quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Tentações


Quando se aceleram os ritmos de trabalho na comunicação social, há coisas que ficam pelo caminho.

Uma delas é capacidade de resistir à tentação de ser ligeiro e rápido. E o risco que se corre é o de - na versão mais benigna - haver uma colagem ao sabor das ondas que passam pela comunicação social - e pelas estratégias político-partidárias - superficializando o jornal que se faz.

Títulos que se tornam autênticos editorais, opiniões que se duplicam e se complementam, na prática, numa estratégia de promoção partidária...

.. em que questões pertinentes que ficam arredadas do título - se houve concertação entre CDS e Marcelo Rebelo de Sousa ou a interpretação do CDS do discurso do PR em que o coloca como estando de acordo com a direita - são tapadas com discurso político que já se ouviu em toda a parte.

O dilema das Direcções Editoriais muito orientadas é que, mais dia menos dia, se tornam excessivamente presentes e acabam por colar a sua própria imagem à do jornal, até ao ponto em que os seus donos acharem que seja demasiado, porque degrada o produto. O seu destino fica então marcado com o destino do que se passa na conjuntura externa ao jornal. Ou não, mas nessa altura, tornam-se em algo completamente diferente do que aquilo para que foram criados.

27 comentários:

Dias disse...

A direita já sonha com golpes palacianos. E é claro que as Direcções Editoriais têm donos e interesses. A vontade de poder é irresistível, que é afinal, a única forma de conseguirem alterar a Distribuição. A última bola a sair do saco, seria mesmo esta: a Cristas e o Passos estão muito preocupadas com as pessoas...Eu não os compro!

Anónimo disse...

a pós-democracia instalou-se. a hegemonia da direita nos media mata a democracia. as encomendas, as montagens, as notícias não assinadas e mesmo, já sem pudor, AS MENTIRAS. a dualidade de critérios. de pesos e medidas. o caso de miguel macedo é flagrante - quase não se fala do assunto. se fosse um ministro do actual governo, era até cair.

Jose disse...

Depois da mediatização do 'disseram-me ter havido um suicídio, oops... peço desculpa' de Pedrogão, e o seu rasto arrastado durante meses, toda essas sensibilidades soam a 'aproveitamento político' da pieguice.

Abraham Chevrolet disse...

Li, e disse já, que os franceses têm novos nomes para os jornalistas vendidos,ocos,burros: são os merdiás,les pressiputes,les paineliers...não chegaram cá de combóio,contráriamente ao dito do Eça !!!

maria disse...

...mas não há problema porque irão, com certeza, encontrar lugar na RTP/RDP...!

é vê-los a sairem da ex-revista Visão e entrarem como comentadores na RTP...!!!

Anónimo disse...

Esta posta de JRA permite entrever algo da tremenda manipulação que os media estão a fazer sobre o caso dos incêndios e da moção de censura do CDS

O público tem há horas esta notícia em destaque:
"Cabe ao PCP, PS e BE avaliarem se a morte de 100 pessoas é grave”. ( Até se trunca a frase original do elemento em funções).

Mas o público continua numa demonstração que o padrinho Belmiro está zangado e que deu carta branca ao seu homem-de-mão.

-Moção do CDS “dá voz à indignação de muitos portugueses”
-Costa tem cometido erros políticos que custaram vidas”

O Publico já é de facto algo completamente diferente do que aquilo para que foi criadp

Anónimo disse...

"Como era de prever, a intervenção do Presidente da República reforça as teses da direita, que se prevalece das mortes causadas pelos incêndios para tentar criar uma linha de contestação ao Governo que o condicione na sua acção, que o fragilize politicamente, mediante uma orquestrada campanha que tem na comunicação social o meio julgado suficiente para atingir o fim em vista.

E o fim em vista não tem nada a ver com a floresta, nem com os fogos florestais e muito menos com a tragédia dos que perderam a vida nos incêndios.

O objectivo da campanha assenta num pressuposto vigente neste país há quase um século, com excepção de uma interrupção de 18 meses na década de 70 do século passado e da que actualmente está em curso desde 26 de Novembro de 2015, embora estruturalmente diferente da anterior, que consiste muito simplesmente no seguinte: Portugal só pode ser governado à direita, pela direita ou por quem inequivocamente faça uma política de direita. Quem defender outras soluções, seja com apoio na legitimidade revolucionária, seja com apoio no voto popular, não pode governar.

Cavaco, quer como Presidente da República quer como reformado político, disse-o de forma clara e inequívoca. E o que Cavaco diz destemperadamente, é o que a direita, com mais ou menos manha, com mais ou menos dissimulação, pensa e quer pôr em prática.

