sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Conhecemos esta história


Na frase de abertura do romance Anna Karenina, cada família infeliz é-o à sua maneira. Já as economias emergentes afectadas por crises financeiras têm em geral mais semelhanças do que diferenças. A história é conhecida e inclui a acumulação de défices externos ao longo do tempo, alimentados pelo afluxo de crédito numa moeda que não se controla, até que o fluxo de capital cessa ou se inverte, provocando uma rápida depreciação da moeda, forçando uma subida dos juros e dando origem a uma recessão mais ou menos acentuada.

Na fase ascendente do ciclo, o afluxo de crédito alimenta a procura, o dinamismo da economia e a paridade cambial, pelo que tudo parece sustentável. Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a depreciação da moeda, o que aumenta o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país. Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída dispara precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão.

Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas. É também uma boa parte da história da crise da zona euro, na verdade uma crise de dívida externa dos países da periferia da zona euro, ainda que a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública.

E é ainda, no presente, o caso de várias economias com níveis elevados de dívida externa denominada em dólares. A Turquia e a Argentina são as que enfrentam a crise mais grave e imediata, mas há várias outras sob ameaça, incluindo a Indonésia, a África do Sul e a Índia. A causa próxima é o aumento dos juros nos EUA nos últimos meses, que tem implicado uma tendência global de deslocação dos capitais para este último país e uma apreciação do dólar, com o consequente aumento do valor real da dívida externa das economias afectadas. Algo de semelhante ocorreu aliás há poucos anos aquando do chamado ‘taper tantrum’, o abalo por que passaram algumas economias emergentes no contexto do início da redução do ‘quantitative easing’ nos EUA em 2013. Na altura foi maior o susto do que o impacto, mas nada garante que o mesmo suceda agora.

Este tipo de crises praticamente não existiu nas décadas entre a 2ª Guerra Mundial e o início da década de 1970, principalmente devido à existência de controlos de capitais generalizados, que impedia a ocorrência destes ciclos de acumulação e deflação de dívida externa e, em particular, os episódios de fuga descoordenada de capital. Analogamente, os países afectados pela crise asiática do final dos anos ’90 optaram pela posterior reintrodução de certos controlos de capital e pela acumulação de reservas mais substanciais de divisas externas como mecanismos prudenciais para evitar e enfrentar crises futuras.

Idealmente, estas questões seriam reguladas a nível global através de medidas de repressão financeira semelhantes às que existiram até há poucas décadas. Como segunda escolha, cada país pode tentar reduzir o seu grau de exposição através do tipo de políticas e controlos que adopta para evitar o sobreaquecimento na subida e a descoordenação na descida. Mas quando a circulação é irrestrita, é praticamente certo que tudo o que sobe tende a cair subitamente.

(publicado no Expresso online a 6 de Setembro)

43 comentários:

Ulisses de Oliveira Lopes Pimentel Ferreira disse...

Toda uma ladainha para explicar o inexplicável da natureza humana:

"Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas."

E como V. Exa. explicaria então a recente crise na Venezuela, que gera famélicos sem par e miséria não alcançável por qualquer sociedade capitalista? Por acaso hoje estive a ver a SIC notícias e estavam a entrevistar Venezuelanos imigrados em Estarreja. Consta que os seus pais e avós emigraram para a Venezuela nos anos 50, quando por lá vigorava uma regime fascista é certo, mas que promovia uma economia de mercado. Quantos portugueses emigram hoje para a Venezuela?

O resto é ladainha socialista, como se o comportamento humano pudesse ser modelado, quantificado e executado segundo o materialismo dialético.

Aguardam-se pacientemente as divagações latino-literárias de Cuco e Associados!

Jose disse...

«...tudo o que sobe tende a cair subitamente.»
Tudo o que sobe DE FORMA INSUSTENTADA tende a cair subitamente.


A questão dos controlos tem assim que colocar-se prioritariamente do lado de quem recorre à dívida.

Quando o falido fica impune, o governo irresponsável mantém o poder, o treteiro é erigido a guru, cair subitamente é o remédio possível.

Anónimo disse...

Muito atrapalhada está a claque neoliberal pesporrenta.

João pimentel ferreira e jose.

Perturbados um e outro.

Não se envergonharão desta triste figura, em tom menor e em desafinação crescente, como tentam "responder" a este post de Alexandre Abreu?

