sábado, 21 de outubro de 2017
Como se destrói um velho Estado?
O ataque aos serviços, investimento e emprego públicos tem sido muito bem sucedido neste país, fazendo com que, por exemplo, tenhamos hoje a mais baixa percentagem de funcionários públicos no emprego total dos países da UE (p. 17 deste estudo). E o mesmo, já agora, se passa no investimento público nacional (em percentagem do PIB). Este esvaziamento do Estado não pode ser desligado do florescimento de um parasitismo privado à sua custa, feito de parcerias público-privadas, de subcontratações e de outras engenharias ruinosas, por um lado, e da sujeição do que resta de muitos activos públicos a uma lógica de rendibilidade financeira de curto prazo, como se o património público fosse uma empresa cotada em bolsa e submetida a accionistas impacientes e míopes, por outro.
Esta síntese dos processos de austeridade e de neoliberalização permanentes é genérica? Então olhem para o que se passa concretamente na gestão das florestas, onde a presença da propriedade pública se destaca de resto pela sua natureza residual no contexto internacional, através do dramático caso do Pinhal de Leiria, bem descrito no Público de hoje:
“No caso concreto do pinhal de Leiria, no final dos anos de 1970 havia na circunscrição florestal da Marinha Grande (que se dedicava quase em exclusivo ao pinhal e tinha orçamento próprio) 5 técnicos, 200 trabalhadores rurais e 40 guardas florestais. Hoje não há circunscrições e na Marinha Grande trabalham dois técnicos e 10 trabalhadores rurais – não há, como se sabe, guardas florestais. Após duas grandes reformas nos serviços em 1993 e 1998, os serviços florestais locais e circunscrições florestais regionais (3 no centro) passaram a estar centralizados no ICNF, em Lisboa”.
No mesmo jornal, num artigo de opinião, o geólogo Micael Jorge informa que, entre 2001 e 2009, as matas do Pinhal geraram 26,2 milhões de euros de lucros, enquanto que o valor investido foi de cerca de 2,7 milhões. Os custos sociais multidimensionais de um ataque ao Estado que leva décadas são cada vez mais elevados. Mas, claro, um Estado cada vez mais fraco no campo da provisão de bens e de serviços com utilidade social e que se comporta como se fosse uma cotada é um Estado cada mais vulnerável à captura por interesses capitalistas cada vez mais parasitários e um Estado em que os cidadão menos confiam. Este é um círculo vicioso destrutivo que poucos ganham em alimentar e muitos ganham em combater.
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20 comentários:
Há seguramente em Lisboa funcionários transferíveis para o pinhal de Leiria.
Por outro lado, o que se passou e passa, é que se corta onde não se nota para acrescentar onde dá votos, que o mesmo é dizer onde se nota.
É esse Estado falhado, desequilibrado a brado de partidos e a grito de multidões, que finalmente foi avistado num holocausto de mais de 100 vidas.
O tipo dai de cima,das 22 e 53, oscila entre um "holocausto de mais de 100 vidas". parido exactamente a essa hora, para um "bastaria usar o sermão das missas de 1 de Outubro para resolver boa parte do problema", com que nos brindava ainda há pouco
De acordo com o local e com a hora vai mudando. Sobra o ódio pelos partidos (quaisquer que sejam?) mais as multidões que o amedrontam.
Prefere a calada da noite
Um excelente post de João Rodrigues.
O que se passou e passa é "o ataque aos serviços, investimento e emprego públicos (que) tem sido muito bem sucedido neste país, fazendo com que, por exemplo, tenhamos hoje a mais baixa percentagem de funcionários públicos no emprego total dos países da UE
Herr José é um vivaço. Foram certamente os "partidos" mais a sua bandalheira (a democracia, Herr José?) que deram o tiro de início a esta desgraça que nós aqui e agora vivemos.
Recapitulemos: foram os "partidos" que roubaram os baldios ao povo e os encheram de imensas e contínuas manchas de pinheiros, bem como foram os "partidos" que criaram a miséria e a Guerra Colonial que desataram a sangria das gentes do campo a caminho de França, de Angola, de Moçambique e da Guiné.
Não há como reinventar o passado e fazê-lo tomar os trilhos mais convenientes às nossas convicções, não é, Herr José?
