quarta-feira, 10 de abril de 2019

O carácter de Cavaco

Estive vai-não-vai para escrever um post parecido com aquele que o Diogo Martins escreveu sobre o eleitoralismo de Cavaco. Mas depois achei que me bastava ver a pasta de dentes na boca do Ricardo Araújo Pereira (7'30'').

Acrescento só três coisas. Duas curtas e uma longa.

1. Nas suas memórias, Cavaco Silva omite a sua própria participação, como ministro das Finanças de Sá Carneiro, na adopção das medidas eleitoralistas previstas para as eleições de 5 de Outubro de 1980 e descritas no post do Diogo Martins. Pior: dá a entender que a responsabilidade foi, sim, do finado - e portanto incomunicável - primeiro-ministro e do igualmente morto João Morais Leitão (ministro dos Assuntos Sociais), que o tentaram convencer.
"Recordo-me de ele ter organizado um almoço no Restaurante Tavares, comigo e com o ministro dos Assuntos Sociais, João Morais Leitão, para me convencer a aceitar um aumento extraordinário das pensões de reforma."
E - malvados! - conseguiram. Conseguiram desviar um pobre técnico ingénuo. E isso diz alguma coisa do carácter de Cavaco Silva. Estranhamente, Cavaco Silva esquece-se do rol de medidas que foram aprovadas então, nomeadamente a revalorização do escudo, num contexto de arrefecimento da procura externa, o que iria agravar o défice externo, numa conjuntura já negativa.

2. A prazo, os efeitos desastrosos das medidas eficazes do ponto de vista eleitoral contribuíram para justificar a intervenção externa do FMI. Mas quando o Banco de Portugal se apresentou para negociar a carta de intenções com os técnicos do FMI, Cavaco Silva - já à frente do Departamento de Estudos e Estatísticas - esquivou-se e mandou seguir a directora Teodora Cardoso, evitando assim ser confrontado com os disparates que fizera enquanto ministro. Outra boa prova do seu elevado carácter.

3. E finalmente a mais longa. Mas é apenas para os mais resistentes.


Ler citações, artigos e memórias do então primeiro-ministro sobre o seu passado na década de 80, quando Cavaco Silva decidiu ser um político, é assistir a uma remontarem de um filme. Faltam imagens, foram apagadas. Há silêncios e omissões.

Em Setembro de 1978, com 39 anos, Cavaco afirma que assistiu ao 34º Congresso do Instituto de Finanças Públicas e que o debate o entusiasmou. A tal ponto, que tentou sistematizar "as razões do falhanço da escolha pública que se podem considerar associadas à actuação dos políticos".

"A ideia do político como criatura dedicada à prossecução dos interesses da sociedade como um todo é hoje considerada um mito pela generalidade dos economistas", escreveu ele citando uma intervenção de James Buchanan em Lisboa, nesse mesmo ano (Políticos, burocratas e economistas, Revista Economia).
Toda a sua vida, ele seria isso: a execução prática de uma linha de pensamento contra a ideia política dos políticos se assumirem como políticos, em defesa de um interesse colectivo. Um manipulador que finge não o ser, afirmando-se apenas como um espírito puro, ingénuo. Cavaco seria apenas mais um a executar a linha política de um combate fortemente marcado pelo anticomunismo da Guerra Fria, baseado na ideia estúpida de que, egoisticamente, se cada um pensar apenas em si, conseguirá defender melhor a sua comunidade...

Veja-se o documentário The Trap.

O estranho é que, na altura em que escreveu este paper, Cavaco Silva está já embrenhado na vida política aos mais alto nível. Conhecia os políticos, ouvia-os, falava com eles, discutia com eles pontos de vista, encontrava-se mesmo à beira de ser nomeado ministro das Finanças do Governo de Sá Carneiro. Estava, ele próprio, à beira de se tornar um político profissional.

Cavaco conta na sua autobiografia (1) que, em Maio de 1974, pouco depois do 25 de Abril foi convidado por Alfredo de Sousa "para participar numa reunião de economistas e outros profissionais ligados ao PPD que acabara use de ser fundado por Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota". O objectivo era "discutir a situação económica portuguesa e as políticas que deviam ser adoptadas". Cavaco Silva foi. "Aceitei o convite pela vontade de dizer o que pensava sobre o tema, mas também por uma certa curiosidade em relação ao novo partido". Claro que sim.

