terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Sacos

Há razões para ler o Expresso, mas também há muitas para não o fazer: da forma reveladora como assinalam datas redondas à forma como o saco revela o conteúdo enviesado a favor do capitalismo da doença, passando pelo lixo editorial regularmente produzido por João Vieira Pereira. 

No passado sábado lá comprei o saco e li uma crónica de Luís Aguiar-Conraria (LAC). Como não era uma apologia de economia política neoliberal, versão progressista, disfarçada de neutra técnica, detive-me um pouco mais: qual a razão para o Livre ter tanta relevância mediática e ser tão insuflado por um certo PS (Fernando Medina, por exemplo) e até por Marcelo (foi o único partido sem representação parlamentar a ser recebido em Belém, no quadro da sua decisão de convocar eleições, lembro)? 

É realmente uma boa questão, à qual estranhamente LAC não dá a resposta óbvia: a um certo PS, até mais à direita, e a uma certa comunicação social, que confunde redes sociais com enraizamento social, interessa ter uma espécie de CDS de esquerda, neste caso um partido federalista que diga sim a tudo, em nome da integração, e que tente roubar votos às esquerdas. Não serão bem-sucedidos.

9 comentários:

  1. Não gosta do Expresso (eu também não), não gaste dinheiro e tempo com ele. Esta crónica faz lembrar a anedota do RAP do gajo que não suporta o tasco e está sempre a queixar-se mas não deixa de lá ir e pedir mais um copo.

    Quanto ao Livre, oxalá roube muitos votos a uma Esquerda que não quer contar para coisa nenhuma a não ser para o protesto.

    Uma Esquerda que parece que prefere contestar a Direita nas ruas a negociar com o PS na AR. Se Rio ganhar as eleições, liquidar a TAP, começar a privatizar o SNS e privatizar as empresas públicas de transportes, depois não se queixem. Eu pensava que é melhor ter algo do que se quer, do que tudo o que se não quer, mas pelos vistos há quem pense diferente...

    Não foi o abraço de urso de Mitterrand que acabou com o PCF em França, João Rodrigues. Foi a mudança geracional e a irrelevância do Partido para a vida das pessoas...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi o PS que não quis negociar o aumento do SMN e o fim da caducidade da contratação colectiva.

      Eliminar
    2. Esta diatribe à Esquerda que não desiste e que, por isso, vai permitir a "liquidação da TAP, a privatização do SNS" e tudo o resto, enquanto "caminha para a irrelevância", faz lembrar outra, também do RAP:"sabes onde há gajas boas, mas mesmo boas (não é como a tua mãe)? É em Ermesinde; vi lá uma mesmo boa! Pensando bem, nem era uma gaja, era um gajo..."

      Eliminar
  2. O Livre elegeu uma deputada, depois ela rompeu ou foi ejectada, para o efeito é igual.

    O boletim de voto, em 2019, não tinha lá escarrapachado o nome da senhora, tinha lá o nome do partido à boleia do qual ela foi eleita.

    Neste caso em concreto, e pela razão apontada, o PR não podia deixar de receber o Livre.

    ------

    É claro que o Livre é uma ficção política sem expressão militante e/ou eleitoral.

    Contudo, aquele partido tem algumas virtualidades, a principal delas é irritar as teias de aranha mentais das esquerdas soberanistas e "patrióticas".

    ResponderEliminar
  3. O projecto de carreira "Livre" de Rui Tavares é oposição controlada, nada mais.

    Rui Tavares tem a presença na comunicação social convencional que tem porque a classe dominante quer uma "esquerda" hiper identitária, pró intervenções militares pela "democracia", que não toca na análise de classe para alienar uma parte do eleitorado, para fazer propaganda europeísta e para criar a falsa ideia de pluralismo na comunicação social.

    ResponderEliminar
  4. Jaime Santos, o que aconteceu ao Partido "Socialista" francês?
    Também foi a mudança geracional?
    Ou terá sido o "europeísmo" vulgo neoliberalismo/ austeridade?

    O Jaime Santos finge que imensos europeus não estão fartos de governos a governarem para a causa "europeísta" em vez de governarem para as respectivas populações...

    ResponderEliminar
  5. Livrem-me do socialismo da pobreza que eu vos livrarei do capitalismo da doença!

    ResponderEliminar
  6. Olhem para o Euro-tiranete Valdis Dombrovskis a comportar-se como suserano da Europa.

    "Bruxelas quer nova “arma” para responder à “intimidação económica” contra UE"

    https://eco.sapo.pt/2021/12/08/bruxelas-quer-nova-arma-para-responder-a-intimidacao-economica-contra-ue/

    "Comissão Europeia propôs esta quarta-feira a criação de um novo instrumento que permita à União Europeia combater a “coerção económica” de que considera estar a ser alvo"

    E quem salva o povo grego, português, etc da coerção e destruição económica praticada pela Comissão Europeia e BCE?

    Mais notícias que comprovam aquilo que alguns tem dito:

    "Novo ministro das finanças alemão vê modelo nas medidas de reforma gregas"

    https://www.ekathimerini.com/news/1173313/incoming-german-finance-minister-sees-model-in-greek-reform-measures/

    Austeridade permanente sempre foi o objectivo!
    A UE sempre foi um projecto regressivo, cruel e autoritário!
    Mas continuem a defender que a reforma da euro-distopia a que chamam "União Europeia" está próxima!

    ResponderEliminar
  7. Livrem-me dos senhorios gananciosos que perseguem os inquilinos que não se comprometem a pagar as rendas especulativas que eu vos livrarei do desperdício e desta cola «araldite» chamada «Jose» que todos os dias persegue as páginas dos «Ladrões de Bicicletas».

    ResponderEliminar