quinta-feira, 20 de maio de 2010

O orçamento equilibrado ou o eterno retorno

A inusitada proposta de impor ao conjunto dos países do euro saldos orçamentais equilibrados constitui um estranho e perigoso regresso ao passado. Há apenas cinco anos atrás os países da UE procederam a uma revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o acordo que fixa os princípios da disciplina orçamental na União e que inicialmente estabelecia o objectivo de equilibrar as contas públicas no médio prazo (proibindo défices anuais acima dos 3% do PIB). Não obstante a dura retórica sobre a necessidade da disciplina orçamental, a Alemanha era então um dos países cujas finanças não haviam resistido à crise do início do milénio, ultrapassando os limites de referência. Na altura, a conclusão foi óbvia: se nem a Alemanha consegue cumprir as metas do PEC, então algo estará mal nesse Pacto.

O resto do texto pode ser lido na edição de hoje do Jornal de Negócios.

13 comentários:

Caporegime disse...

Quem lidera os indicadores de competitividade???

OS NEO-LIBERAIS!!

vide: http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?button=Voltar&p=stories&op=view&fokey=ex.stories%2F583864

Contra factos...

O socialismo (belo e eloquente nome), cheio de boas intenções (delas está o inferno cheio).. só nos leva para o BURACO...


Vocês não sabem o que é ENDIVIDAMENTO EXTERNO? não sabem que alimentar o estado e o sector terceario só aumenta ainda mais o ENDIVIDAMENTO EXTERNO (devido à componente de importação e financiamento externo)?

Ricardo Paes Mamede disse...

Não vou perder tempo a explicar-lhe como é que é construído esse ranking, mas vale quase tanto quanto as previsões da Maya. Porém, se lhe dá tanta importância, pelo menos podia ter reparado que no top 10 encontra 3 países de tradição social democrata e 4 países asiáticos (sobre a adesão de 3 deles ao neoliberalismo, recomendo-lhe que leia isto: http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2007/12/as-lies-de-chang-v-o-mito-da-adeso-dos.html).

Se continua a confundir endividamento externo com dívida pública, anda mesmo distraído.

Caporegime disse...

Ponto 1: você saiu-me cá um adepto da bola... só o que é a favor do seu "clube" é que é credível.. tudo resto são isoterismo..

Ponto 2: Mas são os portugueses que financiam a dívida pública portuguesa?
Se o fossem não sei para que andavamos tão preocupados com "os especuladores internacionais"..

E para onde vai o efeito multiplicador do "investimento público"? eu digo.. no final do dia acaba por alimentar o consumo privado.. e como é a nossa balança? Deficitária... E em que que isso resulta? Mais endividamento...

L. Rodrigues disse...

Oh Capo,
se se quer queixar do facto de não termos sectores primários e secundários que se vejam, não é à porta da esquerda para lá do PS que deve bater. Cheira-me.

Anónimo disse...

Da primeira vez que vi Paes Mamede na TV achei que não passava bem, que apesar da argumentação bem alicerçada era demasiado crispado e zangado a mensagem divertida e bem-humorada de Braga de MAcedo passava melhor.

Mas admito que deve ser muito duro debater com comissários políticos e escravocratas que fazem de jornalista, como Ribeiro Ferreira. A vontade de lhe atirar com algo acima (nomeadamente cancelarem-lhe o seguro de saúde quando apanhar uma doença mortal ou se reformar, infelizmente aí já serei eu que tenho de lhe pagar a cura no sns) deve ser difícil de controlar. Força, ricardo, que tenhas sempre muita paciência.

Caporegime disse...

Oh L.Rodrigues,

Isso da culpa dava um grande debate.. gostava de saber o que fez a esquerda caviar para aumentar a atractividade de se investir em Portugal.
Mas o debate focava-se na política presente, e essa não pode olhar a culpas e tricas mas ao estado EFECTIVO das coisas.. e o estado efectivo das coisas, da balança comercial p.e., mostra que qualquer investimento no presente que não gere bens transaccionáveis só vai ver o seu efeito multiplicador ser orientado inevitavelmente para assentuar o endividamento interno.

O futuro do país passa inevitavelmete pela valorização do capital humano em áreas que interessem à competitividade... mas até lá só nos resta ser competitivos noutras variáveis, ou seja, fiscalidade (o que implica uma gestão MUITO eficiênte dos dinheiros públicos), flexibilidade (falo da lei laboral que actualmente promove o conformismo, a inércia e um total desiquilibrio entre trabalho vs. emprego, não é do interesse nacional que as pessoas tenham emprego mas não trabalho, isso é barrer o lixo para debaixo do tapete), falo de infrastruturas realmente necessárias (como tornar Portugal o centro logístico entre a Europa e a Africa&América Latina) e falo de uma justiça que dê a certeza aos empresários que as suas dívidas serão cobradas aos "artistas".

Caporegime disse...