Mas a sua curiosidade e entusiasmo tornam-se em militância política. "Fui ao Pavilhão dos Desportos, em Outubro de 1974, assistir ao primeiro comício do PPD em Lisboa e deixei-me contagiar pelo entusiasmo que envolveu os oradores. Participei em várias reuniões do gabinete de estudos do partido dirigido por Alfredo de Sousa e António Pinto Barbosa, ajudando a preparar os documentos sobre política económica, inclusivé textos para o programa do partido, que foi aprovado em Novembro de 1974 em Lisboa. Fui designado para participar no congresso, em representação do gabinete de estudos, mas acabei por não estar presente devido à morte do pai da minha mulher, cujo funeral foi no Algarve". E foi-se entrosando ainda mais. "Assisti a várias reuniões em que os ministros do PPD ou dirigentes do partido faziam a análise da situação política".

E tanto participa em reuniões, mesmo de militantes, que é - pasme-se! - convidado para ser deputado nas eleições para a Assembleia Constituinte em Abril de 1975. Mas recusa - "nem pensar nisso" - porque queria continuar a sua carreira académica.

Em Setembro de 1976, Cavaco Silva filia-se no PPD "com alguns colegas da Universidade". Porquê? "A motivação fundamental era ajudar a construir uma força partidária que pudesse travar a onda de loucura em que o país parecia mergulhado e defender ideias políticas do tipo das que dominavam nos países da Europa democrática, adaptadas à realidade portuguesa".

Recorde-se que nessa altura, já pós- 25 de Novembro, era Mário Soares primeiro-ministro, embora Carlos Mota Pinto participasse no governo.

Cavaco Silva estava, pois, muito activo. Cruza-se várias vezes "nas escadas e salas da sede do PSD, primeiro no Largo do Rato e depois da Duque de Loulé", com Sá Carneiro e outros dirigentes. Cruza-se nas escadas, mas não passa despercebido. "Eles foram tomando conhecimento da minha existência pelas qualidades de economista e, também, pelas minhas análises que fazia em sessões de esclarecimento partidário". Tanto assim que Sá Carneiro, depois do seu regresso à presidência do PSD, no congresso de Julho de 1978, passou a chamá-lo "de vez em quando". "Penso que, por sugestão, do Dr. Loureiro Borges, administrador do Banco de Portugal, para me ouvir sobre as questões económicas nacionais".

No verão de 1979, o PSD começou a tornar-se um partido com possibilidade de chegar ao poder. Cria-se a Aliança Democrática com o CDS e o PPM. Em Outubro desse ano, Sá Carneiro chama-o ao seu gabinete e, depois de uma prelecção sobre a situação política, convidou-o para ministro das Finanças, caso a AD ganhasse as eleições. Cavaco diz que foi "apanhado de surpresa" e recusa. Mas não o deve ter feito de forma muito peremptória porque Sá Carneiro "não ficou muito convencido" e disse-lhe que depois se falaria nisso. E assim foi. A AD ganha e uma semana depois já estava Sá Carneiro a ligar-lhe, sabendo Cavaco ao que ele vinha. "Convidou-me para ministro das Finanças e, brilhante como era na argumentação, foi contrariando as minhas objecções". Que objecções eram essas? Nada se diz. "Embora com algumas hesitações, a minha inclinação era para não aceitar o convite". Apesar disso, pediu mais tempo para pensar. Não lhe apetecia mesma nada... E "foi com este estado de espírito que cheguei a casa de Sá Carneiro às 18h do dia 11 de Dezembro de 1979 para uma segunda conversa". Cavaco nada conta sobre o que se passou naquele final de tarde, mas sabe-se o que aconteceu depois.

A sua experiência como ministro dá a entender que ele era muito rígido para os seus colegas e que os restantes políticos apenas queriam ganhar as eleições, inclusivamente o primeiro-ministro.

"Beneficiei sempre de um apoio inequívoco da parte do primeiro-ministro, mas algumas vezes ele deve ter pensado que eu era demasiado exigente e pouco flexível e que não tinha em devida conta a importância das eleições de Outubro de 1980 para a concretização do projecto da AD e até para as orientações que eu defendia pudessem ser levadas à prática".

