quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Citizen Jane



Integrado no festival de cinema da Trienal de Arquitetura, é hoje projetado às 21h30 no Fórum Lisboa (e amanhã às 19h30 no Cinema City Alvalade), um recente documentário sobre Jane Jacobs, uma das mais fascinantes pensadoras da economia das cidades, que desafiou as aproximações convencionais à teoria económica dos espaços urbanos.

O documentário desenrola-se em torno da construção de uma via rápida de acesso à baixa de Manhattan, nos termos do projeto concebido por Robert Moses em 1941 (Plano LOMEX). A sua configuração inicial pressupunha arrasar tudo e construir do zero, permitindo a implantação da malha de rodovias e erguendo um conjunto de torres nas zonas de bairros degradados que foram crescendo durante a Grande Depressão. De caminho, seriam sacrificados diversos edifícios históricos, os alojamentos de quase duas mil famílias e cerca de oitocentos estabelecimentos comerciais. A prepotência urbanística de Moses e a linearidade do seu plano esbarraram contudo na resistência das comunidades locais, incentivadas por Jacobs a «lutar pela cidade».

No confronto entre a cidade que se desenha e se impõe a partir de cima - reduzindo a pó as marcas do tempo e da estruturação do espaço - e o entrecruzar dos processos económicos, políticos, sociais e culturais que a constituem, encontra-se muito do que distingue a perspetiva de Jane Jacobs sobre a génese e evolução das cidades - assente nas múltiplas interações que as mesmas permitem e alimentam - e a propensão para quantitativismo redutor da economia urbana convencional.

20 comentários:

José Ribeiro disse...

No dia em que se conhece a acusação sobre o corrupto do século (o facto de ser socialista é um detalhe) que aumentou a função pública em 3%, chamou os credores para tomar conta do estado e colocou o país na miséria, com desemprego e com todas essas asquerosas adjetivações "neoliberais", o LdB assobia estoicamente para o lado, qual Pravda perante a querda do muro de Berlim.

Anónimo disse...

Jose Ribeiro, vulgo Pimentel insiste.

Insiste,insiste, flecte,flecte.

Percebe-se que queira apontar com o dedo ( um pouco suspeito em matéria de higiene) para Sócrates. A trampa neoliberal tem que ser escondida atrás de tudo o que seja possível.

Mas vejamos. O que há de novo?

O conhecimento de uma acusação que pecou por tardia? Mas pesem todas as suspeitas em torno de Sócrates ainda não é mais do que a acusação.

Pelo que não se percebe esta pressa histérica de Pimentel.

Ou talvez se perceba , lol

Anónimo disse...

O qualificativo de "corrupto do século" também desvirtua as pretensas qualidades matemáticas do Pimentel.

Que falta lhe fizeram alguns conhecimentos mais científicos.

Esta pressa de tomar a nuvem por Juno quando a procissão do século ainda vai no adro ...

Anónimo disse...

Chama de "socialista" a Sócrates.

Não se deve bater no ceguinho. Mas acontece que Sócrates foi considerado há anos como o primeiro-ministro mais neoliberal na época.

Não se deve bater no ceguinho. Mas Sá Carneiro também se dizia socialista.

Não se deve bater no ceguinho. mas aquilo que desponta são as relações entranhadas dos Donos disto tudo com o poder político.

É o capitalismo no seu melhor. O tal capitalismo que pimentel defende a todo o custo

Anónimo disse...

Mas o espectáculo continua.

O que se começa por dizer quanto a Sócrates é que aumentou a função pública...e logo em 3%.

Tenta-se incutir na ideia que foi por causa disso que Sócrates é acusado de corrupto? Ou que a causa da nossa presente situação são os "aumentos" na função pública?

Pimentel deve estar a brincar. E está a portar-se de acordo como o seu dedo sujo.
Já lá vamos aos 3%!

Porque o processo da trafulhice continua. O facto se ser neoliberal não é um detalhe

Acusa-se Sócrates de ter chamado os credores...quem chamou os credores foi também toda a direita, mais os banqueiros por atacado. Até há declarações de Catroga a reivindicar a proeza

Ah, que o dedo começa a estar nauseabundo


T

Anónimo disse...

Os credores tomaram conta do país...

Sob a batuta da governança neoliberal de Passos Coelho.

