“Lucros dos bancos resistem à descida dos juros”, lê-se no título desta notícia. Uma afirmação prontamente nuanceada, para não dizer contrariada, mais abaixo. A verdade é que, operações não recorrentes à parte, a margem financeira caiu e, consequentemente, os lucros operacionais também.
E porque caiu a margem financeira?
“Desde o verão passado que o Banco Central Europeu (BCE) inverteu o rumo da política monetária e começou a baixar as taxas oficiais, condicionando a capacidade de os bancos obterem rendimentos mais elevados com empréstimos que concedem às famílias e empresas. Por conta disso, a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – já comprimiu nos três primeiros meses do ano: caiu quase 8% para 2,2 mil milhões de euros”, diz-nos a notícia.
O que a notícia não nos diz, mas, por ser um facto político e económico da maior importância, devia dizer, é que entre os juros ‘cobrados por empréstimos’ se encontra uma fortuna gigantesca de juros pagos pelo BCE de forma discricionária, injusta e para a qual há alternativas (aqui e aqui) e que este autêntico bodo de recursos públicos atirado para cima da banca privada tem vindo a diminuir muito gradualmente desde Maio de 2024, momento em que o BCE decidiu começar a descer uma taxa de juro que, de resto, nunca devia ter subido.
São notícias destas, verdadeiros Ecos patronais, que ajudam a explicar porque está a sociedade entretida com as charadas da extrema-direita fascista, ou lá perto, que colocam os debaixo uns contra os outros e nos obrigam a apertar o cinto, enquanto os de cima engordam e se riem.
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