sexta-feira, 15 de abril de 2022

Macron 2017 = Le Pen 2022?


A fórmula que dá o título a esta crónica foi forjada, sob a forma de previsão, há cinco anos. Coloco prudentemente um ponto de interrogação. Realmente, não sabemos o que acontecerá na segunda volta das eleições presidenciais francesas, mas é provável que, graças à política de Emmanuel Macron, uma candidata da extrema-direita obtenha a melhor votação de sempre em França.

O resto da crónica pode ser lido no setenta e quatro.

11 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de ler.
Importante agora são as eleições legislativas já em meados de Junho.
Um número importante de deputados FI, podia conduzir a um cenário de coabitação seja o presidente Macron ou Le Pen, com um 1º Ministro FI
A seguir, a França ainda é aquele país onde podem acontecer milagres ...

Mozgovoy disse...

Interessante... Os mesmos que apoiam denodadamente o palhaço sangrento que é o Volodymyr Zelensky são os mesmíssimos que se opõem à Madame Le Pen.
Desconfio que se a Madame Le Pen fosse pró EU e pró OTAN haveria muita esquerda pós-moderna que não soltaria mais do que um brevíssimo e inaudível bocejo enfadado quando a filha de um torturador de nacionalistas argelinos chegasse ao Palácio do Eliseu.
Depois da normalização do neonazismo na Estónia, na Lituânia, na Letónia, na Croácia e na Grécia, depois da metastização do cancro nazi na Ucrânia (e da demonização de quem com ela sofreu e de quem, com armas na mão e à custa do seu sangue e da sua vida, com ela quer acabar), depois da eleição de neofascistas para os parlamentos de Portugal e de Espanha, o que verdadeiramente fez acordar a comportadíssima esquerda amestrada foi a possibilidade de a Madame Le Pen fazer o "projecto europeu" em cacos e mandar a OTAN às malvas...
Bem se poderia aqui aplicar o zoológico adágio "Mostra-me a quem ladras, ó cão, e dir-te-ei quem é o teu dono".

PS- Escrevesse agora o saudoso Domenico Losurdo o seu perspicaz "A Esquerda ausente", e talvez o intitulasse "A Esquerda inexistente".

Anónimo disse...

Mozgovoy. BRAVO!

Verifique-se ou não a equação Macron 2017 = Le Pen 2022, e eu aqui já estou como a maioria dos franceses: venha o diabo e escolha - o que espero mesmo é que o resultado de 2027 seja sinónimo de Mélenchon.

A propósito disto, e de falares do regime nazi/fascista/nacionalista da Ucrânia liderado por um palhaço sangrento E TÃO OU MAIS CORRUPTO que o Presidente democraticamente eleito (por um partido que fazia o equilíbrio entre Este e Oeste, pro-EU e pro-Rússia, e ilegalizado após o golpe) que os paramilitares nazi da Victoria "f*ck EU" Nuland (esposa do warlord Robert Kagan, pró invasões/guerra na Síria, Afeganistão, Iraque, e Irão) derrubaram em 2014, estamos de tal forma saturados pela propaganda, e pela inexistência de Esquerda, que até canais como a Euronews, que agora branqueiam a natureza do regime Ukronazi ao por exemplo omitirem o Batalhão Azov, se atrevem na peça seguinte a chamar "extrema" Esquerda a Mélenchon.

Que este regime caia o quanto antes, antes que caia de podre e caiamos todos de pobres...
Se para tal é preciso a vitória de uma NeoFascista anti-NATO contra um NeoLiberal EUROfanático, pois que assim seja. Ao ponto a que isto chegou! Eu ladro a ambos os cães aqui referidos, mas já não caio na lenga-lenga de chamar "mal-menor" ao NeoFascismo escondido com as garras do NeoLiberalismo de fora. Se este regime não nos serve, pois que ganhe quem o promete derrubar. O mal menor, perante tanta vassalagem dos Europeus em relação ao seu dono imperialista e belicista e GENOCIDA de Washington, é o que dará início ao fim da NATO.