E aí Pimentel acerta. Os neoliberais que tomaram conta do estado e fizeram aquilo que se tornou patente ao logo dos anos, com o desemprego a atingir níveis sem paralelo e a miséria a galopar, foram não só criminosos sem perdão como também asquerosos governantes.

Ainda se escutam os seus berros do "querer ir mais longe do que a própria troika"

Não se assobia para o lado. Desmascara-se sempre tanto Passos como a direita Tanto os neoliberais como os social-liberais. Tanto os Santanas como os Rios. Tanto os corruptos como os corruptores

Anónimo disse...

As insinuações sobre a FP têm um alvo mais vasto.

Um longo processo de tentar dividir para reinar. Aponta-se para o lado para que não se veja o que está em cima. Para que não se veja onde se processa o saque do Capital

Por exemplo,mesmo nesta estória de Sócrates, Pimentel começa por falar da função pública.

Mas escamoteia-se, esconde-se, tapa-se,oculta-se o que é verdadeiramente determinante. O enorme poder dos DDT. Da banca. Do Capital. Do grande Patronato. Todos eles incensados, admirados, bajulados, por uma direita predadora e sem escrúpulos

Anónimo disse...

Vamos então à dita função publica:

A função pública tem sido, ao longo dos últimos anos, um dos alvos preferenciais dos Governos portugueses como forma de reduzir a despesa. O "ataque" à função pública já vem, pelo menos, desde o Governo de Sócrates. José Sócrates aumentou os funcionários públicos em 2009, ano de eleições em que os aumentos foram de 2,9%, ( os 3% citados é o arredondamento próprio dos aldrabões de feira) o valor nominal mais alto desde 2001. No entanto, o Governo de Sócrates foi também o primeiro a aplicar cortes salariais à função pública. Depois de ter anunciado uma redução de 5% da despesa total com salários da função pública, para vencimentos superiores a 1500 euros mensais, as reduções variaram entre os 3,5% e os 10%.

Além deste corte de 5% dos salários, o Orçamento do Estado para 2011 previa ainda a redução da despesa com ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, bem como impossibilitava a acumulação de salários públicos com pensões. Entre as restantes medidas constavam ainda o congelamento de promoções e progressões na carreira e o congelamento das admissões e redução do número de contratados na função pública.

Vimos como se processou o ataque na governança de Coelho.Em termos de subsídios, os funcionários públicos e pensionistas com salários/pensões ilíquidos acima dos 1100 euros mensais ficaram sem subsídios de Natal e de férias e os que ganhavam entre 600 euros e 1100 euros tiveram um corte progressivo. Faltava ainda falar da sobretaxa do IRS e do papel do TC. Mas adiante

Anónimo disse...

De um brilhante artigo de Eugénio Rosa escrito em Fevereiro de 2012 em que se aborda as remunerações público/privado

"Um dos objectivos centrais das medidas ultraliberais da troika estrangeira e do Governo PSD/CDS é a redução do Estado, transformá-lo no «Estado mínimo» neoliberal, o que visa, por um lado, diminuir a sua capacidade para intervir, deixando assim o campo livre aos grupos económicos para obterem sobrelucros sem qualquer controlo e, por outro lado, privatizar a maior parte das funções sociais do Estado (Saúde, Educação, Segurança Social, etc.) para assim criar áreas lucrativas de negócios para os grandes grupos privados.

Um dos instrumentos utilizados pelo Governo para conseguir isso é também a redução brutal das remunerações dos trabalhadores da Função Pública. E isto com o objectivo, por um lado, de levar os melhores quadros, nomeadamente os mais qualificados, a abandoná-la ou a pedirem a aposentação prematura e, por outro lado, de desincentivar a entrada de novos quadros qualificados na Função Pública, porque se tornou pouco atractiva.

O novo programa ultraliberal do PSD, que acabou de ser apresentado, confirma esse objectivo.
( e de que forma)

http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2011/5-2012-Remunera%C3%A7%C3%B5es-Publico-Privado.pdf

Mas há mais

José Ribeiro disse...

