terça-feira, 24 de outubro de 2017

Perto do fogo

Seriam quase oito da noite quando o Intercidades da Beira Alta ficou retido em Santa Comba, depois de deixar para trás uma coluna de fumo à saída da Guarda e de ter passado perto de Seia, onde apesar da escuridão se podiam avistar uns dez focos de incêndio distintos. Dos restantes fogos do país sabia-se pelas notícias, com destaque para os de Leiria, Aveiro e Porto. Cerca de quinhentas ignições num só dia, um dia de outono.

Saindo do comboio, do lado direito, viam-se agora três a quatro clarões, aparentemente situados por detrás da cidade. À frente outros dois, mais distantes, sugerindo que o fogo andaria também perto de Mortágua. Do lado esquerdo da estação, a uma distância maior, via-se o clarão do incêndio que - saber-se-ia mais tarde - lavrava em Penacova. O cheiro a fumo era ainda relativamente ténue e difuso, permitindo supor que bastaria esperar duas ou três horas para que o comboio retomasse o seu curso. Apesar da hora, o ar era quente e, de quando em quando, chegava em golfadas. As pessoas foram saindo das composições, preferindo vaguear na plataforma ou aproveitar para avisar alguém do atraso certo que o comboio iria ter, apesar de uma das três redes de telemóvel estar inoperacional e outra funcionar de modo intermitente.

Com o passar do tempo a informação tornou-se cada vez mais escassa, avolumando as dúvidas sobre o momento em que seria possível prosseguir viagem e se a mesma se faria de comboio ou por ligação de autocarro a outra estação mais à frente. Embora preocupadas e perplexas com os vários focos de incêndio (em particular com a linha contínua de fogo que agora se desenhava por detrás de uma Santa Comba às escuras) e a situação absolutamente anómala do país naquele 15 de outubro, numa noite que parecia de agosto, as pessoas estavam calmas. Quando falha a iluminação pública, afetando a estação e o aglomerado de casas em redor, os clarões aumentam de intensidade, tornando agora mais fácil imaginar a «cegueira» provocada pelas chamas a quem delas estivesse próximo, em combate noturno. Seriam já dez da noite quando se ouve um motor no céu e surgem as luzes de um avião a afastar-se, assinalando que a partir daqui o combate aéreo deixava de ser possível.

O ar foi ficando progressivamente mais denso, com o fumo já bem visível e a chegar por vezes em baforadas, impulsionadas por um vento quente e seco que mudava constantemente de direção e intensidade. Com esta oscilação errática, alguns dos focos de incêndio pareciam esmorecer por momentos, para depois recrudescer com redobrada força. Apesar da distância, ouvia-se de quando em quando o crepitar do fogo, intercalado por explosões, com uma intensidade maior do que à partida se poderia supor. O ar foi-se tornando cada vez menos respirável, não só pelo aumento do fumo, mas também pelo efeito de saturação. E é então que se tem melhor noção de uma segunda dificuldade do combate direto em circunstâncias como estas: para além das chamas e do calor, impulsionados pelo vento, também o fumo pode tornar impossível a aproximação a um fogo, limitando as possibilidades de o conter. Isso era cada vez mais claro: estava-se perante incêndios praticamente indomáveis, ninguém se surpreendendo no fundo que os bombeiros, distribuídos pelas múltiplas frentes de fogo e insaciavelmente escassos face a estas condições, não tivessem ainda acorrido àquele lugar.

Seriam já duas da manhã quando um dos focos de incêndio se aproxima, após atravessar o IP3 e galgar a vertente arborizada entre o rio e a estação. Muito mais perto, o fogo tornava-se agora verdadeiramente avassalador, ameaçando as primeiras casas. Perante o perigo iminente, verificou-se se ainda estaria alguém dentro delas, tendo sido possível convencer as pessoas (algumas a dormir, não se tendo apercebido do evoluir da situação), a abandoná-las. Passou tudo a desenvolver-se de uma forma demasiado rápida e cada vez mais violenta e incontrolável, tornando inútil qualquer esforço para deter as chamas. Com a aproximação do fogo, começam a cair partículas incandescentes (cascas de árvore, paus e folhas), como se de flocos de neve se tratasse, atiradas pelo vento em todas as direções. Impressionava sobretudo o facto de não se apagarem durante o seu voo incerto, caindo ainda a arder a centenas de metros. A partir daí, a génese de novos focos de incêndio era apenas uma questão de sorte, percebendo-se melhor como surgiram as cerca de quinhentas ignições desse dia e porque razão havia tantos focos de incêndio em redor. Pelas três da manhã, chega um autocarro para evacuar as pessoas, já muito assustadas, para o Centro Cultural de Santa Comba, num percurso corajosamente repetido por entre o fumo, bermas a arder e troços de estrada por vezes demasiado estreitos e sinuosos.


Assisti e participei no combate a vários incêndios que deflagravam nas proximidades da minha aldeia, com a esperada pontualidade estival (na maior parte dos casos em agosto), há muitos anos atrás. Lembrava-me ainda do calor que se sente quando nos aproximamos das chamas, da irritação causada pelo fumo inalado e da sensação de pisar chão quente. Mas nada, nada se assemelha a estes incêndios e à atmosfera que os alimenta. De facto, sugerir que «nada mudou» (Assunção Cristas), ou que «calor e vento sempre houve» (Hugo Soares), significa não ter ainda percebido nada sobre as alterações que estão a ocorrer (ou, tendo percebido, significa algo bem pior que isso).

74 comentários:

Anónimo disse...

Caro Nuno Serra,

Não sei, pois vc não especifica, há quantos anos teve essa experiência de combate a fogos na sua aldeia. Mas vamos supor que terá sido há trinta anos. Pergunto-lhe: as cargas de combustível de então são comparáveis às que encontra actualmente ?

Cump.

MRocha

Nuno Serra disse...

Caro MRocha,
Sim, há cerca de 30 anos. E sim, sem dúvida que as cargas de combustível não eram comparáveis às de hoje, desde logo pelo seu maior aproveitamento. Tal como não são comparáveis os níveis de manutenção e cuidado dos terrenos, agrícolas e florestais.
Cumprimentos

Anónimo disse...

O Verão de 2017 foi menos quente e menos seco que o de 2016 em Portugal.

Anónimo disse...

Ora bem! Então , e embora a contra-gosto, alguma razão temos de dar ao inefável Soares, caro Nuno Serra: "calor e vento sempre houve". Este ano a estiagem complicou, claro, mas o que se passa no mundo rural no que à susceptibilidade ao fogo respeita, não tem no clima nenhuma novidade relevante, pois os Verões quentes e secos são, por definição, apanágio do clima mediterrânico.

Cordiais saudações.

MRocha

Nuno Serra disse...

Do Boletim Climatológico do IPMA (setembro):

● «Setembro de 2017 foi o mais seco dos últimos 87 anos em Portugal Continental (Figura 1), com um total de precipitação de 2 mm, muito inferior ao normal (cerca de 5% do valor médio 1971/2000) e classificando-se como extremamente seco.»

● «Período de abril a setembro (semestre seco) foi extremamente quente e extremamente seco. Neste período, em Portugal continental, o valor médio da temperatura máxima (27.72 °C) foi o mais alto desde 1931 e o 2º mais alto da temperatura média, apenas inferior a 2005. Relativamente à precipitação, todos os valores mensais foram inferiores ao normal, sendo o 2º semestre mais seco desde 1931, depois de 2005»

Nuno Serra disse...

Caro MRocha,
Não são factores mutuamente exclusivos, pelo contrário. Há transformações e problemas estruturais de décadas. E temos, acrescidamente, sinais inquietantes de excecionalidade climatérica (foi assim em junho, com a ocorrência hoje já demonstrada de um downburst, e foi assim agora, com o Ofélia a condicionar fortemente as condições registadas no passado dia 15).
Um abraço

Anónimo disse...

«Setembro de 2017 foi o mais seco dos últimos 87 anos em Portugal Continental»

Como homem das ciências que é, o Caro Nuno Serra concordará comigo se afirmar que só se pode comparar directamente informação recolhida de forma idêntica, certo ? Tendo isso por assente, diga-me sff: os métodos ( e os contextos )usados na recolha de dados observados em 1930 podem ser directamente comparados aos da actualidade ? É que, em caso de resposta negativa, forçoso seria ter alguma cautela em asserções tão definitivas, não lhe parece?

Cordialmente,

MRocha

Nuno Serra disse...

A essa questão não lhe sei responder com precisão, caro MRocha. À partida acredito que os instrumentos de medição de temperatura do ar e humidade relativa não devem ser substancialmente distintos dos utilizados há quase cem anos atrás. Mas talvez o IPMA possa dar esclarecer de modo mais efetivo essa questão.
Cumprimentos,
Nuno Serra

Anónimo disse...

«Não são factores mutuamente exclusivos, ...»

Claro que tem toda a razão. Mas ainda assim eu sugeria alguma cautela nas referências à "excepcionalidade" climatérica, pois decerto concordará comigo que por muitos "downburst's" que houvesse em 1930, não havia nenhum radar ( nem satélite, nem dopller, nem...) para os detectar, da mesma forma que não seria liquido distinguir a origem dos ventos de tempestade. Não é por nada de especial, mas penas porque nestas questões da ciência,o rigor "oblige". Ora como passei metade da minha vida activa enredado na recolha e tratamento de informação agro-meteorológica, sinto-me relativamente desconfortável pela facilidade com que vejo informação recolhida de forma artesanal comparar directamente com a obtida com terminais electrónicos.

Ao dispor,

MRocha

Anónimo disse...

«À partida acredito que os instrumentos de medição de temperatura do ar e humidade relativa não devem ser substancialmente distintos dos utilizados há quase cem anos atrás. Mas talvez o IPMA possa dar esclarecer de modo mais efetivo essa questão.»

São bastante distintos, sim, Nuno Serra. E não só os instrumentos mas tb os procedimentos de registo. Da recolha, por cantoneiros da JAE, dos perimetros de rega, ou por cabos-de-mar, de informação analógica, passou-se ( a partir dos anos 1990 )a estações automáticas electrónicas e digitais. Além disso a rede e os contextos mudaram. De algum modo é como se andássemos a comparar a altura do homem português de 1930 com o actual sem levar em consideração as mudanças verificadas no regime alimentar.