O mesmo em relação a Portugal. Mais depressa voto no Chega do que no PS. A ilusão acabou. Se a missão do PS é defender a lei laboral NeoLiberal de Passos/troika, e ter "maioria absoluta" só com 42% dos votos em 50% de abstenção num sistema não-proporcional que aitra ao lixo quase 1 milhão de votos só para ajudar à batota ora de rosas ora de laranjas, então a minha missão enquanto eleitor, é fazer com que tal regime caia o quanto antes.
E agora, um nazi-fascista que ajudou a matar 13 mil pessoas no Donbass, e é a favor da brutal ditadura de APARTHEID em Israel, a discursar no 25-Abril em Portugal... P*TA QUE OS PARIU A TODOS!

Venha o próximo 25-Abril, que este, atacado/desmantelado desde do 25-Novembro e de todas as "reformas estruturais" NeoFascizantes, NeoLiberalizantes, NATOfanatizantes, e EUROditatorizantes daí em diante, já passou do prazo!!

Unknown disse...

Putin quer acabar com o neonazismo? Ninguém diria, dado o apoio continuado aos neonazis que compõem as "Repúblicas Populares" de Donetsk e Luhansk, incluindo o seu teólogo de eleição, o tarado neonazi Aleksandr Dugin. O comentário é absolutamente certeiro, mas tomar o partido de um governo burguês contra o outro - estando ambos generosamente abastecidos de neonazis - num conflito inter-imperialista em que milhares de trabalhadores seguramente morrerão não é posição de um comunista.

Mozgovoy disse...

Caro "Unknown"

Neonazis que compõem as Repúblicas Populares (sim, sem aspas) de Donetsk e Luhansk?

Há-de o senhor mostrar -Urbi et Orbi - a existência de nazis entre a milícia e os governantes do Donbass. Creio que, com tal prova (cuja produção, se me der licença, eu esperarei confortavelmente sentado), faria o senhor dois serviços de relevo extraordinário ao nosso mundo: por um lado, daria à OTAN/UE uma razão para afirmar que, afinal de contas, são os democratas fofinhos do Batalhão Azov, do Batalhão Aidar, do C14 e do Privy Sektor que defendem as sólidas instituições democráticas ucranianas contra a barbárie neonazi das hordas do Donbass; por outro lado, o seu contributo na área da epistomologia da Ciência Política seria deveras impressionante ao criar um novíssimo
conceito - o do neonazi (do Donbass) contra o neonazi (ucraniano) naquilo que poderia neologisticamente crismar de... anti-neonazi... neonazi (do Donbass).

Teólogo (de eleição) Alexander Dugin?

Não estará aqui o senhor a entrar por sendeiros místicos e a aproximar Vladimir Vladimirovitch Putin à figura de... Rasputine? É que já ouvi chamar de tudo ao ocupante do Kremlin, mas convenhamos que apodá-lo de fidelíssimo discípulo místico de um pensador (ideólogo) das extremas direitas marginais do pensamento russo hodierno é, digamos, um pouco bizarro.

Conflicto inter-imperialista?

Deixe-me cá ver: "inter-imperialista" no sentido daquele conflito inter-imperialista de há 80 anos que inter-imperialisticamente serviu de motor de aquecimento e de ensaio-geral para a invasão genocida que custou à URSS a vida de 27 milhões dos seus filhos e filhas?

Sabe, caro "Unknown", isto de dizermos que tudo é igual a tudo, quando estrategicamente
nos colocamos de parte como sendo a parte virtuosa de um todo que é inapelavelmente corrupto, só conduz a um caminho: a parte intrinsecamente corrupta desse todo destruíra a parte decente e coerentemente pragmática que nele ainda tenta lutar e, depois disso, virá pela destruição dos idealistas que servem para gritar "slogans" em manifestações, mas que jamais servirão para se oporem de armas na mão ao que quer que seja.
Por isso, quando aqui escrever, faça-me um obséquio: respeite os herdeiros daqueles 27 milhões de mortos, herdeiros esses que hoje, mais uma vez, vão libertar de armas na mão a Ucrânia de uma corja que já deve 80 anos à cova. Duvido que o senhor tenha sequer a ideia do que isso é.