O que se passou e passa é "este esvaziamento do Estado (que) não pode ser desligado do florescimento de um parasitismo privado à sua custa, feito de parcerias público-privadas, de subcontratações e de outras engenharias ruinosas, por um lado, e da sujeição do que resta de muitos activos públicos a uma lógica de rendibilidade financeira de curto prazo, como se o património público fosse uma empresas cotada em bolsa e submetida a accionistas impacientes e míopes, por outro."
O que se passou e passa é estarmos perante "um Estado cada vez mais fraco no campo da provisão de bens e de serviços com utilidade social e que se comporta como se fosse uma cotada". "É um Estado cada mais vulnerável à captura por interesses capitalistas cada vez mais parasitários e um Estado em que os cidadão menos confiam".
Na mouche. Curiosamente quem fala tenebrosamente num holocausto de mais de 100 vidas é quem tem pontificado pelo seu ódio ao estado social e aos funcionários públicos
Curiosamente é o mesmo que tem como Bíblia o Mercado e como mantra a Empresa. Mercado e empresa a funcionarem de acordo com o sacro-santo lucro uberalles e com a pulhice humana condizente.
Veja-se como o sujeito das 22 e 53 elide o sucedido no Pinhal de Leiria e arruma a questão com "uma transferência" de funcionários. Oculta quem esteve por detrás do desaparecimento dos guardas florestais. Esconde o que ditou a diminuição drástica dos trabalhadores rurais.
A mentira surge misturada com a cobardia.
Mentira porque o que se passou e passa, é que se corta não onde se não nota, mas onde tal é passível de dar milhares de Notas aos interesses privados.
Cobardia porque se oculta toda uma trajectória de ódio e raiva contra os funcionários públicos já que são estes que podem ser os garantes das funções sociais do estado.
E os mantras e as Bíblias deste personagem repousam longe dos interesses do colectivo. Jazem nos bolsos sem fundo do lucro apetecível , a transferir se necessário para os paraísos fiscais oportunos onde se acoita o produto do saque
A DESASTROSA PRIVATIZAÇÃO DA PROTECÇÃO CIVIL
Palavras do Tenente-Coronel Costa Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas ( AOFA ), em entrevista à TVI:
É FÁCIL: em vez do negócios de milhões com aluguer de aviões, basta
– dar meios aéreos à Força Aérea (que não os tem)
– dar dinheiro para combustível e manutenção (que não tem)
– dar mais meios humanos (que não tem, nem qualificação para combate a incêndios);
LUCRO PARA PORTUGAL:
– ficamos com os meios para Portugal, 365 dias por ano (e não na fase Charlie ou outra);
– a manutenção é assegurada 365 dias por ano pela Força Aérea (sem custos adicionais);
– os pilotos ganham o mesmo 365 dias por ano (o que ganham agora);
– o Estado deixa de gastar milhões de euros com privados.
PORQUE É QUE A FORÇA AÉREA NÃO FAZ ISTO?
– Porque os sucessivos governos não o quiseram...
Os negócios & negociatas com serviços de protecção civil (meios aéreos, Siresp, etc) resultam da desastrosa ideologia privatizadora que impera em Portugal. Esta levou a que o Estado se demitisse das suas funções e despertou a sanha do capital privado interessado em apanhar o botim. As dezenas de mortes verificadas nos incêndios florestais deste ano são consequência do neoliberalismo imposto há muito por governos PS, PSD e CDS.
É preciso dar meia-volta.
Tudo são propostas de mais Estado.
Temos o Estado maior de sempre, se excluirmos militares em cenário de guerra.
Temos o mais desequilibrado estado de condições de emprego público/privado.
Temos a mais vergonhosa organização de cargos políticos na função pública.
Temos o maior peso do estado na economia.
E se temos mais negócios público/privados (PPPs, ...) é porque o Estado quer ser maior ainda e não tem meios de lá chegar.
E em final, feito o balanço, medidas as consequências, temos um Estado que abandona áreas que lhe são exclusivas para se abalançar no que não lhe diz respeito senão pela sanha comunóide de meter o Estado em tudo e de tudo tratar como dever de Estado.
