sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Uma sondagem para animar a malta...
Via naked keynesianism, uma sondagem animadora para umas presidenciais: o nosso homem em Washington ganharia ao protofascismo em modo norte-americano, começando a assustar a campanha de Clinton, que assiste a uma erosão da sua vantagem inicial mais rápida do que em 2008.
É preciso não esquecer que Clinton é uma representante do que nos anos noventa se apodava de “novos democratas”, que, tal como os “novos trabalhistas” de Blair e outros ditos modernizadores deste lado do Atlântico, sempre gostaram bastante do capital financeiro, servindo-o com denodo. Depois de sair da tíbia administração Obama, Hillary Clinton ganhou dois milhões de dólares em menos de sete meses, tendo por base palestras em Wall-Street. Não por acaso, reconheceu um dia que tinha sido sua representante no senado, segundo o sempre atento jornalista financeiro Doug Henwood. Sanders ou Corbyn não irrompem por acaso. Estamos num contexto de crise, alimentada por um crescimento inaudito das desigualdades e pela corrosão moral que isto sempre gera.
Sem querer relativizar, ao pé dos EUA, o que se passa por cá em termos de poder do capital, de corrupção institucionalizada, em sentido amplo, é naturalmente uma brincadeira de pequenitos. Basta pensar no detalhe do financiamento das campanhas. De resto, e inacreditavelmente, ainda há quem por cá aponte o sistema judicial norte-americano como modelo, o mesmo que depois do colapso financeiro assente na fraude sistémica na última fase do ciclo, conseguiu meter na cadeia uma pessoa, facto ainda agora lembrado pelo excelente A Queda de Wall-Street. E nem falo dos que ainda idealizam o seu sistema socioeconómico. Isto num país onde a fraqueza do Estado social só tem paralelo num crescimento sem precedentes do Estado penal desde os anos oitenta. Enfim, todo um modelo por superar.
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6 comentários:
Mais uma vez o rigor aliado a uma depuração notável.Com a chamada de atenção para algumas vacas sagradas impingidas pelos "comentadores" habituais.
Sim, o texto é bom e o conteúdo relevante pois chama a atenção para a enormíssima fragilidade da 'democracia' norte-americana que tantos gostam de enaltecer. De facto o termo correto para designar o regime norte-americano é plutocracia, descarada, governo descarado dos ricos para os ricos. De lembrar que o congresso norte-americano é composto apenas por milionários ou quase milionários.
Todavia, em relação aos Clinton e ao Blair está-se a esquecer um pequeno pormenor é que estes tentaram salvar o pouco que havia a salvar depois dos estragos feitos a todos os níveis, desde o sindical ao estrago nas mentalidades , operado pelo pelo neoliberalismo do Reagan e da Thatcher e de que a mentalidade dominante não permitia grandes voos. Por isso é que eu estou sempre a enfatizar a necessidade de se fazer pedagogia, explicando tudo muito direitinho. È que aquilo a que podemos chamar de hegemonia cultural de uma determinada época condiciona, e muito, o que se pode fazer e a maneira como se pode avançar. ja sabemos que a hegemonia cultural está em grande medida nas mãos da comunicação social e pergunto: quem manda na comunicação social?!
João Rodrigues, quando refere "o que se passa por cá" julgo que se está a referir a Portugal. Porque se falar da Europa estamos a falar de uma realidade muito diversa, quer quanto`aos níveis de corrupção, quer - eu penso que há uma correlação óbvia entre estes dois fenómenos - quanto aos níveis de desigualdade. Veja-se, por exemplo, os casos tão diferentes da Inglaterra e da Suécia. Portugal será sempre um país mais comparável com o que se passa na Inglaterra do que com oque se passa na Suécia, infelizmente. Corbyn referiu a semana passada, numa comunicação centrada nas propostas políticas para combater a desigualdade, que iria impor rácios entre os salários de topo e os dos trabalhadores com mais baixos rendimentos de uma mesma empresa. E declarou ir propor a proibição de distribuição de dividendos às empresas que não paguem o salário mínimo aos seus trabalhadores. O que é comum na Inglaterra. Em 1998 o rácio entre topo e base era de 47 vezes sendo que em 2015 esse rácio trepou para 150 vezes. Por cá não se adivinha que um governo socialista, ainda que apoiado por toda a esquerda, tenha o mesmo tipo de ambição.
dizer que o Blair salvou ou quis salvar o que sobrou dos cacos deixados pela Thatcher nao tem nenhum sentido pprque o que de facto fez foi aprofundar e manter o estrago. Quando perguntaram 'a Thatcher qual era o seu principal legado respondeu: Blair. Ta tudo dito.
Isso mesmo caro anónimo das 23 e 09.
Com uma enorme agravante.É que Blair é um criminoso de guerra. Irremediável e inapelavelmente
Exacto caro anonimo, com o Durao Burroso a oferecer-se como capacho do Bush, do Blair e do Aznar. E o mesmo se aplica ao Clinton com o uso instrumental da guerra. Quando se viu entalado pela Monica foi a correr largar umas bombas no Iraque para agradar aos falcoes e sacudir a pressao.
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