Unknown disse...

Toda essa retórica balofa e euforia russófila trai apenas a frustração adolescente de um estudante "rebelde" a brincar à geopolítica como quem vê um jogo de futebol: na verdade, esses discursos mal paridos e o seu apoio à equipa do seu camelo reaccionário de eleição (cujo nome invoca como quem reza o terço) são irrelevantes para o conflito. Por isso, é hilariante que enquadre a sua sicofantia delirante como algum tipo de "intervenção", com a agravante de fazer de conta que é comunista ou o que quer que seja ao mesmo tempo que lambe as botas (ou quem sabe...) ao nacionalismo étnico, "Eurasianismo", promovido pelos tarados neonazis que constituem as milícias que reinam nas "Repúblicas populares" e a sua hipotética confederação Novorossyia.

Não confundo Putin com Rasputine nem com o czarismo, embora fosse compreensível o erro por se tratar de uma cáfila reacionária em níveis comparáveis. Na verdade, Dugin, o santo padre do pensamento fascista eurasiático, é um apoiante fervoso da tal confederação, um fanático de Putin desde a primeira instância e assessor de vários membros do seu partido. De resto, as próprias "repúblicas populares", com muitas aspas por impossibilidade de transmitir o riso que essa expressão não pode deixar de suscitar neste caso, fizeram o favor de nos presentear com constituições cujo texto explicita a natureza reaccionária do seu projecto, desde a ilegalização das uniões "perversas" entre pessoas do mesmo sexo à consagração do direito à propriedade privada (""""populares"""), passando também pela defesa e exaltação dos valores tradicionais do "Mundo Russo".

Esse tipo de chantagem política que passa pela evocação dos nazis que combatem do lado ucraniano, que foram aliás integrados nas forças armadas, é neste caso tão ridícula como irrelevante, visto que essa presença é sobejamente conhecida (na verdade, eu mesmo a mencionei no meu comentário!) e naturalmente condenada por qualquer comunista. De resto, puxar ao sentimento, estratégia que talvez se lhe mostre eficaz a lidar com liberais eurófilos, tem neste contexto muito pouca credibilidade.

Finalmente, deixo um breve esclarecimento daquela que é a óbvia posição de um comunista, em contraste com a de um reaccionário e a de um liberal neste e noutros conflitos. Não se trata de se colocar "à margem de um corpo perverso," seja lá isso o que for na sua linguagem confusa de criança a brincar às relações internacionais, nem decerto com proclamar-se "virtuoso", outro termo empregado numa tentativa de radicalismo realista donde releva, hilariantemente, a mais completa corrosão cerebral pela ideologia burguesa, também visível no uso do termo "idealista" sem qualquer ligação à sua significação histórica ou política etc. Trata-se de manter, intransigentemente, uma posição conforme ao programa e ao interesse da classe. A classe trabalhadora não tem nada a ganhar perante a devastação de um conflito entre estados burgueses, na verdade guerra inter-imperialista por procuração, senão a sua morte em dezenas de milhares de cabeças. A posição comunista passa por apontar as armas nas direcções certas, de parte a parte, pela guerra civil, de classe, em vez da guerra internacional e pelo movimento organizado e independente da classe trabalhadora. Sentar-se ao computador a vomitar orações ao seu herói nacional machão favorito não é, portanto, uma posição comunista. Faça-me o caro Mozgovoy o obséquio de se assumir como o reaccionário que tão claramente é.

Unknown disse...

