sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O falso problema da dívida pública



A esquerda que faz da reestruturação da dívida pública o eixo do seu discurso comete um erro estratégico: sugere ao povo que um dos sintomas da crise é a causa da própria crise. Como o povo não é estúpido, evidentemente suspeita de que não lhe querem dizer a verdade toda.

No fim de contas, o discurso é pouco convincente porque toda a gente percebe que dentro do euro nada de relevante se fará a respeito da dívida - nem depois das eleições alemãs, das últimas, das próximas ou das futuras - e fica-se com a sensação de que a omissão da causa da crise - a participação na zona euro e o seu bloqueio ao desenvolvimento do país - se deve a receios e divisões ideológicas internas. Enquanto não tivermos em Portugal uma grande coligação política - uma frente de libertação do euro - a dizer sem papas na língua que o euro nos tornou um protectorado da Alemanha, não haverá luz ao fundo do túnel.

25 comentários:

Anónimo disse...

"a dizer sem papas na língua que o euro nos tornou um protectorado da Alemanha"

Nem mais

Manuel Baptista disse...

Estou de acordo que a economia de Portugal e de outros países do Sul da Europa tem de sair do Euro para ter uma hipótese de se desenvolver. Porém, Jorge Bateira está errado ao pensar que as coisas se podem fazer suavemente. Ele substitui uma ilusão por outra. A ilusão de que temos de «pertencer» à zona Euro, se quisermos manter a nossa economia no «pelotão da frente» (argumento dos europeístas que nos meteram no Euro) ele contrapõe a ilusão de que a saída do Euro se «resolve» com um truque de contabilidade. Gostava de contribuir para a «frente de libertação do euro» com esta reflexão:
Libertação do Euro equivale a libertação da U.E.(no nosso caso, pelo menos), pois o colete de forças não é apenas monetário, financeiro, mas é também (sobretudo) institucional, político! Assim, a única possibilidade efetiva da saída do euro não ter efeitos catastróficos ao nível da economia real e ao nível da estabilidade política do país é de simultaneamente sairmos ou nos prepararmos para sair da U.E. Isto é possível, de agora em diante, porque as pessoas (em todo o espaço europeu) já começam a perceber que a U.E. que lhes venderam não é sinónimo de prosperidade para elas , é apenas boa para as multinacionais, a grande banca e os burocratas de Bruxelas e seus acólitos locais... prosperidade para a eurocracia apenas.

Anónimo disse...

Não acredito que o PS venha alguma vez a estabelecer compromissos duradouros com os partidos
portugueses à sua esquerda que possam ser incompatíveis com os compromissos duradouros que mantém com a família política europeia a que pertence, na qual todos são iguais mas há uns (PS francês e SPD alemão) que, como diria o autor de "Animal Farm", são mais iguais que os outros; e convém não esquecer os compromissos duradouros entre essa família política e a família política em que Merkel é hoje quem mais ordena. Também não acredito que o nosso PS se divida, nos próximos tempos, nomeadamente entre os que queiram continuar a fingir, por agora, que está tudo bem no Euro-reino e os que achem preferível denunciar já que há algo de podre a empestar o Euro-ambiente; nem acredito que as duas famíĺias políticas que construiram esta União Europeia deixem de estar amarradas uma à outra. Acredito, isso sim, que em breve haverá um "consenso europeu" entre as duas famíĺias, no sentido de introduzir mudanças para que quase tudo fique na mesma, mas com menos votos perdidos para as margens, esquerda e direita, da Euro-política.

"Que Fazer?". Não sei, ao certo. Talvez começar por estabelecer um "Balanço e Perspectivas",
num enquadramento europeu mas sem esquecer as particularidades nacionais, e recuando pelo menos até 1984 para perceber a distopia que estamos vivendo agora. E não ignoremos, por favor, que o SYRIZA teve votos suficientes para chegar à liderança do governo grego, sem precisar de acordos com o PASOK e/ou o ultra-sectário (esse sim) PC local. Nem o invejável sucesso eleitoral do SYRIZA evitou que o caldo se entornasse, com uma capitulação que desprezou o voto popular no referendo supostamente destinado a fazer tremer as pernas de Merkel e Schäuble.