Mas claro a culpa foi de Sá Carneiro com aquela ideia de aplicar medidas eleitoralistas. "Recordo-me de ele ter organizado um almoço no Restaurante Tavares, comigo e com o ministro dos Assuntos Sociais, João Morais Leitão, para me convencer a aceitar um aumento extraordinário das pensões de reforma". Ora aí está!

Mas qual foi a conclusão do almoço? Cavaco omite esse pormenor nas suas memórias. Numa entrevista que deu ao seminário Tempo, a 31/12/1980, Cavaco afirmou: "Eu tenho um estilo próprio de exercer o cargo de ministro, estilo esse que se caracteriza mais ou menos pelo seguinte: uma grande preocupação com o rigor e de fundamentação nas decisões; uma exigência para comigo próprio e com os outros; e renitência em deixar-me influenciar por pressões, quando penso que essas pressões não se situam na linha mais adequada para o país".

Cavaco deve, pois, ter sido obrigado, porque a medida foi aprovada, como todas as outras: aumento de salários da Função Pública, melhoria das prestações sociais, estímulos à procura interna, também através do alargamento do crédito, revalorização do escudo facilitando a importação e dificultando as exportações (numa altura de contracção da procura externa). Teria ele pensado que poderia manipular a economia e depois compensar as medidas de forma inversa? E que teria tempo para isso? Se foi isso, a ideia correu mal.

A AD ganha as eleições e cinco dias depois Cavaco Silva, segundo ele, impôs fortes condições para aceitar ser ministro. A política económica não podia ser aprovada contra o seu parecer. "Passarão a ser assinados pelo ministro das Finanças (para além do primeiro-ministro) nos termos da letra e do espírito do artigo 11º do DL 49-B/76 todos os diplomas que envolvam aumento de despesas. Como corolário, tais diplomas não deverão ser agendados para Conselho de Ministros antes de obtida a concordância do ministro das Finanças (...) Independentemente dessas condições, quero ainda deixar claro que não permanecerei no governo se se vier a desenvolver uma atitude de hostilidade para comigo da parte da maioria dos membros do Conselho de Ministros".

A negociação é interrompida com a morte de Sá Carneiro em Dezembro de 1980. "Fiquei surpreendido, mas também lisonjeado quando verifiquei que o meu nome também era mencionado, embora com pouca consistência" para a sucessão de Sá Carneiro.

E deve ter ficado de alguma forma desiludido quando o governo seguinte passa a ser coordenado por Pinto Balsemão, que prefere para ministro das Finanças, primeiro João Morais Leitão e, desde Setembro de 1981, João Salgueiro. E todos se viram a braços com as consequências das medidas adoptadas. Sobre si próprio, Cavaco afirmou - sem explicar - que, no princípio de 1981, tinha uma boa imagem política porque "os resultados conseguidos tinham contribuído muito para a vitória da AD" (2).

O próprio Cavaco sai, desejoso de voltar: "Ao sair da pasta das Finanças, trouxe comigo um interesse pela política maior do que aquele que tinha quando entrei para o Governo de Sá Carneiro, nos primeiros dias de Janeiro de 1980", ou seja, um ano antes.

E não se ficou pelo desejo. Quis à viva força recuperar o palco perdido. Balsemão não deve ter enobrecido as posições de Cavaco Silva e Cavaco Silva fez-lhe a vida negra.

"No período de 1981/82, deixei-me envolver na vida partidária, mundo que eu conhecia mal e acumulei erros e desilusões". Ah o político mal amado. Detesta esse mundo, mas sente por ele uma rara atracção. Em 1990, pintou esse período de outra forma. Diz que fez uma "travessia do deserto político de 1981 a 1985" e que "remete-se por iniciativa própria a uma acção política o mais discreta possível" (3). As suas memórias pormenorizam essa discreta travessia.

