domingo, 23 de setembro de 2018

Dez anos de neoliberalismo mórbido


O colapso do banco Lehman Brothers há precisamente dez anos simbolizou a eclosão da crise financeira que viria a dar origem à maior recessão mundial desde a Grande Depressão. Esta ficaria conhecida como a crise do sub-prime, em virtude da sua origem próxima nos incumprimentos ao nível dos empréstimos para habitação por parte de alguns dos segmentos relativamente mais pobres da população norte-americana. Com efeito, este segmento do mercado de crédito cedeu em primeiro lugar devido à sua especial vulnerabilidade. No período que antecedeu a crise, era comum nos Estados Unidos a concessão de empréstimos a mutuários de baixos rendimentos, com elevado risco de incumprimento e sem garantias reais (nalguns casos extremos conhecidos como empréstimos ninja: “no income, no job, no assets”) com vista à sua posterior titularização em combinação com empréstimos de menor risco. A ideia seria que o risco menor de uns compensasse o risco maior de outros, mas o processo de titularização e revenda sistemáticos fez com que o risco sistémico se tornasse cada vez maior e a vigilância fiduciária por parte das instituições de crédito cada vez menor.

No entanto, esta não é senão a primeira camada da explicação desta crise. Indo um pouco mais fundo, devemos recordar a evolução da política monetária norte-americana, que passou de muito acomodatícia nos primeiros anos deste século em resposta ao pessimismo decorrente da crise do dot.com e do 11 de Setembro a bastante contraccionista no período antes da crise. Entre 2004 e 2006, a taxa directora da Reserva Federal subiu de 1% para mais de 5%, o que terá desencadeado a catadupa de incumprimentos que levaria ao pânico generalizado e ao congelamento do crédito. Mas o Fed não esteve sozinho na adopção de uma orientação de política que, em retrospectiva, quase parece desenhada para provocar uma recessão: na zona euro, o BCE também subiu gradualmente a sua taxa directora de 2% para 4,25% entre 2005 e 2008.

Por outro lado, é também verdade que a crise financeira não teria tido as características ou a magnitude que teve sem a profunda desregulamentação do sistema financeiro que teve lugar nas décadas anteriores, cujo exemplo mais acabado terá sido provavelmente a revogação em 1999, pela administração Clinton, da Glass-Steagall Act, que datava do tempo da Grande Depressão e que impunha a separação entre as actividades de banca comercial e de investimento. Foi esta desregulamentação que permitiu a acumulação e ocultação de um risco sistémico cada vez maior a coberto de instrumentos financeiros cada vez mais bizantinos e opacos, sem contrapartidas adequadas ao nível da solidez das instituições financeiras.

Mais profundamente, porém, o enorme aumento do endividamento cuja insustentabilidade subitamente desvendada provocou a crise financeira não pode deixar de ser considerado uma consequência do projecto político de transferência de rendimento e restabelecimento do poder das elites cuja implementação remonta ao início da década de 1980 e a que damos o nome de neoliberalismo. Em grande medida, este endividamento sem precedentes correspondeu à reciclagem, sob a forma de concessão de crédito, da parte do rendimento crescentemente apropriada e acumulada pelas elites em resultado do aprofundamento da desigualdade. É nesse sentido que se pode afirmar que a crise financeira de 2007-2008 e a Grande Recessão que se lhe seguiu constituem a primeira grande crise do neoliberalismo: porque resultaram directamente da conjugação dos processos de desregulação, sobre-endividamento, financeirização e aumento da desigualdade que são característicos do neoliberalismo.

É a esta luz, mais do que com base na evolução conjuntural das taxas de crescimento, que faz sentido analisar até que ponto é que a economia global superou a crise. Se tomarmos como critério a alteração ou manutenção destes factores mais profundos, somos forçados a concluir que esta não foi ultrapassada. Embora a regulação e supervisão financeiras tenham sido aprofundadas tanto nos Estados Unidos como na Europa, a tendência actual é novamente de desregulação (por exemplo, com o processo em curso nos EUA de revogação de parte substancial dos requisitos introduzidos em 2010 pela Dodd-Frank Act em resposta à crise). E mais fundamentalmente ainda, nem os níveis de desigualdade, nem os níveis globais de endividamento, nem o enorme poder da finança sofreram qualquer tipo de redução significativa desde a crise – antes pelo contrário. A crise demonstrou os limites e vulnerabilidades do neoliberalismo, mas ao contrário do que chegou a supor-se não o pôs verdadeiramente em causa.