Ainda sobre a "excepcionalidade" dos fenómenos climatérios, veja isto para melhor avalair a dificuldade que temos em analisar acontecimentos mais antigos : https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/30196/1/CG30-31_artigo6.pdf?ln=pt-pt.

Cump.

MRocha

Lowlander disse...

MRocha
Desde que os desvios-padrao sejam acautelados, medias sao sempre comparaveis independentemente das metodologias usadas.

Anónimo disse...

Lowlander,

Sim, desde que a "amostra" e os erros-padrão dos instrumentos ( e das metodologias de recolha de dados ) usados sejam também comparáveis. Acha que é o caso?

MRocha

Dias disse...

Convenhamos que essa tirada de “calor e vento sempre houve”, além de estúpida, é conversa para enganar tolo.

Sobre a má gestão da floresta, que já vem de décadas, e que exige uma transformação profunda, penso que as pessoas com bom senso afinam pelo mesmo diapasão.
No entanto, há duas questões para as quais gostaríamos de obter resposta por parte das entidades competentes:
- Poder-se-á falar ainda de estacionariedade climática?
- Se bem que este Verão/Outono se manifeste como um “fenómeno extremo”, criando todas as condições para potenciar os fogos, como foi possível ocorrerem mais de 500 ignições num só dia?

Jose disse...

Condições excepcionais requerem medidas excepcionais.

Depois do desastre de Pedrógão havia que ficar à espera do relatório?
Havia que cumprir um programa que dera provas de mau funcionamento?
Havia que tentar 'levar de letra' a situação enquanto se descarregava dinheiro para as clientelas no orçamento?

Jose disse...

A má gestão da floresta.

Para o PaF fica a responsabilidade de não ter avançado com o emparcelamento para efeitos de exploração florestal.
Seria mais um griteiro tipo 'aproveitamento político' com a esquerdalhada a berrar que se protegiam os 'grandes grupos económicos, os monopólios, as multinacionais, os exploradores'. Mas ignorar essa gentinha era a missão.

Anónimo disse...

Depois do desastre de Pedrogão havia sobretudo que pedir aos padres para dizerem na missa o responso fornecido por um tipo que se arroga agora dizer uma coisa e ontem outra.

O ódio que esta extrema-direita tem a um orçamento que apenas não lhes cumpre a baba raivosa é algo absolutamente incrível

Roçam a histeria própria de cúmplices da canalha que nos governou. Com ou sem sotaque.

Anónimo disse...

E não!

Por mais que o tipo das 18 e 57 tente fazer passar as suas aldrabices género passista em roda livre, estas mais uma vez não passam.

Nem passa essa gordurosa e sebenta espécie de graxa aos monopólios, grandes grupos económicos, multinacionais, exploradores, e outra canalha ( faltam mais, os proxenetas dos bordeís tributários por exemplo). Desta forma arrevesada (porque a frontalidade não é própria de coisas assim) se faz passar a propaganda aos mariolas que saqueiam o nosso país e o mundo.

E salivam por mais. E ainda dizem que não há luta de classes

-Dinheiro para salvar bancos pagava 700 anos de sapadores florestais
-PSD e CDS-PP cortaram mais de 20 milhões na defesa da floresta
-PSD e CDS-PP tiraram isenção de taxas moderadoras aos bombeiros
-2014, o ano em que o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo (Governo PSD/CDS), liquidou a Empresa de Meios Aéreos (EMA)
-“Eucaliptos dominam 92% da área plantada ao abrigo da nova lei” .Manchete Público sobre lei de Cristas

Lowlander disse...

MRocha,
A Organizacao Mundial de Metereologia diz que, a nivel global, desde 1850 que o sao.
Sendo que, em algumas regioes do globo, existem series de dados instrumentais comparaveis em periodos mais longos - Inglaterra Central por exemplo tem registo instrumental considerado fiavel desde 1640 se nao estou em erro. Desconheco que bases de dados existem para Portugal ou, mais provavelmente, Peninsula Iberica, e desde quando.

Anónimo disse...

Alguma vez a PAF se preocupou com a "esquerdalha" quando se tratou de privatizar, cortar a eito nos rendimentos, etc.? O emparcelamento era uma "brincadeira " comparado com toda a destruição do país que a PAF operou.

Ricardo Amaro disse...

Claro que as alterações climáticas são um problema, e muito mudou nessa matéria, mas a incompetência do estado nesta matéria é crónica e gritante, e a esquerda político-parlamentar, estadista e sobranceira por natureza, não se retrata, nem que por debaixo das suas opções e decisões estejam mais de cem cadávares dos nossos concidadãos. O que se diria, se Passos Coelho tivesse dirigido um governo nestas circunstâncias? Pediriam para ser julgado no Tribunal da Haia como mencionou o esquerdista-humorista Ricardo Araújo Pereira! A Esquerda, Hipócrita e Sanguinária, "para bem das pessoas"!

Lowlander disse...

Ricardo Amaro,
Que opcoes e decisoes especificas, tomadas pelo actual governo desde que entrou em funcoes, e que foram directamente responsaveis pelos mais de 100 cadaveres dos nossos concidadaos?

PS: A esquerda nao se retrata? O que? Tipo tirar "selfies"? :)

Dias disse...

Não gosto de comentar certo tipo de coisas, quando as afirmações vêm carregadas de adjectivos, normalmente sobre um vazio de ideias, ofensivas, … mas lá vai:

“as alterações climáticas são um problema, … mas a incompetência do estado nesta matéria é crónica e gritante”.

As alterações climáticas ocorrem à escala global, qualquer mudança a esse nível depende muito dos poderes globais instalados, sobretudo dos países mais industrializados. Como exemplo, temos que há países que não assinaram e ratificaram o tratado de Kyoto, que tinha como principal objectivo reduzir as emissões dos gases agravadores do efeito estufa, além de substituir certos derivados de hidrocarbonetos.

Posto isto, qual incompetência do estado (é referência ao governo PS?? só pode…), qual quê! Que confusão!

A Direita continua a pensar que as pessoas são todas estúpidas e manipuláveis; não são, por vezes sabem avaliar a responsabilidade e o seu grau.

Jose disse...

Dias é um ponderado avaliador.
Avalia o PaF pela herança de >10% de défice?
Duvido que acredite que caberia ao PaF a política que a valorosa frente de esquerda não se atreve a adoptar - ignorar os objectivos do défice público definido em Bruxelas.

Mas a esquerda continua a pensar que a Direita é irremediavelmente estúpida.

Anónimo disse...

A direita estúpida?

Qual quê.

A direita é venal e crapulosa. A direita pugna pela sociedade dos desiguais e dos mais iguais do que outros. A direita defende o saque e a exploração. A direita utiliza tudo e todos para manter os tais 1% no topo do mundo, apropriando-se de quase toda a riqueza, em detrimento de todos os demais

E luta acerrimamente pela posse do poder. Usando todos os meios ao seu dispor

Que há muitos estúpidos de direita isso é um facto. Mas não se confundam as coisas.

Veja-se como esse tipo fala no defice da forma de propagandista pafista em acção. E como dobra o joelho , a cervix e mais alguma coisa face a Bruxelas e aos donos.

É de lá que vem o maná para o Capital e para o patronato medíocre e boçal

Anónimo disse...

De facto Dias é um ponderado avaliador.

Veja-se como a resposta do sujeito das 22 e 59 prima por ser uma não resposta.
Um silêncio total sobre o denunciado. A vacuidade expressa em meia dúzia de palavras apresentadas em forma de propaganda à governança neoliberal. Mas tão ao lado que se pergunta se isto é apenas impotência argumentativa ou desonestidade intelectual

Anónimo disse...

A tentativa de utilizar os mortos e os cadáveres é de facto pecha duma direita pesporrenta e trauliteira. Profundamente desonesta e desavergonhada

Como exemplo recente aí está o que diz Ricardo Amaro, na senda do que disse aquele génio austeritário, de nome Passos Coelho, quando investiu na narrativa dos suicídios após a catástrofe de Pedrógão

Lowlander arruma-o em quatro linhas. Dias reforça a argumentação


Num nível curiosamente como que em espelho, esta "apetência" pelos mortos já tivera outrora tradução nos "viva la muerte" berrados pelos franquistas, enquanto chacinavam os seus compatriotas

Jose disse...

À 1:36 temos mais uma investida do Cuco.
O romantismo associado ao 'Viva la muerte' da Legião, tirado da frente de batalha para uma qualquer chacina.
Um episódio induzido transformado em narrativa.
A utilização de mortos (os 'compatriotas') como ausentes do discurso esquerdalho... os do Ultramar devem estar a chegar!

Anónimo disse...

(Uma investida de Cuco?

Por favor vamos subir de nível. Deixemos os problemas pessoais de Jose, as investidas que o assombram e os cucos que o iluminaram no seu percurso pessoal ou familiar)

Não há nada de "romantismo" nos berros de canalhas a berrar os seus "viva la muerte"

Fascistas são o que são. Escória da humanidade. A legião espanhola era um açougue imundo. A legião portuguesa uma tropa auxiliar dos falangistas espanhóis, apoiante directa e aberta das potências do eixo e dos nazis.

De como alguém vê romantismo no cano de esgoto da História é um mistério muito pouco romântico

Anónimo disse...

O uso dos mortos desta forma bárbara é apanágio duma direita sem escrúpulos, ideologicamente comprometida com as forças mais obscurantistas

-Patente aqui no denunciado exemplarmente por Lowlander.

-Patente de forma simétrica nos berros dos falangistas e legionários enquanto praticavam os seus crimes de bestas inenarráveis.
E é aqui que enfileiram os crimes de quem mandou matar e morrer em África e que é responsável por tanto sangue e sofrimento

Pelo que não passam:

Nem as tentativas de romantismo idiota.

Nem as de branqueamento do fascismo e colonialismo português

Jose disse...

O 'Viva la muerte' é o romantismo máximo, se comparado com uma linha recuada de comissários políticos a executar os retrógrados ou hesitantes.

Anónimo disse...

E ainda se agitam trémulos e inquietos, reivindicando um romantismo filho da puta, dos verdadeiros filhos da puta que alimentaram a terra de sangue e morte.