"Aceitei ser delegado ao primeiro congresso nacional do PSD depois da morte de Sá Carneiro", que se desenrolou em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos, em Fevereiro de 1981. Entra na lista de Eurico de Melo contra o governo Balsemão. "Foi aí que fiz o meu primeiro discurso em congresso do partido". "O meu envolvimento partidário foi ainda reforçado pela eleição em Abril de 1981 para presidente da Assembleia Distrital da Área metropolitana de Lisboa". "O facto de ter apresentado ao congresso do PSD uma lista para o conselho nacional fez com que, no ano de 1981, me envolvesse bastante na vida partidária, não que tivesse descoberto uma vocação nesse sentido, mas porque, face à degradação da situação política, sentia uma certa responsabilidade perante os muitos militantes que expressavam confiança em mim e só me viam com uma alternativa à liderança do partido". Claro que sim!

Cavaco nega que tenha conspirado contra Balsemão ou feito jogos bizantinos de corredor. O que havia era "militantes que comigo trocavam impressões". Era o caso de Eurico de Melo, Montalvão Machado, Amândio de Azevedo, Rui Amaral, Rui Almeida Mendes, António Maria Pereira, Fernando Correia Afonso, Apolinário Vaz Portugal, Helena Roseta, Manuela Aguiar, Pedro Santana Lopes, Dinah Alhandra e outros. "Eram os chamados críticos que foram objecto de ataques violentos dos apoiantes de Pinto Balsemão". Mas não havia facção, nem acção organizada, assegura Cavaco.

Só que no conselho nacional de 8 e 9 de Agosto de 1981, Pinto Balsemão apresentou demissão de primeiro-ministro e a comissão distrital de Lisboa propôs o nome de Cavaco Silva. Cavaco diz ter recusado, "apesar das pressões a que fui sujeito". E Pinto Balsemão é de novo reconduzido a 16/8/1981. Aproximava-se uma bernarda económica e aquele não era ainda o momento. Cavaco volta a assegurar que não conspirou. Só que nas suas memórias lá está a sua ida ao Congresso de Dezembro de 1981: "Antes tive duas conversas com Pinto Balsemão, a seu pedido. Falou-me da composição dos órgãos a serem eleitos, procurando evitar que eu apresentasse uma lista própria para o conselho nacional, o que ele considerava uma atitude de confronto". Estavam bem um para o outro: um a querer derrubar o adversário, e este a não querer concorrentes...

Cavaco não apresenta listas, o que - apesar de não estar a conspirar - "frustrou muitos militantes que viam em mim uma alternativa". Mas por que não queria intervir se a correlação de forças até lhe era favorável? "Não queria servir de alibi para as dificuldades que o Governo e o partido enfrentavam e" - atenção a um argumento recorrente em muitos baixos do ciclo económico - "desejava afastar-mãe da vida partidária activa. Estava cada vez mais absorvido na minha actividade profissional no Banco de Portugal, na Universidade e também no conselho nacional do plano".

Apesar disso, não parou. "Discretamente, eu trocava impressões com algumas pessoas, em particular com Eurico de Melo e fazia algumas intervenções, umas mais técnicas e outras mais políticas, em reuniões e jantares de militantes, procurando ser cuidadoso nas críticas em relação ao Governo". "Dois dos meus colaboradores - o chefe de gabinete, José Veiga de Macedo, e o adjunto, Rui Carp - eram entusiastas da política e sonhavam com uma intervenção mais activa da minha parte". Ele tudo geria. Em 1982, segundo a comunicação social, Cavaco estava a liderar a oposição interna ao Governo. Num jantar em Vila Nova de Gaia, Cavaco fez um discurso, uma conferência política, em que defendeu que as eleições autárquicas eram um sinal claro para a gestão governamental e serviu para mais umas alfinetadas a Balsemão.