Entretanto, a nível político, as ondas de choque da Grande Recessão incluíram a chegada ao poder por parte de um conjunto diverso de líderes de perfil iliberal e autoritário, na maior parte dos casos cavalgando o descontentamento popular resultante da própria crise. Porém, independentemente do carácter frequentemente populista dos seus discursos, as agendas políticas destes líderes continuam a servir as elites, muitas vezes de forma especialmente agressiva, pelo que eles próprios não deixam de contribuir para acentuar os factores profundos da crise. São, no fundo, sintomas mórbidos de um regime velho que resiste enquanto o novo não consegue nascer.

(no Expresso online a 20/09/2018).

21 comentários:

Anónimo disse...

O que mudou nas relações de poder depois de 2008? As elites continuam a fazer valer a sua posição e a ascensão da extrema direita vai de encontro à necessidade do controlo de "massas". As coisas tendem a ser cada vez mais evidentes, a aceitação generalizada do impensável(transformar as vitimas em culpados) é hoje uma realidade mas isto não chega nem vai chegar porque de uma próxima vez a violência será declarada. Custa a compreender como é que uma civilização caminha para o precipício de forma ordeira.

Jose disse...

Até ao parágrafo que se segue disse muito bem.
«projecto político de transferência de rendimento e restabelecimento do poder das elites»

Aí deveria dizer o seguinte:

Políticas monetárias expansionistas e o projecto político de vender a miragem do 'tudo a todos' levou a uma desregulação que transformou a classe bancária numa nova élite predadora e irresponsável que, sentindo-se legitimada para promover esse projecto distribuindo crédito, se organizou para no processo mamar comissões e prémios sobre futuros em que não raro fazia participar a classe política numa rotatividade que nos países mais povoados de idiotas atingiu níveis de obscenidade.
Essa cultura subsiste até aos dias de hoje e a banca comissionista mantém-se como um factor de permanente instabilidade do sistema.

Jose disse...

Não fique por dizer que a partir desse erro, o post retoma o clássico discurso marxista, como se esses proletários predadores e uma nova classe de 'patos bravos', num ambiente político progressivamente desprovido de valores, fossem os representantes das velhas elites capitalistas que progrediram em responsabilidade social até às bens sucedidas sociedades capitalistas da segunda metade do sec. XX.

Anónimo disse...

Mt bom. E com um grande final

A.R.A disse...

Impossível não estabelecer um paralelismo entre as imagens da queda do bloco soviético com a remoção dos símbolos de então com esta imagem que intitula o post.

Contudo as destrinças entre ambas começam e acabam no modo como o mundo olha para elas pois se a queda de um tornou o mundo mais instável a todos os níveis (entre os quais destaco o da segurança geopolítica do globo) já a queda do outro demonstra que as massas estão completamente subjugadas à manipulação de um capitalismo cada vez mais agressivo, que as formata através de meios subversivos propagandistas subtis (aprenderam com o erro de Allende!?) através dos media, filmes, trabalho, etc, eliminando alternativas dizendo-lhes que não existe outro caminho que não o do neoliberalismo.

Mesmo perante a evidente falência do modelo não escuto ninguém com relevância publica com semelhante "verticalidade" e "moralidade" a criticar de modo visceral (como o era feito comparativamente ao bloco soviético) o modelo neoliberal porque pura e simplesmente todos nós somos reféns de prestações ao banco, do carro, rendas ao senhorio, contas da agua, luz, gás, despesas com a educação dos miúdos e da casa ... é com este nó gordio que mantemos vivo (sim, nós é que somos o combustível para a fornalha) este neoliberalismo mórbido sob a batuta do coorperativismo global que actua com o beneplácito, benevolência e subserviência dos Estados que falaciosamente se dizem independentes.

(O melhor exemplo dessa falácia vem pela mão dos nossos antepassados que tanto lutaram contra invasões espanholas e que no presente um dos sectores de vital importância para a soberania nacional é pertença do coorperativismo espanhol ... ou seja, se Espanha quiser ... têm!)

Os porta estandartes do capitalismo, ao estilo de Jaime Santos, defendem-no por medo e não por convicção. É um medo do vazio e das incertezas, tal como Dostoiévski tão bem descreveu nos irmãos Karamazov:
«O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde onde as certezas moram.»

A.R.A

Anónimo disse...

A verdade tem que ser dita

Mas já se viu este choradinho sobre as “ velhas elites capitalistas”?