Derrotada no plano da governação, nomeadamente se confrontada com as soluções apocalípticas por ela postas em práticas durante quatro anos, a direita busca em factos humanos completamente alheios à governação, ou em fenómenos naturais imprevisíveis (alguns) e inevitáveis (quase todos), encontrar argumentos que possam inverter o rumo político em curso, quer estimulando divisões na força política dominante, quer intrigando - toscamente, diga-se – as demais forças que no Parlamento apoiam politicamente o Governo.

Marcelo alinhando, como alinhou, nesta culpabilização absurda de considerar politicamente responsável quem tenta no quadro existente – que tem limitações de toda a ordem, desde os meios que são finitos, até à própria situação sobre que incidem, passando pela excepcionalidade das condições atmosféricas – minimizar os prejuízos materiais e humanos, sabe que está a dar alento à direita, tentando projectá-la para um patamar político que ela não está em condições de alcançar pelos seus próprios meios.

Portugal não pode mobilizar-se contra os incêndios como se mobilizaria para combater uma guerra de agressão, do mesmo modo que também se não mobiliza para combater certas doenças que matam muitíssimo mais portugueses do que os que morrem nos incêndios ou para combater os acidentes de viação que continuam todos os anos a matar centenas de vítimas inocentes.

Tem de haver a medida das proporções e não ceder à demagogia. Marcelo, pelo seu passado, pela sua ideologia política, pela sua grande experiência como comentador político, pelo papel que agora desempenha como Presidente que quer permanentemente manter em alta as quotas de popularidade, sabe que o argumento demagógico em certos contextos emocionais pode resultar. Julgando ir ao encontro do sentimento popular (no que acho que se engana redondamente) e sabendo que esta é uma boa altura para “fazer as pazes” com a sua direita (que agora se prepara para iniciar um novo ciclo), Marcelo, qual catavento, deu gás à direita para ver no que dá.

A resposta é simples: há que cerrar fileiras e continuar sem desfalecimentos nem desânimos. E ainda mais: é sempre de má política elogiar alguém da direita, seja o que for que esse alguém tenha feito, porque breve virá o dia em que esse elogio fica desmentido pelo comportamento do elogiado. A política não é um “chá dançante”, nem um concurso de beleza. A política é algo entre nós e eles. E eles tem projectos e propostas muito diferentes das nossas!

(JM Correia Pinto)

Anónimo disse...

Tudo sincronizadinho... Há 2 dias seguidos, que Miguel Sousa Tavares diz que sindicatos condicionam o governo... funcionários públicos... Hoje o presidente a apelar para se olhar para o interior... "esta gente não tem poder de fazer manifestações Nem greves...

Anónimo disse...

Ainda bem que alguém lembrou a canalhice maior de um ex-primeiro-ministro sem vergonha, mais os casos de suicídos, embora se suspeite que tenha sido só para desculpabilizar aquele génio e transformá-lo apenas no coitadinho da ordem nova

Anónimo disse...

A propósito do padrinho do Público:

"É preciso acabar com o mito": "não sei por que não deve haver economia baseada em mão-de-obra barata. Senão não há emprego para ninguém"

Belmiro de Azevedo
Clube dos Pensadores
Gaia, 18 de março de 2013

Jose disse...

A tremenda manipulação dos incêndios...107 covas cavadas à mão!

Anónimo disse...

107 covas cavadas à mão? E a tremenda manipulação dos incêndios?

Por uma direita grotesca e uma comunicação social abjecta

Anónimo disse...

Em 2017, Portugal viu a sua terra arder e 100 pessoas morrerem por causas relacionadas com o fogo. Mas isto não é preciso nem correcto: Portugal foi incendiado e 100 pessoas perderam a vida como consequência disso. Será estranho que precisamente no fim de semana antes da alteração das condições meteorológicas deflagrem centenas de incêndios provocando várias frentes principalmente na região norte do país, mas isso não pode constituir prova material para acusar um grupo específico por ter provocado essas ignições. Pode, contudo, o desenvolvimento político dos incêndios, ser prova material do tecido moral de que é feito o PSD e o CDS.

cesário vermelho disse...

Portugal sofreu dois ataques terroristas. Um em 17 de Juno e outro em 15 de Outubro. Mais de 500 incêndios florestais num só dia no Centro do País.Apesar da falta de meios e da incompetência dos boys do PS, sem ignições não há fogo.
Procurem os incendiários e as suas motivações. Eis o essencial.

Abraham Chevrolet disse...

Claro que suspeito de organização criminosa na génese dos 540 fogos de 15/10/2017. Mas só o reconhecerei após prova,sem admissão de dúvida razoável !!! Eu não sou o MP !!! Nada de confusões !!!

Anónimo disse...