O SYRIZA queria "a renegociação da dívida" para "acabar com a austeridade". Contudo, em nome do "europeísmo" e do "internacionalismo", Tsipras e o seu "inner circle" queriam - e tudo indica que ainda querem - a preservação da "moeda única" e a manutenção da Grécia nessa moeda, custe o que custar; por isso, a Grécia tem de suportar a permanente chantagem do Eurogrupo - em que o ministro das finanças da Alemanha é quem mais ordena - e do Banco Central do Euro. Em lugar de uma renegociação da dívida para poder acabar com a austeridade, a Grécia só conseguirá algum alívio da dívida se o governo grego der garantias - a quem realmente manda na Eurozona - de que a austeridade se vai manter.


A. Correia

Unabomber disse...


Diz o amigo J.Bateira
(...)"e fica-se com a sensação de que a omissão da causa da crise - a participação na zona euro e o seu bloqueio ao desenvolvimento do país"(...).

Pelos vistos, para o J.Bateira, antes da UE e do euro Portugal era um país rico: as bancas-rotas de 1978 e 1983, aconteceram por mero acaso.

Anónimo disse...

Portugal recorreu ao FMI em 1978 e 1983 devido a uma política cambial que sobrevalorizava o escudo, o que contribuiu para a fuga de divisas. Veio o FMI, emprestou-nos o dinheiro, desvalorizámos a moeda e em pouco tempo voltámos a crescer a taxas elevadas.Em 1983 voltou a aconteceu porque o governo do PSD foi irresponsável e deixou o câmbio apreciar outra vez.

Anónimo disse...

Repare-se nesta frase espantosa tentando absolver o euro com a estória das "bancarrotas" de 1977 e de 1983
"antes da UE e do euro Portugal era um país rico: as bancas-rotas de 1978 e 1983, aconteceram por mero acaso"

O país rico que Portugal não era no escudo...
Mas e no euro como estamos?

Vamos usar o mesmo nível argumentativo sobre as bancarrotas e as moedas

O escudo com cerca de 90 anos de duração deu origem a...DUAS "bancarrotas"?

O euro com quinze anos de evolução já deu origem a UMA "bancarrota"?
Já?

Anónimo disse...

"O Movimento 5 estrelas é o movimento 5 estrelas , a Liga Norte è a Liga Norte e a Itália é a Itália , como diria o Presidente da Comissão Europeia , Claude Juncker .
O Monte de Paschi não arranjou os 5 mil milhões de euros e o governo Italiano teve de intervir tornando-se o maior accionista do Banco . Mais uma nacionalização dos prejuízos para amanhã se privatizar os lucros. Mais uma vez os contribuintes a pagarem os prejuízos e as vigarices .
Toda a lenga lenda do Bail in , de que com a União Bancária os contribuintes não seriam mais chamados a apagar os fogos foi por água abaixo . Mas não só . O governo Italiano decidiu que os pequenos investidores e depositantes , a maioria da Toscana região de Renzi, seriam garantidos a 100%.
O Banco Central Europeu e a Comissão europeia não levantaram entraves ao contrário do que aconteceu com o Banif .
Calados que nem ratos
Nem o colérico ministro das fianças alemão se ouve ... curioso !
É preciso barrar o caminho ás forças que podem pôr em causa o sacrossanto euro . A Itália é a Itália !
O problema é que não é só o banco MPS , mas também o Popular de Veneza , o Veneto Banca e tantos outros ,
Especialistas consideram que serão necessários 52 mil milhões euros para estabilizar o sistema bancário Italiano . O Parlamento Italiano aprovou uma verba de 20 mil milhões . Não vai chegar. Aguardamos os capítulos seguintes .
Para já a intervenção do Governo Italiano revelou:

1)Que afinal foi possível ultrapassar as regras da União Bancária

2)Que os dois pesos e duas medidas continuam a presidir ao BCE e à Comissão Europeia .

3)Que mais uma vez são os contribuintes- os tais que viviam acima das suas possibilidades - que vão pagar a factura .

