segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O Prémio ‘Nobel’ da Economia

Foi hoje atribuído o Prémio do Banco Central da Suécia para as Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel – vulgarmente, mas erradamente, designado por Prémio Nobel da Economia – ao economista norte-americano Richard H. Thaler. É um prémio já esperado e que reconhece o seu contributo para a economia comportamental.

A economia comportamental – o programa de investigação na área de confluência entre a Economia e a Psicologia – procura integrar resultados da psicologia, sobretudo cognitiva, no estudo da economia. Um dos seus principais contributos é a introdução de um entendimento mais realista sobre a racionalidade individual (limitada) e sobre as motivações humanas (complexas e logo não redutíveis ao egoísmo psicológico).

Embora a economia comportamental pareça tornar “a economia um pouco mais humana”, não nos iludamos. Desde logo, os prémios suecos são na generalidade conservadores, premiando áreas bem consolidadas na ciência económica. Isto confirma-se mais uma vez: a economia comportamental não altera nada de fundamental na ciência económica, mantendo o mesmo ênfase no formalismo e abstração teórica, descurando o contexto histórico e político das ações e interações humanas.

Também não altera muito do ponto vista das propostas de política, também elas utilmente postas ao serviço do neoliberalismo com nudges (empurrões). A única diferença é que os mercados são agora promovidos por via das correções dos erros humanos, reconhecido o facto de que o indivíduo não é um homo economicus.

4 comentários:

Anónimo disse...

Atenção ao uso do latim. Falha a concordância de número com o português e falham as regras da taxonomia. Os nomes científicos das espécies, mesmo inventadas, têm a primeira palavra com a inicial maiúscula e a segunda com inicial minúscula. Não se sabe, mais vale evitar estes artifícios e falar a direito.

Jose disse...

«...descurando o contexto histórico e político das ações e interações humanas»

Vá-se lá descurar a acção dos grandes educadores do povo...

Anónimo disse...

Em quatro parágrafos Ana Santos desentroniza e desmistifica mais um que irá ao colo dos medias durante alguns dias. E que será usado quando necessário para o trabalho que for necessário

Anónimo disse...

Agastado, jose reage.

Ao lado é um facto. Percebe-se que Jose não goste que lhe falem em "contextos históricos e interacções humanas". Mas como daqui se parte para os "educadores do povo"...

É um mistério.

Talvez tal perturbação traduza uma inquietação latente, desde que Pacheco Pereira o retratou tão bem... a ele e aos companheiros de.