sexta-feira, 1 de julho de 2016

Teremos sempre Schäuble?


“Schäuble até foi moderado”, diz Helena Garrido no principal blogue da antiga PaF: a direita realmente existente e o seu projecto de colaboração nesta semicolónia cabem totalmente em quatro palavras e, já agora, em mais uma que lhes dá a força estrutural: euro.

Entretanto, a evocação por algumas pessoas de direita do justamente célebre no, no, no de Thatcher, recusando a moeda única em nome do primado do parlamento, não passa de uma tentativa diletante e frustrada de provocação ou de uma nostalgia conservadora por algo que nunca existiu nesta periferia e que não pode existir nos seus termos: questão de burguesias, ou pelo menos das suas fracções politicamente dominantes, demasiado inseguras e dependentes, de certo modo compradoras, como se dizia na teoria marxista da dependência.

Por cá, este vínculo económico e monetário externo, que reduz a democracia a quase nada, é hoje o melhor seguro das suas políticas. Pelo menos na direita dominante conhecem a mecânica da coisa: ao contrário do que acontece em certa esquerda, aí ser europeísta não é há muito defeito, por assim dizer, mas sim um feitio mais do que conveniente.

10 comentários:

Jose disse...

A cultura abrilesca trouxe-nos uma figura psicológica e culturalmente inovadora:
O Assumido!

O ser Assumido é como que o factor legitimador de tudo o imaginável em termos de comportamento. Assim a grosseria, a má-educação, a idiotice militante.

à mais-valia deste adquirido cultural para a política é evidente: a mentira socrática sempre teve a indulgência do excelente 'assumidismo' do comportamento pelo seu autor.
O seu nº2, sendo um assumidíssimo geringonçoso traz para a implantação do padrão geringonço um inestimável contributo.

Num tempo de promoção de igualdade de género dir-se-ia que este 'assumidismo' é a prevalência do feminino sentimento de o verdadeiro ser associado ao sentido.

Assim, e esta é a boa notícia, se garante a felicidade dos treteiros assumidos.
A má notícia virá um pouco mais tarde...

Anónimo disse...

O assumido!

Isso mesmo herr Schauble, isso mesmo.
Estou em processo de me assumir, herr Schauble.

Eu quando chamo estúpidos e bestas e pqp e outros mimos estou a assumir a minha grosseria, a minha má-educação e a minha idiotice militante.

Mas às vezes tenho que me desmentir a mim mesmo e assumir que não me assumi.Para garantir a sua felicidade herr Schauble. A sua e a minha felicidade, porque a sua felicidade é a minha felicidade herr Schauble

Sei que me compreende herr Schauble e que parilhamos os memsos gostos. E assim assumidamente assumimos herr Schauble.

Este que se assina, assumido herr Schauble

Jose

Anónimo disse...

"Num tempo de promoção de igualdade de género dir-se-ia que este 'assumidismo' é a prevalência do feminino sentimento de o verdadeiro ser associado ao sentido."

Mostra-se aqui muita coisa, entre a qual um machismo infecto a cair da tripeça moldado nas tabernas do género.

Confirma o dito anteriormente por este sujeito

Em jeito de piegas queixoso:
"Nem sabia que eramos tão iguais…só que é quanto a direitos e deveres perante a lei.
E quando a lei põe quotas para as mulheres, logo saio constitucionalmente prejudicado!!!!."

Em jeito irritado e com a naifa na liga:
"A parvoeira da igualdade, porque sim, é que leva a esta militância idiota de decretar igualdades onde elas não existem nem podem estabelecer-se sem ficções ofensivas de outros direitos."

Em jeito de homenagem agressiva a sua mãe que não teve culpa do marialva decadente que lhe saiu na rifa:
"Tudo são emoções e presunções...conversa de gajas!"


Anónimo disse...

Duas notas breves sobre este post.

- A colaboracionista Helena Garrido com o despudor que caracteriza todos os colaboracionistas a tentar vender o amo e senhor.

."Eles estão a querer sem mais alemães do que a Alemanha" - diz (quase) tudo

Jaime Santos disse...