Centenas de milhares de mortos ao som dos Viva la muerte.

(E ainda sonham com tais processos "românticos". O renascer da besta fascista na Europa dá-lhes esta espécie de ânimo macabro e assassino)


Anónimo disse...

Os Viva la Muerte dos filhos da puta:

"Passaram 81 anos desde a matança de Badajoz, desde o crime mais vil da
história da Estremadura. E no entanto falar dele nesta terra ainda continua a ser um tabu.
Ainda mandam o silêncio e a prudência, ainda não desapareceu todo o fumo, «ainda está tudo ainda». Como é possível que o esquecimento continue a esconder o assassínio de milhares de pessoas, o genocídio mais brutal que o e nosso povo sofreu?"
...
Para começar, todos os civis detidos na Catedral de S. Juan, o último resíduo de resistência,são fuzilados nos altares. E os presos in situ, um pouco por toda a cidade são juntos na praça do Ayuntamiento, onde foram colocadas metralhadoras que os vão eliminando por grupos. A mesma sorte cabe à maior parte dos detidos em alguns dos seus refúgios. São centenas de
assassinados, o sangue corre já pelas Calle Obispo e Ramón Albarrán. Mas o genocídio mal tinha começado. Mutilação e castração de cadáveres, metralhamentos coletivos e saques indiscriminados são algumas das façanhas do exército «libertador» nos dias que se seguem…
Bares, relojoarias ou lojas de roupa são assaltados. As violações e as degolas fazem parte do reportório preferido dos invasores.
Mas onde se vai condensar a ignomínia e a baixeza vai ser na praça de touros. Yagüe ordenou para ali o enclausuramento dos prisioneiros. Ao centro taurino vão parar não só os inúmeros detidos em Badajoz, como além destes os refugiados presos pela ditadura de Salazar quando tentavam entrar em Portugal.
Múltiplos testemunhos falam-nos da humilhação e da barbárie naquelas datas. O poeta pacense Manuel Pacheco recorda o terror daqueles dias: «Foram dias horríveis, eu não podia dormir, ouvia os disparos na proximidade da praça de touros, milhares de fuzilados. Nos primeiros dias somente alguém da direita tinha de dizer esse, e rapidamente era fuzilado».
Julian Zuzagagoitia, que então era ministro da Governação descreve a verbena de sangue e de horror homicida que tem lugar: «Centenas de prisioneiros foram levados para a praça de touros, atrelados como cães de caça eram empurrados para a arena como alvo das metralhadoras que, bem colocadas, os destruíam com rajadas implacáveis». E o jornalista Jay
Allen, do Chicago Tribune, também dá conta do vexame e do sistemático assassínio dos republicanos. Numa das suas crónicas revela «um cerimonial e simbólico tiroteio na Praça da Catedral. Sete líderes republicanos da Frente Popular foram fuzilados diante de 3.000 pessoas». O que conta Allen não é mais do que o assassínio com humilhação pública incluída de, entre outros, o alcaide de Badajoz, Sinforiano Madroñero, e o deputado socialista Nicolás Pablo.

«O pântano mortal, praça do mundo atravessada por formigas-brancas, é agora sagrado e miserável e espantoso na púrpura». António Gamoneda, um poeta enigmático, torna-se transparente quando denuncia a matança, pondo data e endereço da barbárie. Mortal 1936,assim se chamam os dez poemas que escreve em 1993 acompanhando as tauromaquias trágicas do pintor estremenho Juan Barjola. «Este é o dia em que os cavalos aprenderam a chorar, o dia terrível e natural de Espanha. O animal de sombra enlouquece com os alvores da manhã». Imaginamos os prisioneiros tratados como animais, toureados, bandarilhados, rojoneados e a raiva sacode-nos. Oitenta anos depois ainda ardem as perdas, ainda dói o sadismo dos vencedores e a dor dos martirizados.

«Sob o tanger dos sinos, cresce a execução, geme o aço e tu, Marzal, és horrível até perante os olhos da tua mãe. Assim é a iniquidade, assim é o choro». Agora, o poeta compreende tudo.
Marzal é o apelido do capitão da guarda civil, um dos mais sanguinários matadores. Marzales, que os persiga para sempre a nossa memória. Sanguinários, carniceiros, professores do ódio, cães cuja única sabedoria foi o terror"

Eram estes Maezales que trauteavam os Viva la muerte

Jose disse...

Um qualquer concurso de barbaridades na Guerra Civil de Espanha, dificilmente encontraria um vencedor.
Para os elevados espíritos esquerdalhos os coitadinhos são sempre de um lado só.

Anónimo disse...

Barbaridades da guerra civil espanhola?

Mas o que este gajo está para aqui a dizer?

Que nojo é este?

Quem andou feito cúmplice com os canalhas que gritavam Viva la Muerte foi este gajo , atribuindo-lhe um "associado romantismo"

Não há qualquer complacência para a besta de extrema-direita que criou tal grito saído da cloaca imunda da extrema-direita

Anónimo disse...

Mas há mais.

A citação feito coitadinho do gajo das 19 e 23 a lacrimejar pelos coitadinhos do seu lado esconde uma coisa suja. Extremamente suja.

É que a guerra civil de Espanha resultou dum pronunciamento de Franco e Mola contra um governo legítimo. ‬Foi originada a partir dum golpe militar a 17 ‬de Julho de‭ ‬1936‭ ‬contra a IIª República espanhola. Foi um confronto entre fascistas e forças leais à República.Franco teve o apoio directo ‬da Alemanha nazi,‭ ‬da Itália fascista e do Portugal salazarista. E deu origem a um estado fascista que continuou a matar e a fuzilar pela calada da noite milhares de cidadãos espanhóis dezenas de anos após o final da guerra.

É o admirador confesso de salazar que tem estes estremecimentos românticos pelos fascistas espanhóis. Porque o governo português apoiou directamente a barbárie

Anónimo disse...

‬Pelos portos e fronteiras de Portugal,‭ ‬durante‭ ‬1936,‭ ‬passou uma parte importante deste apoio e do abastecimento ao exército fascista,‭ ‬ao ponto do nosso país figurar como o terceiro maior importador mundial de material de guerra neste período,‭ ‬pondo também a funcionar em dois turnos as fábricas de munições,‭ ‬explosivos e granadas,‭ ‬ao mesmo tempo que organizava o recrutamento de voluntários,‭ ‬os‭ “‬Viriatos‭” 13,‭ ‬com soldo pago em Portugal,‭ ‬que se viriam a integrar aos milhares nas várias divisões do exército sublevado.‭ ‬O futuro da ditadura salazarista jogava-se no conflito espanhol,‭ “‬de entre todos os outros países que apoiaram os dois bandos em luta,‭ ‬nenhum fez um esforço tão grande como o Governo português que viveu a Guerra Civil espanhola como um assunto interno‭”

Os espanhóis que eram apanhados em Portugal e que se suspeitava que fossem republicanos ( bastava a suspeita) foram regra geral entregues aos fascistas espanhóis que os fuzilavam sem mais delongas

No caso concreto de Badajoz, nos primeiros momentos, o Governo português violou totalmente o escasso corpus jurídico de direito humanitário vigente na época, permitindo que elementos falangistas e golpistas espanhóis, em perseguição de refugiados que tentavam escapar de Badajoz, entrem em território português, em quintas e montes em volta de Campo Maior e inclusivamente na própria cidade de Elvas – há testemunhos de pessoas que viram a tentativa de deter o secretário do governador civil de Badajoz, que estava ferido no hospital da cidade e só por milagre conseguiu salvar-se.
Existem testemunhos em jornais portugueses da época, no Diário de Lisboa e no Diário de Notícias, e fotografias que se conservam na Torre do Tombo, que dão conta de refugiados espanhóis detidos perto da fronteira e conduzidos até ao posto do Caia para serem conduzidos de camião para Badajoz, provavelmente até à praça de touros. Muitos deles terão sido assassinados no local ou junto aos muros do cemitério da cidade.
Foi lamentável que o Governo português tenha violado os usos e práticas do direito internacional da época (tratava-se de uma insurreição contra um governo legítimo e reconhecido, inclusivamente pelo próprio governo português, que em Agosto não tinha reconhecido o levantamento militar nem o governo paralelo franquista) e não tenha permitido dar cobertura adequada aos refugiados, gente que fugia de um conflito armado, na sua maior parte civis e não combatentes. Sabe-se disso graças à investigação, por exemplo, de Dulce Simões sobre o episódio de Barrancos, onde os militares espanhóis que caíram nas mãos dos seus congéneres portugueses foram imediatamente detidos e transferidos para Lisboa, onde ficaram sob guarda militar. Grande parte deles não foram devolvidos para Espanha; em contrapartida, muitos detentores de cargos políticos e civis, não combatentes, foram entregues sem qualquer formalidade aos rebeldes, provavelmente sabendo que estavam a entregá-los à morte, como aconteceu ao alcalde de Badajoz, Sinforiano Madroñero, e ao deputado Nicolás de Pablo. Quando interpelado pelo embaixador espanhol em Lisboa sobre o paradeiro destes dois homens, o Governo português respondeu cinicamente que não constava que alguma vez tivessem pisado território português...

Anónimo disse...

A barbaridade dos falangistas e fascistas espanhóis ficou célebre.

Bem pode este gajo que fala em romantismo a propósito dos filhos da puta dos fascistas espanhóis propalar aquilo que a propaganda franquista e salazarista tentou por tantos e tantos anos espalhar.

Jay Allen conseguiu entrevistar Franco, em Tetuão, a 27 de julho de1936. A partir da entrevista, Allen publicou um artigo com o seguinte diálogo:
Allen: "Durante quanto tempo prolongar-se-á a situação agora que o golpe fracassou?" ( nas principais cidades de Espanha a besta tinha sido derrotada )
Franco: "Não pode haver nenhum acordo, nenhuma trégua. Salvarei Espanha do marxismo a qualquer preço"
Allen: "Significa isso que terá de fuzilar média Espanha?"
Franco: "Disse a qualquer preço".

Anónimo disse...

