terça-feira, 9 de abril de 2019

Uma enorme "carga fiscal"?

Aqueles que criticam o nível das receitas fiscais em percentagem do PIB em Portugal ("carga fiscal" é a expressão usada, nada inocente) esquecem-se sempre de referir três coisas:

1. O valor das receitas do Estado sobre o PIB neste país é já muito inferior à média da zona euro (e tem vindo a diminuir nos últimos cinco anos).

2. O aumento da “carga fiscal" em 2018 é fundamentalmente explicado pelo aumento do emprego e da actividade económica (para iguais níveis de rendimento, o peso dos impostos nos rendimentos das famílias não só não aumentou na esmagadora maioria dos casos, como diminuiu em muitos deles).

3. Diminuir a “carga fiscal" implica tomar uma decisão: ou aumentar o défice, ou diminuir as despesas públicas. Qualquer das hipóteses, em princípio, é uma posição legítima. No entanto, quem quer diminuir os impostos e também o défice (como é o caso dos comentadores de direita) deveria dizer claramente onde e quanto quer cortar para diminuir a despesa do Estado (na saúde? na educação? nos apoios sociais?).

5 comentários:

Jose disse...

Há perguntas que à esquerda nunca se fazem:
- todo o serviço público serve o público?
- quanto custa cada unidade de serviço público prestado?
- na ausência de uma 'unidade de serviço', como auditar um serviço?

A estatística acaba como o abrigo de incompetentes e oportunistas, que são legião!

Anónimo disse...

A resposta habitual é "cortar nas gorduras do Estado" mas na realidade ninguém define o que isso é!

Paulo Marques disse...

As gorduras do estado é tudo o que impede o capital de cobrar rendas, como é óbvio.
Ó Jose, quando é que se audita os escritórios de estudos?

Anónimo disse...

...o ódio que esta gentinha tem ao serviço público.

Vai na proporção directa da sua promoção enjoativa ,interesseira, subserviente e rastejante a tudo o que fosse grande poder económico. A começar aos banqueiros a quem dedicavam versalhada épica e atribuíam honoris causa ao desbarato

Era o seu serviço público em função dos seus interesses privados

Anónimo disse...

Três parágrafos, em apenas três parágrafos e o autor do post arruína por completo quilos e quilos de propaganda urdida e congeminada pela direita baixa.

Uma vergonha para os pobres papagaios bem pagos que se desunham em tudo o que é media a replicar as suas tretas. E para os seus apêndices nas redes sociais e nas caixas de comentários onde se reproduzem


Notável de facto a objectividade e a capacidade de síntese de RPM.


Tão notável que só resta a impotência como resposta. A impotência, a incompetência e o oportunismo.

Basta atentar no "comentador" das 11 e 03 e ver como se cala e foge para os braços das "unidades" e para os "serviços" e para as "perguntas da esquerda", só para não se confrontar com o desmoronar das tretas que andou a parir durante tanto comentário

De facto, notável