quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Definhamento

Número de emigrantes em 2012 foi superior ao total de nascimentos. É um país que definha. Na verdade, quem viverá e terá filhos num “país” sob tutela externa e austeridade permanentes e que, a fazer fé no plano das elites para as próximas décadas, terá de continuar a transferir, de baixo para cima e de dentro para fora, uma parte relevante da riqueza gerada para pagar uma dívida impagável nos actuais termos? Quem, no fundo, poderá viver e procriar numa prisão feita de dívida? Esta é talvez a questão económica, política, social, demográfica, o que quiserem, central, de vida ou morte nacional. Reestruturação da dívida, alguma inflação, para erodir o valor real da dívida, e criação de emprego com direitos, o que requer recuperação de instrumentos de política económica perdidos com o euro: uma combinação que pode ajudar a superar o actual círculo vicioso do desenvolvimento do subdesenvolvimento e garantir a a esperança num país sem aspas. Como isto anda tudo ligado, aposto que nesse novo contexto por criar, as pessoas começarão a ter mais filhos cá dentro e deixarão de emigrar também para poderem ter filhos lá fora.

1 comentário:

Aníbal Éter disse...

No geral até concordo com o seu post, mas o João, se fosse PM, arriscava?

http://anibal-eter.blogspot.pt/2013/10/a-crise-em-dialogo-platonico.html