Mete náuseas saber por onde estremece a corda sensível desse josé E ao mesmo tempo a forma como tenta empurrar com a barriga a responsabilidade para outrem

E que tal uns exercícios de memória?

Anónimo disse...

Não passa:

"o projecto político de vender a miragem do 'tudo a todos'"

Eis o programa político-ideológico de jose. Há uns que são mais iguais do que outros. O trilho da desigualdade uberalles foi sempre um dos seus leit motivs. O caminho do darwinismo social um dos seus pergaminhos.

O "tudo a todos" é afinal uma expressão ronceira que oculta o que se pretende. A concentração da riqueza nas mãos de uns tantos.

Que agora seja utilizada como justificação para o descalabro é apenas sinal do descalabro que reina por esta gente

Anónimo disse...

Mas a coisa não acaba aqui.

Veja-se a hipocrisia suprema como se fala em " velhas elites capitalistas que progrediram em responsabilidade social até às bens sucedidas sociedades capitalistas da segunda metade do sec. XX."

Aqui é dupla a dita hipocrisia. E não só. Mas vejamos o choradinho idiota sobre as elites capitalistas mais a responsabilidade social e outras tretas apensas

Tempos houve ( e há) em que jose conclamava pelas elites do estado novo, aquelas que deixaram o país na miséria. Tão longe das patacoadas sobre a responsabilidade social e outras tretas ordenhadas

Tempos houve em que era mesmo necessário as ditas elites fazerem avançar o Estado Social. Era também uma questão de sobrevivência de um modelo

Anónimo disse...

A responsabilidade social defendida por jose coincide com a responsabilidade troikista que este mesmo sujeito defendia, prenhe de "responsabilidade" e de ódio, nestes termos tão ao seu jeitinho?:

"Onde não houve limite nehum, vai passsar a haver limites.
Onde tudo foi dado e arregaçado, vai passar a ser pago.
Onde a benesse foi financiada com dívida, vai passar a ser financiada com impostos e descontos.
Percebido ´O Lamúrias!"

Estávamos em 8/10/13

Mas para que não se olvidasse as alvíssaras ao Capital financeiro ( agora travestido de "classe bancária") por parte deste jose, eis o que o mesmo debitava por estas alturas:

"O Capital Financeiro que alimentou a desbunda abrilesca, 
Que deu tantas e tantas alegrias!
Que viabilizou tantas e tantas bitórias rebolucionárias!
Que fez tão feliz duas gerações de progressistas anti--fascistas!
Agora, só porque não espera mais um bocadinho para apresentar a conta a outra geração, já é amaldiçoado!
Já não há pachorra para tanta vigarice!!!!!"

Eis o retrato a cores e com cheiro dum fulano que cantava as virtudes de tal capital e que agora faz estas cenas macacas, tentando rasurar não só o que disse, como procurando reescrever a história.

Deste jeito demasiado idiota. Que ele próprio se encarrega de dinamitar

Anónimo disse...

Mas não passa outra "anedota" que é a tentativa de atirar a responsabilidade das coisas para cima de uma citada " classe bancária"

"Classe bancária" que agora aparece travestida como "uma nova élite predadora e irresponsável que, blablabla, se organizou para no processo mamar comissões e prémios blablabla blablabla e a classe política numa rotatividade que nos países mais povoados de idiotas atingiu níveis de obscenidade"

Este discurso é patibular.

Por um lado assistimos a todo um choradinho rameloso e piegas para com as referidas elites capitalsitas blablabla, blablabla. Por outro um descarregar de passa-culpas atribuindo a imensa trampa a que assistimos a uma "classe" assim definida desse jeito todo pimpão.

Eis um passa-culpas cobarde e abjecto.

Porque os tipos são os mesmos. E a classe política a mesma é

É a trampa que nos tem governado e se tem governado. Como aí em cima o próprio jose cantava e poemava

Anónimo disse...

Já não é todavia a primeira vez que este jose nos tenta impingir a sua versão dos factos, na defesa primorosa (e desnorteada) dos obesos e oleosos banqueiros. As cenas tão caricatas como idiotas são definitivamente grotescas:

Dizia jose:
"o banqueiro como referência de capitalista maior está quase desaparecido, e são os proletários gestores que ‘cavam’ por todos os meios os seus prémios de desempenho e as suas reformas douradas.
( perante o ridículo dos "proletários gestores", agora jose opta pela "classe dos bancários")

E continuava jose a recitar mais o seu discurso lúcido e claro, tão piegas como patético e cómico:

"O político aristocrático, o terratenente dedicado à coisa pública, o pensador inspirado e inspirador, são história passada. O proletário da função público-partidária manipula os capitais do Estado em benefício da construção do seu poder pessoal e o dos seus comparsas".

