quarta-feira, 29 de maio de 2019
O porno-riquismo não pode ser discreto
Depois de ter criticado numa capa alguns hábitos dos ricos, a Visão voltou aos velhos hábitos ideológicos de elogio ao porno-riquismo. Tudo é vagamente falso: em primeiro lugar, Miguel Guedes de Sousa não é discreto e, em segundo lugar, não é a primeira vez que o marido de Paula Amorim sai da sombra.
Baseado numa extensa reportagem do Expresso, já tinha escrito sobre ele, meramente como ilustração de tendências mais vastas da economia política, destacando a frase indiscreta que o tornou famoso: “não podemos ter pessoas de classe média ou média baixa a morar em prédios classificados”.
Entretanto, no meio de fofoquices típicas de revista cor-de-rosa, o artigo da Visão tem uma ou outra informação útil: ficámos a saber que os investimentos na casa dos vinte milhões de euros no luxo da Avenida da Liberdade, onde o tio-bisavô construiu o Teatro Tivoli, beneficiaram de quase dois milhões de euros de apoios da UE.
Está tudo ligado na economia política: os fundos europeus servem precisamente para consolidar por cá todo um modelo de extroversão dependente e pornograficamente desigual, um modelo Florida na Europa.
Mais um dos super-empresários "empreendedores" do José a chular subsídios dos impostos e a dar cabo da economia com a bolha imobiliária.
ResponderEliminarDepois, quando a bolha rebentar, além de pagarmos nós a crise, pagamos também as dívidas dele.
E a culpa, claro, é do "socialismo".
Ainda está por escrever e editar o que poderá intitular-se o livro negro da utilização e distribuição das verbas e apoios comunitários.Ainda assim,nestas entrevistas e reportagens,quase ao estilo das revistas côr de rosa,sempre vamos acrescentando algum do crédito desbaratando,sempre a fundo perdido,que se junta ao malparado e incobráveis que não é dívida de ninguém,primeiro porque o Estado é o fiador de último recurso e depois porque o investimento,entre nós,é sempre é só,a divída transformada em capital.
ResponderEliminarNada de oferecer luxo. Os ricos que vão para longe!
ResponderEliminarÉ preciso melhorar a frase, mas a ideia parece ser essa.
Ná. A ideia é que já estamos à rasca com a ideia de que vamos (outra vez) pagar os luxos dos teus amigos.
EliminarPor falar em Porno-Riquismo que tal assentar a lente nas Estoril Conferences? E no conflito EDP/Estado/Nova School?
ResponderEliminarA luta contra a corrupção hoje faz parte da corrupção e está se revelando um dos maiores negócios dos escritórios de advocacia. O jornal Valor brasileiro, pouco suspeito de esquerdismo, informa que entre 2016 e 2018 as empresas brasileiras pagaram US$ 7,3 bilhões aos EUa por "transações corrputas" muitas delas não tendo nada a ver com os EUA, apenas por usarem dólares. Quantos desses bilhões ficaram nas mãos dos advogados brasileiros e americanos (e dos juízes?). Obviamente isso não é corrupção. É justiça. Imperial.
Este tipo de artigos lembra sempre a Fogueira das vaidades. No caso na 5ª Avenida, também se aprovavam uns aos outros. Corno tem estas taras, é mesmo assim. Não é por acaso que é sempre o último a saber. Ocupados que andam a lavar a roupa suja do condomínio.
ResponderEliminarCom senhas de racionamento é que teríamos o melhor dos mundos, livre de excessos, todos muito iguaizinhos...
ResponderEliminarMaldita UE que apoia os prédios dos ricos.
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