Quanto ao pedido de provas - como se fosse uma hipótese minha, ao invés de algo abertamente proclamado pelos autores - do fascismo ou de fascistas entre os líderes e milicianos separatistas, devo concluir que Mozgovoy desconhece Pavel Gubarev, autoproclamado governador regional de Donetsk e líder das milícias separatistas, por acaso também ex-membro dos partidos neonazis União Nacional da Rússia e Partido Socialista Progressista de Ucrânia de Natalyia Vitrenko, conhecida ideóloga fascista e também militante da União da Juventude Eurasiática do já mencionado Dugin.

Talvez desconheça as declarações do nacionalista reaccionário cujo nome utiliza e que, na sequência de um julgamento em que condenou violadores à morte, declarou que as mulheres que frequentavam cafés e tabernas deviam ser presas, porque davam um exemplo de indecência, em contraste com a modéstia de tricot e culinária que lhes caberia... Estas declarações, facilmente disponíveis através de uma pesquisa de 10 segundos, foram na verdade confirmadas pelo próprio facho, que as tentou posteriormente suavizar enquanto discurso hiperbólico. Que heróis.

Talvez ignore também Alesakndr Proselkov, por exemplo, destacado líder da "república popular" de Donetsk e militante da União da Juventude Euroasiática de Dugin e organizações neonazis sucedâneas. Talvez que Mozgovoy - o combatente de teclado, não o reaccionário defunto - não conheça sequer o texto das constituições das "repúblicas populares", de que fiz o favor de citar algumas pérolas no meu comentário anterior, mas que disponibilizo na eventualidade de alguém querer ler por si próprio o heroísmo deste projecto neonazi mal parido nas suas próprias palavras:

https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjIo5SsqKP3AhWW3oUKHYh9A4QQFnoECAMQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.worldstatesmen.org%2FDonetsk-cons14.docx&usg=AOvVaw2G9RYWDvONcqLFsoQ7acJ7

Desta obra, de fino recorte literário, destaco a ilegalização das uniões "perversas" entre indivíduos do mesmo sexo (31.3), que procede do reconhecimento do casamento como "união entre homem e mulher" (31.1), a consagração do direito à propriedade privada (5.1) e o enaltecimento dos valores e referências tradicionais do "Mundo Russo" (Pr.; 9.3; 6.5)

Talvez Mozgovoy queira deixar de se envergonhar e assumir-se como o russófilo e fascista que é, porque há-de ser difícil fingir que é outra coisa quando cada comentário seu rebenta, desde o nome de utilizador, de entusiasmo pelo nacionalismo étnico e pelo chauvinismo promovido pelas personagens que compuseram e compõem a liderança destas "repúblicas populares".

Mozgovoy disse...

Caro Unknown.