E quanto à contabilização desta intervenção - défice e /ou dívida , ficamos a aguardar o que dirá Bruxelas a esta florentina fórmula : "intervenção por precaução" . Uns artistas ...
Será que os beatos do europeísmo e os teólogos do neoliberalismo não têm nenhum comentário a fazer?"
(Pena Preta)


Entretanto hoje ficámos a saber que banco italiano Monte dei Paschi vai precisar afinal de 8,8 mil milhões de euros de aumento de capital para fazer face às dificuldades financeiras, motivadas pelo elevado nível de crédito malparado e baixa rentabilidade. As contas são do Banco Central Europeu (BCE), expressas em duas cartas enviadas ao ministério das Finanças italiano e à administração do banco, segundo noticia o jornal italiano Il Sole 24. A previsão inicial de recapitalização era de cinco mil milhões de euros.
Na prática, o banco vai ser nacionalizado, uma vez que o Estado ficará com uma participação acima de 67%, face aos 4% que tem atualmente, e será necessário um voto da assembleia-geral de acionistas extraordinário.

Unabomber disse...

Parece que para o anónimo (e para o J.Bateira) a desvalorização da moeda é a solução para tudo.
Esquecem que: "se a desvalorização da moeda fosse solução, então o Zimbabué seria o país mais rico do mundo" - conforme alguém disse.
......

Para quem quiser reflectir um pouco sobre as desvalorizações milagrosas deixo aqui partes de um texto de R.Skidelsky (sobre o R.U):
(...)
"Tipicamente os economistas defendem que a forma de equilibrar as contas externas de um país é através da desvalorização da sua moeda, o que torna as importações mais caras e as exportações mais baratas, levando a que as primeiras caiam e as últimas cresçam. Preços das importações mais altos – uma perda líquida para o país – seriam compensados por níveis mais altos de emprego e salários gerados por uma posição mais competitiva do país em termos de exportações.
Mas para que a depreciação monetária faça a sua magia é preciso esperar que se verifique uma maior procura das exportações no futuro próximo quando a taxa de câmbio cair (ou, como dizem os economistas, a elasticidade do preço da procura pelas exportações tem de ser elevada). Porém, vários estudos mostraram que a elasticidade dos preços da procura pelas exportações do Reino Unido é baixa.
(...)
Isto significa que os consumidores e produtores britânicos terão de suportar o essencial do fardo da desvalorização: o seu consumo de importações será racionado através de um acentuado crescimento da inflação, sem que se verifique um efeito compensatório do lado das exportações. Esta não é, de forma alguma, uma proposta meramente teórica. Em 2008-2009, quando o resto do mundo estava à beira da deflação, o Reino Unido atravessava uma duradoura recessão inflacionária, com o PIB a contrair-se a uma taxa máxima anual de 6,1% enquanto a inflação atingia os 5,1%. Isto ocorreu porque a libra caiu mais de 21% entre 2007 e 2008, do seu pico até ao nível mais baixo.
(...)
Além do mais, apesar de o défice da conta corrente ter encolhido para cerca de 1,7% do PIB em 2011, a melhoria foi apenas temporária. Depois de 2011, o défice da conta corrente começou a alargar-se uma vez mais, embora a libra não tenha recuperado das suas perdas. Num jargão económico, o Reino Unido parece estar a sofrer uma variante extrema do EFEITO Houthakker-Magee – designado depois de dois economistas terem descoberto, em 1969, que a elasticidade dos preços para as importações e exportações pode divergir substancialmente, dando lugar a uma tendência permanente em direcção ao desequilíbrio da conta corrente.
(...)
Além disso, as reformas estruturais feitas desde meados dos anos 1990 fizeram com que as exportações britânicas estejam profundamente integradas nas cadeias de produção globais. Como resultado, muitas das exportações britânicas requerem 'inputs' importados; por isso, quando a libra deprecia e os preços das importações sobem, o efeito em cadeia sobre os preços das exportações faz com que estas sejam menos competitivas."
(...)

Unabomber disse...