A história contada por jose sobre os bancos e sobre os governos e sobre os "bancários" que mandam nos bancos é uma pequena palhaçada. (Para ser grande não podia ser tão canhestra).

Os gestores considerados como "bancários" (para fugir à palavra "banqueiros") demonstra bem o carácter manipulador com que se misturam conceitos e se deturpam conteúdos. 
Os gestores ( "a classe bancária") estão lá para fazer funcionar o sistema de acordo com as instruções dos donos disto tudo. Não são assalariados nem muito menos proletários , como uma vez o escreveu um idiota acéfalo de forma profundamente empenhada.Eles estão lá a trabalhar para a rentabilização máxima do Capital.Ao lado do patrão, com o patrão, recompensado pelo patrão e com a chibata do patrão. Com o dinheiro ( "ordenado " dizem alguns desenvergonhados) do patrão para gerar mais dinheiro para o patrão ,seja lá a que custo humano for. E com a partilha do saque adequada.

A luta de classe é uma proposta com dois sentidos: enquanto os trabalhadores e outras classes exploradas lutam a partir de baixo, as classes dirigentes empenham-se na luta de classes a partir de cima para aumentar os seus lucros, produtividade e poder. Os gestores são um dos veículos destes últimos. As injustiças sociais conduzem ao empobrecimento e degradação das condições de vida do povo e geram lucros escandalosos dos grupos económicos e financeiros com somas fabulosas para os seus accionistas e gestores.
Atirar assim a responsabilidade para as costas dos "bancários" e "gestores", é tentar omitir uma coisa muito simples. É que isto é o Capitalismo a funcionar, com o lucro como alma mater, e como seu último objectivo. E com a corrupção endémica inevitavelmente associada a tal tipo de sociedade.

Tal como a questão dos políticos considerados como um todo, apagando a luta de classes que obviamente estoira tão idiota classificação. Como considerar que quem tenta manter as coisas como estão tem os mesmos interesses e age da mesma forma de quem tenta construir uma nova sociedade? Como se um Salazar estivesse ao mesmo nível dum Humberto Delgado, ou um poltrão ao mesmo nível dum Mandela.

Anónimo disse...

A 23 de Setembro do corrente ano é esta treta assim debitada:

"a banca comissionista mantém-se como um factor de permanente instabilidade do sistema".

Aqui há uns anos era o discurso do lucro, nada mais do que o lucro e todo o direito do lucro:

"É evidente que o negócio bancário é dos mais endividados pela sua própria natureza operacional.
Por outro lado é obrigado a manter capital e reservas em valores apreciáveis; e deve ter lucros, esse pecado que escandaliza os crentes DE religiões bizarras."

Heil, lucro, agora escondido feito poltrão atrás dos capatazes do sistema.

Anónimo disse...

A banca comissionista nascida e criada por geração espontânea?

Curioso.

Numa defesa da política troikista abjecta de fazer pagar o regabofe dos banqueiros e da banca pelo erário público, jose afirmava o seguinte:

"E sabes porque é que os credores impõem o financiamento dos bancos?
Porque mais confiam neles do que nos políticos sujeitos ao vozeirio abrilesco para quem tudo foi obra de demónios capitalistas e que só por isso é que o regabofe não pode continuar."

É lapidar, não é?

Agora assistimos a este choradinho sobre a "classe bancária" e a "banca comissionista"

Anónimo disse...

Quando Salgado se esqueceu de declarar no IRS pela terceira vez pequeninas somas que tinha no estrangeiro , o Governador chamou-o para opinião pública ver , mas continuou a considerá-lo idóneo para continuar como banqueiro… e quando foi descoberto o também pequenino prejuízo , a tal "enfermidade" do contabilista , como lhe chamou Salgado , o governador continuou a considerar este senhor como idóneo para ser banqueiro. Fantástico . Como prémio merece ir para o BCE tal como o Vítor Constâncio!"

Acontece que este mesmo Salgado foi alvo duma comovedora homenagem e defesa da sua posição na vida, da sua posição económica, da sua condição de legítimo proprietário das imensas riquezas recebidas(" o direito ao retorno" assim escrevia o próprio jose

E concretizava este sujeito de nickname jose:

"Sabe porque é que essas antigas famílias regressaram ao poder económico?
Umas indeminizações ajudaram, mas no essencial têm crédito porque são credíveis – ia dizer que sabe gerir e honram os seus compromissos, mas honra já vi que é coisa em grande descrédito!"