E nada como a doutrina dos coitadinhos para promover essas políticas; e quando ardem mais de 100 coitadinhos a culpa é da direita!
O problema do Pinhal de Leiria não é o princípio da gestão pública pelo Estado, mas sim a carência de meios, para que essa gestão seja eficiente e de qualidade, e o progressivo desinvestimento. Não se pode avaliar seriamente a passada gestão pública pelo Estado sem caracterizar devidamente as políticas de sucessivos governos do PSD/CDS e (infelizmente) também do PS, que conduziram à destruição de estruturas e meios de proteção da floresta. As consequências estão agora bem à vista, e a eventual privatização, directa ou indirecta, ou uma "municipalização" com transferência de responsabilidades, mas sem atribuição dos inerentes meios, não são soluções:
https://www.dn.pt/portugal/interior/incendios-pcp-contra-privatizacao-ou-municipalizacao-do-pinhal-de-leiria-8863721.html
Mente jose.
Não temos o estado maior de sempre
E o estado fascista que tínhamos era um estado que mandava matar e morrer em África, enquanto pregava o capitalismo monopolista de Estado.
Era o estado ao serviço dos Donos disto tudo
Aldraba Jose
Temos o mais desequilibrado estado de condições de emprego público/privado é uma idiotice de todo o tamanho.
Temos uma exploração desenfreada por parte dum patronato medíocre e acéfalo. Ávido de juntar mais lucro ao lucro. Com a riqueza concentrada apenas numa pequena fracção de pessoas.
E ainda ecoam as hossanas cantadas por jose aos DDT. E aos canalhas das cotadas que mudavam a sua sede fiscal
E volta a mentir Jose: temos hoje a mais baixa percentagem de funcionários públicos no emprego total dos países da UE
Manipula Jose
"Temos a mais vergonhosa organização de cargos políticos na função pública".
(Tivemos ainda pior no tempo da outra senhora,no tempo das botas cardadas e da Pide, dos assassinatos políticos e da miséria miserável).
E o que temos hoje são os boys acopletados ao poder nos mais altos postos da FP. Nos mais altos cargos do poder. Boys do PSD e do PP e infelizmente também do PS. O bloco central de interesses que governava à direita, com a direita, para a direita.
Que governava de acordo com os sagrados princípios do Capital.
Que utilizava como governantes gestores de empresas privadas que a estas retornavam depois de terem feito o seu trajecto criminoso de privatização do que era público. Uma promiscuidade vergonhosa e sempre, sempre, ao serviço de interesses das "empresas", do "mercado", do Capital
Mente Jose
"Temos o maior peso do estado na economia"
Mente. Mente e repete o estribilho neoliberal de todos os Passos desta terra e das outras
Só mesmo alguém desesperado continua a mandar este tipo de vomitado habitual no tempo em que nos tentavam engolir a ode austeritária.
Já lá iremos
Aldraba e manipula Jose:
"E se temos mais negócios público/privados (PPPs, ...) é porque o Estado quer ser maior ainda e não tem meios de lá chegar".
As PPP foram uma iniciativa do Prof Cavaco que agradou muito aos doutos interesses privados.
As PPP são um halo de marca. Dos cavacos e de todas as grandes empresas com esperança de viverem de rendas.
Tanto que rapidamente os restantes elementos do chamado bloco central de interesses lhes tomaram os interesses.
E foi a bandalheira que se viu. É a bandalheira que se vê..
(Talvez não seja necessário relembrar o aficcionado cavaquista que convidada ao voto em Cavaco e que o impelia a não dar posse ao governo de Costa?)
É o Capitalismo a funcionar.
A Lusoponte foi a primeira parceria público privada em Portugal. O projecto da construção da ponte Vasco da Gama foi apresentado como sendo a custo zero para os contribuintes, mas isso alterou-se com o buzinão na Ponte 25 de Abril e na sexta renegociação do contrato, a Vasco da Gama já custava aos contribuintes 700 milhões de euros.
E adivinhe-se quem foi o introdutor desta modalidade de transferir dinheiro do erário público para o bolso privado?
Nada menos do que Cavaco Silva.
E adivinhe-se quem foi um dos seus responsáveis?
Nada menos do que Ferreira do Amaral. Ferreira do Amaral que foi depois para onde?