A partir de Badajoz, o oficial nazi Hans Von Funk, um dos poucos militares de alta patente alemães que estiveram presentes nas operações do Exército Sul, enviou um informe a Berlim em que desaconselhava o envio de tropas regulares alemãs a Espanha, porque, textualmente: "ele é um soldado acostumado à luta, que combateu na França durante a Grande Guerra, mas que nunca contemplou a brutalidade e a ferocidade com que o Exército Expedicionário da África desenvolve as suas operações. Por isso desaconselha o envio de tropas regulares alemãs a Espanha, porque, ante tal selvagismo, os soldados alemães desmoralizar-se-iam."

Os fascistas gostavam e gostam desta selvajaria

Anónimo disse...

Na Galiza as mortes documentadas prolongarem-se até 1967
O Franquismo instaurou na Galiza o método dos "passeios" (ir procurar pessoas a sua casa para "passeá-los", ou seja, fuzilá-los à noite e deixá-los nas valetas). Através deste método do "passeio", dos conselhos de guerra realizados contra civis, dos fuzilamentos maciços dos prisioneiros e dos confrontos armados com a guerrilha morreram 197 000 pessoas galegas (fonte "La Guerra Civil en Galicia" edic. La Voz) durante o regime franquista, das quais a grande maioria continua em valas comuns. Quanto ao exílio, cerca de 200 mil galegos fugiram exilados para outros países nesse período.
Por outro lado, os campos de concentração mais conhecidos na Galiza são os de Lubián, Lavacolla (Santiago de Compostela) e o cárcere de extermínio da Ilha de São Simão (comarca de Vigo), assim como os respectivos cárceres de cada cidade. Existem ainda em cada cidade ou vila lugares ainda não reconhecidos de fuzilamento maciço e continuado de pessoas que foram consideradas "perigosas" para o regime fascista.

Os fascistas gostavam e gostam destas coisas. E num processo abjecto até gostam de acusar as vítimas de coitadinhos, por sucumbirem assim à selvajaria animal destas bestas

Jose disse...

Muito dramático e muito verdadeiro...com tonalidades marxistas, naturalmente.
Na selvajaria não é incluído nenhuma nota sobre a selvajaria marxista.
Se descobrir o paradeiro de um livro de 2004 'Víctimas de la guerra civil' talvez dê alguns exemplos.
E se o Movimiento existiu foi pela bandalheira e violência marxista e anarquista, o que naturalmente são rosas para o memorialista dos horrores fascistas.
O Franco só se juntou ao Movimiento quando já estava garantida uma testa de ponte em Sevilha.
Que mandou matar muito e por muitos anos é um facto (assinava os despachos de morte e um ou outro indulto ao pequeno-almoço).

Ficou por dizer sobre os de Barrancos que foram (mais de mil) mandados de barco e com escolta da Marinha para Valência pelo governo de Salazar. Mas isso é naturalmente irrelevante para um cenário composto a vermelho.

Anónimo disse...

A sinistra compreensão pela violência dos filhos da puta fascistas, aos quais o Estado Islâmico foi fazer a aprendizagem, assume provavelmente um carácter romântico para este amante de Salazar

Dirá num esforço de justificar o injustificável que "se o Movimiento existiu foi pela bandalheira e violência marxista e anarquista"

Eis aqui por um lado a confirmação que a extrema-direita gosta de golpes fascistas contra os estados democráticos. Por outro é simplesmente de fdp tentar justificar os crimes que se perpetuaram quase 30 anos após o termo da guerra com a bandalheira e violência dos outros.


Anónimo disse...

Perante o narrado , perante a evidência da bestialidade da corja fascista e falangista à qual Salazar deu todo o apoio concedido, este gajo sai-se com discursos da treta sobre a adesão de Franco e outras tretas do género.

Quer conversa.

"Com o triunfo das forças de direita em 1933, Franco regressou a altos cargos do Exército. Planificou a cruel repressão da Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião. Quando José María Gil-Robles ocupou o Ministério da Guerra, foi nomeado Chefe do Estado-Maior Central (1935). Em 1936, o Governo da Frente Popular o nomeou comandante militar das Canárias. Dali manteve contacto com Emilio Mola (chamado «O Director») e Sanjurjo, que preparavam o levantamento militar
Em 17 de Julho voou das Canárias até Marrocos, revoltou a guarnição e tornou-se comandante das tropas. Cruzou o Estreito de Gibraltar com meios precários (aviões cedidos por Mussolini e Hitler e navios de pouca tonelagem)
Sempre a pata nazi a apoiar Franco.

Anónimo disse...

O cenário composto a vermelho é o cenário do sangue da mortandade provocada pelos fascistas

Continuam desaparecidas em valas comuns em todo o Estado Espanhol cerca de 30 mil pessoas.

Muitos historiadores já não têm dúvidas em considerar que aquilo que ocorreu em Espanha durante a guerra civil e o franquismo foi um verdadeiro holocausto político... O último livro do historiador inglês Paul Preston [El Holocausto Español, Editora Debate, 2011] di-lo sem rodeios. Mas um outro historiador, esse espanhol – Francisco Espinosa –, já afirmava o mesmo no final dos anos 1990 e início da década seguinte, quando procedeu muito detalhadamente ao estudo da repressão na Estremadura e na Andaluzia ocidental [La Columna de la Muerte, Editora Critica, 2003]. É hoje claro que existiu um plano político e ideológico de extermínio sistemático dos adversários políticos; ou seja, o golpe militar de 1936 não foi um simples golpe clássico de insurreição castrense, mas uma causa que queria ir mais longe eliminando todos os que se opunham aos sublevados. E isso tem um nome: genocídio político.

Jose disse...

Por falar em 1934.

O que se passou foi que os resultados eleitorais não agradaram aos esquerdalhos da época e resolveram fazer uma revolução; ´claro que é sempre «a extrema-direita gosta de golpes ... contra os estados democráticos»!

E daí em diante caminhou-se ...para 1936

Anónimo disse...

A diplomacia portuguesa pôs-se desde o primeiro momento ao serviço do‭ ‬Alzamiento Nacional sem condições.‭ ‬Acusava nos fóruns internacionais o Governo da II República de promover‭ “‬a revolução internacional‭” ‬e de ser‭ “‬um satélite de Moscovo‭”‬,‭ ‬defendendo a legitimidade do golpe de Estado fascista,‭ ‬fazendo a propaganda do franquismo e chegando ao ponto anedótico de negar o bombardeamento aéreo de Guernika,‭ ‬pelos aviões alemães e italianos.‭ ‬Ao mesmo tempo,‭ ‬em diferentes países do mundo,‭ ‬os diplomáticos portugueses colaboravam com os agentes franquistas na defesa da sua causa ante os respectivos governos e a opinião pública internacional‭

Apesar da importância de todos os apoios proporcionados,‭ ‬para muitos autores,‭ ‬a principal intervenção portuguesa no conflito foi de natureza politico-ideológica e revelar-se-ia crucial para credibilizar no exterior o movimento rebelde.‭ ‬É neste contexto que pode situar-se a oposição sistemática a todo o tipo de proposta de mediação entre os sublevados e o governo republicano por parte do Governo português.‭ ‬Uma proposta franco-britânica nesse sentido,‭ ‬recebeu em Dezembro de‭ ‬1936‭ ‬a oposição formal de Salazar em termos esclarecedores sobre o que estava em jogo,‭ ‬ao considerar as mediações no conflito espanhol‭ “‬incompreensíveis,‭ ‬se,‭ ‬como supomos,‭ ‬ali se assiste à luta de duas civilizações ou de uma civilização contra a barbárie‭”.‭ ‬Três meses depois a diplomacia portuguesa intervinha junto do Vaticano,‭ ‬no que pode ser qualificado de‭ “‬puxão de orelhas‭” ‬ante a debilidade da igreja católica,‭ ‬concretamente quando suspeitam que a Santa Sé se prepara para apoiar a proposta franco-britânica de mediação do conflito de Maio de‭ ‬1937.


Anónimo disse...

A partir de meados de Agosto de‭ ‬1936‭ ‬vigorava um acordo multilateral de não intervenção na Guerra Civil,‭ ‬concebido pelo governo de esquerda da Frente Popular francesa e acolhido pelo governo conservador britânico,‭ ‬que tinha por objectivo‭ ‬evitar a internacionalização do conflito num momento de máxima tensão na Europa,‭ ‬ao qual tinham aderido os vinte e sete países europeus‭ (‬todos menos Andorra,‭ ‬Suiça Liechtenstein,‭ ‬Mónaco e Vaticano‭)‬.‭ ‬Os países signatários deste Acordo de Não-Intervenção em Espanha,‭ (‬Portugal seria o último a aderir,‭ ‬logo depois do exército fascista ter ocupado todo o território fronteiriço‭)‬,‭ ‬comprometiam-se a‭ “‬abster-se rigorosamente de toda a ingerência,‭ ‬directa ou indirecta,‭ ‬nos assuntos internos de esse país‭” ‬e poibiam‭ “‬a exportação,‭ ‬reexportação e trânsito para Espanha,‭ ‬possessões espanholas ou zona espanhola de Marrocos de toda a classe de armas,‭ ‬munições ou material de guerra‭”‬.‭ ‬Para o cumprimento do acordo foi criado em Londres,‭ ‬em‭ ‬9‭ ‬de Setembro de‭ ‬1936,‭ ‬un Comité de Não-Intervenção no qual estavam representadas as principais potências europeias,‭ ‬incluídas Alemanha,‭ ‬Italia e União Soviética..

