas alguém de forma desesperada ( e fanática) a tentar justificar os mais iguais do que os demais. Por isso acende velas aos porno-ricos e defende a concentração da riqueza nas devidas mãos

Há todavia uma coisa que não pode passar.É este elogio bacoco e hipócrita,à "liberdade"

Jose acabou de confessar o seu acompanhamento ideológico à extrema-direita.O seu olhar ternurento para com os pides. Aqueles que também no seu linguarejar prestavam um bom serviço à pátria e até trinchavam badalhocos no dizer do próprio jose, todo entusiasmado com a defesa da "liberdade"

Jose é um optimo exemplo das relações intímas e estreitas entre o neoliberalismo e o fascismo. Ou vice-versa.

De como um admirador assumido daquele traste hipócrita de Salazar, admirador dos métodos da Pide, amante dos safanões dados a tempo, se converte num ultraneoliberal não é um mistério, porque em ambos os casos o que se pretende é o mundo dos bem-nascidos e depois os outros.

Falará em "liberdade".

A liberdade de matar e morrer lá onde também se propagava o ódio rácico e o saque das riquezas alheias...?

A liberdade do colonialista, boçal e sem escrúpulos. A bem da nação e do bolso do grande patrão

JE disse...

É bom lembrar o que era este regime que jose tenta recuperar.

O umbigo dos serventuários do regime surgia-lhes debaixo dos ventres bem nutridos com a miséria do povo português. Salazar papagueava as virtudes fundamentalistas ao som do futebol, fado e Fátima. Pela calada da noite reunia com os seus energúmenos de estimação e concubinava com Cerejeira ao som dos "Angola é nossa" e dos "Para Angola e em força".

O negócio da morte crescia na exacta medida das ordens directas da cúpula do regime. No dizer da propaganda néscia deste, tratava-se de "salvar" África, enquanto se saqueavam as riquezas alheias que permitissem àqueles sebentos barrigudos continuarem a crescer em forma de batráquios de olhos paposos e esbugalhados. Os Donos de Portugal instalavam-se e, quais verdadeiros vampiros, comiam tudo sob a batuta da Pide, o olhar benevolente e idiota de Thomaz e ao som das marchas dos legionários, nas suas passeatas de braço dado com um patronato reles acoplado à sombra do estado novo e dos seus capangas

O cheiro a podre saltava-lhes das bocarras escancaradas. O elogio da iliteracia e do vinho com que se tentava dar alimento a um milhão de portugueses, faziam crescer idiotas e sicários, alguns verdadeiros fiéis servidores regimentais, que propalavam o cacete e onde pululavam os patos bravos, de cachucho no dedo e dente de ouro a adornar-lhes os orifícios naturais.

Lá fora matava-se e morria-se em nome dum deus, duma pátria e duma autoridade. Salazar mandara já matar Humberto Delgado e do seu umbigo ideológico, naquela voz roufenha de beato contrito, doutrinava o afocinhamento de um País e dum povo em nome dos interesses dos abutres da nação.

O alevantado Estado, papagueado pelos ideólogos do regime, afinal era uma alevantada pocilga infecta e apodrecida, onde a miséria e o opróbrio viviam paredes meias com a opulência dos Senhores à força, mandadores sem lei.


(O 25 de Abril sacudiu-lhes as carnes putrefactas, suspendeu-lhes o esventrar do país e cessou-lhes o colonialismo, alimentado até aí com o sangue dos inocentes

Ainda hoje têm agonias e indisposições, quando aquela data histórica é lembrada)

JE disse...

Jaime Santos continua o mesmo.Mudando o que há a mudar,de forma camaleónica, com aquela sua desfaçatez e com a cobardia e falta de coluna vertebral de nem sequer pedir desculpa pelas atoardas que debita

Deixemos para lá o mau gosto de nem sequer saber nomear quem é o autor deste texto. Fala em Nuno Serra. Esqueceu-se de ler o nome de Diogo Martins. Não conclui o que lê, ou fá-lo com aquela pressa de despejar a sua cassete. Ainda por cima assumindo o ar de beato evangélico a dar prédicas em tom de sermão

A 10 de Agosto,numa das suas habituais diatribes contra o pc, JS postava isto:

"Aquilo que os comunistas defendem é o regime de Partido Único"

Desafiei na altura JS a comprovar esta sua afirmação com alguma declaração, presente ou passado, de alguém responsável desse partido em Portugal, que defenda tal coisa para este país

E avisei-o que a sua não resposta corresponderia à admissão que JS não passava de um aldrabão , que não hesita em ser desonesto para vender a sua banha-da-cobra

O silêncio de JS foi por demais revelador.Agora faz pior. Modifica o que disse para este tom deslavado:"Já o PCP, pelo contrário, tem defendido, por afinidade ideológica, regimes de Partido Único".