Finalmente vejo alguem tratar os bois pelos nomes

Jose disse...

Os ignorantes citadinos não sabem que a preparação dos campos sempre envolve tradicionalmente a queima de materiais.
O fim da proibição de queima estava anunciada para 30 de Setembro.
A publicidade da prorrogação de prazo para 15 de Outubro foi nenhuma ou ineficaz.
O anúncio de chuva fez com que as pessoas se apressassem na queima. Assim, dizem que na região de Braga multaram 60 'incendiários'.

Bastaria usar o sermão das missas de 1 de Outubro para resolver boa parte do problema. Mas a incompetência burocrática tem suas regras.

Anónimo disse...

Curioso como é precisamente em Braga que estão a ser investigadas ligações muito suspeitas

Missas é? O anúncio das chuvas é? Ignorantes citadinos é?

Um sermão bastava era?

Este tipo pensa que somos parvos.

Anónimo disse...

O aproveitamento político feito pela Direita (e os seus "presstitutos") da morte de 100 dos nossos concidadãos é, pura e simplesmente, abjeta.
Quem embarca em tais aproveitamentos faria bem em pensar do que é capaz gente que tal coisa faz. Descer mais baixo do que isto é quase impossível. Que nojo!

Anónimo disse...

É o Sr. Padre visto - segundo a Lei de Deus - como o mais fiável órgão de informação para o povo ignaro e analfabeto. Depois do sermão, da indicação de se votar unicamente em partidos amigos da Cristandade e do alerta - Acautelai-vos, ó gentes, pois ainda ontem desapareceu uma criancinha e apareceu um velhinho morto com uma marca suspeita atrás da orelha!!! - para a omnipresença e omnipotência das nefandas artes do Belzebu comuna... o profilático aviso que levará à salvação da floresta e das gentes portuguesas. Ou de como a Igreja pode ser um eficiente substituto dos serviços do Estado...

Anónimo disse...

É impressão minha ou há aqui alguma conivência compreensiva com os incendiários de Braga?

E já que ninguém pensa que o Estado possa usar os sermões religiosos para as suas próprias funções, adivinha-se também alguma censura pelo facto dos padres não terem cumprido a sua função nos ditos sermões? Ou isto é apenas treta para esconder algo bem mais tenebroso?

Jose disse...

A incompetência burocrática tem suas regras.
Juntem-lhe os preconceitos esquerdalhos e temos o caldo incendiário.

Anónimo disse...

Não foi a questão colocada , herr jose.

O que é necessário esclarecer são as relações com as missas e os sermões, mais a tentativa de minimizar o problema quando se pede que se investigue tudo.

O que é necessário esclarecer são as conivências como os incendiários aqui tão transparentemente sugeridas.

Pelo que não adianta agora montar numa espécie de pileca e partir à desfilada à cata de burocracias e preconceitos. O caldo incendiário sabemos nós onde repousa

Anónimo disse...

A tendência terrorista da direita faz parte do seu código genético. Só alguém distraído pode pensar que a mesma burguesia que está disponível para usar o fascismo como método do estado a fim de salvaguardar os seus privilégios teria algum prurido em usar o ataque cobarde como instrumento de disputa política.

Desde há muito que as chamas são instrumento da direita acossada e não precisamos regressar ao Reichstag incendiado pelas mãos de Göering e Hitler, pois temos ainda marcas recentes de 1975 em Portugal e muitos se lembram de quantas labaredas se espalharam pelos centros de trabalho do Partido Comunista Português e até pela floresta portuguesa sopradas por um destacamento terrorista dos sectores reaccionários.

Jose disse...

Os idiotas julgam que noticiários e redes sociais são os meios adequado para informar quem vive para lá dos montes.
O que se diga na missa de domingo é meio seguro e experimentado de anúncio público e só ignorantes em vestes de soberba imbecil se põem a fazer especulações jacobinas a esse propósito.

Anónimo disse...

"Idiotas julgam"

E Jose explana o que julga...

Mas era bom que ele se deixasse destas fitas sobre "os meios seguros e as missas de domingo" e outras tretas reveladoras, não duma soberba imbecil com que se adorna, mas duma outra coisa bem mais grave

-O que é necessário esclarecer são as relações entre as missas, os sermões e os incendiários que não foram avisados por culpa dos senhores padres, na efabulação curiosa de Jose

-O que e necessário esclarecer é esta tentativa de minimizar o problema quando se pede que se investigue tudo.

-O que é necessário esclarecer são estas conivências com os incendiários aqui tão transparentemente sugeridas.


Tripalium disse...

Nunca pensei ler, num dos mais sérios blogues portugueses, um comentário tão abjecto, tão repugnante como este de "Jose".