Quanto à contabilidade das "bancarrotas" do anónimo, há várias formas de fazer as contas - servindo de exemplo a contabilidade dos Pafistas:
"Em 48 anos de ditadura não houve nenhuma bancarrota, ao passo que em 42 anos de democracia já houve 3 bancarrotas"
.....
Lembre-se o anónimo que o crescimento económico depois da bancarrota de 1983 deveu-se a vários factores, entre os quais foi decisivo a entrada na UE.

Anónimo disse...

Sem o querer confirma-se o disparate da frase "antes da UE e do euro Portugal era um país rico: as bancas-rotas de 1978 e 1983, aconteceram por mero acaso".
E confirma-se pelo seu próprio autor.

As associações deste tipo reflectem geralmente desonestidade já que tais associações as mais das vezes não provam nada mais do que enviesamentos...desonestos.

Como é o caso e que o pobre unabomber vem confirmar com a sua nova associação.

O mais do resto é preguiça intelectual

Anónimo disse...

Quanto à decisiva entrada para a UE... mais outra afirmação que carece de algo mais do que a propaganda feito slogan

A factura veio depois. Como se está a ver

Mas gostos europeístas e tiradas demagógicas e tolas como as do Zimbabué são direitos inalienáveis das pessoas.

Há gostos para tudo.

Já agora não se deixe passar mais um entorse à verdade dos factos, a comprovar a desonestidade com que alguns debatem:
" Parece que para o anónimo (e para o J.Bateira) a desvalorização da moeda é a solução para tudo"

Mas o que sabe este Unabimber das soluções apresentadas pelos demais? Se o do anónimo é secundária para o caso, não parece ser de mínima justiça acusar Bateira de ver a desvalorização como "solução para tudo"

O "parece" utilizado pelo sujeito em causa é a muleta usada as mais das vezes por quem está habituado a truncar a verdade dos factos. E que, ou não tem coragem para fazer afirmações frontais ou distorce o que os outros dizem de forma propositada.

É uma questão de integridade intelectual. Mas não só

Anónimo disse...

Mas "para quem quiser reflectir" mais um pouco sobre o que diz Skidelsky, numa entrevista recente.

Skidelsky defende que a zona euro “Tal como está construída actualmente, não é viável”.
"A zona euro, como um todo, é disfuncional. Sobretudo, implica que nações mais fracas não possam utilizar a ferramenta da alteração da taxa de câmbio.
Mas há outros países que têm défices. O único ajustamento que podem fazer é a desvalorização interna, o que envolve a aplicação de medidas de austeridade e incorrer em riscos políticos elevados, porque há um limite para o nível de austeridade que as populações estão realmente preparadas para aceitar. No fundo, o que o Reino Unido fez, embora não esteja na zona euro, foi olhar para as instituições e não as encarar como ‘sacrossantas’. Se as instituições impõem custos que parecem ser inaceitáveis..."

Mas Skidelsky identifica outros problemas que outros tentam calar ou ocultar:
"se o sector privado está a aumentar a poupança e se o sector público está a fazer a mesma coisa, numa situação em que a economia não está sobreaquecida, pelo contrário, cresce muito abaixo do potencial, então esta é, simplesmente, a receita para uma espiral negativa. Portugal não tem dinheiro para investimento? Isto acontece porque o país não pode imprimir dinheiro. Um governo terá sempre condições de financiar um défice se tiver um banco central. A emissão de dívida para financiar um programa de investimentos estará sempre coberta e o crescimento da economia acabará por reduzir o peso da dívida sobre o produto. O problema é que Portugal não tem um banco central. E as injeções de dinheiro do BCE na economia europeia não estão a funcionar. Muito deste dinheiro não é gasto, desaparece na compra de activos em vez de financiar investimento produtivo. Beneficia os ricos".

Anónimo disse...

Continuamos a aguardar o que dirá Bruxelas a esta florentina fórmula : "intervenção por precaução" . Uns artistas ...
Será que os beatos do europeísmo e os teólogos do neoliberalismo não têm nenhum comentário a fazer?

Unabomber disse...