A iniciativa franco-britânica deste acordo de não intervenção conduziria ao desarmamento progressivo do exército republicano,‭ ‬impedido de reabastecer-se nos provedores tradicionais,‭ ‬e seria um contributo importante para‭ ‬a vitória dos fascistas dois anos e meio depois.‭ ‬Logo que o acordo foi assinado,‭ ‬a França suspendeu a venda de equipamento militar ao governo legítimo da República.‭ ‬Encerrou a sua fronteira com Espanha e iniciou uma campanha,‭ ‬desencorajando os seus cidadãos de irem apoiar a causa republicana.‭ ‬O mesmo apelo faria a Grã-Bretanha,‭ ‬o que não impediria milhares‭ ‬de franceses e ingleses de se juntarem‭ ‬a outros milhares de voluntários de cinquenta nacionalidades,‭ ‬que acorreram a Espanha para‭ ‬lutar contra o fascismo e apoiar aqueles que lutavam pela terra e pela liberdade.‭

Paralelamente,‭ ‬a Alemanha nazi,‭ ‬a Itália fascista e o Portugal salazarista,‭ ‬signatários do mesmo acordo de não-intervenção,‭ ‬não só não o cumpriram como massificaram o apoio aos sublevados espanhóis com equipamento militar e tropas,‭ ‬evidenciando a farsa que escondia a iniciativa franco-britânica.‭ ‬Antes de acabar o ano de‭ ‬1936,‭ ‬a Alemanha dispunha já no território espanhol de um contingente de cerca de‭ ‬5000‭ ‬homens,‭ ‬entre instructores,‭ ‬pilotos e soldados,‭ ‬a Legião Condor,‭ ‬equipada com aviões,‭ ‬carros de combate e artelharia.‭ ‬A Itália,‭ ‬participava com o Corpo de Tropas Voluntárias,‭ ‬CTV,‭ ‬composto por‭ ‬50.000‭ ‬italianos,‭ ‬equipados com tanques,‭ ‬veículos blindados e artelharia‭ (‬incluída a anti-aérea‭)‬.‭ ‬

Por Portugal já tivemos um panorama

As garras de Salazar bem sujas de sangue

Jose disse...

O Franco só voou para Marrocos depois das tropas já revoltadas e Sevilha controlada.
Galego prudente...

Anónimo disse...

Não se sabe ao certo quantos espanhóis foram entregues pela trupe salazarista aos espanhóis, tendo como consequência quase inevitável a morte.

E eles sabiam-no

Por exemplo, nos dias seguintes à batalha de Badajoz,‭ ‬depois da conquista pelas tropas fascistas,‭ ‬seriam fuzilados de três a quatro mil habitantes,‭ (‬não está apurada a cifra total, algumas fontes falam em 9 000‭)‬,‭ ‬a maioria militares fiéis à República,‭ ‬militantes dos partidos de esquerda,‭ ‬anarquistas e sindicalistas da Federação Espanhola dos Trabalhadores da Terra,‭ ‬desta que era considerada a cidade piloto da Reforma Agrária.‭ ‬Alguns deles tinham procurado refúgio em território português,‭ ‬depois de detidos pela GNR foram devolvidos pela PIDE na fronteira às tropas fascistas e aos falangistas.‭ ‬A praça de touros da cidade e as ruas adjacentes ficaram cobertas de cadáveres,‭ ‬naquele que foi considerado um dos maiores massacres da guerra civil,‭ ‬testemunhado por jornalistas estrangeiros,‭ ‬entre eles Mário Neves,‭ ‬do Diário de Lisboa.

O mesmo se passava na restante área raiana,‭ ‬de Valença do Minho a Vila Real de Santo António.‭ ‬Os cerca de mil republicanos,‭ ‬oriundos das povoações espanholas vizinhas de Barrancos,‭ ‬confinados,‭ ‬em Agosto,‭ ‬nos‭ “‬campos de refugiados‭” ‬improvisados nas Herdades da Coitadinha e das Russianas,‭ ‬e que,‭ ‬em Outubro de‭ ‬1936,‭ ‬seriam transportados de barco,‭ ‬a partir de Lisboa,‭ ‬para a zona republicana,‭ ‬foram uma excepção à política seguida por Salazar com os refugiados,‭ ‬tendo ficado a dever-se este desfecho à coragem do responsável do campo, que desrespeitou as ordens,‭ ‬vindo a ser penalizado por isso‭.

Salazar, os seus capangas, os seus torcionários, o seu governo, não tiveram nada a ver com a decisão de transportar aquelas cerca de mil pessoas para a zona controlada pelos republicanos.O responsável que ignorou as ordens da Besta foi penalizado por tal.

Isto é naturalmente muito relevante, imensamente relevante. Tal como é relevante a forma como se manipula, mente e aldraba.

E não se trata de nenhum cenário pintado a vermelho. Trata-se sim do vermelho do sangue que os falangistas e fascistas espanhóis fizeram correr. Com o apoio de Salazar e dos seus.

Jose disse...

Formou-se um comboio especial, viajou até Lisboa em território português, embarcaram em Lisboa, viajaram escoltados por um barco da Marinha Portuguesa e desembarcaram na Valência republicana.

Naturalmente «Salazar, os seus capangas, os seus torcionários, o seu governo, não tiveram nada a ver com a decisão».

E «O responsável que ignorou as ordens da Besta foi penalizado por tal» e posteriormente reabilitado a partir da acção do gabinete de Salazar.

Eis «a forma como se manipula, mente e aldraba.»

Anónimo disse...

Mais uma vez a mentira ecoa por entre a tentativa de manipulação:

"a acção do Tenente Seixas (Guarda Fiscal), destacado, em Março de 1932, para comandar o território que, de Norte a Sul, ia de Moura a Vila Verde de Ficalho e tinha como centro a vila de Barrancos. Com a Guerra Civil Espanhola, centenasde pessoas afectas ao movimento republicano passaram a refugiar-se em Portugal, tendo o Tenente Seixas acolhido estes refugiados em 1936.
Contrariando a Policia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), o Tenente Seixas desdobrou-se em diligências junto da hierarquia militar e conseguiu “legalizar” o campo de refugiados da Herdade da Coitadinha e criou um outro campo, clandestino, na Choça do Sardinheiro, junto ao Posto Fiscal das Russianas, onde acolheu perto de 300 pessoas.

Fortemente criticado pelas forças no terreno, em especial pela PVDE, o Tenente Seixas foi alvo de uma investigação sobre a sua actuação e, no dia 4 de Novembro de 1936, foi acusado de ocultar a existência do campo de refugiados. Foi assim condenado a dois meses de prisão no Forte da Graça, em Elvas, passando de seguida à reforma antecipada."

Aí em cima um adepto dos (para ele) românticos Viva la Muerte posta a seguinte afirmação:
"posteriormente reabilitado a partir da acção do gabinete de Salazar."

Tenta-se reabilitar o canalha?

Não consegue.

Somente mais de 1 anos depois o tal gabinete se lembrou de o reintegrar.

(Portaria de 4 de Janeiro de Janeiro de 1938 que reintegrou o Tenente Seixas na Guarda Fiscal)

E porque motivo salazar o fez? Adivinha-se o motivo. Tinha ido demasiado longe. Precisava de uma flor na lapela para esconder as suas actividades de Besta. O curso de guerra era já favorável aos fascistas e o colaboracionista de Franco, Oliveira Salazar tinha que mostrar mais equidestância que o que mostrara.

Demorou muito para. E ainda por cima a um tenente que era fiel ao Estado Novo

Um canalha de facto

Anónimo disse...

Mas a forma como se manipula, mente e aldraba não se resumem só a estas tretas para tentar proteger o nome de Salazar

Passam também por essas idiotices típicas das historiazinhas contadas sobre onde estava Franco e a fazer o quê e quando viajou e quando não viajou. Ronha para desviar do essencial

Não acrescenta nada à História que regista o dia 17 de Julho como início do golpe militar

Não acrescenta nada a Franco que não ´deixa de ser o fdp que é. Pelo que o qualificativo de "galego prudente" é apenas o "sentimento" de.

Idiotices para não se falar do essencial? Ou para mascarar as grandes manipulações?

Anónimo disse...

"Foi o massacre no assalto e nos dias que se seguiram pelas tropas coloniais do tenente-coronel Yagüe, testemunhado por alguns jornalistas, entre os quais Mário Neves (Diário de Lisboa) - que forçaram o Governo português a promover a repatriação dos refugiados para o lado republicano"

Nos primeiros dias de Outubro 1025 pessoas fizeram a viagem de camião de entre Barrancos e Moura. Foram metidas num comboio especial que as levou até Lisboa, onde embarcaram no navio Niassa. A chegada a Tarragona foi a 13 de Outubro. Terminada a operação de salvamento, o tenente Seixas foi alvo de um processo disciplinar que se traduziu em dois meses de prisão e passagem compulsiva à reforma"

Anónimo disse...

O apoio de salazar aos fascistas/falangistas não podia ser mais claro.

É hoje aceite "a importância de Portugal, do Estado Novo e de Oliveira Salazar no apoio à retaguarda logística, política, diplomática e militar, essencial à vitória da sublevação militar e ao sucesso da guerra civil".

Salazar é cúmplice da mortandade da guerra civil espanhola. Salazar é cúmplice da instauração do fascismo em Espanha. Salazar sabia das execuções sumárias efectuadas após o termo da guerra civil espanhola(mais de 50 000 pessoas)

Anónimo disse...

Ao finalizar o conflito,‭ ‬Salazar assumiria a participação compenetrada no bando fascista da guerra civil espanhola.‭ ‬No discurso perante a Assembleia Nacional,‭ ‬a‭ ‬22‭ ‬de maio de‭ ‬1939,‭ ‬afirmou que não lhe importava‭ “‬o sacrifício que tinha feito Portugal nem o número de soldados portugueses mortos na guerra‭”‬,‭ ‬referindo-se‭ ‬aos‭ “‬viriatos‭”‬,‭ ‬voluntários fascistas a soldo,‭ ‬já que o importante,‭ ‬para ele,‭ ‬era que‭ “‬o objectivo tinha sido cumprido‭”‬,‭ ‬rematando de forma eloquentemente reveladora:‭ “‬Orgulho-me de que tenham morrido bem e todos‭ – ‬vivos e mortos‭ ‬-‭ ‬tenham escrito pela sua valentia mais uma página heróica da nossa e da alheia História.‭ ‬Não temos nada a pedir nem contas a apresentar.‭ ‬Vencemos,‭ ‬eis tudo‭!‬”

Levantaria a pata na saudação fascista? Lembrar-se-ia da selvajaria dos seus aliados?
De parte a parte cometeram-se atrocidades mas as cometidas pelos fascistas foram inenarráveis e foram em quantidade muito superiores às do outro lado. Ocultas e escondidas durante muito tempo, têm sido postas a descoberto para espanto e horror de muitos.

Anónimo disse...

Mas o apoio financeiro também foi decisivo. O fascismo é a ditadura abertamente terrorística dos elementos mais reacionários, mais chauvinistas, e mais imperialistas do capital financeiro.