Tanto este como o texto mereciam um pouco mais de nível, um pouco mais de células cinzentas.

Pena

Anónimo disse...

Anónimo Ulisses de Oliveira Lopes vitor joão Pimentel Ferreira
"a recente crise na Venezuela, que gera famélicos sem par e miséria não alcançável por qualquer sociedade capitalista?"

Ó pimentel ferreira não lhe disseram ainda que a venezuela é uma sociedade capitalista?

O resto é ladainha neoliberal.

Jose disse...

O das 03:15 tem razão.
A Venezuela é uma sociedade capitalista.
Acontece porém que os treteiros esquerdalhos tomaram o poder e, além de o chularem amplamente, compraram votos em termos tais que em final só sobrou para a camarilha no poder e miséria para todos mais.

O socialismo é cada vez mais um slogan de oportunistas e escroques, admitindo - com rara benevolência - que os queridos líderes foram algum dia coisa diferente.

Unabomber disse...

A grande verdade:

"Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas.
É também uma boa parte da história da crise da zona euro, na verdade uma crise de dívida externa dos países da periferia da zona euro, ainda que a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública."

- Infelizmente muito poucos sabem isto, e devido a esse desconhecimento os politiqueiros rascas aproveitam para culpar a despesa publica ou o Euro de todos os males que que afetam a economia Portuguesa.

S.T. disse...

Vejamos...

O comentário do Sr Unabomber de 9 de setembro de 2018 às 23:06 encerra uma patente esquizofrenia:

Por um lado afirma que é verdade, verdadinha que "a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública."

Ora, esta "a inexistência de relação cambial explícita" é uma consequência directa do euro enquanto moeda única.

Logo, está em flagrante contradição com a invectiva aos "politiqueiros rascas" que culpam o Euro de todos os males que afectam a economia Portuguesa.

Como é que o Unabomber quer ter Euro com uma relação cambial explícita? É uma posição completamente esquizofrénica.

S.T.

Anónimo disse...

"Ó pimentel ferreira não lhe disseram ainda que a venezuela é uma sociedade capitalista?"

O quê? A Venezuela é uma sociedade capitalista!? Presumo então que haja famélicos nas ruas de Caracas, porque a tentativa de implantação de socialismo de Chavez não foi corajosa e ousada o suficiente!

S.T. disse...

Já agora que vem a talhe de foice recordo que esta esquizofrenia evidenciada pelo Sr Unabomber se estende a algumas franjas do PS, cujo europeísmo serôdio ditaria que gostariam de ficar com o dinheiro, com a manteiga e se possível ainda dar uma voltinha com a moçoila que fabrica a manteiga.

Ou na versão francesa, que tem muito mais piada: "le beurre, l’argent du beurre, et le cul de la crémière"
(https://fr.wiktionary.org/wiki/le_beurre,_l%E2%80%99argent_du_beurre,_et_le_cul_de_la_cr%C3%A9mi%C3%A8re)

Outro exemplo da mesma mentalidade é o Sr Jaime Santos, habitué aqui das caixas de comentários dos LdB e frequentemente apanhado em contradições lógicas.

E falando de politiqueiros rascas, realmente os que o são, são aquelas alminhas tapadas da mioleira que defendem as políticas que se revelaram um fracasso e são claramente contrárias aos interesses do país. É que já não há pachorra!

Passando para um registo mais positivo, volto a lembrar o recente eclodir do movimento Aufstehen, protagonizado por uma alemã, de seu nome Sahra Wagenknecht.

Artigo aqui, no Guardian:

https://www.theguardian.com/world/2018/sep/05/germanys-new-movement-a-leftist-pitch-for-the-left-behind

“All successes in restraining and regulating capitalism have been achieved within individual states, and states have borders.”

"Todos os sucessos na restrição e regulação do capitalismo foram conseguidos no interior de estados individuais, e estados têm fronteiras."

S.T.

Jose disse...

« a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública."»

Talvez o Unabomber queira explicar como, na zona euro, uma crise de dívida externa se transforma em crise de dívida pública, sem que a despesa pública seja envolvida no proces

Anónimo disse...

Infelizmente muito poucos sabem isto, e devido a esse desconhecimento os politiqueiros rascas aproveitam para dar a bênção ao Euro

Anónimo disse...