Certamente por lapso o amigo super anónimo não transcreveu a frase disparatada na totalidade:
"Pelos vistos, para o J.Bateira, antes da UE e do euro Portugal era um país rico: as bancas-rotas de 1978 e 1983, aconteceram por mero acaso".
.....
.....
Disse o anónimo:
"O escudo com cerca de 90 anos de duração deu origem a...DUAS "bancarrotas"?

"O euro com quinze anos de evolução já deu origem a UMA "bancarrota"?
Já?"

Diz o super anonimo:
"As associações deste tipo reflectem geralmente desonestidade já que tais associações as mais das vezes não provam nada mais do que enviesamentos...desonestos".
Tem toda a razão amigo superanonimo.

Unabomber disse...

Quanto ao slogan da decisiva entrada para a UE aqui fica um excerto dum livro de Ricardo P. Mamede para o super-anonimo traduzir:
“A partir de 1986 tudo foi diferente. Com o fim da intervenção do FMI, as restrições ao crédito forma progressivamente eliminadas, favorecendo o investimento das empresas e o consumo de bens duradouros pelas famílias (automóveis, electrodomesticos, etc).
A entrada na Comunidade Económica Europeia, associada à criação do mercado único europeu, atraiu para o país volumes de investimento estrangeiro como há muito não se via. O reforço de fundos estruturais da politica de coesão europeia traduziu-se no afluxo de recursos que superavam os 3% do PIB em cada ano.
No mesmo período a economia portuguesa beneficiou da forte quebra do preço do petróleo e do dinamismo da economia internacional.
A nível interno, entre 1986 e 1991, os primeiros dois governos liderados por Cavaco Silva faziam a despesa do Estado crescer mais de 7% ao ano, tirando assim partido do contexto internacional favorável e gerando ainda mais procura numa economia já sobreaquecida.
(…)
De facto, o conjunto dos factores referidos traduziu-se neste período num crescimento médio anual do PIB de 6,2%, um ritmo que não voltaria a verificar-se até hoje. Esta meia dúzia de anos de forte dinamismo económico, depois de mais de uma década de crises e instabilidade, transformaram a sociedade portuguesa.”

Unabomber disse...

Para completar as reflexões sobre Skidelsky:

"Para recuperar o controlo sobre a política monetária, Portugal teria de abandonar a zona euro. Deve fazê-lo?"

Resposta de R.Skidelsky:
"NÃO e não acho que qualquer PEQUENO país possa fazê-lo. O Reino Unido é suficientemente grande para poder sair da União Europeia. O Reino Unido não precisa, sequer, da zona euro ou da União Europeia. Precisa de algumas vantagens de ser membro, mas estas espero que venham a ser negociadas durante o processo de saída, apesar de achar que estou, provavelmente, a ser otimista.
Mas Portugal só pode tomar decisões em conjunto com outros países. Portugal tem de fazer parte de um lobby de países que reclamem uma reestruturação da zona euro, quer nas instituições, quer nas políticas."

Anónimo disse...

Super anónimo ?
Quem será? Um super-herói?

Mas que fique sossegado o coitado do Unabomber. Não tem que ter complexos de inferioridade.Pode continuar a usar o seu nick ou mudá-lo para outro do género, ocmo "super-homem" ou "homem-aranha". Freud parece que explicou parcialmente tais actos falhados bem como a escolha de personagens subsitutos para preencher a vida de quem precisa destes

Vamos ao que interessa,porque é preciso explicar mesmo,já que parece que o unabomber não chega lá sozinho.

"Pelos vistos, para o J.Bateira, antes da UE e do euro Portugal era um país rico: as bancas-rotas de 1978 e 1983, aconteceram por mero acaso"

Não há qualquer lapso na trascrição. Toda a transcrição da frase disparatada (chegámos a acordo aqui, aleluia) era inútil. Tentar esconjurar o ónus sobre o euro, fundamentando com bancarrotas e com a não riqueza do país é uma associação tão disparatada como associar o escudo com as bancarrotas ou o número de bancarrotas com o escudo e com o euro.
"As associações deste tipo reflectem geralmente desonestidade já que tais associações as mais das vezes não provam nada mais do que enviesamentos...desonestos".