Face à figura fraca do PM e a sua tibieza, com a sua dificuldade em respirar, Cavaco fez um retrato oposto, parecido consigo mesmo: "Para que um governo tenha êxito (são coisas amplamente conhecidas) é preciso preencher várias condições e uma delas é conseguir uma imagem de força, de coerência e de capacidade para resolver os problemas do país. É preciso coordenação entre os vários departamentos ministeriais para fazer emergir o governo como um todo e não como uma federação de ministros e secretários de Estado". "Eu, como ministro, nunca iria à televisão falar de aumentos de preços. Eu, como ministro e como economista, só posso ir à televisão dizer que os preços vão subir menos. É óbvio que um ministro não pode dizer que os preços vão subir. Tem de dizer que vão baixar (...) Um ministro não pode dar uma conferência de imprensa dizendo hoje que os preços dos transportes aumentam e que se preparem porque em Setembro vão aumentar outros preços (...) Isso é a mesma coisa que dar duas bofetadas a um miúdo e dizer-lhe 'Não te esqueças que daqui a uma semana levas mais duas'". Ou ainda, revelando ser a pessoa que conhece a altura certa: "É preciso imprimir um ritmo e uma dinâmica apropriada à governação. É preciso saber qual é o tempo adequado para cada coisa no Governo. É o chamado timing. Uma das coisas mais importantes em governação é o tempo" (4).

Nada destes momentos surge na autobiografia. O seu texto perde o colorido cru do momento. Apenas revelam uma calma que não existia na altura. "Em Julho de 1982, convicto de que a vida político-partidária e a situação económica continuavam a degradar-se perigosamente" - ou seja, ano e meio de ter deixado o governo - "publiquei uma carta aberta com Eurico de Melo". E assim continuará até Maio de 1985, quando já se pressentem as melhorias económicas, pós intervenção do FMI. E o timing chegara.

"Aceitei no entanto o convite de alguns militantes da minha secção para integrar uma lista de delegados ai congresso nacional que fora convocado para meados de Maio de 1985, no Casino da Figueira da Foz (...). Fui eleito como número dois de uma lista encabeçada pelo presidente da secção D da área de Lisboa, mas mantive-me afastado das discussões". Quem acredita nisso? Faz contactos com Freitas do Amaral para preparar a sua proposta de candidatura à Presidência da República, a apresentar no congresso. "Muitos foram militantes que tentaram falar comigo para ouvir a minha opinião ou convencer-me a candidatar-me a presidente do partido". E para "surpresa geral, incluindo a minha, acabei por ser eu a ganhar o congresso".

É esta sonsice política, esta constante preocupação de reconstrução da sua personagem e da História, que o caracteriza. Hoje, Cavaco é apenas uma sombra do que foi. Sem o viço da juventude, ficou apenas a procura crónica por uma lenda coxa.

Notas:
(1) Autobiografia Política, Temas e Debates
(2) As revelações de Cavaco Silva, entrevista a Cavaco Silva, Público, 28/3/1995
(3) Família Cavaco Silva condena prendas materiais, Gente, 5/12/1990
(4) Aníbal contra Cavaco, Carlos Magno, Expresso, 18/10/1993.

17 comentários:

Aónio Eliphis disse...

Espera aí! Depreendo que esse dito aumento extraordinário de pensões tenha sido eleitoralista e, portanto, depreende-se do texto, tenha conduzido à intervenção do FMI. Que estranho! E eu que julgava que para certa esquerda o orçamento de estado tinha recursos ilimitados quando toca à benevolência do estado social!

Geringonço disse...

O mau carácter de Cavaco...

Jose disse...

É de uma estonteante oportunidade analisar as políticas do Cavaco ministro!

Mais um pouco e vamos atribuir-lhe as consequências das políticas da geringonça.

Anónimo disse...

Mau carácter e não só.

(Cá para nós, é preciso uma enorme paciência de JRA para ler este lixo cavacal)

Anónimo disse...

Não, por favor não falem de Cavaco. Não lhe denunciem o fedor. O pobre coitado tem-se remetido a um silêncio tão digno, a um anonimato tão celestial, que se devem respeitar tais atitudes tão dignas e tão caritativas.

Jaime Santos disse...

Uma excelente peça, em jeito de reportagem. Mas só mostra o que sabíamos há muito, Cavaco é incapaz de grandeza e sobretudo, de assumir qualquer responsabilidade. Aos seus olhos, ele raramente se engana e, disso estou eu certo, nunca tem dúvidas...

Anónimo disse...

Por favor nunca se denuncie ou desmascare o hálito destes seminaristas hipócritas, nem a sua responsabilidade na condução dos destinos políticos do país.

E não, as consequências terríveis da sua governança e o seu longo historial de político oportunista, sem carácter e ao serviço da vampiragem, não podem ser sonegadas, mediante idiotices relacionando-o com a política deste governo.