Estávamos em Março de 2013.

Depois foi o que se viu. É o que se vê.

É a credibilidade da mafia. A credibilidade do Capital

Jose disse...

Dizendo devagarinho:

Quando o 'tudo a todos' é a bandeira, logo todo o oportunista aparece a associar-se ao que não pode passar de um esquema Ponzi, ou Dona Branca dito em português.

E se é nos bancos que se fabrica dinheiro através do crédito, logo políticos e bancários se misturam a montar o esquema.

E como, segundo o cronista, eu bem disse:

O Capital Financeiro que alimentou a desbunda abrilesca,
Que deu tantas e tantas alegrias!
Que viabilizou tantas e tantas bitórias rebolucionárias!
Que fez tão feliz duas gerações de progressistas anti--fascistas!
Agora, só porque não espera mais um bocadinho para apresentar a conta a outra geração, já é amaldiçoado!
Já não há pachorra para tanta vigarice!!!!!"

Anónimo disse...

Não fique por dizer que a partir de toda a conversa da treta de jose, este não retorne ao seu clássico discurso anti-marxista, como se esses capitalistas predadores, quer os das elites, quer os da nova classe de 'patos bravos', não reconheçam que aí está um enorme entrave à divulgação desbragada da sua ideologia neoliberal criminosa

Não é por nada que o ministro das finanças alemão à época da crise declarou na altura que “o marxismo está certo em muitos aspectos”.

Isto deve desesperar qualquer adepto dos valores da mafia do Capital

(e também não é por nada que aquele pouco durou no cargo)

Jose disse...

As convulsões argumentativas que se espalham aí acima, sugerem-me relembrar o seguinte:

A corrupção diz-se activa ou passiva conforme é origem ou destino do dinheiro ou vantagem.

Esta é uma enganosa opção linguística pois identifica como passiva a parte que o mais das vezes é o factor activo na criação do acto de corrupção.

Isto para dizer que o político, o funcionário, que sugere ou faz saber que a satisfação de uma qualquer pretensão depende em prazo ou realização de contrapartidas, é o corruptor.
Esta evidência precisa ser referida pelo facto de que a doutrina do coitadinho sempre penaliza quem tem o capital.

S.T. disse...

Vejo que o José continua em forma no seu jogo de intruja. Tudo normal, portanto...

Mas passo por aqui apenas para deixar uma pequena pérola de Mario Dragui em resposta a tentativas por parte de parlamentares alemães de condicionar ou exigir a colateralização dos famosos saldos Target2:

https://twitter.com/SabriB_B/status/1044314003739234305

Ou a versão longa:

https://ec.europa.eu/avservices/video/player.cfm?sitelang=en&ref=I160434

Ver ao minuto 15:00

Recorde-se as teses conflituantes relativamente aos saldos Target2. Uns vêm os Target2 como "dívidas" enquanto outros os vêm como meros indicadores contabilisticos.

E repare-se na resposta de Mario Dragui.

S.T.

Anónimo disse...

Não colam as tretas de jose

Não passam as suas “respostas “ ao lado

Temos aqui um miserável ( porque é demasiado medíocre) jogo de cintura para tentar tapar as aldrabices e as contradições em que josé cai, desde que passe um intervalo de tempo tido como adequado.

Escutemos o que jose diz hoje e ouçamo-lo a perorar ontem

Jose é o primeiro a dar cabo dele próprio, Lolol

Anónimo disse...

O “ tudo a todos “, mantra ideológico de jose, desapareceu.

Caiu sem estrondo. Não pelo facto de jose deixar de prestar diariamente culto a tão ronceira treta

Mas sim porque há limites para as bojardas que se dizem

Percebemos já que o que se pretende é manter o “ tudo para uns poucos”

Anónimo disse...

Há mais?

Há e muito. Sobretudo silêncios.

E fugas. Agora para o reino dos "activos e dos passivos".

Percebe-se que jose tente arrastar o tema para aí, onde já produziu doutrina que nega precisamente a doutrina que agora expõe. E estamos a falar a sério, apesar disto merecer uma franca gargalhada.

Mas será este o objectivo do jose? Apontar para a idiotice, quando o que se demonstra é um imenso lodaçal, com jose a contraditar o próprio jose?