O capitalismo é cada vez mais um slogan de oportunistas e escroques, admitindo - se que quando em desespero optem poe outros métodos mais desesperados

Mas isso sabe bem o jose

E também todos sabemos que o capitalismo não é somente um slogan de oportunistas e escroques.
É bem mais do que isso.

Anónimo disse...

A que propósito um tipo de nickname Unabomber fala aqui em "políticos rascas" referindo-se aos que não lhe bebem as águas de euroinómano para todo o serviço?

A rasquice desta pretensa elite de colarinho branco e com sotaque alemão já chegou aqui?

Anónimo disse...

A propósito de alguém ( unabomber, um psicopata bombista americano?) que se sai com a designação de "politiqueiros rascas" a quem não se dobra perante o euro ( ou perante a Alemanha)

"A Europa cada vez mais Alemã
Merkel quer a presidência da Comissão . E quer a presidência da Comissão para poder negociar com mais força com Trump. A industria automóvel alemã está ameaçada bem como sectores importantes da exportação.
Os alemães sabem que o BCE está nas suas mãos . São eles que o financiam como se pode ver no sistema TARGET2 . A presidência da Comissão é mais incerta..
O objectivo é o domínio político e financeiro da UE ... A França vai a reboque...
Só que as contradições vão se agudizando , na UE e mesmo na Alemanha...
A insistência em mais do mesmo com as camadas populares marginalizadas vai alimentando aqueles que com clareza dizem que o rei vai nu - apelidados de populistas ...
( pena preta)

Por cá os da pandilha crismam os outros como rascas. Ignorando que a rasquice rasca está em quem usa tal tipo de linguagem.

Usarão água de colónia ou perfume alemão?

Anónimo disse...

Não sei nem me interessa saber se o indivíduo Unabomber é ou não rasca
O que sei é que a sua linguagem é-o. Duplamente. Pela forma como se exprime. Porque nunca vi ninguém culpar o Euro por todos os males que afectam a economia portuguesa. Isso é linguagem de politiqueiro aldrabão. E é linguagem de desonesto

Unabomber disse...

Disse o amigo JOSÉ:
"Talvez o Unabomber queira explicar como, na zona euro, uma crise de dívida externa se transforma em crise de dívida pública, sem que a despesa pública seja envolvida no proces..."

- Ó amigo José:
Nos tempos das "Bancarrotas" de 1978 e 1983 não havia problemas em "arranjar" dinheiro para pagar as despesas públicas e o refinanciamento da divida publica:pois, quando as receitas publicas não chegavam, para fazer face a tais pagamentos, punham-se as "impressoras" do Banco de Portugal a imprimir os Escudos que faltavam (embora com isso aumentando a inflação).
O problema nesses tempos é que não havia divisas (moeda estrangeira) suficientes para pagar a totalidade das Importações vitais ao funcionamento da economia e da sociedade.

Se ainda estivessemos no Escudo, o mesmo se teria passado em 2011:
Teria havido "novos" escudos do Banco Portugal para o défice público e as "prestações" vencidas da divida publica e, de igual modo, teriámos entrado (na mesma) em falencia por falta de divisas (moeda estrangeira) para pagar o acumular de elevadissimos défices externos (grosso modo: diferença entre importações e export.) - Ou seja, teria sido uma falência devido a uma crise de divida externa.

Em virtude do Euro ser como uma "moeda estrangeira" ("emitido" pelo BCE)tal não sucedeu: pelo contrário, (em 2011) o BCE "financiou" os bancos privados para pagar as importações, e o Estado teve de pedir ajuda à Troika para pagar o défice publico e as prestações da divida publica.
E, por isso (com o Euro), a crise do défice externo (de 2011) "transformou-se" numa crise de falta de dinheiro para crise do défice externo (2011) transformou-se uma numa crise de défice publico.

.....
Na Verdade nenhum país entra "Directamente" em falência por falta de dinheiro para pagar despesas e dividas públicas contraidas em moeda própria (Nacional)- no máximo entra em hiperinflação, por excesso de emissão de nova moeda.
Os países vão sim à falencia por falta de moeda estrangeira (divisas) para pagar as importações e as "prestações" das dividas externas (publicas e privadas) feitas em moeda estrangeira.
.....
O Japão, apesar de ter divida Pública bruta superior a 200% do PIB (superior à da Grécia)e défices publicos muito elevados, está longe de entrar em insolvência, pois não tem divida Externa (é um país Credor de terceiros).

Unabomber disse...