Esta de tentar tapar a realidade com pirralhices idiotas é uma manifestação de amor pelo cavacal personagem ou é apenas má fé?

josé luis disse...

Nem que me pagassem muitos milhões de euros, seria eu capaz de fazer uma milésima parte de um post assim, pois imaginar-me com um livro nas mãos com tais títulos, obrigava-me a procurar ajuda junto de um psiquiatra; mas imaginar-me a ler um desses livros, seria o mesmo que ver.me a entrar para hospital psiquiátrico, quero dizer, para um lugar onde houvesse a possibilidade de uma consulta alargada ao mais diverso tipo de especialistas; agora o que teve de fazer o Dr. João, bem, pensava eu que nem toda imaginação seria suficiente. É que alguém por quem se tenha um profundo desprezo intelectual - repito, intelectual -, terá de levada muito a sério tal rejeição. Por isso, pergunto-me: como pôde sujeitar-se um espírito superior a esta inimaginável tortura humana, quero dizer, intelectual, espiritual e física. O que tem de passar alguém que gosta de fundamentar o que diz! Como fica provado pela leitura do post, se tal fosse necessário, um narciso tem o dom da auto-admiração, e este é dos de mais elevada prosápia.

Jose disse...

A austeridade geringonça vai tornando Passos Coelho menos apetecível como destinatário da verrina.

Cavaco é uma boa opção de substituição...

Anónimo disse...

Adivinha-se a admiração pela censura e o amor por Cavaco da parte de quem insiste em esconder o traste que Cavaco é

Cavaco sai à liça e demonstra mais uma vez o que é. Intervém na vida política da forma como o faz, mentindo e aldrabando. Desrespeita o cargo que teve e as relações institucionais com o actual presidente.

Há quem tente silenciar a denúncia do perfil de tal ser. Cavaco vem â tona porque entrou decididamente na contenda eleitoral.

Os amores a Cavaco obrigam à tentativa de silenciar quem evidência o personagem politicamente activo que Cavaco é?

Anónimo disse...

Quanto à referência a Passos Coelho ela só pode ser fruto de algum desnorte psíquico

Coelho é o exemplo máximo do lambe- botas do grande poder económico e o responsável pelo empobrecimento do país e dos portugueses. Pelo roubo de salários e de pensões. Pela condução do processo austeritario, servindo de sabujo para o efeito. Pela ida mais além do que a troika. Pelo exemplo das promiscuidades entre os negócios e a política. Pelo estilo caceteiro típico dum serventuário. Pelo montador ou montada do próprio diabo

Passos foi o personagem que se acoplou com Cavaco é que foi unha com carne com ele. Funcionaram os dois como a parelha perfeita na governação neoliberal austeritária

Como é possível esquecer o papel de Coelho e as cumplicidades ideológicas, cúmplices, ternas entre ele e Cavaco?

Como ê possível assobiar para o lado e não ver como é considerado o passismo, ainda hoje e em todo o sítio? Só para tentar proteger Cavaco de ser desmascarado ?

Remetendo para o silêncio dos cúmplices o desmentir de tal desmascaramento?

Unknown disse...

Esta espécie de pessoa é um hipócrita. Aliás, toda a carreira dele assenta na hipocrisia. Tem o descaramento de omitir nas pseudas memórias que "escreve" aquilo que ele efetivamente. Uma pessoa sem escrúpulos para atingir os seus objetivos. Desde ter aparecido na politica através de uma rodagem de carro novo à Figueira da Foz, para um Congresso do PSD onde ninguém queria ser Presidente. E o pobre do Aníbal foi eleito, e desde daí nunca mais saíu da politica para azar dos portugueses. Por isso tudo o que se diga de negativo do homem que quando abre a boca ou saí asneira ou bolo de rei é pouco.

Jose disse...

O Cuco ressuscitou.
Havendo verrina no ar, das cinzas se alevanta revigorado pelos eflúvios das falsidades e dos exageros.

Cavaco é a pequenez adubada pela seiva abrilesca que dispensa a grandeza e toma por destino num quotidiano de pequenas vitórias, mesquinhas que sejam, ainda que só por palavras. É um produto de Abril como o são os cucos, os sócrates e toda uma dinastia de pequenas naturezas que se sentem arvoradas pelo triunfo do medíocre.