A sua argumentação muito progressista no entusiasmo por tudo o que é modernice pró-LGTBQ (e mais umas -pelo menos- 150 letras a inventar no alfabeto) é natural que o faça ouriçar-se fortemente contra tudo aquilo que é conservador e contra todo o conservadorismo de costumes profunda e amplamente abraçado pelo povo russo e pelo povo do Donbass, pendor conservador esse que o senhor tão habilmente quer meter na Rua da Betesga do... "neonazismo russo" (que vossa senhoria jura a pés juntos existir e ser fortíssimo na sua expansão).
Não se deixe acabrunhar com a "homofobia" do seu bem achado "neonazismo russo", pois talvez haja por entre essas suas bem encontradas hostes "neonazis" moscovitas alguns imitadores de Hernst Rohm mais os seus "muchachos" e uma "noite das facas longas" não se vislumbra no horizonte...
Talvez seja por essa fortaleza e magna expansão do neozismo no Donbass e por toda a Federação Russa que por todo o território libertado do Donbass são reerguidas as estátuas de Lénine e restaurados os monumentos aos Heróis da Grande Guerra Patriótica destruídos pela Junta de kiev, bem como a Bandeira da Vitória (com a cruz e o martelo do PCUS) é hasteada bem alta.
Mosgovoy, Givi, Motorola e Zarkachenko, homens que combateram de armas na mão aquilo que o senhor jamais conseguiria tentar combater nem que fosse com um pífio assobio - a limpeza étnica do seu povo, cujo maior pecado (digno de pena capital, pelos vistos) é o de falar russo, ter cultura russa e ser etnicamente russo - foram todos eles assassinados por essa linda agremiação de democratas nada nazis que é o SBU ucraniano. Tivesse o mesmo acontecido aqui ao lado na reprimidíssima Catalunha a um único elemento da "Generalitat", e veríamos se certa "esquerda" lusa se perderia com os "pormenores" do etnocentrismo e do chauvinismo catalães na acérrima condenação do "imperialismo espanhol".
Por fim, comentei seu comentário com a maior das urbanidades. O senhor respondeu-me (duas vezes) com um chorrilho de impropérios próprios de quem acusou o pôr o dedo na ferida de um comunista que afanosamente anda há séculos à procura da rolha pós-soviética e que, a não tendo encontrado, se agarrou à serventia flutuadora do ecumenismo "de esquerda" em que a novas "causas fracturantes" se casam com a velha ortodoxia vesga e surda e tentam à viva força derruir as entidades estruturantes de todo o sempre em qualquer sociedade. Quando o cadáver dessa esquerda frankenstein for, por manifesto estado de infecta podridão, finalmente posto na cova da História, ainda haverá - por mais que isso o amofine - povo russo, o qual falará russo e que viverá em terra russa. Habitue-se.

PS- "Russófilo" é insulto no seu dicionário? Olhe que no meu não é...
Já "fascista" é coisa que me não agrada que me chamem (ainda para mais, por alguém que me conhece de lado nenhum), pelo que peço gentilmente que faça o obséquio de ir educadamente chamar tal coisa ao seu paizinho, se é que ele lho permite.

Quanto ao pseudónimo Mosgovoy: olhe, meu caro, antes de o proferir (assim como Givi, Motorola e Zakarchenko) lave a boca bem lavadinha, pois está perante o nome de heróis que se sacrificaram pelo seu povo e pela sua terra e nisso tiveram a involuntária companhia de 14.000 dos seus conterrâneos. Gente que, certamente, não teve a suprema coragem de "sair do armário" ou de brilhar num "show" de travestis num qualquer tugúrio de Donstk ou de Lugansk e preferiu a facilidade muito machista de combater na frente de combate em defesa das suas crianças, das suas mulheres e dos seus idosos.
E fiquemos por aqui que a prosa já vai longa e tende a azedar.


Unknown disse...

Pediu-me provas da existência de fascistas na liderança das "repúblicas populares" em questão; forneci-lhas. Em face desta realidade inegável, escolheu lançar-se a mais uma diatribe pretensamente radical, mas em que conseguiu simplesmente expor-se completamente enquanto reaccionário convicto, ao ponto de utilizar a mesma linguagem, a respeito de minorias sexuais, que qualquer outro fascista, com as mesmas tentativas de humor ("show de travestis", as "150 letras" de LGBT, "modernice")... só lhe faltou dizer que tudo o que não seja heterossexual e patriarcal é degeneração ocidental, ao contrário dos fascistas que apoia, que o dizem abertamente até nos seus projectos de constituições! Não há como ficar surpreendido, visto que o seu herói era um facho que culpava as vítimas de violação pelas suas próprias agressões, aparentemente pela sua "imodéstia". É curioso que mencione Zakharchenko, um favorito do neo-nazi e membro do Partido Nacional Bolchevique Zakhar Prilepin, em cujo programa participou aliás como convidado, discutindo as virtudes do expansionismo da grande nação russa.