* endividamento externo

CD disse...

só uma perguntinha...
- não seria de publicar e apelar à participação na manif de 29 de Maio (não sei como se escreve in english) que os trabalhadores querem venha a ser grande e trave os bastardos e o roubo?

touaki disse...

Em Portugal o verdadeiro problema é o do endividamento ETERNO!!!

tempus fugit à pressa disse...

maior risco para os gordinhos países é sofrerem um regime prolongado

uma dietazinha para limpar manhãs,tardes,crepúsculos,dias de comilanço e ressacas

o dia e a lua ROLAM COM OS tempos e estes são os do desespero...
e daí é possível adiá-los e dar a impressão de se não prosperidade pelo menos estabilidade durante uns curtos tempos...
soluções só de obamas palavras não chegam e de números e previsões está o mundo cheio
cada um vê os ladrões que quer
e as notas de 500liras que parecem fatias de mortadela..

João Aleluia disse...

1.De facto não há qualquer problema em incorrer em defices moderados desde que haja crescimento economico. A questão é que em Portugal não existem condições para o crescimento sustentado. O crescimento das ultimas duas decadas é um falso crescimento suportado apenas pela crescente despesa publica e pelos fundos estruturais que foram esbanjados em consumo. Só havera crescimento economico em Portugal quando se resolverem questões fundamentais que determinam a produtividade, como a qualidade da educação, a funcionalidade da justiça, a desburocratização das transações economicas, etc... E quanto a isto, como é habitual nada esta a ser feito.

2. Ainda que num país que cresce alguma coisa, que não é o caso Português, seja sustentavel incorrer em defices sucessivos desde que não haja uma acumulação insustentavel de divida publica, isto não significa que incorrer em defices sucessivos seja uma boa politica. Um estado com superavit pode utilizar o excesso de receita para investir com base na poupança, em vez de com base na divida, pode amortizar divida publica que exista em excesso, e pode ate, se os superavits forem recorrentes, reduzir a carga fiscal. Qualquer uma destas alternativas é muito superior a utilizar os superavits, e ainda contrair divida, para expandir a despesa corrente e promover obras publicas desnecessarias. Pois deste modo esta-se a expandir a economia de forma artificial e insustentavel, e a habituar as pessoas a um nivel de vida igualmente insustentavel.
Partindo do principio que um estado pode escolher gastar mais ou menos (não o caso Português na actualidade), a questão que se deve colocar nunca é se o estado deve gastar mais ou menos dinheiro, mas sim se o estado está a desempenhar as funções que lhe competem. O estado Português não só gasta mais o que pode, como não desempenha nenhuma das funções que devia desempenhar. Não presta adequadamente serviços onde existem externalidades fundamentais (educação, justiça, saúde). Não presta adequadamente bens publicos como a segurança, a estabilidade fiscal, ou o ordenamento do territorio. Não controla clarissimos abusos de mercado, como os monopolios nos utilities, e os oligopolios cartelizados da banca e da industria famaceutica, etc. Não investe na redução de custos de transação, desburocratização, etc...

3.Deve de facto existir um nivel residual de divida publica, mesmo quando os governos não tem necessidade de endividar-se. Isto prende-se com o facto de a divida publica ser um instrumento de poupança importante, que deveria ser até muito mais promovido em países como Portugal. Adicionalmente, a divida publica establece um benchmark em relação ao qual muitos outros activos são avalidados.
No entanto, lá porque é benefico existir um nivel residual de divida publica, isto não significa de modo algum que os governos devam endividar-se de modo insustentavel. O nivel residual de divida punlica, deve ser um nivel sufientemente baixo para não gerar encargos exagerados. Deve ser apenas o suficiente para satisfazer a procura a uma taxa de juro muito baixa e estar dividida por varias maturidades.

4. Os limites que a UE estabeleceu para o PEC, de defices inferiores a 3% e niveis de divida publica inferiores a 60%, são perfeitamente razoaveis, aliás até são demasiado permissivos na minha opinião. Apesar de não existir grande base cientifica que justifique porquê estes limites e não outros, a realidade é que para evitar niveis de despesa insustentaveis que coloquem em risco o euro (como acontece hoje em dia) é necessário haver limites.
Como esta bem claro hoje em dia, mesmo com estes limites, temos paises como Portugal, a Grecia, e outros, com niveis de endividamento publico completamento insustentaveis e a ameaçar deixar o euro se não forem subsidiados.
Se não houvesse limites, esta situação apenas se teria verificado mais cedo.
Não que criticar os limites, há sim que criticar os governos que ultrapassam os limites.

Anónimo disse...

Cala-te melga.!!
Já chateia tanta asneirada.!!
Vai mas é trabalhar para a estiva e depois, quando tiveres as costas bem vergadas, defende os neo-liberais.!!
Arre, que este gajo é mesmo nabo.!

Anónimo disse...

Mas o que é que este tótó do caporegime percebe de justiça.!!!
Justiça era não ter de ler os comentários dele que são do piorio.!
Chiça, penico, que é preciso ter muita paciência.!