PARA o comentário do ST de 10 de setembro de 2018 às 09:19:

Quem escreveu a "grande verdade" foi o Alexandre Abreu (não fui eu):
"Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas.
É também uma boa parte da história da crise da zona euro, na verdade uma crise de dívida externa dos países da periferia da zona euro, ainda que a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública."

- Tal significa que, se não existisse o Euro em 2011, NÃo teria havido a "transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública".
E, significa ainda que (sem o Euro), NÃO teria havido crise de dividsa pública, MAS teris havido crise de divida externa.
Isto é, sem o Euro, teriámos entrado em "falência" (na mesma) pela crise da divida externa - tal como sucedeu em 1978 e 1983.
......
Se o amigo ST tem duvidas acerca do significado das palavras do Alexandre Abreu, é melhor pedir esclarecimentos ao autor.

Unabomber disse...

PARA o comentário do ST de 10 de setembro de 2018 às 09:19:

Quem escreveu a "grande verdade" foi o Alexandre Abreu (não fui eu):
"Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas.
É também uma boa parte da história da crise da zona euro, na verdade uma crise de dívida externa dos países da periferia da zona euro, ainda que a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública."

- Tal significa que, se não existisse o Euro em 2011, NÃo teria havido a "transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública".
E, significa ainda que (sem o Euro), NÃO teria havido crise de dividsa pública, MAS teris havido crise de divida externa.
Isto é, sem o Euro, teriámos entrado em "falência" (na mesma) pela crise da divida externa - tal como sucedeu em 1978 e 1983.
......
Se o amigo ST tem duvidas acerca do significado das palavras do Alexandre Abreu, é melhor pedir esclarecimentos ao autor.

Aónio Eliphis disse...

Não esqueçamos caro Sousa Tavares que a UE tem uma série de virtudes e pilares que nenhum império da antiguidade conseguiu alcançar, e por isso a UE sofre, exatamente devido a essas virtudes: 1) Não tem exército nem qualquer intuito bélico (excetuando raras exceções de alguns estados membros como RU ou França, que estão longe de representar a União); 2) Baseia-se no princípio da Paz, e de facto nunca a Europa desde o tempo dos Clássicos teve um período de Paz tão longo vai para mais de 70 anos; 3) Nunca um império ou federação conseguiu "unir" pela via da Paz povos culturalmente tão diferentes em línguas e costumes.Basta ler um pouco de História (faz falta às pessoas lerem História), particularmente a História da Europa nos remotos anos 1930, para percebermos o que nos acontecerá a todos caso voltemos aos espartilhos nacionalistas.

Anónimo disse...

Já lemos este comentário do aonio eliphis ferreira ali ao lado. Exactamente o mesmo, a denotar que a preguiça mental está acorrentada indelevelmente à necessidade de espalhar a fé e o império.
Também tudo isto já foi esmiuçado e debatido. Aqui em baixo alguns posts com o picante de serem adornados de muitas outras cenas cómicas, abandonadas entretanto pelo próprio pimentel ferreira tal o grau de comicidade. E de alguma linguagem escatológica do próprio , a consolidar que não passa de.

Por exemplo:

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2017/03/dizer-o-indizivel.html

https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2017/05/apoiado.html

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2018/02/marxistas-de-ontem-marxistas-de-hoje.html

https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2018/03/quo-vadis-ue.html

Há mais

Anónimo disse...

Unambomber está verdadeiramente inquieto.

Não cansado de repetir os mesmos comentários ao longo dos dias, repete-os ao longo dos minutos.

Uma verdadeira inquietação.

Mas isso não é o pior. O pior é que não assume as canalhices que diz, mais os seus "rascas politiqueiros"

É de toda a justiça repetir um post ai em cima muito bom e que demonstra que estamos na presença do que estamos.

Para não haver confusão e para se perceber o silêncio atroador deste unabomber, vai num outro comentário

S.T. disse...

Continuo a discordar do Sr Unabomber.

"E, significa ainda que (sem o Euro), NÃO teria havido crise de dividsa pública, MAS teris havido crise de divida externa.
Isto é, sem o Euro, teriámos entrado em "falência" (na mesma) pela crise da divida externa - tal como sucedeu em 1978 e 1983."

Sobre isto tenho a dizer que:

Sem o euro não teria havido o afluxo descontrolado de capitais que criou a bolha de crédito nas periferias europeias.

