sábado, 7 de junho de 2025

Contrariar o poder ideológico do dinheiro


O chefe do brinquedo ideológico de Alexandre Soares dos Santos do Pingo Doce, uma das encarnações do capitalismo de herdeiros, foi para o governo. Nunca, desde o tempo do fascismo, o grande capital se transmutou em grande poder político com tanta facilidade. O ministro da chamada reforma do Estado, Gonçalo Saraiva Matias, tem por missão entregar aos donos disto tudo o muito que ainda resta do Estado social. 

Para isso, é necessário um combate sem quartel aos sindicatos, como se faz no Pingo Doce. O CESP que o diga, que o diga Vanda Pereira, uma combativa supervisora de frente de loja e sindicalista, que luta nos tribunais e fora deles pela sua reintegração depois do despedimento. Ela não tem medo, mas há medo nos locais de trabalho. Tive o privilégio de partilhar mais uma campanha com ela, podendo contar esta e outras histórias.

Como disse, Luís Bernardo, com quem tenho, por sua vez, o privilégio de partilhar o conselho editorial do Le Monde diplomatique - edição portuguesa, “o DOGE dos outros veio da Tesla; o nosso vem do Pingo Doce”. O muscão odeia os sindicatos, claro, tanto quanto Alexandre Soares dos Santos. Não é defeito, é feitio de classe.

Cá estaremos, como sempre, para fazer face a esta gente, com a pena, com os corpos, atrás do ecrã, nas ruas, em todo o lado, ao mesmo tempo. Só se pode prever a luta, com a força entrelaçada da razão-emoção.

1 comentário:

Luis Taylor disse...

a família do Pingo Doce/Jerónimo Martins: conselheiros Acácios que falam de patriotismo enquanto colocam os lucros da empresa em países estrangeiros aos quais pagam os respetivos impostos.