Está agora percebido unabomber? Não é dificil e aposta-se que chega lá por si

Anónimo disse...

Mas infelizmente unabomber não responde à acusação directa que lhe é dirigida contra si.
Prefere fugir para outro lado.Prefere fazer fitas próprias de alguém já demasiado idoso para não distinguir quando são precisas ou não traduções.
(Se o unabomber quiser que lhe traduzam algo, que o peça directamente a quem de direito. Valeu Unabomber?)

Não responde a esta acusação.
"Não se deixe passar mais um entorse à verdade dos factos, a comprovar a desonestidade com que alguns debatem:
" Parece que para o anónimo (e para o J.Bateira) a desvalorização da moeda é a solução para tudo"

Mas o que sabe este Unabimber das soluções apresentadas pelos demais? Se o do anónimo é secundária para o caso, não parece ser de mínima justiça acusar Bateira de ver a desvalorização como "solução para tudo"

O "parece" utilizado pelo sujeito em causa é a muleta usada as mais das vezes por quem está habituado a truncar a verdade dos factos. E que, ou não tem coragem para fazer afirmações frontais ou distorce o que os outros dizem de forma propositada.

Mais uma vez se repete: "É uma questão de integridade intelectual. Mas não só"

O silêncio atordoador de unabomber confunde-se com a ausência do seu pedido de desculpas



Anónimo disse...

Quanto às transcrições que coloca...

E ?

O que isto quer dizer? Que não se deve ler com atenção RPM? Mas claro que sim. Com toda a atenção,mesmo

Infelizmente para unabomber as duas questões permanecem:
Que não foi só a entrada para a UE que foi decisiva.
E que a factura veio depois

Como se está a ver

Anónimo disse...

Quanto a Skidelsky e o "completar das reflexões" do dito cujo.

Para quê tanta macacada? E que tal ir para o local onde se discutiram estas mesmas frases e onde se pode apreciar mais alguns pormenores da "macacada" original?
Aqui. Alguns dos responsos só mesmo pontuados com uma gargalhada sonora

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/09/sair-do-euro.html

Anónimo disse...

Após as leituras atentas dos trechos de RPM e de Skidelsky (e depois de nos termos rido um pouco com os processos em curso) registe-se para que as coisas fiquem claras que:

Todos os comentários lúcidos e honestos são para ler e meditar e na medida do possível ser integrados nos nossos conhecimentos.

Mas ninguém pode ser apresentado como Papa do que quer que seja ( excepto o papa, claro). E se para Unabomber os textos que vai buscar possam ter algo de sagrado ou de venerável, eles não são mais do que meros documentos de trabalho.
A estória da infalibilidade dos homens já foi chão que deu uvas.Seja de quem for. E para que depois não se venha lastimar ou acusar, estão aqui incluídos todos os comentadores deste e doutros blogs e também obviamente Jorge Bateira

Infelizmente para unabomber os factos é que são muito teimosos. Demasiado teimosos. E o que resta desta UE é uma tristeza pegada. Tanto como a França ser a França ou os super-heróis com que alguns ainda se mascaram ou de quem têm inveja, sejam o que sejam.

Anónimo disse...

"Contarei agora as histórias divertidas de três outros dissidentes pelos quais a Amnistia Internacional e a nossa classe política se inflamaram.

1 - Raul Rivero

Em março de 2003, cansado da multiplicação de balelas lançadas por agências de imprensa cubanas pretensamente independentes, na realidade financiadas pelos EUA (forneço provas detalhadas no meu livro "La face cachée de Reporters sans frontières" ), o governo cubano lançou um isco e apanhou um bando de mercenários (ou dissidentes, como eles dizem).

Entre eles, estava o poeta Raúl Rivero. Foi então desencadeada uma campanha internacional: Rivero estaria a ser submetido a condições de encarceramento terríveis, teria perdido 20 ou 30 kg, sua vida estava em perigo, etc.