Sem o euro as taxas de juro nunca teriam sido tão baixas e portanto não teria facilitado o endividamento. Isto é consequência de durante anos e anos Trichet ter gerido as taxas de juro em função dos interesses da Alemanha.

Sem o euro o escudo ter-se-ia desvalorizado em relação ao marco, equilibrando a balança comercial. Chama-se a isto um estabilizador automático.

Portanto é falso que o euro nos tenha protegido do que quer que seja!

As crises têm causas, e na ausência de causas não haveria crise. É o chamado óbvio ululante. LOL
S.T.

S.T. disse...

Não sei porquê mas os encómios à E.U.R.S.S. fazem-me irresistivelmente lembrar a U.R.S.S.

https://www.youtube.com/watch?v=N3FAAeYjET8

ROTFL

S.T.

S.T. disse...

AHHHH, e para que conste, S.T. não é nem tem nada a ver com Sousa Tavares.

Para quando os advogados vierem pedir contas se saiba de quem é a responsabilidade.

S.T.

Jose disse...

Sem o Euro não haveria dívida pública.
Os governos esquerdalhos produziriam abundantes quantidades de moeda e por esse meio lançariam o seu imposto mais querido: a inflação.

Anónimo disse...

Chegou a hora para ir buscar um comentário certeiro sobre o qual unabomber nem tugiu nem mugiu.

Com a devida vénia:

"Não sei nem me interessa saber se o indivíduo Unabomber é ou não rasca
O que sei é que a sua linguagem é-o. Duplamente. Pela forma como se exprime. Porque nunca vi ninguém culpar o Euro por todos os males que afectam a economia portuguesa. Isso é linguagem de politiqueiro aldrabão. E é linguagem de desonesto"

Anónimo disse...

Ou seja, confirma-se que o euro foi um péssimo negócio para os paises periféricos e uma taluda para a Alemanha e satélites próximos

Anónimo disse...

"Os governos esquerdalhos blablabla e mais blablabla

Sempre me admirou esta transformação de um nacionalista praticante em fóruns da legião portuguesa, assumido colonialista e defensor dos predicados de "Angola é nossa".

Agora convertido em acérrimo euroinómano

Ou se calhar o espanto é por ainda haver espanto. As peças encaixam perfeitamente

Unabomber disse...

Para o amigo José:

A inflação elevada tal como os aumentos de impostos diretos e indiretos, e as reduções nos serviços publios e na manutenção das infraestruturas publicas, são tudo situações que levam ao empobrecimento da população de qualquer país.

Unabomber disse...

Disse o ST:
"Sem o euro não teria havido o afluxo descontrolado de capitais que criou a bolha de crédito nas periferias europeias."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, o afluxo descontrolado de capitais não aconteceu apenas na Zona Euro, é antes fruto da Globalização financeira: a Islândia, a Argentina, a Turquia, etc... não têm o Euro, nem pertencem à UE.

Disse o ST:
"Sem o euro as taxas de juro nunca teriam sido tão baixas e portanto não teria facilitado o endividamento."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, a redução de taxas de juro não aonteceu apenas nos países da Zona Euro,

Disse o ST:
"Sem o euro o escudo ter-se-ia desvalorizado em relação ao marco, equilibrando a balança comercial. Chama-se a isto um estabilizador automático"
- O ST esqueceu-se que o recurso ao estabilizador automático (desvalorização da moeda)não evitou as bancarrotas de Portugal em 1978 e 1983, nem as bancarrotas dos países emergentes que fala o Alexandre Abreu....

........
Mais, ainda relativamente à desvalorização da moeda (estabilizador automático) o ST esqueceu-se dos seus efeitos nas dividas externas, de que fala o Alexandre Abreu:

"Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a DEPRECIAÇÃO da moeda, o que AUMENTA o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país.
Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída DISPARA precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão."
(escrito pelo Alexandre Abreu).

Unabomber disse...

Ainda para o amigo JOSÉ:

A produção de abundantes quantidades de moeda não é exclusiva dos governos esquerdalhos e nem sempre provoca inflação elevada:
O Japão, os EUA e a Zona Euro da UE têm ultimamente utilizado tal produção sem que as suas taxas de inflação tenham aumentado significativamente (com exceção dos ativos financeiros e imobiliário).
E, não me parece que os referidos países estejam a ser governados só por esqquerdalhos.
.....
Por outro, lado refira-se que o fenónemo contrário da inflação: a deflação, também equivale a um imposto que atinge muita gente - (em determinadas circunstâncias ainda é pior que a inflação).

