quinta-feira, 21 de março de 2013

Duas linhas, todo um programa

O BCE anunciou, num comunicado de duas linhas, a suspensão do financiamento de emergência (ELA) aos bancos cipriotas na próxima segunda-feira caso o Governo não chegue a acordo com a troika. Três lições: 1- Enganam-se aqueles que apostam numa pura estratégia de tensão dentro do euro com as instituições europeias que "nunca deixariam um país cair". O que o BCE diz com este comunicado é que está disposto a contemplar umas saída do euro por parte do Chipre já na próxima semana; 2- As declarações de Draghi no passado Verão sobre a preservação da zona euro a todo o custo só valem para Espanha e Itália. O tamanho conta; 3- Ainda que o governo cipriota consiga um acordo com agentes russos para o seu resgate, o BCE impõe que haja um acordo com a troika. A problema não é só financeiro.

5 comentários:

R.B. NorTør disse...

E como consequência do ponto 3, falta saber se a UE está preparada para ver o Chipre ir navegar para outras águas...

Anónimo disse...

Puro Bluff. Escalada da chantagem aos máximos. Saída de qualquer pais do Euro será a implosão. O medo é precisamente pensar que os pequenos podem sair e os grandes não. faz parte da teoria dos jogos. estratégia pura. Chipre pode e deve ignorar a ameaça e ditar o jogo. O BCE esticou a corda. É hora de mostra o jogo sem medos

Anónimo disse...

Isto pode e deve ser considerado um acto de guerra contra um país, de acordo com os princípios internacionais.

R.B. NorTør disse...

A lógica do meu comentário é precisamente o que o "Anónimo 1" diz.

No caso do Chipre já se viu que eles nao sao de facto Portugal, com uma unanimidade parlamentar em recusar o diktat de Bru... Frankfurt. A questao que quem ameaça se deve colocar, antes de ser impossível desdizê-lo, é se estao a pensar em todas as consequências ou nao.

Como já foi mencionado neste blog, a saída (do euro ou da UE) deviam ser menos tabu nos países pequenos, porque é esse o verdadeiro poder que eles apresentam actualmente.

Anónimo disse...

De facto como diz o Nuno Teles o problema não é só financeiro , é também politico e geoestratégico.
se fizermos uma analise do que está a acontecer no Mediterrâneo, na margem norte e sul podemos ter matéria para estudo e reflexão.
quanto à saída do Euro é muito difícil prever o que irá acontecer.Talvez haja já países que estão há espera de ver quem sai primeiro para depois saírem a seguir.Há também uma questão a ter em conta que é a dos Governos fantoches, totalmente obedientes ao Eixo Dominante que talvez estejam dispostos a ir até ao fim, isto é , a catástrofe , do que sair do Euro.