domingo, 28 de novembro de 2010

A erupção económica funciona?

“Em síntese, a Irlanda tem sido ortodoxa e responsável – garantindo todas as dívidas, adoptando uma austeridade selvagem para tentar pagar os custos dessas garantias e, claro, permanecendo no euro. A Islândia tem sido heterodoxa: controlos de capitais, desvalorização e muita reestruturação da dívida – notem a formulação adorável do FMI (...) sobre como 'a bancarrota privada levou a um declínio significativo da dívida externa'. Recuperação através da bancarrota. A sério. E esta: a heterodoxia está a funcionar melhor do que a ortododoxia.”

Paul Krugman

5 comentários:

Diogo disse...

Em suma, por causa da desonestidade de várias dúzias de banqueiros, toda a gente anda a pagar uma crise «financeira».

Mas crise «financeira» porquê? Que aconteceu ao dinheiro? Desapareceu?

Carlos Albuquerque disse...

Interessante!

Ana disse...

Mas as soluções da Islãndia não poderiam ser adoptadas pela Irlanda, uma vez que esta faz parte do Euro. Agora a euforia que os islandeses tinham em aderir ao Euro depois da bancarrota já deve ter terminada, com os exemplos que observam da zona Euro, devem pensar "mais vale sós do que mal acompanhados".

Maquiavel disse...

É tudo dinheiro do ar, literalmente.

Como demonstrei à minha avó, e ao meu sogro novamente ontem, com 10 blocos de Lego a serem depositados, o Banco consegue ter lucro de 90%... sem ter dinheiro algum nos cofres.

Claro que se o depositante lá for pedir os "blocos" de volta... näo há! E daí nasce o problema! Agora imaginem que o Banco näo emprestou a um particular, mas a outro banco, exponenciando a bolha.

O dinheiro näo desapareceu, porque, afinal, nunca existiu.

Quanto à Isländia, seguiu o caminho da Argentina em 2005, e deu-se muitíssimo bem, como a Argentina. E quer vir para o Euro na mesma, porque sabem que da próxima vez que precisarem väo ser completamente encavados pelos especuladores...

José Luiz Sarmento disse...

A ocasião faz o ladrão, como se costuma dizer. A desonestidade de várias dúzias de banqueiros apoiou-se numa ideologia fabricada à medida para a justificar. Podem pô-los na prisão, mas, enquanto subsistir a ideologia que lhes forneceu a ocasião, depressa surgirão outros ladrões.