quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Força do trabalho


Este pacote laboral ataca um conjunto alargado de direitos, e contém propostas que visam a perpetuação e agravamento dos baixos salários, promovem a desregulação dos horários, multiplicam os motivos e alargam os prazos para os vínculos precários, facilitam os despedimentos e limitam a defesa e reintegração dos trabalhadores, atacam os direitos de maternidade e paternidade, facilitam a caducidade e promovem a destruição da contratação colectiva, atacam a liberdade sindical e o direito de greve, impondo limitações que ferem de forma profunda estes direitos fundamentais.

A tendência das últimas décadas, acentuada durante a troika, é clara: aumento dos direitos patronais e correlativa diminuição dos direitos laborais. Há quem use o verbo flexibilizar para descrever o que não passa de um aumento deliberado da insegurança laboral desmoralizadora. 

Os efeitos deste logro ideológico e da sua tradução institucional são claros, num autêntico círculo vicioso: transferência de poder e logo de rendimentos do trabalho para o capital, mercado interno diminuído, menos incentivos para investimentos modernizadores. 

Neste contexto, como informa a CGTP, o governo de todas as direitas prepara uma nova ronda de ataques a quem trabalha. Isto diz respeito a todos os trabalhadores, sem distinções. Trata-se de unir o país que cria tudo o que tem valor. 

O neoliberalismo, que alimenta os novos rostos do fascismo, derrota-se a partir da organização e da mobilização laborais. Sim, a melhor política democrática assenta na força do trabalho.

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