Anónimo disse...

Continuamos sem perceber a fuga e o silêncio de Unabomber

O que se passa com os politiqueiros rascas, na linguagem de unsbomber,que atribuem todos os males da economia portuguesa ao euro?

Quem são? Onde estão?

S.T. disse...

@ Unabomber

Neste artigo de que já publiquei o link há uns dias fala-se num "arrepio para os investidores"

https://www.zerohedge.com/news/2018-09-03/russell-napier-imf-about-send-profound-shudder-through-generation-investors

Porque será? A razão óbvia é que em situações em que a dívida externa sofre variações que tornam impossível o seu pagamento os investidores incorrem em prejuízos.

Ao contrário do que um palerma anda a tentar fazer crer com os seus comentários azininos as dívidas não são vacas sagradas.

Se há um default entende-se que o credor partilha da responsabilidade por não ter avaliado correctamente a capacidade de pagamento do devedor e o risco que corria ao conceder o crédito. Há uma responsabilidade partilhada.

Por vezes o credor até tem mais vantagem em aceitar um certo nível de perda em função de negócios futuros e também porque tentar extrair pagamentos acima do que uma empresa ou estado podem razoávelmente pagar pode fazer com que a capacidade de pagar do devedor seja ainda mais afectada fazendo com que o credor acabe por receber ainda uma menor parte da dívida.

Um exemplo disso foi o caso grego em que do ponto de vista estritamente técnico os sucessivos resgates foram deitar descomunais somas de dinheiro à rua. Uma reestruturação ou um default no início da crise teria sido dezenas de vezes mais barato.

Quando surge uma situação como o Unabomber cita do texto de Alexandre Abreu, o estado pode tomar por exemplo a medida de decretar uma moratória no pagamento da dívida externa e depois negociar com os credores uma reestruturação aceitável pelas partes envolvidas.

Se o assunto o interessa realmente deve ler acerca do default russo de 1998 que é instrutivo em várias vertentes.

Uma delas é como a crise russa de 1998 foi agravada ou até espoletada pela manutenção de um peg do rublo ao dolar e depois uma flutuação em banda estreita até a deterioração financeira forçar à livre flutuação do rublo com a consequente desvalorização.

https://www.quora.com/Why-did-Russia-choose-to-default-on-its-bonds-in-1998-when-it-could-print-money

https://www.pragcap.com/the-russian-default-what-happened/

Também é interessante notar como depois desse episódio a Rússia tem sido muito mais prudente e mantido uma muito maior margem de segurança que lhe evitou problemas até mesmo com a queda do preço do petróleo de há uns anos. Gato escaldado...

Ainda uma nota. Na história financeira do mundo os pegs mais cedo ou mais tarde são rompidos e os cambios fixos caem. E caem com tanto mais estrondo quanto maiores as tensões financeiras acumuladas. O mesmo inevitávelmente acontecerá com o euro. Não é uma questão de "se" mas uma questão de "quando" e quem é que vai levar com os destroços em cima.

Convém também ler o meu comentário ao post do Vicente Ferreira "Uma década de turbulência" sobre a China porque ilustra como os controles de capitais são um instrumento poderosíssimo para impedir o descontrole financeiro.

S.T.

Unabomber disse...

A grande verdade:

"Esta é em grande medida a história da crise da dívida da América Latina na década de 1980, da crise asiática do final dos anos 1990 e de muitas outras crises das últimas três décadas.
É também uma boa parte da história da crise da zona euro, na verdade uma crise de dívida externa dos países da periferia da zona euro, ainda que a inexistência de relação cambial explícita tenha implicado a transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública." - Por Alexandre Abreu

- Tal significa que, se não existisse o Euro em 2011, NÃo teria havido a "transmutação da crise de dívida externa em crise de dívida pública".
E, significa ainda que (sem o Euro), NÃO teria havido crise de dividsa pública, MAS teris havido crise de divida externa.
Isto é, sem o Euro, teriámos entrado em "falência" (na mesma) pela crise da divida externa - tal como sucedeu em 1978 e 1983.

S.T. disse...

Bem, Unabomber parece ter entrado em loop repetitivo de longo ciclo.