O Governo de Lisboa mantinha relações formais com o Governo da República espanhola ao mesmo tempo que equipava,‭ ‬financiava alimentava e defendia nos fóruns internacionais os militares que o tentavam derrubar.‭ ‬Surpreendente é o facto destas actividades terem sido realizadas como se de actos clandestinos se tratasse,‭ ‬ao ponto de delas praticamente não se encontrarem provas documentais.

Desta‭ ‬dificuldade faz‭ ‬eco José Ángel Sánchez Asiain,‭ ‬autor de uma volumosa obra sobre o financiamento da Guerra Civil espanhola,‭ ‬onde dedica um capítulo ao papel de Portugal na sublevação de‭ 17/‬18‭ ‬de Julho de‭ ‬1936,‭ “‬indiscutivelmente houve ajudas financeiras à sublevação a partir de Portugal.‭ ‬Foram facilitadas nas primeiras semanas da guerra,‭ ‬quando o financiamento era muito escasso.‭ ‬Desgraçadamente,‭ ‬se em geral as ajudas financeiras são difíceis de documentar,‭ ‬no caso português,‭ ‬com excepção dos seus créditos bancários,‭ ‬são-no muitíssimo mais,‭ ‬muito pouco transpareceu,‭ ‬especialmente numa das suas mais importantes‭ ‬rubricas,‭ ‬que sem dúvida teve que ser o colectivo dos grandes empresários‭”

Sánchez Asiain,‭ ‬professor universitário,‭ ‬economista e banqueiro,‭ ‬foi durante mais de vinte anos presidente do conselho de administração do Banco de Bilbao,‭ ‬cargo que lhe terá facilitado algumas das suas investigações.‭ ‬Segundo ele,‭ ‬depois de iniciada a sublevação,‭ “‬Salazar dirigiu-se aos banqueiros e aos grandes empresários portugueses para lhes explicar a necessidade e urgência de ajudar os militares que se tinham levantado em armas contra a República‭”‬,‭ ‬argumentando‭ ‬que,‭ ‬com‭ “‬a extensão da revolução e a anarquia com que ali se actuava,‭ ‬os projectos económicos e sociais que a Frente Popular estava a dinamizar,‭ ‬terminariam por estender-se a Portugal se a sublevação não triunfasse em Espanha‭”‬.‭ ‬Este autor informa não ter conseguido documentar do ponto de vista formal,‭ ‬até ao momento,‭ ‬a existência de tal convocatória,‭ ‬baseando esta informação na‭ “‬tradição oral,‭ ‬apoiada na mais absoluta lógica‭”‬,‭ ‬mas não tem nenhuma dúvida em afirmar que Salazar estava em permanente contacto com‭ “‬os conspiradores‭” ‬e os banqueiros:‭ “‬No próprio‭ ‬17‭ ‬de Julho de‭ ‬1936,‭ ‬à estranha hora das‭ ‬22:45,‭ ‬recebeu o presidente do Banco Espírito Santo,‭ ‬Ricardo Espírito Santo,‭ ‬e no dia seguinte,‭ ‬18‭ ‬de Julho,‭ ‬recebeu o general Sanjurjo e o Marquês de Quintanar‭” .‭ ‬Outro autor,‭ ‬Filipe Ribeiro de Meneses,‭ ‬acrescenta à lista dos presentes nesta reunião o director da PIDE,‭ ‬Capitão Agostinho Lourenço,‭ ‬e o Ministro do Interior,‭ ‬Mário Pais de Sousa.‭ ‬Já em‭ ‬2007,‭ ‬Jaime Nogueira Pinto,‭ ‬no livro‭ “‬Salazar:‭ ‬O Outro Retrato‭”‬,‭ ‬se referira às‭ “‬mensagens muito claras‭” ‬dirigidas pelo ditador‭ “‬aos grandes empresários portugueses‭”‬,‭ ‬no princípio da Guerra Civil,‭ “‬para que ajudassem os sublevados‭”‬.‭ ‬Referindo-se a Alfredo da Silva,‭ ‬o maior industrial português com interesses na banca,‭ ‬seguros,‭ ‬construção e reparação naval,‭ ‬que viria a cimentar a sua cumplicidade com Salazar na sequência deste apoio,‭ ‬e a Manuel Bulhosa,‭ ‬que tinha feito uma grande fortuna com o petróleo.

Na obra de Sánchez Asiain,‭ ‬a Sociedade Geral,‭ ‬empresa fundada por Alfredo da Silva,‭ ‬é referida como tendo aberto um crédito,‭ ‬no valor de‭ ‬175.000‭ ‬libras esterlinas,‭ ‬logo no início de Agosto de‭ ‬1936,‭ ‬a favor de Andrés Amado,‭ ‬Gil Robles e Gabriel Maura,‭ ‬representantes do governo de Burgos‭ ‬em Lisboa.‭ ‬Mas a lista revelada não se fica por aqui.‭ ‬Aparecem também referências a operações de financiamento ao longo do conflito por parte do Banco Totta,‭ ‬da Caixa Geral de Depósitos,‭ ‬do Banco Comercial,‭ ‬Casa Viana e Fonseca,‭ ‬do Banco Nacional Ultramarino e do Banco Espírito Santo.‭"

Anónimo disse...

Mas a mentira e a tentativa de manipulação está também demonstrada na forma como se tenta empurrar para 1934.

Comparar o que não é comparável dá nisto. Dá em considerar "românticos" os berros dos Viva la Muerte
E dá em esconder não só o que se passou em 1934 ( a tentativa também da Catalunha se assumir como independente, o Estado Catalão dentro de uma República Federal Espanhola, assumindo-se directamente contra o fascismo e as forças monárquicas que ameaçavam a republica) como também a extraordinária violência do golpe fascista de 1936...

Golpe fascista contra um regime democrático,reconhecido internacionalmente, até por Portugal, governado pelo colaboracionista Salazar

Jose disse...

Todo o bardamerda se sente autorizado a julgar e a insultar Salazar.
Todo o cretino manda uma bocas sobre o que haveria de ter sido a acção do governo português durante a Guerra Civil de Espanha a favor de uma República que acabou a despejar toneladas de ouro (todo o que havia no Banco de Espanha) nos cofres da URSS.

Já encontrei o livro 'Víctimas de la guerra civil'. Um apontamento:
pg.153 - Una cosa parece indiscutible: el clero y las cosas sagradas constituyeram el primer blanco de las iras populares,...p.154 - ...más de 6.800 eclesiásticos , del clero secular y regular fueron asesinados;pg.155 - ... a quienes se aplicaba la misma muerte ceremonial utilizada em abundancia en festejos tradicionales, una espécie de violência contrarritual, arrojándolos desde las alturas, castrándolos o quemándolos como se hacia con los manaquíes vestidos de hombre en las hogueras de San Pedro y San Juan.

A Lei & Ordem na 'democrática' II República Espanhola ... e Salazar a aplaudir?
Está tudo parvo!

Anónimo disse...

Todo o bardamerda e todo o cretino, para usar as palavras rigorosas de quem assim as cita, se sente autorizado a saltar da cadeira e ficar em processo de histeria quando lhe pespegam na cara a verdadeira face de Salazar.

Um canalha sem escrúpulos que pactuou com a pior escória da humanidade. Que a armou, financiou, protegeu, cuidou e acarinhou.Que foi seu cúmplice e que participou activamente na "festa" das bestas fascistas

Que mandou para lá a soldadesca. Que mandou entregar espanhóis apanhados em Portugal aos seus verdugos. Mais, que deixou a soldadesca de Espanha entrar em Portugal para arrastar para Espanha aqueles que depois seriam sumariamente fuzilados, numa mostra de verdadeiro patriota...para os seus bestiais interesses (como sempre o fez).

Mais. Que convocou os senhores do Capital para o apoio aos carniceiros. O tal apresentado pelos propagandistas néscios como "sério", afinal fazia "chás tardios" de caridade em prol de carniceiros, qual proxeneta em serviço privado.O tal que comia em casa solitariamente ou com a D Maria ou com o Cerejeira afinal fazia colectas para o bolso dos amigalhaços de ideologia

Mais ainda. Que tentou tudo para que a mortandade não cessasse. O tal que comia em casa solitariamente ou com a D Maria ou com o Cerejeira afinal tinha as mãos cheias de sangue

Anónimo disse...

De cabeça perdida este amante do romantismo dos"viva la muerte" mostra afinal que está do lado dos fascistas. Contra a república e o seu governo legítimo.

Legitima o golpe pelo ouro?

(O ouro dos nazis recebido por Salazar e que era obviamente produto do saque da tropa de Hitler?)

Mas isso justifica a barbárie?

Mas este tipo pensará que os demais são parvos?

Anónimo disse...

E vamos ao "victimas de la guerra civil".

E vamos à lei e à ordem ( Lei & Ordem faz tanto lembrar os ofícios a Bem da Nação...) na "democracia da II república espanhola".

E vamos à manipulação abjecta de atribuir tais crimes à República, quando esta já não o era e estava sob o assalto da pior escória da humanidade.

Escória precisamente "amada" e protegida por Salazar. Amada e amante de Salazar

Jose disse...

Os acontecimentos relatados acima são de 1936, e dizem do estado da Republica - uma bandalheira pegada em que para além de arruaças e paseos avultam as «sacas» em que as 'autoridades' prendiam e as cadeias eram invadidas e os prisioneiros sacados para a matança.
O estabelecimento dos Tribunais Populares: «...'el complejo entramado de la justicia popular' vieron la luz el 23 y 24 de agosto de 1936...».«La violência 'legal' se impuso definitivamente al terror 'caliente' desde comienzos de 1937, aunque en la mayoria de las províncias la onda descendiente se había iniciado afinales del año anterior»

Advirto o Cuco que nada disto lhe é dirigido. Para esse fanático a República é e será sempre o paraíso perdido...

Anónimo disse...

De parte a parte foram cometidas atrocidades.