Nada menos do que para o Conselho de administração da Lusoponte.
As relações de promiscuidade entre o grande poder económico e o poder político não começaram nem acabaram aqui. São uma marca de água do neoliberalismo. Foram rotina no bloco central, conhecido e bem por bloco central de interesses.
Aldraba e mente Jose. Sem complexos, nem vergonhas.
O seu ódio ao estado social e às funções do estado é tão mal disfarçado que transparece em todas as suas palavras.
Mas há algo mais sinistro, mais abjecto, mais terrífico, porque ultrapassa a própria questão ideológica ( ou talvez não, no caso vertente) para assumir um carácter pessoal, colado à sua própria pele, intrínseco ao personagem.
É este tratamento vil, a seguir os passos daquele Passos de tão má memória, em relação aos"coitadinhos", assumindo-se como uma espécie de doutrinador de castas, de entusiasta pelas elites superiores face aos restantes , um apologista das doutrinas eugénicas, um fervoroso adepto de "uns mais iguais do que outros".
Tal é traduzido não apenas naquela baba viscosa como se exprime (ex: "comunóides", expressão própria dum assumido viúvo de salazar) mas no termo "coitadinhos" com que fustiga quem não lhe segue os mantras e a ideologia.
E vai mais longe. Os próprios desgraçados que morreram queimados são qualificado também , desta forma vergonhosa e sobranceira:
"quando ardem mais de 100 coitadinhos..."
Mais uma vez a sua escrita terrível revela mais do que quereria o seu próprio autor.
Estamos no domínio do abjecto
1. A ladainha neoliberal reza assim: "O peso do Estado em Portugal é excessivo, a carga fiscal excessiva. O Estado asfixia a economia privada consumindo demasiados recursos. Por isso o país não pode crescer nem desenvolver-se". O peso do Estado em percentagem do PIB seria, pois, demasiado elevado para o nosso país. Dado este mote, os comentadores do costume fazem na praça pública o "responsório".
Por consequência, há que reduzir o "peso do Estado". Verdadeiro? Falso? Nem uma coisa nem outra: é um primarismo. É como querer tratar de um membro ferido procedendo á sua amputação, como era comum ainda no século XIX.
Antes da vinda da governança neoliberal, em 2010 e segundo dados da AMECO
Despesa Publica % PIB:Dinamarca 59,5; França 56,0; Finlândia 56,0; Suécia 54,9; Bélgica 54,2; Grécia 53,2; Áustria 52,3; Itália 51,9; Reino Unido 51,6; Holanda 51,4; Irlanda 48,9; Portugal 47,9; Alemanha 47,5; Espanha 45,8
Despesa pública por habitante (€):Dinamarca 30.148,75;França 15.788,60 ;Finlândia 17.962,73;
Suécia 20.713,42; Bélgica 16.552,40; Grécia 8.360,03; Áustria 16.772,07; Itália 12.160,13;
Reino Unido 12.734,02; Holanda 17.213,76; Irlanda 14.582,83; Portugal 6.673,53; Alemanha 14.481,86; Espanha 9.353,81
Podemos verificar que na altura, antes do saque aberto
- Portugal era dos países cujo peso do Estado é dos mais baixos neste grupo da UE.
- A despesa pública por habitante em Portugal era de longe a mais baixa
Se analisarmos o Crescimento entre 2001 e 2010 e o Défice Público % PIB:
- Portugal é o segundo país com menor crescimento ao longo da década
- Países com elevada despesa pública tiveram melhor ou muito melhor desempenho económico.
-Países como a Alemanha não têm uma despesa pública em termos de percentagem do PIB muito diferente da de Portugal.
- Não se verifica uma relação entre o volume de despesa pública e o respectivo défice e, como se vê, os "mercados" não se preocupam muito isso.
O que podemos concluir? Na realidade, apenas que as afirmações que suportam as políticas de direita não têm qualquer sentido. A questão pode resumir-se a isto: não é o volume da despesa pública que conta é a qualidade da mesma.