Apanhando os mentirosos em velocidade, as autoridades cubanas libertam-no. Aparece então um homem grande e gordo, obeso, confessando ter livre acesso à leitura e ter devorado o último livro de Gabriel Garcia Márquez, "Historias de mis putas tristes" , mas que tinha sofrido à noite com o cantar de um grilo. A Amnistia Internacional reviu então o seu texto."

Anónimo disse...

" Os últimos dias do ano presentearam os italianos com mais um «resgate» bancário, desta vez ao Monte dei Paschi di Siena. Já em 2013 o banco tinha sido recapitalizado com 3,9 mil milhões de euros dos cofres públicos; agora fala-se em cinco mil milhões.

O governo italiano já reservou 20 mil milhões de euros para a banca e na calha podem estar outras instituições, como o Veneto Banca, Unicredit, Banca Popolare di Vicenza ou Banca Cariage. Prevê-se que o valor não seja suficiente, com especialistas a apontarem para necessidades superiores ao dobro desse valor.

Preparam-se novas nacionalizações dos prejuízos para que, mais à frente, se venham a privatizar os lucros. Algo que, em Portugal, conhecemos bem.

Uma situação que nos faz lembrar muito do que por cá se passou nos últimos anos. Primeiro foi o BPN, depois o BPP, até que chegou a troika com os seus 78 mil milhões, 12 dos quais reservados para a banca.

Em 2014 alguns celebraram a «saída limpa», empurrando o lixo com a barriga. Meses depois, o Estado foi chamado a pagar a falência do BES e, há um ano, do Banif: num valor superior ao que será agora injectado no banco italiano.

Mas as semelhanças ficam-se por aqui.

Em Itália, o processo de recapitalização da banca não vai seguir as regras da União Bancária que impuseram, por exemplo, a entrega do Banif ao Santander, depois de limpo com dinheiros públicos.

Recorde-se que, há um ano, a operação no Banif foi apresentada com a urgência imposta pela entrada de novas regras em Janeiro deste ano, segundo as quais os pequenos investidores e os depositantes até aos 100 mil euros seriam os primeiros a pagar a factura. Ora, no Monte dei Paschi di Siena, estes estão garantidos a 100%.

Afinal, parece que, tal como «a França é a França», também Itália tem direito a tratamento de excepção pelos dirigentes das instituições europeias. Na Primavera, veremos como esta operação será contabilizada para efeitos do cálculo do défice das contas públicas italianas.

Mas desenganem-se os incautos: por diferente que seja na forma, o «resgate» à banca italiana não visa defender os interesses do seu povo e do país – serão os contribuintes italianos a pagar os desmandos do sector financeiro.

Se a Itália é a Itália é porque, acima de toda e qualquer regra, se impõe defender a moeda única de tudo o que a possa pôr em causa".

http://www.abrilabril.pt/presente-italiano

Unabomber disse...

Disse o super-anonimo:
"Tentar esconjurar o ónus sobre o euro, fundamentando com bancarrotas e com a não riqueza do país é uma associação tão disparatada como associar o escudo com as bancarrotas ou o número de bancarrotas com o escudo e com o euro."

Pois é, amigo super-anónimo, as crises de 1979 e 1983 (com as consequentes bancarrotas)não podem ser atribuídas ao euro - já a presente crise pode ser totalmente atríbuida ao euro pelo Jorge Bateira (e pelos populistas).
Com efeito, diz o amigo Jorge Bateira:
(...)"fica-se com a sensação de que a omissão da CAUSA da CRISE - a participação na zona euro e o seu bloqueio ao desenvolvimento do país"

- Será que o J.Bateira considera que a crise financeira internacional de 2007/2008 foi provocada pelo euro?
Ou será que, para o J.Bateira, a crise financeira internacional de 2007/2008 apenas atingiu os países da Zona Euro?

.....

Anónimo disse...

A crise financeira não foi provocadfa pelo euro. Nem atingiu em exclusivo os países da zona euro.
Agora que o euro contribuiu decisivamente para o agudizar da crise, para o pântano em que nos encontramos e para o bloqueio em que o país se encontra ninguém dúvida.