Infelizmente nada apaga como as coisas se processaram. Nada pode esconder que a besta fascista atacou a República e o seu governo legítimo. Nada apaga a ferocidade doas falanges e os crimes inenarráveis praticados pelos fascistas que adquiriram aspectos tais que um oficial superior nazi comentou espantado o facto

A guerra civil de Espanha foi a ante-câmara para a segunda grande guerra. Franco teve o apoio dos fascistas italianos e dos nazis alemães.E de Salazar

Os governos da Inglaterra e da França, optaram por ficar de fora, impondo um embargo geral à exportação de armas à Espanha. Oficialmente, este embargo foi furado pela Alemanha e pela Itália, e não levou a qualquer consequência, na ausência de sanções impostas pela Liga das Nações). A Inglaterra sediou o Comité de Não Intervenção, só que este comité só funcionava para impedir que ajuda internacional chegasse a República espanhola através da fronteira francesa e da Baía de Biscaia.Os nacionalistas, liderados pelo fascista Franco, recebiam farto armamento e reforços pela fronteira portuguesa e pelo Mediterrâneo, tal factor alterava decisivamente a correlação de forças a favor dos fascistas.

Salazar foi decisivo no apoio às bestas. Salazar , que reunia semanalmente com a polícia política do estado, estava bem informado do que se passava. E tudo fez para que não se negociassem tréguas nesta guerra hedionda

Anónimo disse...

O massacre de Badajoz teve uma grande influência no desenvolvimento da guerra. A publicação na imprensa estrangeira destes acontecimentos ocasionou que Franco a partir de então ordenasse que as matanças que pudessem ter grande transcendência mediática e prejudicassem a imagem dos sublevados fossem mais discretas. Passou a fazê-las de forma mais camuflada, mas os crimes continuaram e avolumaram-se.

Tais massacres em Badajoz também tiveram consequências na forma como o outro lado da barricada reagiu. Mas já lá vamos

Há testemunhos, publicados a 27 de Outubro pelo jornal La Voz, de Madrid, de que os fuzilamentos na Praça de touros se tornaram numa verdadeira festa pelos executores, com público nas suas gradas presenciando as matanças, e que até mesmo algumas vítimas foram bandarilhadas e mutiladas. Existem evidências do sadismo com que foi levado a cabo o extermínio. Após conhecer estes factos, a propaganda franquista publicitou algumas lendas e mitos para tentar ocultar o massacre, e alguns dos cronistas internacionais foram desprestigiados ou ameaçados.Um deles foi o jornalista do Diário de Lisboa, Mário Neves

O jornalista português foi uma das testemunhas de primeira mão dos acontecimentos de Badajoz, nas crónicas que remeteu ao Diário de Lisboa, muitas das quais foram censuradas pelo governo de António de Oliveira Salazar, cúmplice do bando franquista. Neves regressou para Portugal horrorizado pelo espectáculo do qual fora testemunha, e jurou não voltar nunca a Badajoz, mas fê-lo em 1982, para percorrer os lugares onde presenciou estes fatos num documentário para a televisão.

O método para as execuções foi o fuzilamento ou metralhamento indiscriminado em grupo de pessoas participantes na defesa da cidade ou apenas suspeitas de simpatizarem com a República. Foram levadas a cabo pelos legionários e legionários procedentes do norte da África, forças da Guarda Civil e comandos locais de Falange Espanhola. Há versões que apontam que os do Norte de África não participaram na repressão, pois partiram imediatamente para a frente). Posteriormente, a maioria dos corpos foram queimados junto às taipas do Cemitério de São João. Segundo testemunhos de alguns sobreviventes, os fuzilamentos eram em grupos de 20, e logo transladavam-se os cadáveres em camiões para o antigo cemitério, onde eram incinerados e posteriormente depositados em valas comuns. Também houve fuzilamentos em outras zonas da cidade. Entre os retaliados encontravam-se homens e mulheres afectos à República, operários, camponeses, militares que participaram na batalha, autoridades locais ou simples suspeitos.

Pensa-se que tenham morrido nos massacres 1/10 da população de Badajoz

Nunca houve uma pesquisa oficial em relação ao sucedido na cidade estremenha. É hoje considerado provado que foi cometido genocídio, e desde 2007 existem várias queixas nesse sentido que os filhos dos franquistas tentam impedir a todo o custo que sigam adiante


Anónimo disse...

Víctimas de la Guerra Civil Española:

Estudios, basados en evoluciones demográficas, cifran en 540 000 la sobremortalidad de los años de la Guerra Civil y la inmediata posguerra, y en 576 000 la caída de la natalidad. La estimación de víctimas mortales en la Guerra Civil Española consecuencia de la represión puede cifrarse en 200 000 personas. De ellas, se calcula en unas 50 000 las asesinadas en la retaguardia de la zona republicana,​ calculándose en 100 000 las asesinadas en la retaguardia de la zona sublevada,4 a las que hay que añadir unas 50 000 ejecuciones en la represión franquista que siguió a la Guerra Civil.​ Estas estimaciones, aún en 2009, estaban sometidas a revisión; aunque las víctimas producidas por el bando republicano fueron bien identificadas, las producidas por los sublevados, habiendo sido ignoradas durante el franquismo, hoy existen dificultades para cuantificarlas e identificarlas. «Las investigaciones realizadas hasta la fecha demuestran que un alto porcentaje de desaparecidos no consta en registro alguno​ Debido a ellas España, con más de 114 000 desaparecidos, es «el segundo país del mundo, tras Camboya, con mayor número de personas víctimas de desapariciones forzadas cuyos restos no han sido recuperados ni identificados».

Anónimo disse...

Esta situación de terror se concentró en los primeros meses de la contienda. Aunque las características fueron diferentes en las dos distintas zonas. En el bando sublevado fueron los mecanismos judiciales instaurados por los rebeldes, y las milicias falangistas y carlistas, los que llevaron a cabo esta represión, con el beneplácito e instigados desde la cúpula militar.En el bando republicano, desatada la contienda, el Gobierno y el resto de instituciones públicas perdieron el control de los acontecimientos, se desató una revolución que los desbordó, propiciando la creación de fuerzas paralelas y tribunales que fueron los que, principalmente, ejercieron la represión.​ La represión continuó, aunque en menor medida, hasta el final de la contienda y, aun, se prolongó con la represión que el franquismo ejerció en los años siguientes.
El deterioro de la justicia fue común en ambas zonas. Tanto los tribunales militares como los populares estaban compuestos en su mayoría por personas ajenas a la magistratura. En el bando sublevado, en tribunales militares únicamente uno de cada cinco miembros debía ser jurista, los juicios duraban breves minutos y en ocasiones los acusados eran juzgados en grupo. Se llegaba al absurdo de juzgar por "rebelión militar" a aquellos que no se sumaron a la sublevación. En la zona republicana, los tribunales populares, creados el 14 de agosto de 1936 ( no dia da atalha de Badajoz) estaban formados por tres funcionarios judiciales y un jurado de catorce miembros pertenecientes a diferentes organizaciones del Frente Popular. A estos tribunales populares, más adelante, vendrían a sumarse los de urgencia que restringían aún más las garantías procesales.
Los parlamentarios fueron un grupo especialmente castigado por ambas partes. Uno de cada cinco miembros de este colectivo fue asesinado. Los sublevados ejecutaron a unos cuarenta diputados del Frente Popular, mientras que en la zona republicana fueron ejecutados veinticinco de la coalición de derechas.

Las declaraciones públicas de destacados republicanos como Manuel Azaña, quien en un discurso pedía "paz, piedad y perdón" o Indalecio Prieto que apelaba: "No imitéis esa conducta, os lo ruego, os lo suplico. Ante la crueldad ajena, la piedad vuestra; ante los excesos del enemigo, vuestra benevolencia generosa"; contrastaron con el silencio entre las autoridades del bando sublevado. Igualmente, si hubo voces en la prensa de la zona republicana que mostraron su malestar ante la violencia desatada como la del periodista Zugazagoitia que escribiría: "para juzgar a cuantos hayan delinquido disponemos de la ley", en la zona sublevada, anulada la libertad de prensa, la represión ejercida en su zona fue silenciada. No obstante, desde el bando de los sublevados también se alzaron voces en contra de la represión, destacando las declaraciones de Marcelino Olaechea, obispo de Pamplona que declaró: "Nosotros no podemos ser como nuestros hermanos de la otra banda: esos hermanos ciegos, que odian, que no saben de perdón"

É neste contexto que se pode situar a oposição sistemática a todo o tipo de proposta de mediação entre os sublevados e o governo republicano por parte do Governo português.‭ Salazar quis que este inferno de horror continuasse e que o fascismo triunfasse.

Anónimo disse...

La represión en cifras en la zona republicana

Al contrario de lo ocurrido con las víctimas en la zona nacional, puede considerarse que las víctimas en la zona republicana están bien identificadas y sobre su número existen menos controversias. Al concluir la Guerra Civil, el franquismo acometió un exhaustivo estudio que quedó reflejado en la llamada Causa General. El estudio recoge las consecuencias del denominado "terror rojo" desde febrero de 1936 hasta el fin de la contienda. Se trata de un minucioso estudio realizado municipio por municipio y que ocupa más de 1.500 legajos, hoy conservados en el Archivo Histórico Nacional. Según la conclusión de la Causa General, el número de víctimas de la represión republicana sería de 85.940,29​ aunque un estudio de la documentación conservada en el Archivo Histórico Nacional reduce la cifra a 38.563.30​ Ramón Salas publicaría un estudio, según el cual este número ascendería a más de 70.000; aunque en este estudio se han descubierto duplicaciones. Estimaciones actuales calculan que el número de estas víctimas no debió superar las 50.000.

Represión en la posguerra

En la actualidad se calcula en unas 50.000 las personas que fueron ejecutadas no pos-guerra (aunque, aun hoy, esta cifra puede considerarse provisional). A esta cifra habría que sumar todas aquellas muertes que se produjeron en las cárceles como consecuencia de las pésimas condiciones en las que intentaban sobrevivir los presos. «En la cárcel Modelo de Valencia llegaron a concentrarse 15.000 prisioneros en algunos meses de 1939 y 1940, pese a que la capacidad prevista de ese recinto construido en 1907 era para 528 personas» Como ejemplo, se conoce que en Albacete, donde hubo un millar de ejecuciones, murieron en la cárcel 300 personas.​ Los datos sobre las víctimas que murieron ejecutadas o en las cárceles franquistas se obtienen por extrapolación de los pocos datos con los que cuentan los investigadores, ya que el franquismo se preocupó de que muchos de estos crímenes no figuraran en registros oficiales y los datos existentes, aún hoy son de difícil acceso.

