domingo, 23 de junho de 2024

Haja paciência


O Livre publicitou um convite ao PS, Bloco, PCP e PAN para reuniões sobre convergências nas autárquicas. Quem quer convergências a sério não faz este alarido todo, como todos têm a obrigação de saber. A história da discreta e diligente construção da coligação de esquerda, liderada por Jorge Sampaio e vencedora em Lisboa é um bom exemplo de como se deve proceder, creio. 

As convergências anunciam-se quando estão feitas, como aconteceu ainda recentemente em França. As reuniões que as precedem não devem ser anunciadas assim. É claro que este é um número do Livre: um partido que partiu a esquerda para a unir...

7 comentários:

Anónimo disse...

O Livre a querer mostrar trabalho

Rui Costa disse...

Não é por acaso que o livre, e o Rui Tavares em especial, é sempre muito elogiado por todas as direitas. Crendo na seriedade do Rui Tavares, acho que isso devia devia fazer refletir. Já os apelos à união das esquerdas feitos pelo livre só servem mesmo para rir.

Antonio disse...

Unir a esquerda já nas Autárquicas.

Luisa Alvares disse...

É realmente lamentável, e muito perigosa, no actual rumo social e ecológico, que a relação, quase exclusivamente concorrencial, dos partidos políticos impeça a construção de programas, ou pelo menos, vá, apostas estratégicas, que possam ir para lá das vagas de 4 anos e tenham como horizonte temporal o mar mais vasto e o maior interesse, o interesse público.

Naturalmente, nem o LIVRE, nem nenhum partido, está em posição de mediar um processo de convergência. Seria o mesmo que pedir à Rússia ou à UE ou EUA que fossem mediadores, sendo partes interesseiras, num processo de paz para a Ucrânia.

Quem será esta entidade, não neutra, mas imparcial face aos interesses partidários, capaz de navegar entre doutrinas pré-científicas partidárias, egos de dirigentes políticos, e dependências burguesas do sistema político, lavorando pelo bem comum, e pela criação de novos bens comuns?

2 palavras, uma só ideia: Assembleias Cidadãs. https://www.manifestomaisdemocracia.site/

Isto é "aprofundar a democracia". Isto é cumprir com a Constituição.

Não são as convergências que não se anunciam, são as estratégias, que se executam.
Só que isto é, mais uma vez, operar num sistema puramente concorrencial. Em relações ecológicas do tipo comensal, mutualista ou simbiótico trocam-se sinais, enviam-se mensagens, discutem-se opções, afinam-se tácticas, e organiza-se o trabalho numa base IGUALITARIA, para assegurar uma execução sem atritos, promovendo o trabalho criativo-colaborativo. Pelo menos é assim que funcionam as florestas. Espécies diferentes, necessidades diferentes, o mesmo direito à vida e à morte.
Descentralização, ajuda mútua, auto-gestão.

Os modelos franceses, ingleses ou alemães não servem um país de 10 milhões e tal de almas despenadas com as características demográficas, culturais, históricas, económicas e ecológicas portuguesas.

Ademais, não estamos em 1989. A realidade demográfica, ecológica, social, económica, política, é bastante diferente. Os desafios do presente, os riscos de saúde pública, são diferentes. Podemo-nos inspirar de processos políticos que funcionaram, mas os insucessos são muitas vezes mais informativos que os sucessos. Devemos ser críticos, realistas, pragmáticos, face à realidade. Isto se a política serve para esculpir um futuro colectivo. Parece que tem servido para tudo e mais alguma coisa, excepto a protecção dos bens comuns e a criação do bem-comum.

Não há convergência possível sem apoio popular. Não há apoio popular se os partidos políticos continuarem na concorrência da caça ao voto, ao invés da "organização da expressão da vontade popular".

Enquanto profissional de saúde, não tenho dúvidas, todos queremos acesso a serviços de saúde, de qualidade adequada, e, de preferência, sem nos levar à falência! A questão é ontem, hoje, e amanhã sempre a mesma: COMO?

Anónimo disse...

O livre foi atrás da resolução da mesa nacional do BE que, no dia anterior, inscreveu a necessidade de pensar numa estratégia de alianças à esquerda nas autárquicas.

Anónimo disse...

Na primeira coligação, a que arrancou a Câmara à direita, alguns desses partidos não entravam. Esse cartaz é das eleições de 1993, não de 1989.

João Rodrigues disse...

Sim, o cartaz é de 1993. Foi o que encontrei na net. A primeira coligação, de 1989, incluía PS, PCP, MDP/CDE e o Partido Os Verdes.