segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dívida ilegítima, odiosa e provavelmente ilegal


O Público noticia a acusação de dois quadros da empresa alemã Ferrostal por corrupção na venda de submarinos a Portugal e Grécia (irónica a coincidência, não?). Em Portugal, está uma investigação em curso. É difícil perceber todos os contornos deste negócio. As irregularidades e ilegalidades parecem estar por todo lado: na escolha do consórcio vencedor, nas contrapartidas dos contratos, na imposição do grupo Espírito Santo como intermediário financeiro, no contrato de financiamento. Parece o exemplo acabado de dívida contraída pelo Estado português ao mesmo tempo ilegítima (compra de equipamentos inúteis); odiosa (porque contratada de forma ruinosa para o Estado); e ilegal (a sua contratação provavelmente foi corrupta). Esta não é a minha dívida.

Este exemplo só sublinha a necessidade de uma auditoria cidadã, através da qual possamos ter acesso a toda a informação sobre o nosso endividamento de forma a preparar a reestruturação da dívida. Só assim poderemos ter uma reestruturação liderada pelos interesses dos devedores e não pelos dos nossos credores.

9 comentários:

Contra.facção disse...

E um veio com defeito, o outro ainda nem veio, mas já está pago e por conta do OE 2010. A Sra. Merkel é uma santa, mas parece que também está à rasca:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/financas/fmi-alemanha-banca-sector-financeiro-crise-agencia-financeira/1245755-1729.html

Helena Romão disse...

Pois foi! Não estavam preparados para o Oceano Atlântico!!!

Anónimo disse...

Vamos sair do euro e mandar a Merkel e o Sarkozy para o raio que os parta.

Carlos Albuquerque disse...

Estou espantado! Finalmente ouço aqui uma voz contra despesas inúteis e contratadas de forma ruinosa para o estado! É que uma enorme parte dos problemas deste país vem exactamente daí! Mas já repararam que isso também inclui as famosas grandes obras em PPP incluindo o TGV? Que agora vai ligar o Poceirão à fronteira?

Mas vale mais tarde do que nunca. Infelizmente é tarde para o país. Há dois ou três anos talvez tivesse ido a tempo. Mas, a quem avisava na altura, explicavam que eram as obras, mesmo que inúteis, e sabidamente contratadas e recontratadas de forma ruinosa para o estado, eram o motor da nossa saída da crise e não podiam ser paradas.

tempus fugit à pressa disse...

TOdas as dívidas têm corrupção na alma


assi como todas as dúvidas deixam dívidas atrás de si

só quem não se endivida é que não paga luvas

tempus fugit à pressa disse...

Finalmente ouço aqui uma voz contra despesas inúteis e contratadas de forma ruinosa para os povos que vivem do estado

que é tão mau como os povos que vivem para o estado

em ambos os casos falta independência


o estrado estatal torna-se uma coisa vaga e a ruina apodera-se dele sem que ninguém dele cuide



É que uma enorme parte dos problemas deste país vem exactamente daí

gasta-se o estado porque o estado não é nosso

desperdiça-se o estado porque ninguém o vê como seu

atafulha-se de papel a retrete pública do estado

porque não somos nós que a vamos desentupir

são eles os tais que somos nós

Anónimo disse...

FMI alerta Estados Unidos para crise muito grave!

El FMI alerta de una crisis fiscal en EE UU potencialmente devastadora

http://www.elpais.com/articulo/economia/FMI/alerta/crisis/fiscal/EE/UU/potencialmente/devastadora/elpepueco/20110411elpepueco_11/Tes

El FMI exige a Estados Unidos medidas urgentes: una "reforma de la tributación" (eufemismo que esconde en realidad una subida de impuestos) y una reforma de la Seguridad Social (en este caso, la reforma significa en realidad sacar la tijera: recortes).
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O mouco foi e é um ulha, um ulha muito ulha,

mas a Alemanha e os Seteites estão muito mal.


Foi o Ulha!


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As declarações do responsável máximo do FMI fazem aumentar a pressão para que consolide os bancos regionais, os chamados landesbanken. Há dois - o Helaba e o NordLB - que ameaçam chumbar os testes de resistência ao sector bancário.

Em dois anos, quatro dos oito bancos regionais alemães absorveram mais de 20 mil milhões de euros em ajudas estatais pagas, sobretudo pelos Estados regionais, que estão presentes na estrutura accionista destas instituições, faz notar a Lusa.

Se Europa não agira, vai pagar «um grande preço»

O director-geral do FMI referiu que os problemas da banca alemã existem também noutros países europeus, e sublinhou que a Europa vai pagar «um grande preço» se não levar a cabo, a tempo e horas, os esforços de saneamento da banca.

«Se as nossas previsões de crescimento para o sector bancário são tão más, é porque o setor bancário não está curado». Isto é «particularmente lamentável, porque poderíamos concretizar a reestruturação do sector com montantes financeiros que não são exageradamente grandes».

O CAMARADA Strauss-Kahn, SECRETÁRIO GERAL DO F.M.I.
respondeu também às críticas dos que dizem que as novas regras do funcionamento dos bancos destroem o negócio das instituições e reduzem para níveis perigosos os lucros dos grupos financeiros.

«Será que os banqueiros acreditam que não podem ter lucros sem provocar, de tempos a tempos, uma crise mundial com milhões de desempregados?».


FONTE

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/financas/fmi-alemanha-banca-sector-financeiro-crise-agencia-financeira/1245755-1729.html

Aurélio ( tio)

Anónimo disse...

Amigos, amigos, negócios à parte... Este senhor do Wall Street põe os pontos nos í (no meu ponto de vista), mas que governo poderia reestuturar a dívida? Temo que estejamos fritos, não...?

http://online.wsj.com/article/SB40001424052748703548404576254482097927332.html#articleTabs%3Darticle

João Carlos Graça disse...

"We all live..." Bom, lá que a conversa sobre estratégias de saída disto aceitando-se o novo "pacote" parece uma coisa "alucinado-cogumélica", lá isso, sem dúvida que parece. Antes lhe tivesse dado a todos para serem psicadélicos inofensivos (a variedade deles é bem pior...).
Por outro lado, também é um facto indisputável que os "submarinos do Paulo Portas" (if you get my meaning...) tiveram o seu papel importante nisto tudo, sim senhor, claro que tiveram...
Bom post, Nuno!