Agora o(s) anónimo(s) indigna(m)-se, adjetivando-me com os seus cordiais e sempre respeitosos epítetos, porque em vez de 3.0%, o pantomineiro aumentou a função pública de facto em 2,9%. Perdão meu caro pela carência de rigor, sim, 2,9%. E no seu rigor "matemático", para quem um mais um até pode ser onze, porque é preciso antes de mais "pensar nas pessoas" e fazer "matemática política", como se a política pudesse deturpar a verdade a mando de meia-dúzia de rebeldes bem-nascidos e descontentes com o status quo "capitalista" que lhes alimenta o guto pequeno-burguês; esquece-se V. Exa. que os FP são apenas cerca de 6% da população (aceita V. Exa. a aproximação, ou quer que lhe apresente o valor até à casa centesimal?), mas que nos custam em média a cada um, apenas em salários, somente em salários, cerca de 900 euros por ano.

https://www.pordata.pt/Portugal/Despesas+do+Estado+com+pessoal+per+capita-2782

Não, não é colocar operariado dos privados contra a pequena-burguesia do público, é findar com o proxenetismo institucionalizado. Cada português (isto em média porque os pobrezinhos não pagam muitos impostos) paga cerca de 900 euros por ano, apenas para suster os FP em salários! Considerando que os FP são 6% da população, temos 94% da população a pagar, cada um, 75 euros por mês, apenas para pagar os salários dos senhores que lá estão nas "repartições" a fazer sabe-se lá bem o quê!

Anónimo disse...

Pantomineiro? Quem é o pantomineiro?

Deixe-se de tretas ó Pimentel. Vossemecê a chamar de pantomineiro?

Mas vossemecê é o prototipo de tal. Pimentel ou Aonio ou Tiago ou Pinto ou Ribeiro ou anónimo.

Não tem vergonha ó Ribeiro?

Anónimo disse...

Agita-se indignado o Pimentel Ribeiro pelo facto do seu rigor de pantomina ter sido denunciado.

E apanhado na sua aldrabice não tem outro remédio Pimentel senão assumir uma série de patetices delirantes :

" um mais um até pode ser onze porque é preciso antes de mais "pensar nas pessoas" e fazer "matemática política" como se a política pudesse deturpar a verdade a mando de meia-dúzia de rebeldes bem-nascidos e descontentes com o status quo "capitalista" que lhes alimenta o guto pequeno-burguês esquece-se V. Exa. que os FP são apenas cerca de 6% da população aceita V. Exa. a aproximação, ou quer que lhe apresente o valor até à casa centesimal, mas que nos custam em média a cada um, apenas em salários, somente em salários, cerca de 900 euros por ano)

Ufa.

Anónimo disse...

Tudo isto serviu para quê? Que jeitos são estes de Pimentel assim tão tresloucados e perturbados?

- em jeito de tentativa de negar o que disse mais as suas continhas de neoliberal de feira a arredondar como os pantomineiros fazem?

- em jeito de desconversa, na senda assumida de boicotar o exposto pelo Nuno Serra?

- em jeito de conversa para se falar daquilo que ele quer falar?

- em jeito de despeito por ver arruinada toda a sua conversa da treta sobre Sócrates?

- em jeito de impotência pelo facto de ser incapaz de relacionar as acusações de corrupção a José Sócrates com a função pública?

- em jeito de arrependimento pelo facto de não conseguir esconder as relações promiscuas entre o grande poder económico e o poder neoliberal?

- em jeito de zanga pelo facto de se ter demonstrado que a pobreza, a miséria e o desemprego são fundamentalmente fruto da governança neoliberal?

-em jeito de frustração pelo facto de quem chamou a troika foi também toda a direita, mais os banqueiros, a que se juntaram as declarações de Catroga a reivindicar tal proeza?

Anónimo disse...

Temática muito importante trazida aqui neste filme sobre a defesa do espaço público que se funda sobre um bem comum - o solo. Faz lembrar, numa outra escala, "Rock Soup" de Lech Kowalski em que um mobilizado grupo de "sem abrigo" defende uma parcela da cidade para que continue a ser de utilização pública contra a especulação imobiliária.

Anónimo disse...

Mas há uma coisa que Pimentel confessa.

Que Eugénio Rosa estava coberto de razão quando denunciava os objectivos dos neoliberais em relação ao Estado e ao desmantelamento das funções sociais do Estado

Sem o querer Pimentel confirma que o que pretende é mesmo servir-se do maná oportunista e rasca ( a lembrar as perseguições racistas) dum paleio demencial em torno dos gastos com a função pública. Arruma as botas dos aldrabados 3%. Despe o fato da sua relação com as trafulhices de Sócrates. Mas saca do"proxenetismo" típico do palavreado da direita e neoliberal.

