É a primeira vez que coloco fotos de crianças vítimas da fome no blogue. Mas o infanticídio é parte do genocídio, em 1945 e em 2025. Não podemos virar o olhar, deixar de ver.
O censor Taborda da Gama, sonso reacionário à medida de um cargo criado pela imoral União Europeia para ofuscar o colonialismo sionista e o seu projeto genocida – “coordenador nacional da Estratégia Europeia para Combater o Antissemitismo e Promover a Vida Judaica” –, não vai impedir a comparação que se impõe neste dia de reflexão e nos outros dias de luta internacionalista.
Em Portugal, não existe hoje um problema de antissemitismo, que não se pode confundir com um justo sentimento antissionista, parte da cultura anticolonialista. O problema é mesmo o desprezo pelas vidas palestinianas por parte da subalterna elite do poder. Sim, permanece uma linha de cor na economia política internacional, nas relações internacionais, como sublinhou há mais de um século W. E. B. Du Bois.
E, sim, Taborda da Gama quer mesmo censurar, e fá-lo graciosamente, como de resto se viu num deplorável artigo no liberal Público, um jornal que tem sido uma imensa vergonha sobre o presente genocídio do povo palestiniano ao longo de bem mais de um ano, em linha com a história pouco secreta da ideologia que professa. Depois de mais de trinta anos, deixei de pagar para o ler e leio-o cada cada vez menos, embora esteja consciente que a política não passa por este tipo de opções individuais.
O que conta, isso sim, é o racismo inerente ao capitalismo sem freios e contrapesos e logo ao imperialismo estatocida; o que conta, isso sim, é a luta dos povos contra estas bestas sistémicas, contra a sua pulsão de morte, o que conta é a pulsão de vida inerente à autodeterminação dos povos, verdadeiro valor universal, porque passível de reconhecimento recíproco.
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