Nos últimos dias, saíram mais notícias sobre quem ganha e quem perde com o corte de impostos de Trump. Os seis maiores bancos dos EUA viram a sua poupança beneficiar do corte - a sua taxa de imposto média efetiva desceu de 20% para 18% - tendo registado poupanças de 18 mil milhões de euros no ano passado. A Bloomberg News calculou o benefício para os bancos comparando com a taxa média de 30% paga pelos bancos antes da lei de Trump. JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs Group e Morgan Stanley pouparam, ao todo, 32 mil milhões desde a entrada em vigor da descida de impostos aprovada pelo governo norte-americano.
Ao contrário do que fora previsto pelos defensores da medida, a descida da taxa não estimulou a concessão de crédito para financiar investimento, aumentos salariais e criação de emprego. Na verdade, os empréstimos concedidos cresceram apenas 1% em 2019, desacelerando das taxas de 3% verificadas em 2018 e 2017. Esta tendência parece confirmar que, ao contrário do que afirma a teoria tradicional da moeda, o crédito não cresce automaticamente devido a condições mais favoráveis para a banca. É preciso que haja procura para os empréstimos, o que depende das oportunidades de investimento disponíveis e do retorno esperado.
Os ganhos, no entanto, não são para todos: se, por um lado, estes seis bancos registaram lucros recorde de 120 mil milhões em 2019 e anunciaram aumentos de 21,5 mil milhões nos dividendos para os acionistas, por outro, cortaram em conjunto cerca de 1200 postos de trabalho entre nos últimos dois anos. Não por acaso, o corte de impostos tem sido criticado por favorecer os mais ricos e aumentar as enormes desigualdades nos EUA.
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Fica cada vez mais claro quem sai beneficiado com esta descida dos impostos sobre o setor empresarial. Trump não faz questão de o esconder: num encontro com empresários para celebrar o acordo comercial com a China, o presidente destacou o auxílio que tem dado ao sistema financeiro. “Tenho feito com que vários banqueiros pareçam muito bem”, foi a frase dita pelo mesmo candidato que, em 2016, prometia "drenar o pântano" de Wall Street e combater o poder das elites. A realidade tem sido outra.
1 comentário:
O desemprego desde que Trump tomou posse nunca parou de descer. E o crescimento económico americano na era Trump está bem e recomenda-se. A esquerda jamais compreenderá que o progresso económico, humano e social baseia-se na desigualdade. Por sermos todos únicos e diferentes, é que tal permite que cada um seja bom naquilo que faz.
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