Interessante a persistência com que se procura reduzir os adversários políticos a meros autómatos movidos por puros interesses de classe. Obviamente, quando isto ocorre, deixa de fazer sentido falar em solidariedade social (não é um bem, é um mero suborno dos mais desfavorecidos e lembro-me aqui de que a criação das caixas de saúde alemãs contou com o voto contra do SPD em 1883) ou em soberania partilhada dentro de uma comunidade política. Tudo se reduz ao conflito de todos contra todos e às relações de força existentes. Assim sendo, compreende-se o interesse em ruturas profundas, que invertam essas relações de força. A pergunta que se deve fazer, obviamente, é qual é o lugar para as vidas humanas individuais dentro deste esquema. Importam de todo? Marx, que teceu loas ao Capitalismo no 'Manifesto', pelo seu carácter progressista e libertador em relação à tirania da escassez, argumentava naquele texto estranho do 'Fragmento sobre as máquinas' escrito no fim da sua vida, creio, e incompleto, contra a alienação e a transformação do indivíduo em mero instrumento dessa grande máquina que era o sistema capitalista (e que sentido isso faz nesta era neoliberal)... Que irónico (e que redutor) que o próprio sistema de análise marxista olhe para o indivíduo exatamente dessa forma...

Anónimo disse...

O ministro das finanças da Alemanha assume-se cada vez mais como um Vice -Rei dos países da Europa do Sul, tratando-os como se fossem colónias. É lamentável é que as suas posições por vezes encontrem eco na Comunicação Social dependente existente em Portugal.















































Anónimo disse...

Jaime Santos pode não concordar, pode até precisar de algumas novas leituras sobre o que é isso de Marxismo ou o que é isso de luta de classes.
Mas lá que as há, isso é um facto incontornável. E que existe luta de classes isso é indesmentível
E que esta não é uma luta de todos contra a todos é algo que devia saber para não vir demonstrar afinal de que não sabe bem do que está a falar.

A "soberania partilhada" é uma fraude. Schauble é a confirmação de tal fraude. Um crápula que sabe de que lado está e que faz tudo para que a luta de classes penda para o lado de quem explora e se assume como dono do mundo ( e dos tais 1%).

Mas não deixa de ser curioso esta pseudo-informação informativa sobre Marx e o marxismo e as tais loas ao capitalismo mostrando mais uma vez que nem sequer sabe os rudimentos da teoria daquele. Ou que nem sequer saiba o olhar acusatório com que o marxismo "olha" para a "alienação e a transformação do indivíduo em mero instrumento dessa grande máquina que É o sistema capitalista".

E isto a propósito duma coisa como Schauble....




Anónimo disse...

A prova que os destinos humanos individuais interessam e muito está reflectida nesta necessidade de mudar o mundo, como originou em 1789 a Revolução Francesa. Uma revolução que agora precisa de novos processos para que uma nova era se possa abrir

Não ver isto é continuar a condenar milhões de pessoas à fome,miséria, desamparo, sofrimento e guerras.Durante muito tempo. É condenar gerações inteiras à canga e à exploração desenfreada.
Só para que os Schaubles deste mudo continuem a vingar. E a riqueza continue nas mãos da meia dúzia do costume que fazem tábua rasa dos nossos destinos humanos individuais

Unknown disse...

As crenças são mesmo "mágicas"; fazem que o mais errado ,se julgue uma sumidade. Mesmo que tenha várias entidades a dizerem o mesmo, que Portugal vai por mau caminho, acredita piamente que vai bem. Na hora de declarar o desastre, o socrates ainda negava que fosse necessário; palavras para que são os artistas portugueses no seu melhor.

Anónimo disse...

Várias entidades a dizer o mesmo?

Francamente ó sr Cristovão. O que tem a maioria das "entidades" a ver com a razão?

Galileu quando defendeu o heliocentrismo e a doutrina de Copérnico estava praticamente sozinho. Contra ele estavam as entidades religiosas, o papa,a inquisição, reis e nobres, a fina flor do entulho tal como agora a fina flor do entulho se perfila atrás de Schauble, naquela posição desprezível típica. Agora até há quem chame estas alforrecas de "entidades".

A razão ainda não vai a votos

Se não for demais para o seus horizontes e para ver se abandona estes tiques de artista português no seu melhor escute Torga:

"A morte está sozinha contra a vida inteira, e é verdade".