Anónimo disse...

Muito bom este post e tem qualquer coisa de desinfectante e higiénico depois das recentes cavacais cavaquices e antecipando as boçalidades dos cavaquinómanos.

Anónimo disse...

Cuco?

Quem será esse tal cuco que perturba assim tanto o sujeito das 20 e 19? O que esconde isto? Ódio, amores, ciúmes, raiva, medo?

Mas não nos interessa falar aqui desse tal cuco. Aproveitemos antes a oportunidade por ele conferida, para apontar o autêntico desnorte que provocou a quem assim ficou tão atarantado

Vejamos. O tal Jose que se afadigou tanto na defesa da honra perdida de Cavaco,foi apanhado com as calças na mão. Afinal os dislates que andou a dizer ( e a repetir) sobre quem vinha agora desviar a atenção política para Cavaco baseavam-se na ignorância e ou na má fé.

Fora o próprio Cavaco a ressuscitar ( curiosa palavra ) e a intrometer-se com todo o seu peso de múmia ressabiada no discurso partidário.

Apanhado assim em contra-pé o que faz o sujeito pasmado?

Faz aquilo que já fizera com Ricardo Salgado. Primeiro eram os louvores,os encómios e o curvar do espinhaço a este. Depois foi a tentativa da sua defesa tosca e desorientada ( ele, Salgado, só assim procedera porque "antes fora roubado"). Depois fora finalmente a tentativa de se afastar do peso que Salgado representava para a propaganda do seu ideal de "terratenente" e outras tretas que andou a debitar.

Essa fuga às responsabilidades e aos amores é algo muito característico em alguns, demonstrativo da mesquinhez de carácter e cobardia nas atitudes.

Nada que o grande Eça já não tivesse evidenciado com a sua pena afiada, para desespero de quem gosta mais da pluma literária do pervertido Salazar

Anónimo disse...

Ora a atitude de Jose para com Cavaco foi exactamente a mesma. Agora com a patine conferida por um assumir de um pseudo-elitismo manhoso e provinciano ( de novo a recordação de Eça...).

Mas com outra coisa mais grave.

Desmascarado nos propósitos, nos factos e na propaganda, o que resta ainda a Jose?

Tentar converter aquele por quem andou por aí a terçar armas, num "produto de Abril"

Pobre jose. Na sua ânsia de insultar a memória dos tempos em que o estrume foi corrido, jose olvida que Cavaco não é um produto da Libertação, mas sim o produto dos tempos de chumbo da outra senhora. Ele é o sujeito que procede de forma acanalhada quando perante a Pide no seu papel de delator em relação ao próprio sogro. Ele é o produto mesquinho, pequeno,medíocre,adubado pelo fascismo e que foi apanhado no turbilhão de Abril, interrompendo a carreira que se apressava a cumprir ao serviço da besta. Ele é ainda o produto salazarento nos tempos pós-Abril, quando condecora 2 torcionários da Pide, aquando da sua condição de governante.

Tal como Ricardo Salgado fora também o produto dilecto do grande poder económico e dos Donos de Portugal.

Tal como uma parte significativa do tecido empresarial português,medíocre e rançoso, vivendo às custas de quem explorava, protegido pela Pide e pela Legião e que se assumia como boçal alarve ,com as suas figuras repelentes de pato-bravos.

Torna-se assim patente o atordoamento deste jose perante o desenrolar do debate. Aflito, depois de tentar esconder a cavacal personagem, rasura quase tudo o que dissera. E para ocultar a profunda desorientação, ei-lo a invocar Cavaco ao lado de cucos (abençoado cuco) e de Sócrates.

Uma delícia esta sequência de actos falhados

Anónimo disse...

O joão pimentel ferreira aonio eliphis pede para esperarmos

Tem que fazer o papel de idiota útil ao serviço da propaganda do FMI e do neoliberalismo?

Não vale a pena perder tempo com a asnice do seu raciocínio primário sobre o aumento de pensões a conduzir à intervenção do FMI. Nem com o seu ar se sonsa-monga quando perora sobre os que pensam que os recursos são ilimitados.

Ilimitada parece só ser a aldrabice do dito cujo, travestido de mascarado