JS abandonou o que dissera. Quando as coisas passam para o nível concreto , estas coisas das nossas elites metem o rabinho entre as pernas, e furam para o outro lado com a falta de integridade típica de quem se bandeia precisamente para esse outro lado.

Há coisas assim.

JS tenta arranjar justificações para se ter rendido de forma pungente ao neoliberalismo ( "eles ganharam"), o que diz muito de JS. Mas francamente, não os ter no sítio para nem sequer assumir o que se disse (e tirar daí as consequências pedindo desculpa pelo sucedido), está ao nível daquele nível que alguns de nós estamos a pensar

JE disse...

JS depois patina na maionese. Lenine seria para ele um dos maiores criminosos do mundo. O desvario de tal afirmação permite ver que JS está desvairado. Que diabo, é preciso alguma credibilidade quando se agitam coisas assim à boa maneira do ventura.

Tal como o outro que ainda tem o 25 de Abril atravesado, JS ainda tem a revolução russa atravessada. Mais de 100 anos depois ainda reage pavlovianamente ao assunto. É obra

Antes da revolução de 1917, Lénine escreveu que os dez milhões de mortos e vinte milhões de estropiados da I Guerra Mundial, ( mais tarde viu-se que os números aumentaram para praticamente o dobro) que apenas favoreceu os interesses dos negociantes de canhões, serão vistos pela burguesia como algo de perfeitamente normal e como um sacrifício inteiramente legítimo, mas se se registarem algumas centenas de mortos durante uma revolução, dir-se-á que foi um massacre bárbaro provocado por bárbaros".

Tinha razão Lenin. Esta tendência de apagar de forma obscena os milhões de vítimas do lado das guerras imperialistas, acenando com o sucedido quando se tenta libertar do jugo desses mesmos imperialimos, esconde uma coisa muito feia. Ou várias coisas mas são todas tão feias que se abstém aqui de nomeá-las

JE disse...

De uma enorme hipocrisia defender a democracia aqui e a submissão a grilhetas lá fora. Não se defende sequer a democracia aqui. E assumem-se aqui e lá como vulgares vende-pátrias

De uma enorme coerência defender a língua de pau dos comentadores de direita.

De uma enorme ambiguidade defender a perda de mecanismos identitários como Nação. Alguns são assim. E para justificar estas suas teorias arrancam de despeito as vestes quando lhes atiram à cara que se vendem aos mercados uberalles

Parece que o capitalismo demorou 600 anos a estender-se a todo o mundo. JS arruma a questão desta forma grotesca aí em cima plasmada

"O historiador Eric Hobsbawm argumentou certeiramente que o século XX é incompreensível sem os efeitos internacionais da Revolução russa: “Até porque ela se revelou a salvadora do capitalismo liberal, tanto ao possibilitar ao Ocidente ganhar a Segunda Guerra Mundial contra a Alemanha de Hitler como ao fornecer o incentivo para o capitalismo se reformar”. O medo do comunismo foi de facto um “incentivo” para que as elites se conformassem temporariamente com o mal menor da reforma social-democrata do capitalismo, em particular na Europa Ocidental, sobretudo quando o expediente autoritário do nazi-fascismo, que muitas apoiaram, foi derrotado. Num certo sentido, o keynesianismo é filho do medo do colapso, tanto económico quanto político, do capitalismo".

JS afasta-se desse mal menor da reforma social-democrata. Agora vai de braço dado com sérgio sousa pinto como já foi com o criminoso de guerra blair?


Anónimo disse...

Finalmente, cai a máscara do «Jose»... bom compatriota do partido «Chega».

Esta sua tentativa esforçada de defender o seu líder, André Ventura, pode bem vir a ser paga por Diogo Pacheco de Amorim.

Anónimo disse...

Acho que não. Que a referida máscara ao José não cai finalmente, porque há muito que se sabe o que este pretende. Quanto muito pode ter ficado mais nítida.
Máscara usa aquele tipo que depois de umas férias voltou para a Holanda. Não uma mas muitas. Mas isto sabe melhor que nós
E Diogo Pacheco de Amorim não paga nada. Ele é o ideólogo, não é o homem das massas. O Chega recebe fundos e grossos, a um outro nível. As ligações com o dinheiro são bem mais profundas e fortes.
Por isso isto esta história do pagamento e do Amrim parece ser apenas uma historieta e ainda por cima mal contada