As funções públicas do estado são de acordo com Pimentel, para os privados.Para fazer crescer a bolsa dos negócios privados. Para fazer concentrar em cada vez menos pessoas o saque a cada vez maior numero de pessoas. Para degradar os serviços públicos. Para fazer pagar mais pelos serviços privatizados

Ele bem andou aqui a fazer propaganda sobre a educação privada e o fim do SNS. Apetecia-lhe.

Já todos percebemos porquê. As continhas de merceeiro estão aí bem espelhadas.

O ridículo é que nem sequer leu o estudo de Eugénio Rosa. Se o tivesse feito poupava-nos ler tanto disparate junto e poupava-o a esta sua exposição penosa

O ridículo é ele não fazer as contas ao que nos custam as PPP e os juros e as Swaps e os perdões fiscais e as trampolinices da banca e das privatizações criminosas.


(O ridículo por exemplo é que em 2013 a OCDE dizia que Portugal tinha cortado na Saúde o dobro do que tinha negociado com a troika. Lá se foi outro penacho no argumentário do ribeiro/pimentel. Estaria este na altura a gerir a tasca governamental?)

João Pimentel Ferreira disse...

PPP? Não foi Sócrates quem fez a maioria das PPP? Aliás Sócrates levou à promiscuidade a relação entre interesse público e interesse económico. Mas a motivação para as suas intervenções, alegadamente como no caso da PT, era sempre a defesa do interesse público. Esse era o nobre argumento que ecoava em toda a esquerda.

Anónimo disse...

Aparece Pimentel. Desaparece Ribeiro.

Mas continua a senda da aldrabice num outro plano

Fala nas PPP. A Lusoponte foi a primeira parceria público privada em Portugal. O projecto da construção da ponte Vasco da Gama foi apresentado como sendo a custo zero para os contribuintes, mas isso alterou-se com o buzinão na Ponte 25 de Abril e na sexta renegociação do contrato, a Vasco da Gama já custava aos contribuintes 700 milhões de euros.

E adivinhe-se quem foi o introdutor desta modalidade de transferir dinheiro do erário público para o bolso privado?

Nada menos do que Cavaco Silva.

E adivinhe-se quem foi um dos seus responsáveis?

Nada menos do que Ferreira do Amaral. Ferreira do Amaral que foi depois para onde?

Nada menos do que para o Conselho de administração da Lusoponte.

As relações de promiscuidade entre o grande poder económico e o poder político não começaram nem acabaram aqui. São uma marca de água do neoliberalismo. Foram rotina no bloco central, conhecido e bem por bloco central de interesses.

Pelo que a afirmação "Aliás Sócrates levou à promiscuidade a relação entre interesse público e interesse económico" é uma pura aldrabice. Se de má-fé ou de suprema ignorância é coisa que agora não vem ao debate

Anónimo disse...

As PPP foram uma iniciativa do Prof Cavaco que agradaram muito aos doutos interesses privados.
Tanto que rapidamente os restantes elementos do chamado bloco central de interesses lhes tomaram os interesses.
E foi a bandalheira que se viu. É a bandalheira que se vê
(Não foi de resto por nada que Sócrates foi considerado o mais neoliberal dos primeiros-ministro à época).

Anónimo disse...

A defesa do interesse público é algo que causa mal-estar aos neoliberais da nossa praça.
Mais do que o seu apregoamento ( pregões leva-os o vento) é a luta por tal defesa que os transtorna

A privatização da PT foi um crime,como hoje é na generalidade aceite.

As negociatas em torno da OPA da PT mais não foram que diversas manobras de especulação bolsista que, sem nada criar, se traduziram em novas
concentrações de capital e em linhas de financeirização da economia que
se projectaram no futuro.

Anónimo disse...

A promiscuidade entre o público e o privado tem sido um dos vectores chave do processo capitalista. A colocação de gestores em lugares-chave tem tido muitas vezes como único objectivo o servir numa bandeja o prato para os interesses privados...que esses mesmos gestores servem.
Quem não conhece os casos de ferreira do amaral e seus muchachos? Quem não conhece os casos de oliveira e costa e o seu banco? Quem não conhece os casos de catroga ou de relvas?
Socrates foi durante bastante tempo compagnon de route destas coisas.
É o neoliberalismo e é o Pimentel