Para mim é um mistério que não se perceba que sem o euro e sem as taxas de juro excessivamente baixas para a economia portuguesa nunca teria havido o afluxo de capitais nem o endividamento que levaram à crise.

Decretar que mesmo assim teria havido crise da dívida externa é simplesmente absurdo.
Na ausência das causas é ilógico supor que continuem a verificar-se as mesmas consequências.

Mas Unabomber parece viver num universo paralelo em que a relação causa-efeito parece estar ausente, e quanto a isso nada posso fazer.

S.T.

Unabomber disse...

Disse o ST:
"Sem o euro não teria havido o afluxo descontrolado de capitais que criou a bolha de crédito nas periferias europeias."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, o afluxo descontrolado de capitais não aconteceu apenas na Zona Euro, é antes fruto da Globalização financeira: a Islândia, a Argentina, a Turquia, etc... não têm o Euro, nem pertencem à UE.

Disse o ST:
"Sem o euro as taxas de juro nunca teriam sido tão baixas e portanto não teria facilitado o endividamento."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, a redução de taxas de juro não aonteceu apenas nos países da Zona Euro,

Disse o ST:
"Sem o euro o escudo ter-se-ia desvalorizado em relação ao marco, equilibrando a balança comercial. Chama-se a isto um estabilizador automático"
- O ST esqueceu-se que o recurso ao estabilizador automático (desvalorização da moeda)não evitou as bancarrotas de Portugal em 1978 e 1983, nem as bancarrotas dos países emergentes que fala o Alexandre Abreu....

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Mais, ainda relativamente à desvalorização da moeda (estabilizador automático) o ST esqueceu-se dos seus efeitos nas dividas externas, de que fala o Alexandre Abreu:

"Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a DEPRECIAÇÃO da moeda, o que AUMENTA o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país.
Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída DISPARA precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão."
(escrito pelo Alexandre Abreu).

Unabomber disse...

Disse o ST:
"Sem o euro não teria havido o afluxo descontrolado de capitais que criou a bolha de crédito nas periferias europeias."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, o afluxo descontrolado de capitais não aconteceu apenas na Zona Euro, é antes fruto da Globalização financeira: a Islândia, a Argentina, a Turquia, etc... não têm o Euro, nem pertencem à UE.

Disse o ST:
"Sem o euro as taxas de juro nunca teriam sido tão baixas e portanto não teria facilitado o endividamento."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, a redução de taxas de juro não aonteceu apenas nos países da Zona Euro,

Disse o ST:
"Sem o euro o escudo ter-se-ia desvalorizado em relação ao marco, equilibrando a balança comercial. Chama-se a isto um estabilizador automático"
- O ST esqueceu-se que o recurso ao estabilizador automático (desvalorização da moeda)não evitou as bancarrotas de Portugal em 1978 e 1983, nem as bancarrotas dos países emergentes que fala o Alexandre Abreu....

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Mais, ainda relativamente à desvalorização da moeda (estabilizador automático) o ST esqueceu-se dos seus efeitos nas dividas externas, de que fala o Alexandre Abreu:

"Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a DEPRECIAÇÃO da moeda, o que AUMENTA o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país.
Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída DISPARA precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão."
(escrito pelo Alexandre Abreu).

S.T. disse...

Unabomber continua a desconversar

As desvalorizações fazem-se atempadamente, antes de isso já constituir uma manobra de recurso. Depois de cavalo morto, cevada ao rabo!

A maior parte das crises cambiais resultaram não das desvalorizações mas de tentativas de manter pegs ou sistemas de cambio fixo.

A diferença é que agora Portugal não pode fixar a taxa de juro que lhe convém, enquanto que quando recuperar a sua soberania monetária ganha liberdade para o fazer. E um país soberano pode em grande medida regular os fluxos de capital.

Além disso tenho uma novidade para o Unabomber: Como a saída do euro implicaria a redenominação, a lex monetae estatui que a dívida em euros será redenominada em escudos daqueles crocantes, estaladiços e desvalorizados. LOL

S.T.

Anónimo disse...

Com a devida vénia:

"Não sei nem me interessa saber se o indivíduo Unabomber é ou não rasca
O que sei é que a sua linguagem é-o. Duplamente. Pela forma como se exprime. Porque nunca vi ninguém culpar o Euro por todos os males que afectam a economia portuguesa. Isso é linguagem de politiqueiro aldrabão. E é linguagem de desonesto"

Unabomber disse...