Quanto às estátuas de Lénine e às foices e martelos, devo concluir que Mozogovoy desconhece o facto de estes símbolos terem sido adoptados em referência ao nacionalismo russo que até o próprio Estaline fomentou antes, durante e após a II Guerra Mundial - por exemplo, através da denominação Grande Guerra Patriótica, que papagueia com tanto prazer - e que, de resto, diz respeito, ao nível ideológico, à derrota da revolução comunista na Europa, ao isolamento da revolução russa e ao inevitável definhamento (pela sua minoria proletária vs. a maioria camponesa de pequenos proprietários etc, o seu subdesenvolvimento), à transição para o modelo "desenvolvimentista" e obviamente capitalista, onde se insere o abandono do projecto, ainda que nominal, da revolução internacional (ver a entrevista de Roy Howard a Estaline e textos como Os Problemas Económicos do Socialismo na URSS) de que é simbólica, por exemplo, a oficialização do realismo socialista, a substituição da Internacional pelo Hino Nacional da URSS e muitas outras coisas. Mas enfim, Mozgovoy deve concluir de tudo isto que afinal Putin é comunista, porque todos os anos se continua a organizar, em plena Rússia, um cortejo pela vitória soviética a 9 de Maio em que os participantes envergam as fardas e insígnias do Exército Vermelho.

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Concretamente, se não quer passar por fascista, não defenda fascistas nem papagueie a retórica reaccionária dos mesmos. No entanto, vou aceitar a sua sugestão e lavar a boca quando mencionar os tais fachos defuntos: não faço questão de saborear esterco.

Mozgovoy disse...

Caro Unknown.

Nisso de determinar quem é lobo e quem é cordeiro, quem é que lhe passou as credenciais de examinador, ó esdrúxulo branqueador de assassinos neonazis?
Pegue lá no derrocar do patriarcado, na militância LGTBQ (e mais o que for) e no seu marxismo de "género" e ofereça-os ao Zelensky mais aos seus bonecreiros, o tal que passa entre os pingos da chuva das acérrimas críticas aos "neonazis" do Donbass feitas por génios da sua igualha. Certamente que ele apreciará a oferta, pois para cá do Donbass reinam as cores do arco-íris em 365 festivais "Pride" por ano.
Aproveite a oportunidade para lhe perguntar se quem sequestrou, torturou e assassinou o Gonzalo Lira (mais um entre muitíssimos outros que sofreram o mesmo suplício) foi o fantasma "neonazi" do Mozgovoy, do Givi, do Motorola, do Zakarchenko ou o de qualquer outro facínora "homófobo" e "fascista" do Donbass.

PS-Mudei de ideias: melhor seria - uma vez por mim lida a sua douta lição de História (muitíssimo agradecido por me ter escolhido como receptor de tanta e tão profunda sabedoria) - Vossa Senhoria lavar a boquita antes de dizer o que quer que seja que se refira à história e às realidades da defunta URSS: é que a coisa parece decalcada da mente de um certo senhor que já antes de ter um picador de gelo metido na cabeça tinha umas teorias estranhamente equivocadas acerca do onde, do como, do quando e do com quem fazer as revoluções marxistas e que, para não deitarmos palavras fora em explicações prolongadas, só escrevia, dizia e fazia...aquilo que cheira mal, e que Vossa Senhoria tão elegantemente referiu no seu elevadíssimo comentário anterior.
Quanto ao "fascista": já anteriormente lhe disse que fosse chamar tal coisa ao seu parente Nº1 ou Nº2 (escolha o número que melhor lhe convier na sua tremenda e importantíssima luta contra o "patriarcado", mas apresse-se, não vá -sinal dos progressivos tempos - o Nº1 querer subitamente transformar-se em Nº2 ou o Nº2 querer passar a ser um Nº1, e a coisa complicar-se).
Passe bem e vá dar uma volta que o tempo está ameno e convida. Só não lhe recomendo esplanada e uma cervejinha, pois a bebida em questão cheira demasiado a machismo patriarcal... Olhe, fique com a esplanada e beba... Milk.

Unknown disse...