Falta falar nos refugiados e exilados. Mas por hora basta de se falar "romanticamente" das falanges e dos fascistas, a berrarem os seus Viva La muerte à medida que praticavam as suas selvajarias.

Anónimo disse...

Mas, como diz Hannah Arendt, para fazer o mal não é necessário ter corações cruéis. Nestes actos cruéis entrelaçam-se a vingança e a directriz política. Acordam-se vinganças miúdas e vinganças concludentes, a vingança natural dos mercenários e a vingança doentia de alguns chefes da Guarda Civil, derrotados e perdoados pelos republicanos. E por último, a decisiva
vingança dos latifundiários, dos que se consideram os donos perpétuos dos latifúndios, essas terras que uns esfomeados quase-mortos ameaçam arrebatar-lhes. Mas a vingança, como insaciável que é, só pode chegar a este extremo de podridão se tem a bênçãos oficiais, se está inscrita numa directriz governativa. Assim era. A campanha de execuções dos primeiros meses da guerra obedecia a uma orientação clara que Yagüe, o Carniceiro de Badakoz, expressou com precisão, a necessidadede «conscientemente, purgar o país de todos os elementos vermelhos». E para os militares
fascistas, como nos recorda Francisco Espinosa, os vermelhos são considerados como «seres inferiores carentes de todos os direitos».

Veja-se o mesmo padrão justificativo em uso por Salazar. Que contribuiu para a origem destes acontecimentos, que tudo fez em prol destas bestas, que tudo fez para a perpetuação do terror, que tudo fez para a instauração dum regime fascista em Espanha.

Anónimo disse...

Ao finalizar o conflito,‭ ‬Salazar assumiria a participação compenetrada no bando fascista da guerra civil espanhola.‭ ‬No discurso perante a Assembleia Nacional,‭ ‬a‭ ‬22‭ ‬de maio de‭ ‬1939,‭ ‬afirmou que não lhe importava‭ “‬o sacrifício que tinha feito Portugal nem o número de soldados portugueses mortos na guerra‭”‬,‭ ‬referindo-se‭ ‬aos‭ “‬viriatos‭”‬,‭ ‬voluntários fascistas a soldo,‭ ‬já que o importante,‭ ‬para ele,‭ ‬era que‭ “‬o objectivo tinha sido cumprido‭”‬,‭ ‬rematando de forma eloquentemente reveladora:‭ “‬Orgulho-me de que tenham morrido bem e todos‭ – ‬vivos e mortos‭ ‬-‭ ‬tenham escrito pela sua valentia mais uma página heróica da nossa e da alheia História.‭ ‬Não temos nada a pedir nem contas a apresentar.‭ ‬Vencemos,‭ ‬eis tudo‭!‬”

Levantaria mesmo a pata na saudação fascista?

Jose disse...

Entre 1936 e 1946, Salazar conduziu bem e seguramente o país a salvamento.
Viva la vida!
Fim do episódio.

Anónimo disse...

Mais uma vez não passa a tentativa grosseira de manipulação nem os avisos idiotas aos seus próprios fantasmas.

O golpe fascista e monárquico teve lugar em 17/18 de Julho de 1936. A barbárie explodiu e explodiu com tal violência que entrou definitivamente não só na opinião publica, como sobretudo nos que se opuseram à besta

O ódio despertado por tão tenebrosos acontecimentos deixou poderosas e fundas marcas. A batalha de Badajoz teve lugar a 14 de Agosto, exactamente no mesmo dia em que se criaram os tribunais populares Reagia-se assim à barbárie fascista e o ódio espalhou-se rápido , levando à barbárie completa, sobretudo do lado de Franco, que tinha como aliado Mussolini, Hitler e ...Salazar

Anónimo disse...

Recorde-se que foi só após o levantamento bárbaro e tenebroso das hostes fascistas e monárquicas que, nas zonas onde não triunfaram tais bestas, se desató una revolución que propició la desaparición o transformación de muchas instituciones. En las grandes ciudades surgieron las fuerzas paralelas a las de orden público, cada partido político contaba con sus milicias. Los milicianos republicanos, especialmente de partidos y sindicatos de izquierda.

La zona sublevada franquista se militarizó desde los primeros días de la contienda. Se prohibieron los partidos políticos, únicamente se mantuvieron legales la Falange y el carlismo que desarrollaron una actividad más militar que civil. Esta militarización alcanzó a la magistratura: los jueces debían demostrar simpatía por los sublevados. Los primeros en sufrir la represión fueron las autoridades civiles. Sometidos a simulacros de juicio que duraban menos de cinco minutos, en su mayoría, fueron condenados a la pena de muerte y, casi de inmediato, fusilados. Fueron candidatos a sufrir la represión todos aquellos que, no pudiendo demostrar simpatías por los sublevados, desempeñaban cargos públicos en el momento de la sublevación. Promulgada una huelga general en contestación a la sublevación fueron fusilados, sin juicio, los sindicalistas que se significaron. Masones, socialistas, sindicalistas y nacionalistas eran condenados a muerte por el simple hecho de serlo. Esta represión fue llevada a cabo principalmente por el ejército, aunque también participaron en ella las milicias de la Falange y los carlistas.

E não foi apenas Badajoz

Significativa fue la represión en Navarra, donde la sublevación triunfó el primer día sin apenas enfrentamientos. El general Mola, el día 19 de julio, dio instrucciones explícitas: "Es necesario propagar una atmósfera de terror. Tenemos que crear una impresión de dominación [...]. cualquiera que sea abierta o secretamente defensor del Frente Popular debe ser fusilado".
(vejam-se as datas)

Destacó, también, el terror ejercido por Queipo de Llano en Andalucía, jactándose por radio de las hazañas represivas que cometía. Málaga, Granada (Fusilamientos en el cementerio de Granada) y Córdoba fueron las provincias andaluzas más castigadas. Esta última sufrió un doble castigo primero a cargo del Frente Popular y, después, por parte de los nacionalistas.​ La masacre de la carretera Málaga-Almería acaecida el 8 de febrero de 1937, durante la entrada en Málaga de las tropas franquistas, causó la muerte a varios miles que intentaban alejarse da la ciudad.
En Valladolid, una denominada "patrulla del amanecer", grupo de falangistas dirigidos por Onésimo Redondo, cofundador de las JONS, fusilaba a unas cuarenta personas cada día. Allí, como en otras ciudades de la zona sublevada, los presos eran sacados por la noche en camiones para ser fusilados en las afueras de la ciudad sin siquiera el simulacro de un juicio. El general Mola enviaría un comunicado pidiendo que estas ejecuciones se hiciese en lugares más discretos y que se enterrase a los muertos, algo que hasta entonces no se hacía.​
En Zaragoza se asesinaron a más de 6.000 personas, la mayoría de las cuales en los primeros meses de la contienda.
En Cáceres capital se asesinó a más de 600 personas, solo durante las navidades de 1937 lo fueron unas 200.

Após o fim da guerra ...pelo menos mais 50 000 pessoas executadas. Às mãos dos fascistas que tinham vencido também muito devido aos esforços de Salazar...

Anónimo disse...

Salazar conduziu bem e seguramente a vitória do fascismo e do franquismo. Apoiou a conspiração, arranjou fundos, forneceu armamento, permitiu um fornecimento sem precedentes de armas e reforços pela fronteira portuguesa e pelo Mediterrâneo (tal factor alteraria decisivamente a correlação de forças a favor dos fascistas), mobilizou "viriatos" ( voluntários fascistas a soldo), enviou para a morte um número ainda hoje desconhecido de Espanhóis, entregando-os as tropas de Mola e de Franco, permitiu que a soldadesca espanhola entrasse em Portugal para perseguir e capturar quem lhes tinha fugido das garras, fez tudo para impedir quaisquer negociações que pusessem fim à barbárie.

Queria sangue.

Anónimo disse...

Nas centenas de milhares de mortos causados pela guerra, quantos eram portugueses? Quantos foram fuzilados? Que aconteceu a algumas centenas encerrados nos campos de concentração franquistas? Só no campo de Burgos estavam mais de 100 portugueses, na sua maioria trabalhadores mineiros nas Astúrias (dados de António Pereira Lopes, que esteve prisioneiro no campo de Burgos). E quantos restos mortais de portugueses se encontrarão nas cerca de 1700 valas comuns ainda por abrir (dados recentes de entidades espanholas apontam para 133 000 o número dos ainda desaparecidos)? Certamente que os cadáveres de portugueses fuzilados na Galiza recentemente descobertos não serão um caso isolado.

Os anos da guerra de Espanha (1936-39) foram marcados pela maior e mais brutal ofensiva repressiva em Portugal. Foi nesse período que teve lugar o maior número de prisões (39% de todas as prisões entre 1932 e 1960); o maior número de presos enviados para o campo de concentração do Tarrafal (63% de todos os presos para lá enviados durante os 19 anos de funcionamento do campo); a aplicação das penas mais pesadas e 35% de todos os assassinatos durante os 48 anos de fascismo.
Foi igualmente neste período que foi apresentado na Assembleia Nacional um projecto de lei tendente ao restabelecimento da pena de morte para os crimes contra a segurança do Estado e que a Legião Portuguesa mais se afirma como milícia fascista

A grande guerra ainda não começara e ainda não tinha alertado Salazar para o perigo em que o seu regime poderia enfrentar com o resultado do conflito mundial.

Na altura sentia as costas quentes pelo inferno que ardia em Espanha. Ele contribuíra para tal

Anónimo disse...

Ao menos um "viva la vida"

Mas é imperioso esclarecer o que se passou de facto na guerra civil de Espanha, facilitar el acceso a los documentos relativos a las víctimas de la Guerra Civil, el exilio y sus consecuencias y la represión durante la dictadura franquista. Bem como identificar os locais das valas comuns e quem lá se encontra enterrado
España, con más de 114 000 desaparecidos, es «el segundo país del mundo, tras Camboya, con mayor número de personas víctimas de desapariciones forzadas cuyos restos no han sido recuperados ni identificados».

E aqui haveria muito a dizer sobre o véu de silêncio que o PP e congéneres quer fazer perdurar

Fica para depois