As alegações, contra o "peso do Estado" que comandam as políticas de direita caiem, pois, no domínio da superstição. Uma superstição consiste em atribuir a certas práticas uma espécie de poder mágico, uma eficácia sem razão. Superstição é uma crença sem fundamento em efeitos mágicos de determinadas acções ou rituais. Assim a crença no poder regulador do mercado livre ou a crença nos efeitos negativos do peso do Estado na economia, não passam de superstições. Porém, como diz quem sabe, a superstição tem a particularidade de não ser anulada pela experiência…
Note-se que o grande capital financeiro e monopolista, não tem como objectivo enfraquecer o Estado como instrumento de intervenção, mas sim de o colocar cada vez mais e por completo ao seu serviço, como, por exemplo, fazer uma distribuição fiscal activa retirando aos pobres e classes médias para financiar as prendas fiscais dadas à banca e aos grandes grupos económicos.
A designação "peso do Estado" já de si é manipuladora e preconceituosa. Não se fala no peso da finança especuladora, nem no peso de monopólios e oligopólios na economia e das rendas que obtêm do Estado, nem no peso da saída de capitais e rendimentos do país. Nem a "insustentável leveza" com que os grandes grupos económicos, monopólios e oligopólios, deixam o país transferindo as suas sedes para o exterior pagando não aqui os impostos devidos embora a sua riqueza seja cá criada! Só o Estado é que é pesado! Temos de defender os interesses dos nossos accionistas – dizem – ou seja, deles próprios! Quanto aos interesses do país, que importa isso?
Nestas circunstâncias as criticas que os comentadores de serviço por vezes fazem ao governo por não haver medidas que promovam o crescimento, vindas de quem sempre defendeu as políticas neoliberais que nos são impostas e passa o tempo atacar o "peso do Estado", tornam-se no mínimo votos piedosos, para não dizer ridículos ou hipócritas.
Das 15:58 às 17:48, mais de 2 horas a expelir inanidades e falsidades!
O Salazar não tinha amigos para pôr no governo; e dizia que as leis tinham que ser feitas de modo a que os ministros não pudessem favorecer os amigos.
Os ministros não acarretavam a família própria e a dos amigos para gabinetes, comissões e sinecuras várias.
A função pública era uma carreira justamente prestigiada.
Cada vez que a propósito do Estado e da função pública se fala da Outra Senhora mais se me torna aparente o lodaçal abrilesco.
Ahahah
Coitado do jose de cronómetro na mão à cata de argumentação.
Pobre Jose. Basta acenar com o nome do ídolo para Jose saltar desta maneira, elogiando-lhe as botas e o perfil.
Coitado do Jose. Os amigos que o seu ídolo tinha passavam-lhe entre as botas cardadas da tropa, os cassetetes da Pide e a bênção do Cerejeira. Reuniões de amigos e confrades, pois então. O ditador despachava meticulosamente todos os assuntos da PIDE, mostrando que essa história de amigos era apenas uma outra agenda para contar aos coitadinhos
Os ministros chafurdavam entre as negociatas africanistas e os bordéis de que o escândalo do Ballet Rose foi uma das pontas do Iceberg. Escândalo que rebentou em 1967 em Portugal, em que diversos homens ligados às mais altas cúpulas do Estado Novo participavam em orgias com crianças entre os 8 e os 12 anos e em práticas de sado-masoquismo, as quais levaram à morte de, pelo menos, uma mulher.
Coitado do Jose. A tão impoluta função pública era vigiada pelas bestas da Pide e dos informadores. Para a sua entrada era preciso recitar o catecismo de salazar. E a expulsão, com o seu cotejo de fome,miséria ou emigração foi o destino de muita gente de facto impoluta que não gostava nem de canalhas nem de fascismo.Muitos foram expulsos só por assinarem listas da oposição.
Coitado do Jose. Fica assim quando ouve falar no tempo da outra senhora e advêm-lhe uns calores anti-Abril
Percebe-se porquê-Nessa data morria um regime de merda e de assassinos. Assassínios directos pela voz directa de Salazar. Assassínios indirectos num regime que manda matar e morrer em África
Pobre Jose que fica assim tão perturbado quando.
Mas, pobre Jose, não é esse o tema.Do que se fala também é da acusação de mentiroso e aldrabão a jose. E quanto a isto a fuga vai paredes meias com este hino de trampa ás botifarras do néscio
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