Para o ST "conversar":

Escreveu o Ricardo Paes Mamede:
"De acordo com um estudo publicado pelo FMI, entre 1970 e 2011 ocorreram 147 crises bancárias, 218 crises cambiais e 66 crises de dívida soberana."
"Mais de uma década ANTES da grande crise de 2008 já o mundo havia assistido a grandes perturbações financeiras, como ilustram a crise mexicana de 1994-95, a crise asiática de 1997-98 ou a crise russa de 1998, só para referir os casos mais relevantes."

Perante estas palavras do Ricardo P.M. pergunta-se ao amigo ST:

- Amigo ST: Quantas e QUAIS destas crises referidas pelo Ricardo resultaram de "crises cambiais (...) de tentativas de manter pegs ou sistemas de cambio fixo"?

- Amigo ST: Quantas e QUAIS destas crises referidas pelo Ricardo resultaram de desvalorizações não feitas "atempadamente" - de "antes de isso já constituir uma manobra de recurso. Depois de cavalo morto, cevada ao rabo"

- Amigo ST:- E, as bancarrotas de Portugal em 1978 e 1983: porque falhou o estabiilizador automático (a desvalorização)?

Esperamos que ST continue "a conversar", respondendo diretamente a estas perguntas.
......
.....
Relativamente aos "escudos daqueles crocantes, estaladiços e desvalorizados" de que fala o ST, vai acontecer isto:

"Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a DEPRECIAÇÃO da moeda, o que AUMENTA o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país.
Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída DISPARA precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão."
(escrito pelo Alexandre Abreu).

Unabomber disse...

Disse o ST:
"Sem o euro não teria havido o afluxo descontrolado de capitais que criou a bolha de crédito nas periferias europeias."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, o afluxo descontrolado de capitais não aconteceu apenas na Zona Euro, é antes fruto da Globalização financeira: a Islândia, a Argentina, a Turquia, etc... não têm o Euro, nem pertencem à UE.

Disse o ST:
"Sem o euro as taxas de juro nunca teriam sido tão baixas e portanto não teria facilitado o endividamento."
- Contrariamente ao que pretende fazer crer o ST, a redução de taxas de juro não aonteceu apenas nos países da Zona Euro,

Disse o ST:
"Sem o euro o escudo ter-se-ia desvalorizado em relação ao marco, equilibrando a balança comercial. Chama-se a isto um estabilizador automático"
- O ST esqueceu-se que o recurso ao estabilizador automático (desvalorização da moeda)não evitou as bancarrotas de Portugal em 1978 e 1983, nem as bancarrotas dos países emergentes que fala o Alexandre Abreu....

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Mais, ainda relativamente à desvalorização da moeda (estabilizador automático) o ST esqueceu-se dos seus efeitos nas dividas externas, de que fala o Alexandre Abreu:

"Na fase descendente, a fuga de capitais contrai a procura e provoca a DEPRECIAÇÃO da moeda, o que AUMENTA o valor das dívidas face ao exterior quando expressas na moeda do próprio país.
Subitamente, tudo derroca: o valor real da dívida contraída DISPARA precisamente na altura em que a capacidade para pagar é mais afectada pelo congelamento da procura e pelo alastramento da recessão."
(escrito pelo Alexandre Abreu).

Anónimo disse...

É preciso algum nível.

Não só intelectual, mas também argumentativo.

Havia alguém que dizia que uma mentira mil vezes repetida se torna verdade. Era o ministro de propaganda alemão, curiosamente alemão, na época de Hitler

Talvez entusiasmado com tudo o que venha da Alemanha, unabomber acha que pelo facto de repetir até à náusea o que disse e como disse, lhe dá a ele e ao papaguear do seu discurso qualquer réstea de seriedade.

Puro e ledo engano.

Apenas o que sobra é esta apagada e vil tristeza dum troll que usa o nickname dum psicopata assassino, com manifestações acentuadas de ser um idiota mental (refiro-me ao Unabomber americano)

Anónimo disse...

Com a devida vénia:

"Não sei nem me interessa saber se o indivíduo Unabomber é ou não rasca
O que sei é que a sua linguagem é-o. Duplamente. Pela forma como se exprime. Porque nunca vi ninguém culpar o Euro por todos os males que afectam a economia portuguesa. Isso é linguagem de politiqueiro aldrabão. E é linguagem de desonesto"