Caro Mozgovoy, chamar a alguém um branqueador de assassinos neonazis não é particularmente convincente quando se é apanhado a defender neonazis e outros nacionalistas étnicos com comprovadas ligações a destacados ideólogos do Partido Nacional Bolchevique e afins e, especialmente, quando esta informação está disponível dois ou três comentários acima para qualquer pessoa que saiba ler. O que à partida era hilariante - o seu fervor ridículo e a subserviência religiosa a um direitista reaccionário e capangas - torna-se francamente embaraçoso. Não deixo de destacar a sua total incapacidade de comentar as "provas" (entre aspas, porque nunca foi sequer contestável) que lhe pus acima... sabe, aquelas acerca do fascismo entre os dirigentes e comandantes das "repúblicas populares" em questão, os fascistas que lhe alegram o coração. Da mesma forma, ser-lhe-á impossível produzir qualquer prova do meu suposto branqueamento dos neonazis ao serviço do Governo ucraniano, particularmente porque é inexistente fora da sua cabeça perturbada. O desespero crescente nos seus comentários é palpável.

Noto também com muito embaraço a sua tentativa de me atribuir militância no culto trotskista, que faz pensar num adolescente estalinóide a brincar às polémicas da Guerra Fria e onde aproveita para se envergonhar novamente expondo a sua total ignorância da própria posição trotskista (idêntica em todos os aspectos fundamentais ao anti-comunismo estalinóide), à crítica da esquerda comunista dentro da III internacional, das condições materiais russas (de resto analisadas pelo próprio Lénine!), à degeneração da revolução russa pelas mesmas condições concretas, e de tudo quanto diga respeito ao marxismo e à revolução comunista internacional. Nada de novo, portanto. Escasseia o tempo para comentar a relação de Estaline com a Igreja Ortodoxa enquanto ferramenta de fervor nacionalista, que espelha absolutamente o texto da constituição da "república popular" de Donetsk quanto aos valores e referências tradicionais do "Mundo Russo", entre os quais a mesma Igreja. Curiosíssimo. Novamente, sem tentativa de resposta para além duns chavões miseráveis.

Redobrar a transfobia e a sua diarreia cerebral reaccionária não o vai ajudar, caríssimo facho. A questão mantém-se: é um apoiante e branqueador de fascistas, um entusiasta do nacionalismo étnico russo e líder de claque lobotomizado do capitalismo, da misoginia e da agressão sexual,como o seu santo Mozgovoy, que o estrume o tenha. Espumar da boca e debitar chavões para defender o seu apoio explícito a fascistas e ao fascismo do projecto Novorossyia não vão ajudá-lo, tal como não vai servir-lhe de nada vomitar nomes de vítimas do governo ucraniano e dos seus nazis de serviço, visto que esse ponto 1) nunca esteve em questão senão na sua cabecinha e 2) não tem influência absolutamente nenhuma na questão que estamos a "discutir": se há ou não fascistas entre a liderança das "repúblicas populares", o que já comprovei, sem qualquer capacidade de resposta sua. A partir daqui, ficam a sua podridão cerebral a e oportunismo disfarçados de radicalismo em exposição permanente e pelas suas próprias mãos! Continue a deliciar-se com a sua seita fascista de eleição à maneira de um espectador de um jogo de futebol se quiser, mas tenha a decência de parar de fingir que a sua russofilia eufórica tem alguma coisa a ver com uma posição comunista ou algo que se pareça. Para um comunista digno desse nome, o apoio ao fascismo e à dizimação da classe trabalhadora em conflitos entre estados burgueses e os seus mercenários tem significado e relevância para além dos exercícios abstractos de sala de aula que representam para adolescentes socialmente inaptos e débeis mentais com um fetiche por milionários a fazer de durões. Guerra entre classes, não entre povos. É essa a posição comunista; o resto é morte cerebral por envenenamento ideológico burguês, em que se inclui o seu fascismo.